sábado, 1 de setembro de 2018

SÁBADO – XXI SEMANA -T C – ANOS PARES – 01-09.18

SÁBADO – XXI SEMANA -T C – ANOS PARES – 01-09.18 Primeira leitura: 1 Coríntios 1, 26-31 Paulo convida os coríntios a olharem para a sua comunidade, onde havia exemplos eloquentes da sabedoria e da loucura da cruz. Com algumas excepções, a igreja de Corinto era formada por pessoas de humilde condição social e de baixo nível cultural. Deus tem o gosto estranho de preferir os pobres e os fracos aos ricos e poderosos. É a lógica coerente com o que fez por meio do seu Filho crucificado. Ninguém pode presumir o que quer que seja diante de Deus: «ninguém se pode vangloriar diante de Deus» (v. 29). A grandeza do homem deriva unicamente do dom de Deus em Cristo. Temos o Cristo todo (3, 21-23), e, tudo o que temos, recebemo-lo d´Ele (4, 6). Por isso, se alguém pretende gloriar-se «glorie-se no Senhor» (v. 31). Evangelho: Mateus 25, 14-30 A espera de Cristo há-de ser dinâmica e fecunda. Os talentos recebidos não podem ser enterrados, inutilizados. Hão-de render. Estes talentos não são apenas os dotes naturais recebidos por cada um. São, mais do que isso, a salvação, o amor do Pai, a vida em abundância, o Espírito. São tesouros a multiplicar e a partilhar até ao seu regresso, ainda que demore «muito tempo» (v. 19ª). Os dons também são responsabilidades de que é preciso dar contas. Na parábola, há dois «servos bons e fiéis» e um «servo mau». Os servos bons e fiéis são louvados e premiados com a participação na alegria do senhor (vv. 20-23). O servo mau é severamente punido. A desculpa apresentada «Senhor, sempre te conheci como homem duro» (v. 24), acaba por ser virada contra ele. A atitude de escravo tímido assumida pelo servo mau «Aqui está o que te pertence» (v.25), também não ajuda, mas complica. Para ele, talento não foi um dom recebido, mas uma dívida contraída. Por isso, ao restituí-lo ao dono, não faz um acto de justiça, mas um insulto. E recebe o castigo adequado: «Tirai-lhe o talento, e dai-o ao que tem dez talentos… a esse servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes» (vv. 28-29). «Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor» (1 Cor 1, 31). Estas palavras lembram-nos a atitude de Maria, no Magnificat. Ao fazer memória da sua vida, a Virgem reconhece-se feliz pelos maravilhosos dons que Deus tinha semeado na sua humilde serva. Gloriando-se no Senhor, Maria magnifica-O, isto é, torna-O grande. O Magnificat é um encontro entre gratuidade pura e gratidão sincera. O servo mau da parábola, pelo contrário, apoucou ao seu senhor. Ele mede e julga o seu senhor com a medida da sua mesquinhez, com a tacanhez do seu coração. Em vez de estar grato pelo talento recebido, em vez de agradecer a ocasião, que lhe foi dada, para desenvolver as suas capacidades, fecha-se na sua inércia, no seu medo, na sua tristeza. Vem-nos espontaneamente à memória um outro homem, o primeiro homem. Quando Deus lhe pergunta: «Onde estás?», responde: «Tive medo… escondi-me» (Gn 3, 9s.). Não estará na raiz do pecado uma suspeita mesquinha da imensa bondade de Deus? Deus ofereceu-nos generosamente os seus dons, e nós podemos viver de coração dilatado pela alegria. Somos pessoas amados por Deus, às quais deu muito. Só espera que voltemos para Ele com o que soubemos ganhar, usando os seus dons. Quando realizámos tudo o que podíamos para fazer render os dons de Deus, estamos verdadeiramente ricos, e realizados, conforme o seu desejo. Podemos levar-Lhe uma vida cheia, que Ele ainda enriquecerá mais. Todos os cristãos têm dons e carismas para o serviço de Deus e dos irmãos. Os consagrados têm dotes notáveis em determinadas áreas, que hão-de fazer render, para serem fiéis à sua vocação e missão. Cada um, e cada instituição, hão-de reconhecer esses dons, porque são talentos, que provêm do bom Deus, para bem de toda a comunidade: «Todo o carisma, todo o dom perfeito provém do alto e desce do Pai das luzes» (Tg 1, 17) e o superior, como bom pai da sua comunidade, agradece ao Senhor por ter pessoas certas nos lugares certos. Os carismas, que não são postos a render, tornam-se títulos de condenação para quem os recebeu. Há pois que fazê-los render. Fonte: F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

SEXTA-FEIRA - XXI SEMANA –– TEMPO COMUM – ANOS PARES – 31 AGOSTO

SEXTA-FEIRA - XXI SEMANA –– TEMPO COMUM – ANOS PARES – 31 AGOSTO Primeira leitura: 1 Coríntios, 1, 17-25 Paulo não despreza o baptismo, mas apenas insiste em que a sua vocação é pregar o Evangelho. É absurdo baptizar uma pessoa, sem antes lhe dar a conhecer Jesus. Além disso, na ordem cronológica e da graça, a pregação precede a fé e, portanto, também o baptismo (cf. Rm 10, 14s.). Paulo prega Jesus, mas não com discursos eloquentes e sabedoria humana. Talvez se lembre do recente “fracasso” da sua pregação no Areópago de Atenas. Para ele, pregar é anunciar Cristo crucificado, único salvador. A palavra de Deus, especialmente «a palavra da cruz» é viva e eficaz por si mesma (cf. Hb 4, 12), não precisa de apoios humanos, que até a podem ofuscar. Citando o Antigo Testamento, e a sua arte retórica, Paulo insiste naquilo que é verdadeiramente decisivo: Cristo crucificado é «escândalo» para os judeus, pois, pendendo do madeiro, era considerado maldito (cf. Dt 21, 23); Cristo é «loucura» para os pagãos, porque lhes repugnava uma divindade que se deixasse crucificar. Mas é na cruz que Cristo manifesta o seu poder. Os cristãos, de qualquer origem, devem sintonizar com a lógica divina, e viver de acordo com a sabedoria da cruz. Evangelho: Mateus 25, 1-13 Mateus continua tratar o tema da segunda vinda de Cristo, cujo momento se desconhece, pelo que é preciso estar vigilantes e prontos: «Vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora» (v. 13). Na parábola, que hoje escutamos, o quadro é diferente: não se espera o dono, mas o esposo; quem espera também não é o servo prudente ou o servo mau, mas são cinco virgens prudentes e cinco virgens insensatas. E há mesmo pormenores que podem chocar: a reacção fortemente severa e desproporcionada do esposo, a atitude pouco caridosa das virgens prudentes, etc. Mas o significado global da parábola é claro. A Igreja está toda à espera da vinda de Cristo. Mas é de loucos não prever a hipótese de que demore. Quando se ouvir, no meio da noite, o grito: «Aí vem o noivo, ide ao seu encontro!» (v. 6), os cristãos hão-de estar prontos, com a lâmpada bem acesa pelo azeite das boas obras realizadas com amor. O esposo esperado pode revelar-se um juiz severo para quem tiver o amor apagado no coração. Ambas as leituras, de modo diferente, nos falam de sabedoria e de loucura. Paulo sublinha o contraste entre sabedoria humana e sabedoria divina. Os coríntios, como os gregos em geral, eram ávidos de sabedoria humana e, por isso, muito interessados em “investigação filosófica”. Isso levou-os a aderir a diferentes pregadores do Evangelho, conforme a sua maior ou menor capacidade de expressar atraentemente a doutrina de Cristo. Por isso, Paulo sentiu-se no dever de os avisar: «Cristo não me enviou a baptizar, mas a pregar o Evangelho, e sem recorrer à sabedoria da linguagem, para não esvaziar da sua eficácia a cruz de Cristo» (v. 17). E realçou o contraste entre a sabedoria da cruz e a sabedoria humana: «A linguagem da cruz é certamente loucura para os que se perdem mas, para os que se salvam, para nós, é força de Deus» (v. 18). E aponta duas linhas de interesse, a do mundo hebreu e a do mundo helenista: «Enquanto os judeus pedem sinais e os gregos andam em busca da sabedoria…». De facto, várias vezes, no evangelho, os judeus pedem a Jesus sinais para acreditarem que Ele é o Enviado de Deus. Os gregos, pelo contrário, procuram discursos eloquentes, convincentes, razoáveis. Mas Paulo afirma: «nós pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios» (v. 23). O Apóstolo acha que Deus não está disposto a acomodar-se às exigências de judeus e de gregos, «o que é tido como loucura de Deus, é mais sábio que os homens, e o que é tido como fraqueza de Deus, é mais forte que os homens» (v. 25). À luz da teologia paulina, a cruz é a revelação mais poderosa e sábia do amor de Deus. Aceitar por amor as humilhações, os sofrimentos, a morte, é amor puro, forte, generoso. Não amor maior do que esse. Fonte: F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

QUINTA-FEIRA – XXI SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 30 AGOSTO 2018

QUINTA-FEIRA – XXI SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 30 AGOSTO 2018 Primeira leitura: 1 Coríntios 1, 1-9 Paulo permaneceu afectivamente ligado à comunidade que fundou em Corinto. Já em Éfeso, onde viveu do ano 55 ao ano 57, aproximadamente, teve notícias dessa comunidade que muito o preocuparam. A disciplina tinha-se relaxado por influência dos libertinos. Mas também havia rigoristas que criavam problemas. E, no meio de alguma desorganização, até havia quem, como na Galácia, punha em causa a autenticidade do seu apostolado. Paulo procura intervir por meio de uma visita, que falhou, e de algumas cartas, duas das quais chegaram até nós. Na 1 Cor, Paulo apresenta-se como «apóstolo», isto é, como “enviado” (v. 1), sublinhando que essa identidade deriva de um chamamento de Deus. Paulo manifesta esta auto-consciência em quase todas as suas cartas. Também a expressão «à igreja de Deus que está em Corinto» (v. 2) tem um significado teológico denso. Toda a comunidade local, ainda que fundada por homens, é obra de Deus. Os membros dessas comunidades, em comunhão com a igreja universal, foram santificados por Jesus, e estão em permanente tensão para a santidade plena, que será realizada em diferentes formas de vida. Na acção de graças, transparece o entusiasmo do Apóstolo pela riqueza dos dons de Deus aos coríntios (vv. 4s.). Menciona particularmente a «palavra» e a «ciência», os dons mais estimados e procurados pelos coríntios. Tendo recebido tantos dons, os coríntios não podem considerar-se ainda perfeitos, mas simplesmente a caminho da plena manifestação da glória do Senhor. Evangelho: Mateus 24, 42-51 Em Mateus, a parábola do servo, ou administrador (cf. Lc 12, 41ss.) responsável encontra-se no último grande discurso de Jesus, o “Discurso escatológico” (cc. 24 e25), dominado pelas tribulações de Jerusalém e pelas perseguições à Igreja nascente, pelo anúncio da crise cósmica que precederá o fim e pela consequente necessidade de vigilância. Este discurso não visa assustar, mas encorajar. O mundo e a história caminham, não para o fim, mas para a plena realização. Haverá catástrofes. Mas abrir-se-á uma nova beleza. É neste contexto que Jesus exorta à vigilância, com quatro belas parábolas. Hoje, escutamos a primeira, cujas palavras-chave são: «Vigiai!», «Estai preparados!» A vinda do Senhor é certa. Mas a hora é incerta. A imagem do «ladrão» (v. 43) é muito expressiva e bem conhecida na igreja primitiva. Deve vigiar a casa o dono, mas também os servos, que são seus amigos e estimam a casa. O «servo fiel e prudente» (v. 45) faz as vezes de dono da casa e trata bem os seus companheiros. O «mau servo» (v. 48) aproveita da ausência do dono para desperdiçar os bens e maltratar os companheiros. Naturalmente terão fins diferentes, quando regressar o dono. Os dirigentes da Igreja hão-de ser servos fiéis e prudentes, e não maus servos, como eram os chefes de Israel, no tempo de Jesus. Paulo escreve aos coríntios, garantindo-lhes a fidelidade de Deus: «Ele vos confirmará até ao fim, para que sejais encontrados irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo» (v. 8). Estas palavras são importantes também para nós, por vezes angustiados com as dificuldades que nos rodeiam e com a nossa própria fraqueza: «conseguirei ser fiel até ao fim?» – interrogamo-nos. O Apóstolo afirma que é o próprio Senhor quem garante e confirma a nossa perseverança na fidelidade a Deus. A parábola evangélica ensina-nos o que significa ser «irrepreensíveis» até ao fim. O Senhor põe diante de nós duas certezas: a nossa vida terá um fim; devemos dar conta da nossa vida. Cada um de nós é como o servo a quem o Senhor confiou determinado serviço, uma responsabilidade de que pedirá contas, quando voltar. Por isso, há que estar vigilantes sobre nós mesmos, para não corrermos o risco de que, à chegada do senhor, nos encontre desprevenidos e expostos a castigo. Na primeira leitura, Paulo ensina-nos que o melhor modo para vivermos a nossa responsabilidade com confiança e obediência, é darmos graças a Deus pelos seus dons, por nada nos ter deixado faltar para vivermos na feliz esperança da sua vinda. O Apóstolo escreve aos coríntios: «Dou incessantemente graças ao meu Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi concedida em Cristo Jesus. 5Pois nele é que fostes enriquecidos com todos os dons, tanto da palavra como do conhecimento… de modo que não vos falta graça alguma, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo» (vv. 4-7). A visão da generosidade de Deus, que enche de alegria o Apóstolo, deve encher-nos de alegria também a nós. A certeza da bondade de Deus, a verificação das suas graças, devem dar-nos entusiasmo em servi-lo, para O glorificarmos com a nossa vida e as nossas obras. Deus é fiel. Se aderirmos a Ele, será Ele mesmo a tornar-nos fiéis, para nos encontrar «irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo» (v. 8). O trabalho é parte integrante da virtude da pobreza cristã. O trabalho é uma participação efectiva na insegurança típica dos pobres, dos assalariados; é reparação por quem se serve do trabalho só para ganhar de modo egoísta, por quem ergue como lei suprema o proveito e se torna escravo do super potente dinheiro, e procura obter cada vez mais ganhos, para dominar, para explorar. Pelo trabalho, além do mais, colaboramos na obra do Criador, damos o nosso pequeno contributo pessoal para a transformação do mundo e para a realização do projecto de Deus na história (cf. GS 34). Fonte: F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Quarta-feira – XXI Semana –Tempo Comum – Anos Pares - 29 Agosto 2018

Quarta-feira – XXI Semana –Tempo Comum – Anos Pares - 29 Agosto 2018 Primeira leitura: 2 Tessalonicenses 3, 6-10.16-18 Antes de terminar, Paulo faz mais uma recomendação contra aqueles que poderíamos chamar «beatos». São alguns cristãos, que andam de um lado para o outro, divulgando mexericos, em vez de se dedicarem a um trabalho que os retire da triste condição de alcoviteiros espirituais, que vivem à custa dos outros, como verdadeiros parasitas da comunidade: «a estes tais ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo a que ganhem o pão que comem, com um trabalho tranquilo» (3, 12). Outro vício dos «beatos» era perturbar os outros com boatos e falsas profecias. As tensões na comunidade são inevitáveis por causa dos temperamentos, dos pontos de vista. Mas, quando há agitadores “profissionais”, tudo se complica. Há que separá-los, para ver se se convertem. O Apóstolo termina pedindo a Deus que dê paz às suas comunidades, o maior dom que se pode desejar a quem se ama. Evangelho: Mateus 23, 27-32 Chegamos aos últimos dos sete «Ai de vós» dirigidos aos escribas e fariseus hipócritas. A crítica de Jesus ao legalismo não tem por alvo a lei, mas aqueles que, a coberto da lei, pretendem iludir as suas exigências profundas. A antítese exterior/interior, tratada nos versículos anteriores, está eloquentemente expressa na imagem dos «sepulcros caiados» (v. 27). São aqueles que cuidam do exterior, para que seja agradável à vista, enquanto no seu interior reina a decomposição e a morte. Jesus já pôs de sobreaviso os discípulos, quando lhes mandou disse «Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por ele» (Mt 6, 1). O que conta é aquilo que cada um é diante de Deus, e não o que aparece diante dos outros. O último «ai de vós» é contra aqueles que são falsos, não só diante de Deus e dos outros, mas também diante da história (vv. 29-32). Edificam sepulcros aos profetas e justos, dizendo que, se tivessem vivido no tempo dos que os mataram, não teriam sido coniventes com tais crimes. Sentem-se inocentes por acusarem os seus pais! Mas não se dão conta de que, se não escutarem os profetas, continuam a matá-los. E a sua falta será mais grave do que a dos seus pais. Somos todos mais ou menos propensos a confundir espiritualidade com fantasia, e, influenciados pelas tendências humanas, a tirar conclusões erradas de princípios certos. São as ilusões para que nos alertam os mestres de vida espiritual. Paulo já sentiu a necessidade de pôr de sobreaviso os tessalonicenses para esse tipo de coisas. Muitos, usavam a esperança no regresso do Senhor para concluir que não era preciso trabalhar. Para quê preocupar-se em organizar a vida neste mundo, se o Senhor está próximo? Paulo tenta contrariar essa atitude com uma decisão corajosa. Ainda que soubesse que tinha direito a ser mantido pela comunidade que servia, renunciou a tal direito e pôs-se a trabalhar para ganhar o seu sustento: «vós próprios sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos desordenadamente entre vós, nem comemos o pão de graça à custa de alguém, mas com esforço e canseira, trabalhámos noite e dia, para não sermos um peso para nenhum de vós» (vv. 7-8). Pelo Livro dos Actos, sabemos que o Apóstolo fabricava tendas, um trabalho bastante pesado. E dá aos tessalonicenses uma regra nada espiritualista, mas muito concreta: «se alguém não quer trabalhar também não coma» (v. 15). Todo o cristão tem o dever de trabalhar, na medida das suas forças. Se não trabalhar para si, por não precisar, trabalhe para os que precisam. A vida espiritual não pertence ao mundo da fantasia. O amor cristão é realista. Não se alimenta nem vive de sonhos. Empenha-se no serviço efectivo. E assim cresce, se torna sólido, consistente. Ainda que espere o céu, vive na terra, e nela prepara o reino de Deus, com uma caridade efectiva. Fonte: F. Fonseca em "dehonianos.org/portal/liturgia"

A EXTENSÃO DE GURÚÈ DA UNIVERSIDADE CATÓLICA FESTEJA S. AGOSTINHO SEU PADROEIRO

A EXTENSÃO DE GURÚÈ DA UNIVERSIDADE CATÓLICA FESTEJA S. AGOSTINHO SEU PADROEIRO No passado 29 de Agosto do corrente ano, a Extensão de Gurúè da Universidade Católica de Moçambique (EGUCM) festejou o seu Padroeiro, S. Agostinho com diversos actos. Uma delegação da Universidade visitou o Hospital Rural de Gurúè e ofereceu um presente à criança nascida nas primeiras horas desta data comemorativa. Os pais do recém nascido e como sugestão dos universitários, aceitou dar-lhe o nome de “Agostinho”. Na parte desportiva, a Equipa de futebol da Universidade enfrentou a Equipa do Centro de Informática local, com um resultado favorável aos universitários. No fim da tarde, na Capela episcopal da Casa Diocesana, D. Francisco Lerma, Bispo da Diocese, presidiu â Celebração da Eucaristia, concelebrada pelos Padres Francisco Cunlela, Vigário Geral ad Diocese; Daniel Raul, Director da Extensão; Agostinho Vasconcelos, Director do Secretariado da Coordenação Pastoral e Pedro Esquadro, Pároco da Paróquia de N. S. de Fátima de Muliquela. Eis os tópicos/resumo da homilia de D. Francisco: “Em Agostinho não vive um homem só. Vive nele o homem concreto de carne e ossos, de nervos e sangue; o apaixonado; vive o escritor, o filósofo, o teólogo, o poeta, o cristão, o monge, o sacerdote, o bispo, o santo. Ele recebeu de Deus tantos dons: a juventude tormentosa, a palavra creadora, o silêncio da reflexão e da oração, experiências humanas de pai e de filho, de pecador e de perdoado, de aluno e de professor, de mestre de seu povo e de formador e guia espiritual. Quando ele morreu para esta vida, ele nascia para nós como guia, mestre, modelo, testemunho e companheiro da nossa caminhada humana e cristã. Agostinho – nas “Confissões” - comenta a mensagem central do texto de João “DEUS É AMOR” - 1ª Leitura: 1Jo 4,7-14 – que escutamos como 1ª leitura desta celebração. Deus é invisível, não precisa procura-Lo com os olhos, mas com o coração. Da mesma maneira como para ver o sol, libertamos os nossos olhos de qualquer imperfeição material, assim se queremos ver a Deus, devemos purificar aqueles olhos com os quais Deus pode ser visto: “Bem-aventurados os limpos de coração porque eles verão a Deus (Mt 5,8). Que forma tem o amor? Que estatura? Que pés? Quais as mãos? Ninguém o pode saber! Mesmo assim, há pés que conduzem à verdade, à comunidade. Há mãos que doam aos pobres. Há olhos com os quais podemos conhecer aos que se encontram em maior necessidade. Perguntemo-nos em que campo podemos exercitar este amor. No campo da caridade fraterna. Poderás dizer que nunca vi a Deus; mas poderás dizer que nunca vi uma pessoa, um homem, uma mulher. Ama pois o teu irmão que vês, e assim poderás contemplar a Deus, porque verás a própria caridade e Deus mora na caridade” (Agostinho de Hipona: Comentário da 1ª Carta de S. João IX; VII, 10, v.7). Palavras de um apaixonado. Uma inquietação interior, da inteligência e do coração, uma nostalgia, um desejo, uma ânsia que se traduzem na procura intensa, constante, possível, e fecunda apenas numa profunda oração e reflexão interior. Um desejo de verdade, de felicidade e de amor profundo que Agostinho acolhe como sua identidade. Agostinho abre a Deus todo o seu ser: o passado –a sua juventude, a sua vida desregrada, as suas primeiras opções -; o presente – o encontro final “dentro de si” com a verdade eterna: DEUS que dá plenitude e identidade a sua existência -; e o seu futuro – a certeza de que Deus definitivamente há-de saciar para sempre a sua sede de verdade , de felicidade e de amor. “Fizeste-nos para Ti, Senhor e o nosso coração não tem paz até que descanse em Ti” (Confissões, 1,I). À luz da verdade encontrada, ele ve com maior nitidez o seu passado, a necessidade de >Deus na sua vida. “Que cosa amo quando Te amo? Não uma beleza corpórea, não uma graça temporal; não candor da luz desta vida, não os doces sons das melodias, não o perfume das flores ou de aromas, não a doçura do mel, nem membros que se oferecem ao abraço: NADA DE TUDO ISTO EU AMO QUANDO TE AMO, MEU DEUS! (Confissões, X, 6.8). PALESTRA DO PE. FRANCISCO CUNLELA No salão polivalente da Casa Diocesana, e como último acto comemorativo, o Prof. Dr. Padre Francisco Cunlela, Vigário Geral da Diocese, proferiu a sua palestra sobre o tema “Catolicidade da Universidade Católica de Moçambique

terça-feira, 28 de agosto de 2018

TERÇA-FEIRA – XXI SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 28 AGOSTO 2018

TERÇA-FEIRA – XXI SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 28 AGOSTO 2018 Primeira leitura: 2 Tessalonicenses 2, 1-3a.14-17 A comunidade de Tessalónica andava muito preocupada com a questão da iminente parusia de Cristo. Paulo vai directo à questão. Começa por rebater ideias erradas, espalhadas por falsos profetas, para acalmar o entusiasmo sonhador e a agitação da comunidade. Quando será Dia do Senhor? Nem Paulo o sabe ao certo. Como qualquer cristão, está à espera. Por isso, escreve: «não percais tão depressa a presença de espírito, nem vos aterrorizeis com uma revelação profética, uma palavra ou uma carta atribuída a nós, como se o Dia do Senhor estivesse iminente» (v. 2). A questão da data nem é importante. Há que não cair no ridículo de a querer marcar, porque «o dia do Senhor chega de noite como um ladrão» (1 Ts 5, 2). O importante é ter em conta os fundamentos da vocação cristã: a eleição, a salvação, a santificação do Espírito, a chamada por meio do Evangelho, a esperança da glória. Por graça de Deus, os cristãos já estão inseridos neste projecto que se está a realizar na história e que atingirá a plenitude no fim. Há, pois, que permanecer firmes nas tradições, que guardam a memória viva de Jesus testemunhada pelos primeiros apóstolos, que, enquanto tais, são garantia de verdade. Evangelho: Mateus 23, 23-26 A religião é uma questão de interioridade, de coração, na relação com Deus e com o próximo. Se assim não for, converte-se em algo de acrescentado e sobreposto ao homem, algo que esmaga e asfixia, que escraviza. Por isso, Jesus pronuncia mais dois «Ai de vós» contra o legalismo exterior dos doutores da lei e dos fariseus e escribas, que os leva a desprezar o essencial da lei: «a justiça, a misericórdia e a fidelidade!» (v. 23). Também estes são «guias cegos», que se perdem em formalidades: «filtrais um mosquito e engolis um camelo!» (v. 24) – diz Jesus, esquecendo que, o mais importante, é ter o «coração puro»: «limpais o exterior do copo e do prato, quando por dentro estão cheios de rapina e de iniquidade!» (v. 25). Só a pureza do coração permite ver a Deus (cf. Mt 5, 8). Os primeiros cristãos viviam na expectativa do iminente fim dos tempos, já em acção desde a ressurreição de Jesus. Em breve voltaria o Senhor, seria o juízo universal, a ressurreição dos mortos e a glória celeste. Mas também havia palavras que afirmavam que o regresso do Senhor não tinha hora marcada: «Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor» (Mt 24, 42). A situação era, pois, incerta, e provocava alguma efervescência e agitação «acerca da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo e da nossa reunião junto dele» (2 Ts 2, 1). Alguns cristãos deixaram mesmo de trabalhar e de se interessar pelas coisas comuns da vida, confundidos e perturbados com alguma carta sensacionalista atribuída a Paulo. O Apóstolo toma posição contra essa situação e pede aos tessalonicenses que não se deixem confundir e perturbar tão facilmente por «uma revelação profética, uma palavra ou uma carta atribuída a nós, como se o Dia do Senhor estivesse iminente» (v. 2). Em certo sentido, o dia do Senhor está sempre iminente. Mas nem por isso devemos deixar de viver com generosidade e alegria a vida cristã. O cristão deve viver numa atmosfera de paz, de paciência e de perseverança no trabalho e na luta, e não ávido de revelações ou de acontecimentos extraordinários. O melhor modo de esperar o Senhor é estar ocupado no cumprimento dos próprios deveres e no exercício da caridade. As palavras de Paulo continuam muito actuais. «Irmãos, estai firmes e conservai as tradições nas quais fostes instruídos por nós, por palavra ou por carta» (v. 15). No começo da Igreja, já existem tradições a observar, para manter uma vida cristã autêntica, e não se deixar levar pelas seduções enganadoras do mal. Não se trata de fechar-se no passado, esquivos à novidade. Paulo é um homem muito aberto. Escreve aos filipenses: «De resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é respeitável, tudo o que possa ser virtude e mereça louvor, tende isso em mente» (Fl 4, 8). Mas, abertura não quer dizer acolhimento indiscriminado de tudo. É precisa sabedoria e discernimento. «Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, pois muitos falsos profetas apareceram no mundo», escreve João (1 Jo 4, 1). Ao falar de tradição, Paulo não está a pensar na miudeza e na rigidez da tradição farisaica, mas na memória de Jesus vivida `com fidelidade criativa nas diferentes situações históricas. Fonte: adaptação local de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia”

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Segunda-feira – XXI Semana –Tempo Comum – Anos Pares

Segunda-feira – XXI Semana –Tempo Comum – Anos Pares Primeira leitura: 2 Tessalonicenses 1, 1-5.11b-12 A Segunda Carta de Paulo aos Tessalonicenses começa com uma saudação e acção de graças idênticas às da Primeira Carta. O Apóstolo augura «graça e paz» (v. 2), um binómio caro a Paulo, agora inserido nos ritos introdutórios da celebração eucarística. Depois, vem a acção de graças, como também é habitual nas cartas paulinas. O Apóstolo indica três razões específicas para essa acção de graças: a fé, a caridade e a paciência em suportar as tribulações (vv. 3b-5), que são inevitáveis num mundo adverso ao Evangelho. O Apóstolo também sofreu tribulações (cf 1 Ts 3, 3). Fé, caridade, paciência, são elementos interligados, porque a vitalidade da fé se manifesta na caridade e torna forte a comunidade para enfrentar desafios e sofrimentos. Tudo culmina na oração. Paulo intercede pelos tessalonicenses, para que o Senhor lhes sustente a boa vontade na prática do bem. O Apóstolo está convencido de que toda a existência cristã está sob o signo do dom de Deus oferecido em Jesus Cristo. Evangelho: Mateus 23, 13-22 Jesus prossegue as denúncias contra os escribas e fariseus. Embora fossem representantes oficiais da religiosidade, tinham-se convertido em sério obstáculo para a fé. Por isso, Aquele que se definiu como «manso e humilde de coração», que se comove diante do sofrimento dos outros, que é afável com os pecadores, terno com os pobres e pequenos, que chora pensando na destruição de Jerusalém, condena agora, em tom severo, a hipocrisia religiosa dos fariseus. Os «Ai de vós», na linguagem profética, exprimem uma ameaça de castigo e de juízo, mas também a dor de quem deve falar por causa do mal deplorável. Um dos «Ai de vós» dirige-se aos escribas e fariseus que, recusando Jesus e a sua mensagem, também impedem outros de entrar no Reino. O segundo «Ai de vós» dirige-se contra o proselitismo dos judeus, que apenas visa subtrair pessoas à salvação, para as tornar fechadas, rígidas, fanáticas e perigosas como eles, e mais do que eles. O terceiro «Ai de vós» dirige-se aos «guias cegos» que, com as subtilezas da sua casuística, obscurecem o sentido profundo da lei. Invertem a hierarquia de valores: o ouro vale mais que o templo, e a oferta mais que o altar. Falta-lhes o discernimento e a interioridade. O Apóstolo Paulo, quando era fariseu, tinha as atitudes e comportamentos que Jesus verbera no evangelho de hoje. Também ele fechava aos homens o Reino do céu (cf. 13). Mas, uma vez convertido, assumiu atitude e comportamento completamente diferentes: abriu a Igreja a todos os homens de boa vontade, pagãos ou hebreus. Em Tessalónica, converteu muitos pagãos e, nas suas cartas, dá graças a Deus pela fé, esperança e caridade que demonstram. O apóstolo agradece pelos dons da fé e da caridade, concedidos aos tessalonicenses: «Devemos dar continuamente graças a Deus por vós, irmãos… pois que a vossa fé cresce extraordinariamente e a caridade recíproca superabunda em cada um e em todos vós» (v. 3). E acrescenta uma intrigante frase: «Elas são o indício do justo juízo de Deus, para que sejais considerados dignos do reino de Deus pelo qual padeceis (v. 5). Que indício é esse? Qual é o sinal da benevolência de Deus? É a constância e a fé com que enfrentam as perseguições e tribulações. Sem a graça do Senhor, isso não seria possível. Com a graça, as perseguições e tribulações tornam-se ocasiões para crescer na fé e na caridade. O evangelho ensina-nos que a evangelização é algo de bem diferente do proselitismo opressor. Quem anuncia o Evangelho, tem consciência de ser um vaso de barro, que leva um tesouro (cf. 2 Cor4, 7). Quem leva esse tesouro ao coração dos outros, há-de fazê-lo com a atitude com que Moisés se aproximou da sarça ardente. O coração humano é terreno sagrado. Antes de se aproximar dele, há que descalçar as sandálias, com receio de o profanar. Deus confiou-nos o anúncio do seu Reino. Podemos entrar nele e ajudar os outros a entrar. Mas também podemos não entrar, e impedir que os outros entrem. Os outros não podem se tratados como se fossem “cópias” de nós mesmos. Não podemos impor-lhes a nossa imagem e semelhança. A evangelizaç&a tilde;o não pode nem deve ser uma tentativa de “clonagem espiritual”. Infelizmente continua a haver «guias cegos» e também cegos que se deixam guiar, tornando-se pessoas sem rosto, enquadrados, nivelados, homologados aos ideais vigentes, sufocados por etiquetas. Onde está a libertação trazida pelo acolhimento da Boa Nova? Fonte: Adaptação local de um texto de F. Fonseca,scj,“Dehonianos.org/portal/liturgia Segunda-feira – XXI Semana –Tempo Comum – Anos Pares Primeira leitura: 2 Tessalonicenses 1, 1-5.11b-12 A Segunda Carta de Paulo aos Tessalonicenses começa com uma saudação e acção de graças idênticas às da Primeira Carta. O Apóstolo augura «graça e paz» (v. 2), um binómio caro a Paulo, agora inserido nos ritos introdutórios da celebração eucarística. Depois, vem a acção de graças, como também é habitual nas cartas paulinas. O Apóstolo indica três razões específicas para essa acção de graças: a fé, a caridade e a paciência em suportar as tribulações (vv. 3b-5), que são inevitáveis num mundo adverso ao Evangelho. O Apóstolo também sofreu tribulações (cf 1 Ts 3, 3). Fé, caridade, paciência, são elementos interligados, porque a vitalidade da fé se manifesta na caridade e torna forte a comunidade para enfrentar desafios e sofrimentos. Tudo culmina na oração. Paulo intercede pelos tessalonicenses, para que o Senhor lhes sustente a boa vontade na prática do bem. O Apóstolo está convencido de que toda a existência cristã está sob o signo do dom de Deus oferecido em Jesus Cristo. Evangelho: Mateus 23, 13-22 Jesus prossegue as denúncias contra os escribas e fariseus. Embora fossem representantes oficiais da religiosidade, tinham-se convertido em sério obstáculo para a fé. Por isso, Aquele que se definiu como «manso e humilde de coração», que se comove diante do sofrimento dos outros, que é afável com os pecadores, terno com os pobres e pequenos, que chora pensando na destruição de Jerusalém, condena agora, em tom severo, a hipocrisia religiosa dos fariseus. Os «Ai de vós», na linguagem profética, exprimem uma ameaça de castigo e de juízo, mas também a dor de quem deve falar por causa do mal deplorável. Um dos «Ai de vós» dirige-se aos escribas e fariseus que, recusando Jesus e a sua mensagem, também impedem outros de entrar no Reino. O segundo «Ai de vós» dirige-se contra o proselitismo dos judeus, que apenas visa subtrair pessoas à salvação, para as tornar fechadas, rígidas, fanáticas e perigosas como eles, e mais do que eles. O terceiro «Ai de vós» dirige-se aos «guias cegos» que, com as subtilezas da sua casuística, obscurecem o sentido profundo da lei. Invertem a hierarquia de valores: o ouro vale mais que o templo, e a oferta mais que o altar. Falta-lhes o discernimento e a interioridade. O Apóstolo Paulo, quando era fariseu, tinha as atitudes e comportamentos que Jesus verbera no evangelho de hoje. Também ele fechava aos homens o Reino do céu (cf. 13). Mas, uma vez convertido, assumiu atitude e comportamento completamente diferentes: abriu a Igreja a todos os homens de boa vontade, pagãos ou hebreus. Em Tessalónica, converteu muitos pagãos e, nas suas cartas, dá graças a Deus pela fé, esperança e caridade que demonstram. O apóstolo agradece pelos dons da fé e da caridade, concedidos aos tessalonicenses: «Devemos dar continuamente graças a Deus por vós, irmãos… pois que a vossa fé cresce extraordinariamente e a caridade recíproca superabunda em cada um e em todos vós» (v. 3). E acrescenta uma intrigante frase: «Elas são o indício do justo juízo de Deus, para que sejais considerados dignos do reino de Deus pelo qual padeceis (v. 5). Que indício é esse? Qual é o sinal da benevolência de Deus? É a constância e a fé com que enfrentam as perseguições e tribulações. Sem a graça do Senhor, isso não seria possível. Com a graça, as perseguições e tribulações tornam-se ocasiões para crescer na fé e na caridade. O evangelho ensina-nos que a evangelização é algo de bem diferente do proselitismo opressor. Quem anuncia o Evangelho, tem consciência de ser um vaso de barro, que leva um tesouro (cf. 2 Cor4, 7). Quem leva esse tesouro ao coração dos outros, há-de fazê-lo com a atitude com que Moisés se aproximou da sarça ardente. O coração humano é terreno sagrado. Antes de se aproximar dele, há que descalçar as sandálias, com receio de o profanar. Deus confiou-nos o anúncio do seu Reino. Podemos entrar nele e ajudar os outros a entrar. Mas também podemos não entrar, e impedir que os outros entrem. Os outros não podem se tratados como se fossem “cópias” de nós mesmos. Não podemos impor-lhes a nossa imagem e semelhança. A evangelizaç&a tilde;o não pode nem deve ser uma tentativa de “clonagem espiritual”. Infelizmente continua a haver «guias cegos» e também cegos que se deixam guiar, tornando-se pessoas sem rosto, enquadrados, nivelados, homologados aos ideais vigentes, sufocados por etiquetas. Onde está a libertação trazida pelo acolhimento da Boa Nova? | Fonte: Adaptação local de um texto de F. Fonseca,scj,“Dehonianos.org/portal/liturgia

VIII PEREGRINAÇÃO DIOCESANA AO SANTUÁRIO DE N. S. RAINHA DO MUNDO. MALUA (ALTO MOLÓCUE)

VIII PEREGRINAÇÃO DIOCESANA AO SANTUÁRIO DE N. S. RAINHA DO MUNDO. MALUA (ALTO MOLÓCUE) Nos dias 25 e 26 de Agosto do corrente ano 2018, realizou-se a tradicinal Peregrinação Diocesana ao Santuário de N. S. Rainha do Mundo, na aldeia de Malua, Distrito de Alto Molocué-Sede. Presidida por D. Francisco Lerma, participaram na Peregrinação mais de sete mil peregrinos aproximadamente, vindos das paróquias e capelanias da Diocese, nomeadamente: S. Cruz de Molumbo, S. José de Lioma, Imaculada Conceição (Invinha), S. Kizito do Monte Namuli, Btº Isidoro Bakhanja de Muagiua - Gurúe), Sé Catedral (Gurúè) S. Carlos Lwanga (Gurúè-sub-urbana): S. Bernardo, Gurúè-Sub-urbana; S. Teresinha (Ile-sede), N. S. de Fátima (Muliquela-Ile), S. Josefina Bakhita (Gilé- Sede), N. S. da Anunciação (Moneia, Gilé); S. Pedro Claver (Muiane, Gilé); N. S. de Fátima (A. Molócue-sede); N. S. Rainha da Paz (A. Molócue.sub-urbana); N. S. Rainha dos Mártires (Mutala, Alto Molócue); N. S. de Lurdes (Mulevala); Bta. Anaurite (Mugumala, Gilé). Também participaram na peregrinação os seminaristas do Seminário Diocesano d S. José e um pequeno grupo de jovens voluntários/as dos Dehonianos vindos/as da Itália, Portugal, Espanha e Alemanha. Os mais pequenos animaram a Celebração Litúrgica Por volta das 15.30H, do Sábado 25.08.18, começou a procissão com a imagem de Nossa Senhora Rainha, no entroncamento da Estrada Regional do Alto Molócue a Gilé com a Estrada Nacional Nº 1, a 12 kms do Alto Molócue, no povoado de Malua, sede do Santuário/Paróquia. ÀS 18.00h, e após o acolhimento e bênção dos peregrinos, celebrou-se a Eucaristia em honra de Maria, Rainha do Mundo. A seguir, começo a Procissão da Velas e, no fim, em turno único, a Adoração ao Santíssimo Sacramento. Durante toda anoite sucederam-se vários sacerdotes para atender os peregrinos no Sacramento da Penitência. Os peregrinos encheram por completo o interior do amplo templo de Malua No dia seguinte, Domingo 26.08.19, às 7.30H. celebrou-se a Eucaristia do XXI Domingo do Tempo Comum, presidida por D Francisco Lerma, Bispo de Gurúè, e concelebrada pelos Padres Francisco Cunlela, Vigário Geral da Diocese; Agostinho Vasconcelos, Director do Secretariado Diocesano da Coordenação Pastoral; Tonito Muananua, Chanceler e Moderador da Cúria, e pelos Párocos das Paróquias dos peregrinos. Além de nuresos fiéis, procedentes de toda a Diocese, do Índico aos limites com o Malawi, estiveram presentes às autoridades do Distrito e do Município do Alto Molócuè. A seguir à celebração eucarística, foi a Consagração da Diocese e de todos os fiéis a Nossa Senhora e Encerramento desta Peregrinação Jubilar dos 25 anos da criação da Diocese, com a bênção e o Envio dos peregrinos às suas comunidades de origem. O Santuário de Nª Sª Rainha do Mundo. Malua.

domingo, 26 de agosto de 2018

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B - 26 Agosto 2018

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B - 26 Agosto 2018 A liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum fala-nos de opções. Recorda-nos que a nossa existência pode ser gasta a perseguir valores efémeros e estéreis, ou a apostar nesses valores eternos que nos conduzem à vida definitiva, à realização plena. Cada homem e cada mulher têm, dia a dia, de fazer a sua escolha. Na primeira leitura - Jos 24,1-2a.15-17.18b - Josué convida as tribos de Israel reunidas em Siquém a escolherem entre “servir o Senhor” e servir outros deuses. O Povo escolhe claramente “servir o Senhor”, pois viu, na história recente da libertação do Egipto e da caminhada pelo deserto, como só Jahwéh pode proporcionar ao seu Povo a vida, a liberdade, o bem estar e a paz. O problema fundamental posto pelo autor do nosso texto é o das opções: “escolhei hoje a quem quereis servir” – diz Josué ao Povo reunido. É uma questão que nunca deixará de nos ser posta… Ao longo da nossa caminhada pela vida, vamos fazendo a experiência do encontro com Deus libertador e salvador; mas encontramo-nos também, muito frequentemente, com outros deuses e outras propostas que parecem garantir-nos a vida e que, quase sempre, nos conduzem por caminhos de escravidão, de dependência, de desilusão, de infelicidade. Temos, no entanto, que repensar continuamente a nossa vida e as nossas opções, a fim de não corrermos atrás de falsos deuses e de não nos deixarmos seduzir por propostas falsas de realização e de felicidade. O verdadeiro crente sabe que não pode prescindir de Deus e das suas propostas; e sabe que é nesse Deus que nunca desilude aqueles que n’Ele confiam que pode encontrar a sua realização plena. Na segunda leitura - Ef 5,21-32 - Paulo diz aos cristãos de Éfeso que a opção por Cristo tem consequências também ao nível da relação familiar. Para o seguidor de Jesus, o espaço da relação familiar tem de ser o lugar onde se manifestam os valores de Jesus, os valores do Reino. Com a sua partilha de amor, com a sua união, com a sua comunhão de vida, o casal cristão é chamado a ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja. “Os esposos, feitos à imagem de Deus e estabelecidos numa ordem verdadeiramente pessoal, estejam unidos em comunhão de afecto e de pensamento e com mútua santidade de modo que, seguindo a Cristo, princípio da vida, se tornem, pela fidelidade do seu amor, através das alegrias e sacrifícios da sua vocação, testemunhas daquele mistério de amor que Deus revelou ao mundo com a sua morte e ressurreição” (Gaudium et Spes, 52). Para Paulo, o amor que une o marido e a esposa deve ser um amor como o de Cristo pela sua Igreja. Desse amor devem, portanto, estar ausentes quaisquer sinais de egoísmo, de prepotência, de exploração, de injustiça… Deve ser um amor que se faz doação total ao outro, que é paciente, que não é arrogante nem orgulhoso, que compreende os erros e as falhas dos outro, que tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13,4-7). O Evangelho – Jo 6,60-69 - coloca diante dos nossos olhos dois grupos de discípulos, com opções diversas diante da proposta de Jesus. Um dos grupos, prisioneiro da lógica do mundo, tem como prioridade os bens materiais, o poder, a ambição e a glória; por isso, recusa a proposta de Jesus. Outro grupo, aberto à acção de Deus e do Espírito, está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida; os membros deste grupo sabem que só Jesus tem palavras de vida eterna. É este último grupo que é proposto como modelo aos crentes de todos os tempos. O Evangelho deste domingo põe claramente a questão das opções que nós, discípulos de Jesus, somos convidados a fazer… Todos os dias somos desafiados pela lógica do mundo, no sentido de alicerçarmos a nossa vida nos valores do poder, do êxito, da ambição, dos bens materiais, da moda, do “politicamente correcto”; e todos os dias somos convidados por Jesus a construir a nossa existência sobre os valores do amor, do serviço simples e humilde, da partilha com os irmãos, da simplicidade, da coerência com os valores do Evangelho… É inútil esconder a cabeça na areia: estes dois modelos de existência nem sempre podem coexistir e, frequentemente, excluem-se um ao outro. Temos de fazer a nossa escolha, sabendo que ela terá consequências no nosso estilo de vida, na forma como nos relacionamos com os irmãos, na forma como o mundo nos vê e Fonte: adaptação local de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia/”