sábado, 26 de janeiro de 2019

SÁBADO - II SEMANA – TEMPO COMUM – ANOS ÍMPARES


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TEMPO COMUM – ANOS ÍMPARES
Primeira leitura: Hebreus 9,2-3.11-14
O autor da Carta aos Hebreus continua a falar do sacerdócio de Cristo, da sua capacidade de ser intermediário entre Deus e os homens, e entre os homens e Deus.
A mediação de Cristo não se realiza como no Antigo Testamento, ou seja, penetrando num lugar material, no Santo dos Santos, onde o Sumo Sacerdote podia entrar apenas uma vez por ano.
 Com Jesus, tudo muda: o culto exterior torna-se interior porque Cristo entra uma vez para sempre no santuário do céu oferecendo o seu Corpo santíssimo como oferenda viva e agradável a Deus, alcançando-nos, pelo seu Sangue, a salvação.
Esse Sangue é o preço do sacrifício perfeito em que, também nós, participamos. Animado pelo Espírito, Jesus ofereceu-Se ao Pai, dando-nos a possibilidade de também nós entrarmos na festa do dom recíproco entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
O novo culto não é um conjunto de ritos exteriores, mas um movimento festivo de honra prestada e recebida entre as Pessoas da Santíssima Trindade.
Em Jesus, realizou-se o que era impossível aos sacerdotes da antiga aliança. Por isso, Jesus Cristo é chamado pontífice dos bens futuros (2, 5), da cidade futura (13, 14), da herança eterna prometida (9, 15).
Evangelho: Marcos 3, 20-21
A presença e a actividade de Jesus adquirem notável ressonância. Mas essa ressonância não leva necessariamente à fé. Jesus tem de enfrentar as primeiras recusas, a começar pela dos seus familiares que decidem tomar medidas drásticas contra os embaraços que lhes estava a causar, pois diziam:
Está fora de si!» (v. 21).
A consanguinidade não é suficiente para criar sintonia com o Evangelho. Jesus vive o dom total de Si mesmo para com todos. Os seus familiares, em vez de O apoiarem e seguirem, querem impor-Lhe bom senso, prudência humana.
No fundo estamos perante a mesma questão de sempre: ou seguir Jesus, doando-nos sem cálculos nem reservas, ou tentar tomar conta d´Ele de um qualquer modo, como fizeram os seus inimigos, para O vergarmos aos nossos interesses mesquinhos.
A Carta aos Hebreus fala-nos do dom total de Si mesmo feito por Jesus Cristo. Jesus, animado por um «Espírito eterno, ofereceu-se a si mesmo a Deus, sem mácula» (v. 14). Cristo realizou a oblação perfeita de Si mesmo, uma oblação bem diferente das oblações do culto antigo, antes referido. Jesus entrou no santuário, «não com o sangue de carneiros ou de vitelos, mas com o seu próprio sangue» (v. 12).
Oferecer coisas externas é relativamente fácil; oferecer a si mesmo é mais difícil. Jesus mostrou-nos este caminho: não ofertas externas, mas ofertas pessoais. Oferecer a si mesmo, pôr-se à disposição do amor de Deus, para o serviço dos irmãos e das irmãs, até ao ponto de pôr em perigo a própria vida, se for necessário!
Jesus pôde fazer esta oferta pessoal perfeita porque não tinha qualquer mancha, era imaculado, perfeitamente íntegro. Por outro lado, pôde oferecer-Se a Si mesmo porque tinha uma generosidade inspirada pelo Espírito Santo: «pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo a Deus» (v. 14). A sua oblação transformou o sangue derramado em sangue de aliança, em sangue que purifica e santifica.
O sangue de Cristo, graças a esta oblação, «purificará a nossa consciência das obras mortas» e pôr-nos-á em condições de «prestarmos culto ao Deus vivo!»
Na verdade, Jesus estava «fora de si» (v. 21). S. Paulo fala-nos da «loucura da cruz» (1 Cor 1, 18), uma loucura de amor, uma loucura fecunda. Depois de Jesus, quantos seus discípulos foram acusados de loucos por desprezarem a sabedoria deste mundo e se entregarem completamente à sabedoria da cruz, oferecendo-se inteiramente a Deus e ao serviço dos irmãos.
Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

CONVERSÃO DE S. PAULO - 25 JANEIRO 2019


CONVERSÃO DE S. PAULO - 25 JANEIRO 2019 

Saulo, cidadão romano por privilégio da sua cidade natal, Tarso, era um judeu convicto, formado na escola de Gamaliel, em Jerusalém. opôs-se decididamente à nova fé que começava a propagar-se na Palestina e arredores.  Clamou pela morte de Estêvão, e tomou parte nela, guardando as capas dos que apedrejavam o protomártir. Perseguiu violentamente os crentes em Jesus Cristo. O seu nome causava terror nas comunidades cristãs. Ao dirigir-se para Damasco para prender os cristãos que lá encontrasse e conduzi-los a Jerusalém, encontrou Jesus ressuscitado.
 Esse encontro mudou-lhe para sempre a vida, com a sua forma de crer e de pensar. Jesus ressuscitado, que ele perseguia, tornou-se o centro da sua espiritualidade e da sua teologia. 

Em Antioquia, Saulo faz a sua primeira experiência de vida cristã. Tornado apóstolo do evangelho, com o nome de Paulo, Antioquia será também o ponto de partida para as suas viagens missionárias. 

Funda diversas comunidades na Ásia e na Europa. escreve-lhes cartas que testemunham o seu amor a Jesus Cristo e à Igreja, e nos dão elementos importantes da sua teologia. 

Como apóstolo verdadeiro e autêntico, Paulo tem sempre o cuidado de voltar a Jerusalém para se confrontar com os outros apóstolos e não correr em vão.
Há muitos séculos que a festa da conversão de S. Paulo foi fixada no dia 25 de Janeiro, talvez por causa da data da transladação do seu corpo, que actualmente repousa na basílica de S. Paulo fora dos muros, em Roma.

Primeira leitura: act 22, 3-16

Este é um dos três relatos com que lucas enriquece a história da primitiva comunidade cristã. Sem se preocupar com o rigor histórico, - alguns pormenores são mesmo improváveis -, o autor do livros dos actos pretende personificar em Paulo a justificação do cristianismo e a falta de razão do judaísmo.

O evento de Damasco articula-se em três momentos: um diálogo de reconhecimento mútuo entre jesus ressuscitado e Saulo de Tarso; a conversão de Saulo revelada na pergunta: "que hei de fazer, Senhor?"; a missão: quem conheceu a vontade de Deus e viu o justo recebendo a palavra da sua boca, torna-se testemunha do que viu e ouviu. doravante, para Paulo, a única forma de vida é ser missionário.

Evangelho:Mc 16, 15-18

Paulo não pertenceu ao grupo dos doze. Mas a liturgia aplica-lhe também as palavras de Jesus aos doze, no momento em que subia ao céu:
 "Ide pelo mundo inteiro, proclamai o evangelho a toda a criatura" (v. 15).
Paulo, depois da sua experiência de fé e de comunidade, torna-se verdadeiro apóstolo de Jesus.

Desde sempre a Igreja entendeu que o mandato missionário do ressuscitado se dirigia também a ele. Paulo submete-se e obedece. Deus quer salvar a humanidade com a colaboração da própria humanidade. Jesus precisa de missionários-testemunhas. 

A salvação é fruto da pregação e realiza-se pelo ato de fé de quem a escuta: "quem acreditar e for batizado será salvo" (v. 16).
Deus, que nos criou sem nós, não nos salva sem a nossa colaboração.
Os sinais e prodígios que acompanham a pregação dos apóstolos manifestam a presença consoladora de Deus no meio de nós.
Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia”

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

5ª- FEIRA T C - ANOS ÍMPARES - II SEMANA - 24 JANEIRO 2019

5ª- FEIRA T C - ANOS ÍMPARES - II SEMANA - 24 JANEIRO 2019 Primeira leitura: Hebreus 7, 25-8, 6. O autor da Carta aos Hebreus apresenta-nos Jesus como o Sumo sacerdote de que precisávamos, um Sumo sacerdote «santo, inocente, imaculado» (v. 26). Ao contrario dos sumos sacerdotes do Antigo Testamento, Ele não precisa de oferecer um sacrifício pelos seus pecados, antes de o oferecer pelos nossos, porque ofereceu a Si mesmo perfeitamente, completamente, de uma vez para sempre imolando-se na cruz. E chegámos ao ponto capital de tudo o que o autor vai dizendo: Jesus que assumiu plenamente a natureza humana, é e permanece eternamente o Filho sentado à direita do Pai, sempre vivo a interceder por nós. O que era apenas sombra e figura no Antigo Testamento foi perfeitamente realizado porque, em Jesus, Deus veio ao nosso encontro para nos aproximar d´Ele. Em Cristo, coincidem o oferente e a oferta, o sacerdote e a vítima, realizando uma mediação única e extraordinária entre Deus e o homem. Cristo ofereceu-Se a Si mesmo pelo sacrifício da entrega da sua vida, que teve lugar de uma vez para sempre. Evangelho: Marcos 3, 7-12 Nos textos escutados nos últimos dias, Jesus mostra que é inútil querer aproveitar as instituições judaicas para nelas infundir a novidade evangélica do reino de Deus. Então retira-se para o mar de Genesaré. A sua acção, que até aí se desenvolvera na sinagoga, ou perto dela, abria-se agora a horizontes mais vastos. Começa uma nova secção do evangelho de Marcos. A actividade de Jesus alarga-se e causa admiração nas multidões que O rodeiam com tal entusiasmo que põem em risco a sua integridade física. Jesus tem de pedir aos discípulos que Lhe aprontem um barco para se precaver. Mas o entusiasmo das multidões é ainda superficial, porque não leva à decisão da fé (6, 6). São pessoas que sofrem de várias doenças e que se lançam sobre Ele (cf. v. 9) como que para Lhe arrancar uma força benéfica que os cure. Os demónios aproveitam a situação para encenar uma grande propaganda sobre Jesus: «Tu és o Filho de Deus» (v. 11). Dizem a verdade, mas de um modo que a tornam vã. Querem antecipar a glória de Jesus para tentar evitar a cruz que a torna verdadeira. Mas Jesus proíbe-os de falarem d´Ele. Jesus não é um curandeiro, mas o enviado do Pai que narra o que Deus quer dar a conhecer de Si mesmo, e o que realmente pede aos homens, inclusivamente nos seus actos religiosos. Marcos descreve a multidão que precipitadamente envolve Jesus, levando-O a entrar numa barca para não ser molestado. O Senhor atrai pela sua bondade, pelo seu poder, gente da Galileia, da Judeia, de Jerusalém, mas também de regiões mais afastadas, como a Idumeia, a Transjordânia, Tiro e Sidon, terras pagãs. Vinham para obter a cura dos seus doentes e para alcançar a paz de Deus para os seus ansiosos corações. A Carta aos Hebreus abre outra perspectiva a quem se sente aflito pelas doenças e outras provações da vida. Falando de Jesus, afirma: «Tal é o Sumo Sacerdote que nos convinha: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado acima dos céus» (v. 26). O Filho de Deus fez-se homem para realizar um acto único, perfeito, agradável ao Pai, oferecendo-Se a Si mesmo na fraqueza, na morte. Toda a sua existência, que culminou no dom de Si mesmo na cruz, tem a ver connosco, com a nossa vida, com as nossas canseiras e sofrimentos. Não vale a pena vivê-los afogados em vãos lamentos, em mal reprimida insatisfação. É melhor lançá-los generosamente no tesouro do seu generoso sofrer por amor, naquele acto perene que o torna sempre vivo a interceder por nós. Não há efectivamente ocupação ou adversidade que possa impedir-nos de lançar o olhar do nosso coração para a sua cruz e encher-nos da força de um acto de renovada adesão à vontade do Pai. Só assim saborearemos a doçura de ser curados das chagas do nosso cansaço para reencontramos a alegria de sermos filhos no Filho. O texto de Marcos termina com os demónios a quererem revelar, antes do tempo, a identidade de Jesus e a sua grandeza. O Senhor opõe-se severamente porque sabe que a sua obra exige o sacrifício de Si mesmo, e que a sua dignidade de Filho de Deus só poderá ser verdadeiramente revelada na cruz. É o que também nos diz a primeira leitura: «Ele não tem necessidade, como os outros sacerdotes, de oferecer vítimas todos os dias, primeiro pelos seus próprios pecados e depois pelos do povo, porque Ele o fez uma vez por todas, oferecendo-se a si mesmo» (v. 27). Cristo realizou o culto perfeito, que não é apenas um símbolo como o antigo culto dos sacerdotes hebreus, que apenas era «uma imagem e uma sombra das realidades celestes» (v. 5). Ele recebeu um ministério mais elevado, que realiza de verdade o projecto de comunhão com o sacrifício de Si mesmo. Na oração sacerdotal, Jesus mostra-se consciente da obra que tem para realizar «santificando a Si mesmo», isto é, sacrificando a sua vida. O Filho de Deus não assumiu a natureza humana só para curar as nossas doenças. Assumiu-a, sobretudo, para transformar a nossa natureza e restabelecer a relação entre Deus e nós. Como escreve o autor da Carta aos Hebreus, Cristo recebeu «um ministério tanto mais elevado, quanto maior é a aliança de que é mediador, a qual foi estabelecida sobre melhores promessas» (Heb 8, 6). Em cada missa, havemos de aproximar-nos de Cristo com a pressa impaciente das multidões da Palestina e das regiões próximas, não só para que nos cure, mas para que nos ajude a descobrir um novo sentido para os nossos sofrimentos e, sobretudo, a uni-los aos seus para glória e alegria do Pai e salvação do mundo. O seu sacrifício, oferecido uma só vez, está à nossa disposição, para nos curar de todos os males, mas também para nos dar a graça necessária para transformar a nossa vida, com Ele, n´Ele e por Ele, oferta viva, santa e agradável. Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

D. FRANCISCO LERMA FOI NOMEADO PROFESSOR HONORÁRIO DE ANTROPOLOGIA CULTURAL PELA UNJVERSIDADE CATÓLICA DE MÚRCIA (ESPANHA).

D. FRANCISCO LERMA FOI NOMEADO PROFESSOR HONORÁRIO DE ANTROPOLOGIA CULTURAL PELA UNJVERSIDADE CATÓLICA DE MÚRCIA (ESPANHA).

 “O Presidente e a Reitora da Universidade Católica S. António de Múrcia (Espanha), conforme a proposta formulada pelo Excelentíssimo Sr. Presidente de esta Universidade e em consequência do acordo adoptado pelo seu Conselho de Governo, na sessão celebrada no dia 15 de Janeiro de 2019, nomeia o:

 Excelentíssimo e Reverendíssimo Mons. Francisco Lerma Martínez, Professor Honorário de Antropologia Cultural, 

E como prova, se expede o presente diploma em Múrcia (Espanha) aos 22 de Janeiro de 20119.

 Assinado:
 O Presidente: José Luis Mendoza Pérez.
A Reitora: Josefina García Lozano

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

4ª- FEIRA - II SEMANA - TEMPO COMUM - ANOS ÍMPARES - 23 JANEIRO 2019

4ª- FEIRA - II SEMANA - TEMPO COMUM - ANOS ÍMPARES - 23 JANEIRO 2019 Primeira leitura: Hebreus 7, 1-3.15-17 No texto da Carta aos Hebreus, que hoje escutamos, entra em cena Melquisedec, figura misteriosa de que o autor sagrado se serve para provar e realçar, não só o sacerdócio de Cristo, mas também a superioridade deste relativamente ao sacerdócio levítico. Melquisedec significa «rei de justiça», qualificado pelo autor como «sacerdote do Deus Altíssimo». Enquanto as ascendências de outras figuras do Antigo Testamento são minuciosamente descritas, Melquisedec diz-se que é «Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida» (v. 3). Este «rei de paz» (v. 2), superior ao próprio Abraão, que abençoe as oferendas de pão e de vinho, no Vale do Rei, e a quem Abraão paga os dízimos, é figura de Jesus, único sumo e santo sacerdote, não em virtude de uma descendência carnal, mas por ser Filho de Deus. O seu sacerdócio torna-O eterno e único mediador entre Deus e os homens. Verdadeiro Deus e verdadeiro homem, fala ao Pai usando palavras humanas e é aceite porque é o único santo e imaculado. O seu sacerdócio e o seu culto levam simultaneamente à plenitude a realeza de David - a cuja descendência Jesus pertence segundo a carne - e o sacerdócio do Antigo Testamento representado por Melquisedec. Agora, o povo de Deus pode aceder ao culto novo e perfeito inaugurado por Jesus no seu corpo imolado na cruz e à nova lei, o Evangelho. Evangelho: Marcos 3, 1-6 Jesus entra na sinagoga em dia de sábado. Há um homem doente que O espera. Mas também há quem esteja atento para apanhar Jesus em qualquer falha contra a lei. Jesus dá-se conta da hostilidade mais ou menos disfarçada dos seus adversários e enfrenta-os decididamente. Põe no centro o homem que tinha a mão paralisada e interroga os adversários sobre a liceidade de fazer ou não fazer o bem em dia de sábado. Responde com um silêncio eloquente, que causa tristeza a Jesus. É a quinta e última polémica de Jesus com os seus adversários, em que acaba por reafirmar o Evangelho transcende toda a «ordem estabelecida», e que ela deve ser relativizada quando não concorrer para o bem do homem. O clima está cada vez mais carregado. Mas o Senhor não se deixa intimidar. Continua fielmente o seu serviço profético, insistindo numa instituição sabática que sirva o homem. É um drama que se irá repetir muitas vezes até ao fim. Fazer bem ao homem, exigirá a Deus o preço da eliminação do seu Filho. O autor da Carta aos Hebreus, com admiração, vê na misteriosa figura de Melquisedec uma imagem de Cristo ressuscitado, que não tem pai nem mãe terrenos. A novidade de vida da ressurreição não tem origem terrestre. Jesus ressuscitado é Filho de Deus, também na sua natureza humana, e permanece assim sacerdote eterno. Esta descrição mostra a atitude dos primeiros cristãos na leitura do Antigo Testamento. Com alegria, por vezes com espanto, viam nele delinear-se a figura de Cristo, e enchiam-se de júbilo ao verificar que Deus tinha preparado a revelação de Cristo desde há muito tempo. «O Novo Testamento está escondido no Antigo», dirá Santo Agostinho, e Cristo, ao chegar, ilumina todo o Antigo Testamento. O que parecia misterioso e quase inexplicável torna-se claro porque se revela uma profecia de Cristo. Também nós somos chamados a ler o Antigo Testamento a esta luz cristã e a encontrar nele uma fonte de grande consolação espiritual, porque se aprofunda a nossa fé e nos damos conta com alegria que Deus, desde sempre, dispôs todas as coisas e todos os acontecimentos para glorificação do seu Filho. Ele veio para ser o santo e sumo sacerdote, e para nos dar a sua maravilhosa dignidade. Uma vez consumado na cruz o seu santo sacrifício, todo o homem pode oferecer ao Pai, por meio d´Ele e participando no seu sacerdócio, o único e perfeito sacrifício. Cada um reencontrou a inesperada dignidade de falar com Deus, de Lhe oferecer toda a Criação e, mais ainda, de ser aos seus olhos uma imagem viva do seu Filho muito amado no qual pôs todo o seu enlevo. No evangelho contemplamos a vitória do Filho de Deus feito homem sobre a paralisia de um homem e sobre a interpretação opressiva da Lei pelos fariseus. Os seus adversários, indiferentes ao significado transcendente do milagre, só queriam surpreendê-lo a fazer uma cura ao sábado para O acusarem de violar o dia santificado. Mas Jesus indignado e entristecido com aquela cegueira moral, continua a cumprir o seu programa messiânico, obediente e fiel ao Pai, atento e solícito para com os homens. Fonte: “dehonianos.org/postal/liturgia”

3ª- FEIRA - T C- ANOS ÍMPARES - II SEMANA - 22 JANEIRO 2019

3ª- FEIRA - T C- ANOS ÍMPARES - II SEMANA - 22 JANEIRO 2019 Primeira leitura: Hebreus 6, 10-20 O autor da carta aos Hebreus fixa a sua atenção nos perigos que ameaçavam os seus leitores, talvez a perseguição durante a qual havia sempre alguém que acabava por cair na apostasia. Dai a exortação à fidelidade e o apontar do prémio e sua garantia. Foi-nos oferecida uma grande esperança, uma esperança segura e firme que nos faz penetrar nos céus com Jesus, que é para nós Caminho para o Pai. Jesus é o Sumo sacerdote - prefigurado em Melquisedec - que penetrou no santuário, isto é, nos céus, e está sentado à direita do Pai sempre a interceder por nós. «Nós os que procurámos refúgio em Deus, agarrando-nos à esperança proposta» (v. 18) vemos realizada em Jesus a nossa aspiração. Assim verificamos que Deus, que prometeu recompensar toda a obra de bem, como Jesus nos revelou, é verdadeiro e bom. Um simples copo de água, dado em seu nome, não ficará sem recompensa. Deus «não é injusto» (v. 10) e não esquece o que se faz aos irmãos na fé, por seu amor. Há que não ceder à preguiça e imitar os Patriarcas, especialmente Abraão, nosso pai na fé, e perseverar até à realização das promessas, particularmente a de alcançarmos o Senhor Jesus na sua glória. As promessas e o juramento feitos a Abraão são válidos também para nós. É esta a esperança segura, o princípio do optimismo e da coragem para permanecer na fé, âncora da alma. Evangelho: Marcos 2, 23-28 Este breve texto realça a autoridade definitiva de Jesus e um dos princípios centrais do Evangelho: a libertação da «alienação legal». Como dirá S. Paulo, Cristo veio libertar o homem da tirania da Lei (cf. Rom 3, 20; 4, 13; 6, 14; 8, 2; Gal 1, 4-5, etc). A autoridade do «filho do homem» é uma autoridade em favor do homem. Jesus não veio condenar o homem, mas salvá-lo de toda a alienação, em primeiro lugar da alienação legal. Toda a lei, mesmo a mais sagrada, é em função do homem e não vice-versa. Marcos não indica claramente o objecto da transgressão dos discípulos. Mas, mais do que eles, é Jesus que é posto em questão. O Senhor responde: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os que estavam com ele?» (v. 25). Se o velho rei, por motivos de força maior, podia passar sobre a lei, quanto mais Jesus o podia fazer! Mais ainda: a autoridade de Jesus permitia-lhe ab-rogar o sábado e substituí-lo por outro dia. O Evangelho transcende a «ordem estabelecida». O cristão relativiza a ordem legal quando ela não está «em função do homem». A primeira leitura, bastante complicada, apresenta-nos um pensamento fundamental simples e muito importante: é preciso conservar a esperança: «cada um de vós mostre o mesmo zelo para a plena realização da sua esperança até ao fim» (v. 11). A esperança dá juventude, dá dinamismo. A falta de esperança provoca velhice precoce e leva a todo o tipo de desordens, como ensina Paulo aos Romanos. Para nos manter na esperança, Deus adaptou-se aos modelos humanos: fez um juramento a Abraão e deu-nos um sumo sacerdote perfeito, Jesus Cristo. Uma vez que Ele nos representa, a sua glorificação é também nossa e, por isso, a nossa esperança é como «uma âncora segura e firme da alma, que penetra até ao interior do véu onde Jesus entrou como nosso precursor» (vv. 19-20). Se Jesus penetrou no céu como nosso precursor, temos a certeza de lá O encontrar. Além destes grandes motivos de esperança, temos muitos outros que Jesus nos deixou durante a sua vida histórica. No evangelho de hoje, Ele apresenta-nos Deus como o Senhor do tempo e da história, como liberdade absoluta, que não é reduzível a qualquer medida humana ou religiosa. A liberdade soberana de Deus coincide com o seu amor, que se manifesta na predilecção pelos mais pequenos, na capacidade de ver para além das aparências, no reconhecer o primado da pessoa humana afirmada na criação e jamais desmentido. Pergunto-me: na minha vida, mostro-me realmente filho deste Deus? Acolho a sua liberdade escrava de amor e assumo-a como atitude de vida? As opções divinas desorientam-me quando infringem ou põem em crise o status quo. É mais fácil orientar-me por regras claras e exactas do que pôr no centro a pessoa, toda e qualquer pessoa, com as suas exigências e características, que por vezes me desagradam, e até posso julgar inadequadas. A palavra de Deus convida-me e provoca-me a saber discernir a verdade das coisas lembrando-me que Ele é senhor de tudo. O evangelho é claramente contrário à rigidez cega, ao fanatismo. Exige o sacrifício de si mesmo, mas sempre à luz da misericórdia de Deus. Paulo escreverá aos Coríntios: «Ainda que eu distribua todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita» (1 Cor 13, 3). Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia/