domingo, 27 de maio de 2018

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – ANO B


SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – ANO B

A Solenidade que hoje celebramos é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.

Na primeira leitura (Deut 4,32-34.39-40), Jahwéh revela-se como o Deus da relação, empenhado em estabelecer comunhão e familiaridade com o seu Povo. É um Deus que vem ao encontro dos homens, que lhes fala, que lhes indica caminhos seguros de liberdade e de vida, que está permanentemente atento aos problemas dos homens, que intervém no mundo para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime e para nos oferecer perspectivas de vida plena e verdadeira.
Trata-se de um Deus capaz de amar os homens e de aceitar, com misericórdia, as nossas falhas. A Solenidade da Santíssima Trindade é, antes de mais, um convite a descobrir o verdadeiro rosto de Deus.

Esta leitura  dá-nos algumas pistas para perceber Deus e para reconhecer o seu verdadeiro rosto.
Por vezes, ao longo da nossa caminhada pela vida, sentimo-nos sós e perdidos, afogados nas nossas dúvidas, misérias e dramas, assustados e inquietos face ao rumo da vida. Mas a certeza da presença amorosa, salvadora e reconfortante de Deus deve ser uma luz de esperança que ilumina o nosso caminho e que nos permite encarar cada passo da nossa existência com alegria e serenidade.
Só n’Ele o homem encontra a verdadeira vida e a verdadeira liberdade. Esta afirmação convida-nos a reflectir sobre o papel que outros “deuses” desempenham na nossa existência: o dinheiro, o poder, a fama, o sucesso, o reconhecimento social.

As propostas de Deus são o caminho seguro para a felicidade e para a realização plena do homem. Os mandamentos não são propostas destinadas a limitar a nossa liberdade , mas são sugestões de um Deus que nos ama, que quer a nossa felicidade e realização plena e não desiste de nos indicar o caminho para a verdadeira vida.

A segunda leitura (Romanos 8,14-17) :o Deus em quem acreditamos é um Deus que acompanha com paixão a caminhada da humanidade e que não desiste de oferecer aos homens a vida plena e definitiva.

O nosso Deus é o Deus da relação, apostado em vir ao encontro dos homens, em oferecer-lhes vida, em integrá-los na sua família, em amá-los com amor de Pai, em torná-los herdeiros da vida plena e definitiva.

Há, na nossa vida, momentos de solidão e de desespero, em que procuramos Deus e não conseguimos descortinar a sua presença; mas, sobretudo nesses momentos dramáticos, é preciso não esquecer que Deus nunca desiste dos seus filhos e que nenhum de nós Lhe é indiferente.
Os membros da comunidade cristã pelo Baptismo integram a família de Deus. O fim último da nossa caminhada é a pertença à família trinitária.

Esta “vocação” deve expressar-se na nossa vida comunitária. A nossa relação com os irmãos deve reflectir o amor, a ternura, a misericórdia, a bondade, o perdão, o serviço, que são as consequências práticas do nosso compromisso com a comunidade trinitária.

No Evangelho  (Mt 28,16-20) Jesus dá a entender que ser seu discípulo é aceitar o convite para se vincular com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Os discípulos de Jesus recebem a missão de testemunhar a sua proposta de vida no meio do mundo e são enviados a apresentar, a todos os homens e mulheres, sem excepção, o convite de Deus para integrar a comunidade trinitária.
Este texto evangélico foi escolhido para o dia da Santíssima Trindade, pois nele aparece uma fórmula trinitária usada no baptismo cristão (“em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”).

Sugere, antes de mais, que ser baptizado é estabelecer uma relação pessoal com a comunidade trinitária… No dia em que fomos baptizados, comprometemo-nos com Jesus e vinculamo-nos com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Quem acolheu o convite de Deus (apresentado em Jesus) para integrar a comunidade trinitária, torna-se testemunha, no meio dos homens, dessa vida nova que Deus oferece. O papel dos discípulos é continuar a missão de Jesus, testemunhar o amor de Deus pelos homens e convidar os homens a integrar a família de Deus.

A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: (as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas). Todos os homens e mulheres, sem excepção, têm lugar na família de Deus.
“Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.

A celebração da Solenidade da Trindade deve ser, sobretudo, a contemplação de um Deus que é amor e que é, portanto, comunidade.
A natureza divina de um Deus amor, de um Deus família, de um Deus comunidade, expressa-se na nossa linguagem imperfeita das três pessoas. O Deus família torna-Se trindade de pessoas distintas, porém unidas. Chegados aqui, temos de parar, porque a nossa linguagem finita e humana não consegue “dizer” o indizível, não consegue definir cabalmente o mistério de Deus.
 
Fonte: Adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”

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