sexta-feira, 2 de novembro de 2018

SÁBADO – SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 3 NOVEMBRO 2018

SÁBADO – SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 3 NOVEMBRO 2018 Primeira leitura: Filipenses 1, 18b-26 Paulo, estando na prisão, é informado de que muitos cristãos anunciam a palavra de Deus (cf. Filip 1, 14ss.). Alguns fazem-no por inveja e procuram lançar Paulo em descrédito (vv. 15ª.17), mas o Apóstolo não se importa. O que é preciso é que o Evangelho seja anunciado (v. 18b). O Espírito Santo e a oração dos Filipenses ajudam-no e dão-lhe esperança de que essas situações dolorosas o não hão-de perturbar. Serão, pelo contrário ocasião de salvação. E Deus há-de recebê-lo, quer continue vivo e a exercer a sua missão, quer venha a ser morto (v. 20b). A morte é considerada por Paulo como um ganho, porque o introduz na plena comunhão com Cristo, que é, desde já, a sua vida (v. 21; cf. Jo 14). Paulo sente-se pressionado entre duas realidades que o atraem: o desejo da união total com Cristo, só possível da morte, e a necessidade de estar presente e a anunciar a palavra nas comunidades cristãs (vv. 22-24). Se prefere a primeira, julga mais provável que se realize a segunda. A fé dos Filipenses receberá novo impulso e crescerá a sua alegria pela presença do Apóstolo, que também será motivo de glória pela comunhão que lhes foi dada em Cristo (vv. 25s.). Evangelho: Lucas 14, 1.7-11 Jesus aproveita as situações da vida de cada dia para revelar verdades que decorrem da «vida nova» dos filhos de Deus. Durante uma refeição, em casa de um fariseu, nota o arrivismo de alguns convidados que procuram os primeiros lugares (v. 7). As palavras de Jesus (vv. 8-10) são um ensinamento sobre boa educação, sobre as normas de precedência segundo a escala social. Quem ocupar um lugar que não lhe corresponde, expõe-se ao ridículo e à vergonha (v. 8s.). A ambição, alterando o correcto conceito de auto-estima, dificulta as relações com os outros. Quem não presume merecer honras especiais pode, pelo contrário, ver-se na situação de receber atenções imprevistas (cf. v. 10). O dom de Deus é gratuito, e não consequência matemática de méritos humanos. Jesus lembra-o àqueles que ambicionam receber reconhecimentos e gratificações. A humildade, isto é, a confiança total em Deus e no seu amor, é condição para acolher a glória e a honra que Deus oferece (cf. 1, 46-48.52; Sl 21, 6-8) e que consiste em estar unido a Ele na obra da salvação (cf. Lc 22, 28-30; Mc 10, 35-40). O texto evangélico lembra-nos naturalmente o Magnificat: «Derrubou os poderosos dos seus tronos e exaltou os humildes» (Lc 1, 52). Jesus ensina a não buscarmos os primeiros lugares, mas a escolher os últimos, para termos a alegria de um lugar dado por Ele: «Amigo, sobe mais para cima!» (v. 10). Maria praticou este ensinamento, mais do que qualquer outra criatura. A palavra do Senhor convida-nos a tomarmos consciência de nós mesmos, a formarmos uma consciência realista que nos faz ver o lugar que ocupamos, a responsabilidade que nos foi confiada, a tarefa que devemos realizar. O presumido costuma ver-se a um espelho que lhe dilata as proporções. Por isso, facilmente se pode dar conta de que está fora do lugar, em situações desagradáveis, se não mesmo prejudiciais, para ele ou para os outros. Como é útil, pelo contrário, estar no seu lugar! Longe da lógica carreirista, dos delírios do protagonismo – tão em voga nos nossos dias – faz-se a experiência de que a verdadeira humildade não reduz as nossas qualidades, mas nos leva a pô-las generosamente ao serviço dos outros, sem nos exaltarmos. Quem procura dar nas vistas, dominar sobre os outros, corre o risco de se ver catapultado para o último lugar. Quem, pelo contrário, procura o crescimento e o bem dos outros – como Paulo – alegra-se com tudo o que os possa ajudar, ainda que lhe custe sacrifício. E eu, que procuro? Senhor, mostra-me, hoje, o meu lugar. Dá-me a graça de clarificar a minha identidade de homem ou mulher crente e de a aceitar com paz e alegria. Que eu não presuma de mim e das minhas qualidades, mas me aceite como sou, ocupe o lugar que me destinas, e procure fazer render ao máximo todos os dons e carismas com que me presenteaste. Que eu não me deixe levar pela tentação do arrivismo, mas aceite com gratidão para contigo, e para com os meus irmãos e irmãs, o lugar e a tarefa que me são destinados. E que, cada dia da minha vida, a minha alma exulte, porque derrubas os poderosos dos seus tronos e exaltas os humildes, porque fazes em mim, e por meio de mim, grandes maravilhas. Fonte: F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

ENCERRAMENTO DO MÊS MISSIONÁRIO E MARIANO NA SANTINHA

Na tarde da Terça Feira 31 de Outubro do corrente ano, as comunidades das Paróquias da Cidade de Gurúè - Santo António, São Bernardo e São Carlos Lwanga acompanhadas pelos respectivos Párocos e pelos Bispos D. Francisco Lerma, Bispo de Gurúè, e D. Manuel Chuanguira, Bispo emérito, foram em peregrinação até à Gruta da "Santinha", nas montanhas de Gurúè, onde se venera uma imgaem de N. S. de Fátima, para uma breve celebração mariana comemorando o Encerramento do Mês Mariano e Missionário.

QUINTA-FEIRA – XXX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES

QUINTA-FEIRA – XXX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES Nota: Em Moçambique, a Solenidade de Todos os Santos – 1º de Novembro – passa a ser celebrada no próximo Domingo. Primeira leitura: Efésios 6, 10-20 No mundo são muitas as forças que se opõem a Deus, e ao seu Flho, Jesus Cristo, forças que tentam afastar a criatura do Criador (v. 11b). Estas forças, que não são facilmente identificáveis, são superiores ao homem (v. 12). Todavia o cristão, que vive em comunhão com o Senhor recebe dele a força necessária para o combate (v. 10). Usando imagens militares, Paulo exorta o cristão, despojado do homem velho no baptismo (cfr. Ef 4, 22; Cl 3, 9), a revestir-se adequadamente: o cinturão, a couraça, as sandálias, o escudo, o elmo, a espada simbolizam a «armadura espiritual» da verdade, da justiça, da paz, da fé, da salvação, da palavra de Deus (vv. 14-17). Trata-se de dons que Deus derrama sobre os baptizados e que eles são chamados a acolher e a pôr em prática para viverem a liberdade dos filhos de Deus, livres do medo e das insídias do maligno, fortes e perseverantes nas provações até à realização dos tempos escatológicos (v. 13). A oração é o meio indispensável para receber os dons de Deus e levar a bom termo a batalha, isto é, viver e agir como cristão. Não se trata, porém, de uma oração qualquer, mas da oração incessante, animada pelo Espírito Santo (v. 18ª). Paulo alerta para o cansaço e para o desânimo, que podem assaltar-nos. Para evitá-los, é preciso rezar uns pelos outros, também por ele, Paulo, enviado a anunciar o Evangelho. Evangelho: Lucas 13, 31-35 Herodes, com os chefes religiosos de Israel, querem matar Jesus. O Senhor, alertado, com ou sem recta intenção, por alguns deles, reafirma a sua fidelidade ao mandato recebido do Pai: anunciar o tempo da salvação definitiva (cf. 2 Cor 6, 2). A expulsão dos demónios e as curas são sinais dessa salvação já presente (v. 32). Não há maldade humana capaz de mudar os desígnios de Deus. Lucas nota como Jesus está consciente de que vai ao encontro da morte cruenta (cf. Lc 9, 22; 9, 44; 17, 25; 18, 31-33), sorte idêntica à dos profetas (vv. 33-34ª; cf. 6, 22s.). Tal irá acontecer exactamente em Jerusalém, cujo nome curiosamente significa «Cidade da paz». Jesus anuncia a ruína dessa cidade (v. 35ª), uma ruína material (será destruída pelos romanos), mas também uma ruína espiritual, pois, recusando Jesus, não acolhe a realização das promessas. Mas o evangelista entrevê na aclamação triunfal de Jesus, ao entrar na cidade (cf. Lc 19, 28-39), o acolhimento do Salvador por Israel, no fim dos tempos, quando hebreus e pagãos, convertidos ao cristianismo, aclamarem juntos o Senhor. Verdadeiramente «os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis» (Rm 11, 29). A luta faz parte da vida cristã. Paulo, na primeira leitura, fala dessa luta. E pode fazê-lo como ninguém, porque sofreu na sua carne oposições, prisões, inúmeras dificuldades. Também Jesus, no evangelho de hoje, nos aparece rodeado de oposições. Herodes quer matá-lo, e os fariseus aproveitam para se livrarem d´Ele: «Parte, vai te daqui, porque Herodes quer matar te» (v. 31). O próprio Jesus verifica que Jerusalém, em vez acolher aquele que lhe leva a paz, o combate: Jerusalém mata os profetas e lapida os que lhe são enviados. Temos, pois, que aceitar que a nossa vida cristã, em qualquer das suas formas, também decorra em ambiente de combate. O combate espiritual sempre fez parte da vida cristã. Os velhos monges do deserto viveram-no intensamente, bem como os santos de todos os tempos. É preciso que também contemos com ele e o combatamos quando surgir a ocasião. Hoje parecemos todos pouco dispostos a isso e, ao primeiro embate, de qualquer inimigo, facilmente cedemos. Mas, sem combate, não há vitória. Algumas questões: Por quem combater? Contra quem combater? Que armas temos à disposição para o combate? Demos uma resposta cristã a estas perguntas, e não apenas uma resposta espontânea. Por quem combater? Jesus e S. Paulo não combatem por si mesmos. Jesus mostra claramente isso. Querem matá-lo. Se combatesse por si, tomaria as medidas adequadas. Mas, na realidade, não se preocupa consigo: aceita morrer e continua o seu ministério de salvação. Avança para Jerusalém, cidade que mata os profetas. Paulo também não combate em seu favor. Preocupa-se em anunciar o Evangelho e mais nada. Nem sequer pede aos cristãos que rezem para que seja libertado, para que ganhe o processo, para que os seus adversários sejam reduzidos à impotência. Rezai também «por mim; que, quando abrir a minha boca, me seja dada a palavra, para que, corajosamente, dê a conhecer o mistério do Evangelho, de que sou embaixador em cadeias; que, nele, eu possa falar aberta e corajosamente, tal como é meu dever» (vv. 19-20). Senhor Jesus, nós Te pedimos por todos os irmãos e irmãs que vivem em situações de provação. Que saibam resistir ao desânimo! Que saibam escutar o convite a recorrerem a Ti e não abandonem a Palavra que escutaram, a verdade em que acreditaram, a justiça que acolheram. Queremos especialmente pedir hoje pelos arautos do Evangelho: que, como Tu, perseverem, contra toda a oposição visível ou invisível. Que sejam fiéis à tua vontade, testemunhas da verdade, que por primeiros receberam, com a única preocupação de que sejas conhecido e amado, louvado e agradecido.. Fonte: Fernando Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia” |

terça-feira, 30 de outubro de 2018

QUARTA-FEIRA – XXX SEMANA – TEMPO COMUM – ANOS PARES - 31 OUTUBRO 2018

QUARTA-FEIRA – XXX SEMANA – TEMPO COMUM – ANOS PARES - 31 OUTUBRO 2018 Primeira leitura: Efésios 6, 1-9 Não só os esposos, mas também os pais e os filhos hão-de viver em recíproca submissão na comum obediência a Cristo (cf. 5,21). Os filhos hão-de lembrar-se do mandamento: «Honra pai e mãe» (Ex 20, 12ª). A obediência aos pais está relacionada com a obediência a Deus, que a ela liga a bênção, expressa em termos de fecundidade (v. 3; cf. Ex 20, 12b). Aos pais é confiada a tarefa da educação dos filhos. Devem realizá-la com suavidade e cuidado, como servidores da obra de Deus (v. 4). É Ele que dá inspiração e orientação a essa educação. Também as relações entre os escravos e os seus senhores recebem nova luz da mensagem cristã. Trata-se de relações entre pessoas «ambas» submetidas ao mesmo «Senhor» (v. 9b) que, sem qualquer favoritismo, reconhece e aprecia o bem realizado por cada um, e não o estado social que ocupa (v. 8). Para escravos e senhores vale a palavra do Senhor: «Sempre que o fizestes a um dos meus irmãos mais pequenos, foi a Mim que o fizestes» (Mt 25, 40). Quando o escravo, obedecendo ao dono obedece a Cristo, o seu serviço adquire um valor religioso, que exclui o servilismo ou a busca de ambíguas recompensas (vv. 5-7). O dono, por seu lado, deve tratar o escravo como trataria a Cristo, isto é, com o coração animado pela caridade, sem arrogância nem autoritarismo (v. 9ª). Evangelho: Lucas 13, 22-30 O sumário lucano do v. 22 introduz uma nova etapa da viagem de Jesus para Jerusalém. Jesus não responde directamente à pergunta com que abre a nova secção (v. 23), indicando o número dos que se salvam. Mas exorta a estar prontos e solícitos para acolher o Reino que vem. É urgente um compromisso total de todo o nosso ser e forças, como faríamos, se tivéssemos de entrar por uma porta estreita (v. 24). «Hoje» é o momento para esse compromisso: a salvação é o dom de Deus a que se adere fazendo o bem, e não simplesmente reclamando laços familiares com Jesus (vv. 25s.). A imagem do banquete escatológico, em que participam todos os povos da terra (v. 29), manifesta a salvação oferecida a todos os homens e acolhida por muitos pagãos. Estes, os «últimos» a receber o anúncio do Evangelho, serão os «primeiros» a entrar no reino de Deus, enquanto Israel, o primeiro a ouvi-lo, se verá excluído dele, se não o acolher (v. 30). A salvação não é questão de pertença étnica, mas de fé em Jesus. Não é o ser filhos de Abraão que assegura a salvação, mas o realizar as obras de Abraão (cf. Jo 8, 39) que, na esperança da redenção futura, acreditou e, pela fé foi reconhecido como justo (cf. Tg 2, 23). No tempo de S. Paulo, a situação social não era melhor que a de hoje: havia escravos e senhores. E não se punha a questão social como se põe hoje, isto é, não se procurava melhorar a condição das classes mais miseráveis e maltratadas, como eram os escravos. De vez em quando, havia revoltas de escravos que eram simplesmente esmagadas. E tudo continuava como dantes. Hoje, pelo contrário, procura-se melhorar a sociedade. S. Paulo não pensou em novas estruturas sociais, mas procurou transformar as existentes do modo mais profundo. E, se pensarmos bem, o seu método ainda continua a ser o mais decisivo. O papel da Igreja não é criar novas estruturas sociais e económicas, mas introduzir em todos os homens um espírito novo, animado pela consciência da igual dignidade de todos os homens e do amor de Cristo. Na carta ao Efésios, Paulo prega uma igualdade de fundo. Diz aos escravos: «cada um, escravo ou livre, será recompensado pelo Senhor, conforme o bem que fizer» E diz aos senhores: «Vós, os senhores, fazei o mesmo para com eles… sabendo que para o Senhor…não há acepção de pessoas». À igualdade fundamental corresponde a igualdade de comportamento. Depois de ter dito aos escravos que sejam obedientes aos senhores como a Cristo, prestando-lhes de boa vontade os serviços, como ao Senhor e não aos homens, Paulo exorta os senhores: «Fazei do mesmo modo para com eles» (v. 9). Esse modo é o «serviço». Os escravos devem servir alegremente os senhores e os senhores devem servir alegremente os escravos. Se assim não for, não terão feito algo de bom e serão julgados e condenados. É uma verdadeira reviravolta. Paulo não prega a liberdade por meio das reivindicações: quer suscitar em todos a vontade de servir, de prestar um serviço que, no fundo, é serviço de Deus: «servi de boa vontade, como se servísseis ao Senhor» (v. 8). Se assim for, toda a sociedade mudará naturalmente e concretizar-se-á uma igualdade fundamental. Esta é uma pregação mais difícil do que a da violência e das reivindicações. Mas é esta a perspectiva cristã, a única que corresponde à caridade divina: amar a todos, também aqueles contra quem temos de lutar. É esta a «porta estreita» pela qual Jesus nos convida a entrar: a porta estreita da caridade, que exige renúncia mas se abre à verdadeira vida, onde o coração se dilata até às dimensões de Deus. Fonte: Adaptação local de um texto de F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”