sábado, 17 de outubro de 2015

NOTA DO BISPO DE GURÚÈ. OS BISPOS CATÓLICOS ENVIAM CARTAS AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E AO PRESIDENTE DA RENAMO


COMUNICADO DO BISPO DE GURÚÈ

Diocese de Gurúè, 17.10.2015

No passado 14 de Outubro do corrente ano, os Bispos católicos de Moçambique enviaram cartas formais ao Presidente da República, Filipe Nyusi, e ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, nas quais reiteram a sua total disponibilidade de participar nas acções de pacificação do país.

OS bispos reafirmam a sua inteira disponibilidade de continuarem a colaborar nas actividades em curso no país, tendentes à manutenção da paz.

Desde a Diocese de Gurúè apelamos para que todos saibamos promover e valorizar todos os gestos e acções que contribuam para preservar e consolidar a tão desejada e ameaçada paz, de onde quer que venham.

+ FRANCISCO LERMA MARTÍNEZ

  BISPO DE GURÚÈ

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

DECLARAÇÃO DO ARCEBISPO DA BEIRA SOBRE O MOMENTO PRESENTE


DECLARAÇÃO DO ARCEBISPO DA BEIRA

SOBRE OS ACONTECIMENTOS DA SEXTA-FEIRA, DIA 09 DE OUTUBRO, NA CIDADE DA BEIRA

 

Na passada sexta-feira, dia 09 de Outubro, apenas cinco dias após a nossa Festa da Paz, a nossa cidade da Beira esteve submetida a uma injusta situação de grave perigo. Essa situação de tensão, em que a Beira, de improviso, se encontrou envolvida, podia ter degenerado, se o bom senso de alguns não tivesse prevalecido. Se tão perigosa tensão tivesse passado à população, dificilmente teria sido controlável, senão com derramamento de muito sangue.

A presença dos mediadores nacionais e de outras personalidades, aliada ao sentido de responsabilidade de quem ali se encontrou a tomar decisões em tal conjuntura, contribuiu para o desfecho positivo da situação tão negativa e perigosa.

Mas foi certamente uma ferida profunda, no corpo da confiança mútua, indispensável para toda a forma de convivência civil e de democracia.

Preocupa-nos profundamente quanto aconteceu na nossa cidade da Beira, bem como o que está a acontecer em outros cantos do País. E mais profundamente nos preocupa o sermos forçados a reconhecer que há quem confie nas armas como meio de impor as suas próprias razões.

Quem escolhe o caminho da violência não é pelo bem do País. Além das trágicas mortes e das tantas lágrimas, comprometem o desenvolvimento do País, afastando possíveis investimentos, gastando recursos de que tanto o país precisa na sua luta contra a pobreza e fomentando tensão e agressividade nos cidadãos. Aliás, a escolha da violência em nada favorece os próprios grupos ou partidos que a ela recorrem. O povo, que é, afinal, o verdadeiro soberano, saberá reconhecer e definir quem é realmente pela Paz.

O uso da força, para desarmar o adversário, não pode dar os frutos ilusoriamente esperados. Além do derramamento de sangue, aumentará a sensação de exclusão e marginalização. Se não se desarmassem os corações, seria ilusório pensar que as armas não se podem facilmente voltar a adquirir.            

Ninguém se deixe tentar pelo uso da violência. Nem os que tomam decisões políticas e militares, nem a população e cada um de nós. Vamos antes, todos, promover e valorizar todos os gestos e acções, que contribuam para a tão desejada e ameaçada Paz, de onde quer que eles venham.

Temos um só caminho, para a consolidação da Paz: é o caminho da reconciliação, da inclusão e da integração de todos os cidadãos na sociedade no respeito da justiça e  da verdade.

 

Os Bispos Católicos de Moçambique já manifestaram, de muitas e variadas formas, a sua preocupação, por quanto acontece contra a Paz.

Já escreveram cartas e comunicados. Já manifestaram aos nossos Governantes e líderes políticos a disponibilidade dos Bispos Católicos, para contribuírem para a consolidação da Paz, essa preocupação de todo o cidadão, e que, para ser seriamente efectiva, tem que envolver todas as forças vivas da nação.

Vimos reafirmar a nossa inteira disponibilidade. E já esta semana o fizemos, por escrito, dirigindo uma carta, pessoalmente, ao Presidente da República e ao da Renamo.

Os Bispos Católicos aliam-se a quantos amam a Paz, para procurarmos, juntos, os caminhos, que nos conduzam a todos à consolidação da Paz, a que Moçambique tem direito e de que tanto precisa.

Beira aos 15 de Outubro 2015

 

Cláudio Dalla Zuanna

Arcebispo da Beira

terça-feira, 13 de outubro de 2015

MOSTEIRO DO MNTE RURUPI


Desde há já quinze anos, a Associação da Pequena Família da Ressurreirão, de vida monástica, fundada na Diocese de Cesena (Itália), fundou a Comunidade do Monte Rurupi, a uns 18 quilómetros da cidade do Alto Molócuè, na nossa Diocese.

A comunidade está formada pelo Pe. Andrea Fantini e o Irmão Tomasso. Actualmente tem um candidato, o jovem Jaime e um simpatizante de Quelimane.

A obra de construção do mosteiro, uma obra única em arquitetura para o nosso ambiente, está muito adiantada. Toda a construção está a ser feita com pedra talhada nas montanhas.
O Padre Andrea e o Irmão Tomasso dedicam-se exclusivamente a uma vida de oração e trabalho. Os salmos são a sua principal ferramenta diária. Também tem frequentes jejuns segundo a pratica das antigas tradições cristãs do Oriente.

D. Francisco Lerma, Bispo da Diocese, nos dias 3 e 4 do corrente mês de Outubro, visitou recentemente o Monastério, juntamente com o Vigário Geral da Diocese, o Pe. Francisco Cunlela.
O Bispo partilhou a vida de oração com a comunidade, presidindo às Vésperas Solenes do Sábado dia 3 de Outubro. E no Domingo, 4 de Otubro, festividade de S. Francisco de Assis, rezou as Laudes e Oficio das Leituras e presidiu à Eucaristia Dominical.