sábado, 7 de julho de 2018

VISITA PASTORAL Á PARÓQUIA S. TIAGO MAIOR DE NAMARRÓI. 7º DIA

VISITA PASTORAL Á PARÓQUIA S. TIAGO MAIOR
DE NAMARRÓI. 7º DIA
07.07.2018

O lugar das actividades hoje foi na  Comunidade de Wede
Concentraram-se os fiéis das 12 Comunidades das  Zonas Pastorais de Wede e Namaria.

ZONA PASTORAL WEDE. 

Comunidades cristãs: S. Família de Wede; S. Coração de Jesus de Muasapa: S. Gabriel de Ulea; S. Carlos Lwanga de Muahia; N. S. de Faátima de Nasere.

ZONA PASTORAL NAMARIA

Comunidades cristãs: S. João Baptista de Namaria; S. Ambrósio de Nakukya; S. Venâncio de Musano; S. Dinis de Ndalabwe; S. Paulo de Naura; S. André de Nantúkua; S. Maria Mãe de Deus de Mutuela.
Os crismados hoje foram 27.

Sábado – XIII Semana –Tempo Comum – Anos Pares – 07.08.2018


Sábado – XIII Semana –Tempo Comum – Anos Pares – 07.08.2018

Primeira leitura: Amós 9, 11-15

O Livro de Amós, depois de tantas denúncias e acusações, depois de tão duras e amargas predições, termina com palavras de alento e de esperança. Deus usará graça e misericórdia para com Israel, e há preparar-lhe um futuro de harmonia e de paz. Deus voltará a erguer a esburacada e arruinada tenda de David. A restauração de Israel assume características claramente messiânicas, com imagens do mundo agrícola, da radicação na terra e da permanente residência nela. Comer e beber em paz, na própria terra, é uma imagem do futuro reconciliado de Israel.

Estamos perante um oráculo profético inspirado que reafirma claramente a graça, a fidelidade e a misericórdia infinita de Deus para com o seu antigo povo, mas também com o seu novo povo, e para cada um de nós.

Evangelho: Mateus 9, 14-17

Jesus apresenta-se como o Messias esperado. Na linguagem simbólica oriental, as bodas simbolizavam o tempo da salvação. A imagem de Deus-Esposo, e das bodas como tempo da salvação, é recorrente no Antigo Testamento, particularmente em Oseias e em Isaías. O que havia de realmente novo nas palavras de Jesus era que Ele se apresentasse, realizando na sua pessoa, o conteúdo de um símbolo utilizado por Deus para descrever a sua relação de amor com o povo eleito (cf. Os 2, 18-20; Is 54, 5-6).

A esperança de que Deus se mostraria a Israel como esposo fiel, como verdadeiro marido, estava realizada em Jesus. O que agora importava era fazer parte dos amigos do noivo para se alegrarem nas suas bodas. O acto de comer já não podia ser conotado com renúncia, sacrifício, luto. Passara o que era velho. Chegara a plenitude dos tempos. Na presença de Jesus, o esposo ressuscitado da Igreja, o jejum, como sinal de luto, não é atitude conveniente. Se o cristão jejua, é para manifestar a sua espera confiante no regresso do Senhor. Aliás, a morte do Ressuscitado é celebrada, não no jejum, mas no comer o pão e beber o vinho, até que Ele volte!

A novidade introduzida no mundo por Jesus é ainda significada pelas imagens do pano novo e do vinho novo. A sua mensagem só pode ser recebida por um mundo novo, por homens novos, isentos de preconceitos, que se deixem moldar pelo Espírito.

Passou o que era antigo. Mas isso não queria dizer que tudo o que era antigo não tivesse valor. Por isso, Mateus acrescenta: «Desta maneira, ambas as coisas se conservam» (v. 17).

Alegremo-nos com as esplêndidas promessas de Deus ao seu povo. Graças à sua misericórdia e generosidade infinitas, depois do castigo, vem a festa, vem a alegria. O último versículo do livro de Amós promete essa festa, essa alegria definitiva: «Hei-de plantá-los na sua terra, e nunca mais serão arrancados da terra que lhes dei!» (9, 15). 

A restauração de Israel e as núpcias de Cristo com a Igreja ligam-se intimamente com a eucaristia, como contexto em que é proclamada a leitura. A esperança de Israel realiza-se no mistério pascal do Filho de Deus. O jejum, como tensão para o banquete do fim dos tempos, é já totalmente possível, já autorizado, mas apenas como memória da morte do Senhor. O Crucificado ressuscitou, mas o Ressuscitado continua crucificado, com as suas chagas. O espaço para o jejum cristão já não é o da esperança de um evento absolutamente novo: este evento já está dentro da história. O jejum cristão, pelo contrário, tem a ver com a vigilância, a paciência, a reserva histórica, com o «ainda não» daquele «já» que, na cruz de Cristo, se afirmou de uma vez para sempre.
Fonte: Adaptação local de um texto de F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”

sexta-feira, 6 de julho de 2018

SEXTA-FEIRA – XIII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES – 06.07.2018


SEXTA-FEIRA – XIII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES – 06.07.2018
Primeira leitura: Amós 8, 4-6. 9-12

As denúncias de Amós são tão realistas e objectivas, que mantêm uma enorme actualidade. A ambição dos poderosos é tal que já não suportam os dias de festa e de culto a Deus, esperando ansiosamente que terminem, para continuarem os seus negócios, muitas vezes à custa da exploração dos pobres e fracos, falseando os pesos e as medidas, aumentando os preços. Os abusos atingiam proporções tão desumanas, que os pobres, para sobreviverem, vendiam a própria liberdade e identidade, em que nem o próprio Deus ousa tocar. Amós revela uma espantosa coragem na denúncia do pecado social. 

Infelizmente, esse pecado continua a reinar nas sociedades do nosso tempo. Mas Deus jura fazer justiça naquele dia tão impreciso como certo (vv. 7-8), que, na literatura profética e apocalíptica, irá adquirindo características escatológicas.

Evangelho: Mateus 9, 9-13

O autor do primeiro evangelho apresenta-nos uma catequese sobre o pecado e sobre a reconciliação, unificando duas narrativas originariamente diferentes: uma sobre a vocação de Mateus e outra sobre a discussão suscitada pelo comportamento de Jesus, que andava na companhia de pecadores e de publicanos. 

A vocação de Mateus é apresentada em duas pinceladas que resumem o essencial: Mateus estava sentado à mesa dos impostos, pelo que ficamos a saber que era publicano; e, depois, a sua obediência imediata à palavra de Jesus, que o manda segui-Lo. O centro de interesse do evangelista está na palavra exigente de Jesus: «Segue-me». O chamamento feito por Jesus tem o mesmo tom imperativo, que Javé usara no Antigo Testamento. Por isso, era indiscutível e irrecusável. Mateus responde generosamente com plena liberdade e obediência. A obediência da fé.

A pergunta dos fariseus aos discípulos traduzia o escândalo e o descrédito que as «más companhias» de Jesus suscitavam nos bem-pensantes. A resposta de Jesus é desconcertante. A partir dela poderíamos raciocinar assim: Já que Deus se preocupa mais com o pecador do que com o justo, sejamos pecadores.

Paulo refere que havia quem assim pensasse (cf. Rm 6, 1). Mas Jesus não glorifica o pecado nem o pecador. Apenas o quer libertar, perdoar, e não considerá-lo inimigo, como faziam os teólogos da época. Quer reintegrá-lo na comunidade dos homens e na amizade de Deus.

Amós continua a denunciar a ganância dos negociantes e de todos os que são ávidos de dinheiro. Para realizarem «bons» negócios e amontoarem riquezas, não tem respeitam pelo próximo nem por Deus. Esmagam os pobres e fazem perecer os desvalidos da terra (cf. v. 4); esperam ansiosos pelo fim das festas religiosas para levarem por diante os seus intentos gananciosos (cf. v. 5). Não hesitam em ser desonestos para aumentar os lucros (v. 5). 

Todas estas injustiças bradam ao céu. Por isso, Deus, por meio do profeta, anuncia castigo severo: 

«Converterei as vossas festas em luto e os vossos cânticos em lamentações» (v. 10). 

E não será preciso um grande empenhamento de Deus para infligir o castigo. Ao pecar, do modo denunciado pelo profeta, Israel “reduz o tempo” (a Lua-Nova e o Sábado) a um calendário oportunista e pessoal, a simples ocasião para fechar negócios, com lucro imediato. E assim obtém, por si mesmo, o castigo. Perde o sentido do tempo, como amor e misericórdia, que encontraria «comendo com os pecadores», partilhando a necessidade de perdão que abre a porta à salvação e à alegria. 

É o que nos ensina Jesus quando responde aos fariseus, que se julgam «justos»: «Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores» (v. 13).
Também nós podemos cair na tentação de nos considerarmos «justos», vendo como pecadores só os outros. Mas, a verdade é que também pertencemos a um mundo onde reina a ganância, fonte de enormes injustiças. O nosso egoísmo contribui para agravar a situação. Arranjamos tempo para o que nos interessa. Mas não o encontramos para ajudar certas pessoas, para visitar doentes, e até para rezar. Assim nos tornamos semelhantes aos negociantes desonestos, cujos actos são verberados por Amós. 

Também nós corremos o risco do temível castigo anunciado pelo profeta: «Vaguearão… à procura da palavra do Senhor, e não a encontrarão» (v. 12). Todos os outros castigos anunciados por Amós são muito pouco, em comparação com este: procurar a Palavra de Deus e não conseguir encontrá-la. A infidelidade, e a falta de docilidade ao Senhor, podem levar à desolação espiritual. Nesse caso, nada mais nos resta senão a penitência, a procura perseverante da Palavra de Deus, a aceitação da própria desolação como castigo merecido pelos nossos pecados, na esperança de reencontrar o Senhor e de enveredar por uma vida mais fiel aos seus desejos.
Fonte: adaptação local de um texto de F. Fonseca em: “Dehonianos.org/portal/liturgia

quinta-feira, 5 de julho de 2018

QUINTA-FEIRA – XIII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES – 05.07.2018


QUINTA-FEIRA – XIII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES – 05.07.2018

Primeira leitura: Amós 7, 10-17

A pregação de Amós tinha despertado as consciências adormecidas das classes dirigentes de Israel. Amasias, cansado das denúncias e ameaças do profeta, tenta liquidá-lo apresentando-o ao rei como simples conspirador da casa real e do estabelecimento do povo na terra prometida. Nada diz sobre os verdadeiros fundamentos das ameaças do homem de Deus, isto é, sobre o pecado e a necessidade de conversão. E, sem esperar pela palavra do rei, Amasias dá ordem de expulsão a Amós: 

«Sai daqui, vidente, foge para a terra de Judá e come lá o teu pão, profetizando» (v. 12).

As palavras do sacerdotal de Betel são insultuosas, como se Amós andasse a servir-se da sua missão profética para sobreviver, como outros faziam em Israel. Por isso, responde com o testemunho de uma identidade legitimada e querida por Deus: 

«Eu não era profeta, nem filho de profeta… O Senhor pegou em mim, quando eu andava atrás do meu rebanho, e disse-me: ‘Vai, e profetiza ao meu povo de Israel’» (vv. 14-15). 

Amós não é, pois, um qualquer ganha-pão profissional. Podia viver folgadamente do seu trabalho. Foi o Senhor que o tirou detrás do seu rebanho e o enviou a profetizar.

Evangelho: Mateus 9, 1-8

A cura do paralítico é-nos contada pelos três Sinópticos. Como em outros casos, também aqui Marcos está por detrás dos relatos de Mateus e de Lucas. Mateus, mais uma vez, estiliza a cena, reduzindo-a ao essencial. A chave para descobrirmos a intenção do evangelista está nas palavras: «Vendo Jesus a fé deles, disse ao paralítico: «Filho, tem confiança, os teus pecados estão perdoados» (v. 2). 

Jesus tem poder para perdoar os pecados. A cura do paralítico prova-o. Mas Jesus dá outra prova desse poder: sabe o que os escribas estavam a pensar, sem que ninguém lho tivesse dito. Por conseguinte, Jesus tem um poder sobre-humano, sobrenatural, concedido pelo Espírito. E assim se revela a sua dignidade única e se justifica o seu poder único, que Lhe permite perdoar pecados. A multidão compreende e dá glória a Deus «por ter dado tal poder aos homens» (v. 8).

O poder Jesus para perdoar pecados foi comunicado à Igreja e, dentro da Igreja, aos homens escolhidos por Ele para desempenharem directamente a missão do perdão. O poder de perdoar os pecados é inseparável da pessoa de Jesus e da sua Igreja.

Amós anunciava catástrofes terríveis. As suas palavras não eram agradáveis de ouvir. Predizia a ruína de Israel, a morte de Jeroboão, o exílio do povo. Por isso, foi considerado um adversário político da casa de Jeroboão e, por conseguinte, “aconselhado” a ir-se embora. O sacerdote de Betel disse-lhe: «Sai daqui, vidente, foge para a terra de Judá e come lá o teu pão, profetizando. Mas não continues a profetizar em Betel, porque aqui é o santuário do rei e o templo do reino» (vv. 12-13).

Ao anunciar os castigos de Deus, o profeta Amós é considerado um homem politicamente perigoso. Por isso, é mandado para o exílio. O mesmo acontece com Jeremias: quando anuncia a queda de Jerusalém, a destruição do templo, é considerado um derrotista, um homem politicamente suspeito, sendo preso e ameaçado de condenação à morte. E assim se calam os profetas, na ilusão de que, uma vez silenciados, não se concretizem as ameaças anunciadas. Mas, quem assim pensa e faz, só acrescenta pecado ao pecado, atraindo um castigo maior. Por isso, a melhor atitude é tomar a sério as palavras dos enviados de Deus, convertendo-se.

Foi a atitude do rei e da povoação de Nínive, quando Jonas lá foi pregar: «Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, ordenaram um jejum e vestiram-se de saco, do maior ao menor» (Jn 3, 5). Os ninivitas procuraram remédio eficaz contra os perigos anunciados pelo profeta. Assim, «Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho, e, arrependendo-se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez» (Jn 3, 10). 

Também nós podemos tomar uma das duas atitudes, quando escutamos qualquer aviso da parte de Deus, através de um homem de Deus, de uma leitura ou de um acontecimento. Ignorar a mensagem pode ser uma atitude fácil. Mais fácil ainda pode ser criticar os pastores da Igreja ou os superiores que no-las comunicam. Mas a melhor e mais útil atitude será acolher a graça da conversão. 

Quando o Senhor nos quer purificar, faz-nos chegar diferentes formas de aviso. Nesses casos, convém tomar a sério o salmo: «Hoje, se escutardes a sua voz, não endureçais os vossos corações» (Sl 95, 7-8). Os avisos de Deus são inspirados pelo seu amor para connosco. Quer que nos convertamos para nos conduzir à vida em plenitude. 

O perdão do pecado, plasticamente realizado na cura do paralítico, significa o poder do Filho do homem na terra, que in
augura uma nova criatura, um novo povo, novos céus e nova terra. Mas tudo passa pelo acolhimento do convite à conversão:

«Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho» (Mc 1, 15).

Também na vida do religioso há sempre a necessidade da renovada conversão, proposta na catequese apostólica. Os Apóstolos falam de conversão a cristãos que já têm experiência de uma prolongada permanência na Igreja… 

Se lermos as sete cartas aos sete bispos das igrejas da Ásia Menor (cf. Apoc 2-3) recolhemos esta preocupação de fundo: acordar o primitivo fervor, porque chegou um período do cansaço, da má doença da habituação; pende sobre nós o risco da tibieza. É o Espírito de Jesus que fala. Há que escutá-lo!
Fonte: Adaptação local de um texto de F. Fonseca em: “dehonianos.org/portal/liturgia”

quarta-feira, 4 de julho de 2018

QUARTA-FEIRA – XIII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES – 04.07.2018


QUARTA-FEIRA – XIII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES – 04.07.2018

Primeira leitura: Amós 5, 14-15. 21-24

Tal como a eleição e os privilégios estavam sujeitos a condições, nomeadamente à fidelidade à aliança, também agora, o juízo condenatório de Javé, e os inerentes castigos, estão sujeitos à resposta de Israel. Se se obstinar na sua malícia, não poderá fugir ao castigo; mas se buscar o Senhor, viverá (cf. 5, 6). Ora, buscar a Deus é «detestar o mal e amar o bem, restabelecer a justiça no tribunal» (v. 15). Se buscarem a Deus, hão-de viver, porque Deus é o princípio de toda a existência. «Detestar o mal, amar o bem», permite viver na presença do Senhor. Sem justiça, não há culto que agrade a Deus, que o torne presente ao seu povo. O culto sem justiça é um culto sem verdade. É mentira e hipocrisia, que não só não agrada, mas ofende ao Senhor. Os sacrifícios agradam a Deus, quando os que os oferecem respeitam a equidade e a justiça.

Evangelho: Mateus 8, 28-34

Fundamentalmente, a cena pretende descrever um encontro de Jesus com os pagãos, dominados pelas forças do mal, como já aconteceu no episódio do centurião (Mt 8, 1-17). Mas, enquanto o centurião acreditou e aceitou Jesus, os habitantes de Gádara não crêem e rejeitam-no.
A imagem dos «sepulcros», a força de Jesus diante dos demónios e a sua «fraqueza» diante dos homens faz desta cena o claro reflexo de uma meditação sobre a paixão, incluindo a rejeição pelos homens, bem expressa no pedido dos gadarenos para que Jesus se retire da sua cidade. A expressão «antes do tempo» (v. 29) também indica a relação desta cena com a paixão, quando Jesus, ainda que expulso da cidade santa, irá vencer sobre a força negativa da morte, da dispersão da Igreja, abrindo passagem para que fosse possível «passar por aquele caminho» (v. 28). O poder de Jesus só se revela no mistério insondável da cruz.

A tendência para separar o culto da vida é bastante espontânea. Facilmente se organizam belas festas, pensando que elas agradam a Deus, enquanto se vive de modo egoísta, procurando obter proveito mesmo à custa dos outros, da verdade e da justiça. Os profetas nunca aceitaram esta separação entre o culto e vida real. Deus exige coerência entre o culto e a vida. 

Na primeira leitura, Amós denúncia o culto meramente exterior, sem coerência de vida. Proclama Amós, fazendo-se arauto de Deus: «Detesto e rejeito as vossas festas; e não sinto nenhum gosto nas vossas assembleias… Antes, jorre a equidade como uma fonte, e a justiça como torrente que não seca» (vv. 22.24). 

Isaías e Jeremias vão na mesma linha. O culto que Deus exige de nós é uma vida em consonância com a sua vontade, com a sua justiça, com a sua generosidade. Se assim não for, de nada servem cerimónias pomposas: «Afastai de mim o vozear dos vossos cânticos, não quero ouvir mais a música das vossas harpas» (v. 23). O importante é buscar «o bem e não o mal» (v. 14). 

Também o culto cristão não se pode limitar “a assistir” passivamente à Eucaristia, ou a participar em qualquer outra celebração religiosa. O cristão há-de participar na celebração da Eucaristia acolhendo o dinamismo posto em acção por Jesus na Última Ceia: «Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo» (Jo 13, 1).
A Eucaristia encerra um extraordinário dinamismo de amor. Não faz sentido ir à missa sem se deixar envolver por esse dinamismo, sem, como Jesus, nos pormos generosa e humildemente ao serviço dos outros.
Celebrar a Eucaristia é pôr-se ao serviço de Deus, para que Ele nos ponha ao serviço dos irmãos. Não se trata de imolar animais, como nos sacrifícios que Amós criticava, mas de se imolar a si mesmo ao serviço de Deus e ao serviço do próximo. 

«Exorto-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus. Seja este o vosso verdadeiro culto, o espiritual» (Rm 12, 1).
Admiramos a fé, a coragem e a extrema coerência de João Paulo II, que fez da sua vida uma eucaristia, um culto espiritual agradável a Deus, e ao serviço da humanidade. 

Mas também nos espantam tantos cristãos que, fascinados pela Eucaristia, vivem uma completa e sincera doação a Deus, no serviço às missões e aos mais carenciados dos homens. Será possível que esta sua fé, a mentalidade que dela deriva, o estilo de vida em tantas obras ao serviço dos mais pobres e marginalizados dos homens, não tenha influência sobre o desenvolvimento do mundo? Santos apóstolos, missionários, numerosos leigos cooperaram para o progresso de povos inteiros, não só como fundadores de escolas, hospitais, obras sociais, ensinando artes e ofícios, mas também dando Cristo como verdade, como amor, como perdão. É uma civilização do amor, uma civilização eucarística que, centrada na liturgia e realmente vivida, transforma o homem a partir de dentro, “penetrado por aquele sopro de vida que provém de Cristo” (RH, 18).
Fonte: adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia”