sábado, 25 de agosto de 2018

XX SEMANA – SÁBADO – TEMPO COMUM – ANOS PARES

XX SEMANA – SÁBADO – TEMPO COMUM – ANOS PARES Primeira leitura: Ezequiel, 43, 1-7ª. A história de Israel, marcada pela infidelidade ao Senhor, com os inevitáveis castigos recebidos, terá um fim feliz. Os capítulos 40-48 terão como tema central o regresso da «Glória do Senhor» ao novo templo, na nova Jerusalém. O ponto culminante desta história encontra-se precisamente no capítulo 48 onde se lê: «Desde esse dia, o nome da cidade (de Jerusalém) será: O-Senhor-está-lá» (48, 35). Ezequiel narra uma visão. Encontra-se no átrio externo e vê chegar a «Glória do Senhor». A Glória divina, com um novo movimento fragoroso e fulgurante está de volta. Tinha-se afastado do seu santuário em direcção ao oriente, permanecendo com os cativos. Agora volta, com o mesmo fulgor com que o profeta a contemplara junto ao rio Cabar, penetrando no templo pela porta oriental, por onde saíra. No átrio interior do templo, Ezequiel vê uma nuvem luminosa encher o templo, como acontecera no êxodo (Ex 40, 32-36) e no momento da consagração do templo de Salomão (1 Rs 8, 10). Deus volta a reinar em Israel, restabeleceu no templo o seu trono. A restauração de Israel é para sempre, e a presença de Javé no meio do seu povo é «definitiva» (v. 7). Ao contrário de Ezequiel, nós sabemos que a história não acaba aqui. A presença verdadeiramente definitiva de Deus, no meio do seu povo, não será num templo, mas na carne humana de Jesus Cristo, o Emanuel, o «Deus connosco». Evangelho: Mateus, 23, 1-12 No texto, que hoje escutamos, atinge o auge a polémica entre Jesus e os escribas e fariseus, que vem crescendo desde o c. 21. Dirigindo-se directamente à multidão e aos discípulos, Jesus previne-os contra o perigo que o Evangelho sempre corre na história: a discrepância entre o dizer e o fazer, entre o ensinamento e o testemunho. Jesus não pretende esmagar pessoas, ou confundir doutrinas. Pretende apenas denunciar a hipocrisia, isto é, a interpretação e a prática aberrantes de uma doutrina, em si, correcta. Os fariseus e escribas apoderaram-se da autoridade de ensinar, legislaram para os outros, mas não cumprem o que dizem. Pelo contrário, «tudo o que fazem é com o fim de se tornarem notados pelos homens» (v. 5). Nos versículos 8-12, Jesus passa a usar o «vós» para interpelar directamente os seus discípulos, de ontem e de hoje. A verdadeira grandeza dos cristãos está em ser pequeno, e a verdadeira glória, em ser humilde. Os títulos e as honras são relativos, porque «só é o vosso Mestre» e «um só é o vosso ‘Pai». Ezequiel, que anos antes anunciara que a Glória do Senhor ia abandonar Jerusalém, proclama, agora, a alegre notícia do seu regresso. O Senhor revelou-lha numa visão que acabava de ter e era semelhante à primeira: «Esta visão recordava-me a que eu tinha tido, quando viera para destruir a cidade, e também o que eu tinha visto junto ao rio Cabar» (v. 3). Deus vai regressar a Jerusalém, habitar o novo templo, e viver no meio do seu povo. A Glória do Senhor encherá o templo. Ezequiel vê antecipadamente a realização dessa promessa: «O espírito conduziu-me e levou-me para o átrio interior. E eis que a glória do Senhor enchia o templo» (v. 5). Esta palavra corresponde à que lemos no Êxodo: «Moisés já não pôde entrar na tenda da reunião, porque a nuvem pairava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o santuário» (Ex 40, 35). O mesmo aconteceu quando da dedicação do templo de Salomão: «Logo que Salomão terminou esta prece, o fogo desceu do céu e consumiu o holocausto e as vítimas, e a glória do Senhor encheu o templo. Por isso, os sacerdotes não podiam entrar no templo do Senhor, porque a sua glória o enchia completamente» (2 Cr 7, 1-2). Deus prometeu habitar no meio de Israel para sempre: «Filho de homem, aqui é o lugar do meu trono, a minha residência definitiva entre os filhos de Israel, para sempre» (v. 7). Na verdade, o templo material, ainda não era a morada definitiva de Deus no meio dos homens. Ao mesmo tempo que Ezequiel proclamava a sua profecia, outro profeta, também no exílio, afirmava: «Eis o que diz o Senhor: «O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés. Que templo podereis construir-me, ou que lugar para Eu repousar? Tudo quanto existe é obra das minhas mãos, tudo me pertence – oráculo do Senhor» (Is 66, 1-2). O verdadeiro templo não pode ser material. O templo de que fala Ezequiel também será destruído. Ao fim e ao cabo, Deus prometia um templo mais perfeito, a humanidade de Cristo, verdadeiro santuário, onde Deus se torna presente ao homem, e o homem pode encontrar a Deus. Fonte: adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

S. BARTOLOMEU, APÓSTOLO - 24 AGOSTO

S. BARTOLOMEU, APÓSTOLO - 24 AGOSTO S. Bartolomeu é um dos Doze escolhidos por Jesus (cf. Mt 1, 11ss.; Lc 6, 12) para andarem com Ele, serem dotados dos seus poderes e enviados em missão. Identificado com Natanael, amigo de Filipe (cf. Jo 1, 43-51; 22, 2), era natural de Caná. Pouco sabemos sobre Bartolomeu e sobre a sua missão. De acordo com Jo 1, 43ss., era um homem simples e reto, aberto à esperança de Israel. Diversas tradições colocam-no em diferentes regiões do mundo, o que pode indicar um raio de ação muito vasto. Segundo uma dessas tradições, foi esfolado vivo na Pérsia, coroando a sua laboriosa vida missionária com a glória do martírio. Primeira leitura: Apocalipse 21, 9b-14 A Igreja, no Apocalipse, é a cidade santa, que recolhe as doze tribos de Israel, isto é, o novo Israel de Deus. Os seus muros apoiam-se sobre doze colunas, que são os doze apóstolos. No nosso texto, a Igreja é também chamada “noiva”, “a noiva, a esposa do Cordeiro” (v. 9), para evidenciar o vínculo de amor com que Deus Se ligou à humanidade, e Cristo se uniu à Igreja. Cada um dos apóstolos participa e testemunha este amor no seu ministério e, finalmente, no martírio. Por isso, os Doze são também chamados “Apóstolos do Cordeiro” (v. 14). De fato, não só exercem o ministério que Jesus hes confiou, mas também, e principalmente, participam no seu mistério pascal, bebendo com Ele o cálice (cf. Mt 20, 22). Evangelho: João 1, 45-51 Jesus dirige a Natanael um elogio que o deixa surpreendido: “Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.” (v. 47). Com efeito, as palavras de Jesus incluíam a verificação que nos deixa entrever um pouco mais o espírito de Natanael: o seu amor pela verdade. O apóstolo era um homem que procurava a verdade. A sua inteligência abre-se ao mistério que se revela. É o que também se verificará quando da primeira aparição de Jesus ressuscitado. Da procura passa à fé. Por isso, este apóstolo é um ícone do verdadeiro crente que, iluminado pela Palavra, agudiza a sua capacidade visiva interior e que, pela fé, reconhece em Jesus o Salvador esperado. Jesus conhece o coração do homem. Por isso, pode chamar, com autoridade, aqueles que quer mais perto de si. O Senhor chama para pôr os homens em relação com o céu, para revelar o seu ser, que está em completa relação com o Pai e connosco, ponto de convergência do movimento de Deus rumo aos homens e do anseio dos homens por Deus: Filho do homem e Filho de Deus. Na verdade, quem se aproxima de Jesus vê o céu aberto e os anjos de Deus subir e descer sobre o Filho do homem. Os Doze estão com Jesus porque devem ver o Pai agir e permanecer no Filho do homem, numa união que se manifestará plenamente na paixão de Jesus, quando for erguido na cruz e novamente introduzido na glória do Pai. Então se realizará p sonho de Jacob. Todos somos chamados a esta profunda revelação. Na Eucaristia revivemos o mistério da morte e da glorificação de Jesus, sacerdote e vítima da nova aliança entre o Pai e os homens. E, com Ele, queremos ser também sacerdotes e vítimas fazendo a oblação de nós mesmos, para glória e alegria de Deus e para salvação da humanidade. O Senhor revela-se a nós como aos Apóstolos, os doze alicerces, sobre os quais se apoia a muralha da cidade, “a noiva, a esposa do Cordeiro” (v. 9). Fonte: adaptação local de um texto de Fernando Fonseca em “Dehonianos.org/portal/liturgia”. Fonte: adaptação local de um txto de Frnando Fonseca em "dehonianos.org/portal/liturgia/"

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

QUINTA-FEIRA – XX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES – 23 agosto 2018

QUINTA-FEIRA – XX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES – 23 agosto 2018 Primeira leitura: Ezequiel, 36, 23-28 O nome de Deus foi blasfemado entre os povos por causa da culpa colectiva e individual de Israel. Por isso, Ezequiel estava plenamente convicto da justeza do castigo que caíra sobre o seu povo. Mas não estava menos convicto da vontade salvífica de Deus, que irá inverter a situação. Por amor do seu nome, e para mostrar o seu poder e fidelidade entre os povos, vai fazer regressar Israel do exílio. Haverá um novo êxodo, uma nova libertação. Vai purificar radicalmente o seu povo e, sobretudo, transformá-lo a partir de dentro, fazendo dele uma nova criatura: «arrancarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne» (v. 26). Jeremias já tinha usado a imagem do «coração novo» (Jr 31, 31-34). Entre os semitas, o coração era considerado a sede do pensamento, da vontade, do sentimento, da vida moral, da decisão radical, aquilo que hoje chamamos o «eu» profundo. O «coração de pedra», duro, insensível e pesado, será substituído por um «coração de carne», isto é, um coração capaz de amar e de ser amado, dócil, acolhedor, vivo, em sintonia com o coração de Deus. Para que não volte a endurecer, o coração novo será animado por um espírito novo. Animado pelo Espírito, Israel poderá observar, interiormente e por amor, a aliança sinaítica, sem se limitar a exterioridades legalistas. Evangelho: Mateus, 22, 1-14 1Naquele tempo, Jesus dirigiu-se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: 2«O Reino do Céu é comparável a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. 3Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram comparecer. Na tradição bíblica, o banquete de núpcias é a mais alta expressão de festa. Jesus compara o reino de Deus exactamente a um banquete de núpcias. Mais ainda, compara-o ao banquete que um rei preparou para o casamento do seu filho. Era de esperar uma enorme e bem sucedida festa. Mas, surgem imprevistos. Os convidados recusam participar. Na perspectiva teológica de Mateus, esta parábola refere-se a Israel, desde os seus princípios até à vinda do Messias. Foi sempre um povo rebelde, e acabou por recusar o Messias, com os seus dons. Mas Deus, que tem «tudo pronto», abre o banquete a outros convidados. Os novos comensais formam o novo Israel, a Igreja, santa, mas sempre carecida de conversão, e que, por isso, precisa sempre de estar atenta para conservar a veste nupcial. Esta parábola ensina-nos que o convite para a festa do banquete é uma graça, um dom que envolve e compromete seriamente toda a nossa vida, que a faz nova. Podemos acolhê-lo ou recusá-lo. Quem o recusa, encontra sempre desculpas e justificações, que não são mais do que auto-enganos. Quem entra na sala nupcial também não deve pensar que tem a salvação garantida. Ainda que a entrada seja gratuita e oferecida a todos, exige dos participantes a veste nupcial e as disposições correspondentes, especialmente «revestir-se de Cristo» (Rm 13, 14; Gl 3, 27). Ezequiel retoma e aprofunda os temas de Jeremias relativos à nova aliança, e acrescenta outros. Começa por anunciar a promessa do perdão, que apresenta como purificação: «Derramarei sobre vós uma água pura e sereis purificados; Eu vos purificarei de todas as manchas e de todos os pecados» (v. 25). Para o povo, que se sente manchado pelo pecado, é uma promessa atraente. A água pura e purificadora vem de Deus. Por isso, é eficaz, realizando o que o homem, por si mesmo, não pode realizar. E cada um poderá apresentar-se dignamente diante de Deus. Depois do primeiro anúncio, surge outro, onde Ezequiel retoma o adjectivo «novo», já usado por Jeremias: «Dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo» (v. 26). Como sabemos, a nova aliança estava prometida como uma aliança interior. Em Jeremias, Deus prometia escrever a sua lei no coração. Em Ezequiel, será mudado o próprio coração. Deus dará um coração novo e um espírito novo, para animar esse coração; arrancará o coração de pedra e dará um coração de carne. A nova lei, escrita sobre um coração de pedra, não teria grande utilidade. Por isso, Deus promete dar «um coração de carne», um coração compassivo e dócil, um coração aberto ao Senhor. O «espírito novo» prometido é o espírito próprio de Deus: «Dentro de vós porei o meu espírito» (v. 27). Fonte: adaptação local de um texto de Fernando Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

QUARTA-FEIRA – SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 22 AGOSTO 2018

QUARTA-FEIRA – SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 22 AGOSTO 2018 Primeira leitura: Ezequiel, 34, 1-11 Ezequiel abre, hoje, uma nova perspectiva aos cativos de Babilónia. Depois de interpelar duramente os reis, e todos os que exerceram algum cargo em Israel, considerados culpados pela queda de Jerusalém, e pela deportação, o profeta dá aos exilados a boa notícia de que o próprio Deus irá cuidar do seu povo: «Eis que Eu mesmo cuidarei das minhas ovelhas e me interessarei por elas» (v. 11). Procura, assim, reacender neles a esperança, exortando-os à confiança e à fidelidade a Deus, que permanece fiel. Os últimos governantes de Israel – reis, sacerdotes, anciãos, etc. – não foram fiéis à sua missão. Deixaram-se conduzir pelo egoísmo, abusando do poder e explorando o povo em proveito próprio. «Ai dos pastores de Israel, que se apascentam a si mesmos!», era o grito acusador do profeta. Apascentavam-se a si mesmos, em vez de se porem ao serviço do rebanho, para o defender das feras, o guiar a boas pastagens, procurar as ovelhas perdidas e cuidar das fracas (vv. 3s.). E sobreveio a tragédia: a queda de Jerusalém, o exílio. Agora, Deus pede-lhes contas pelos danos causados e vai retirar-lhes o poder sobre o povo, encarregando-se, Ele mesmo, de cuidar delas. Evangelho: Mateus, 20, 1-16a «Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros», afirmou Jesus (Mt 20, 16ª). A parábola de hoje, esclarece esta afirmação. Esta parábola, contada por Jesus com tanta vivacidade, é um aviso ao povo de Irael, o primeiro a ser chamado, para que se alegre com o surpreendente uso que o Senhor faz da liberdade em relação aos «últimos», os pagãos, os publicanos, os pecadores. Mas é também um aviso a nós, cristãos de hoje, para que nos convertamos aos critérios de Deus. Não são os ricos e poderosos que entram, ou têm precedência no reino de Deus, mas os pobres e fracos. O reino de Deus não se conquista por méritos próprios, mas é um dom gratuito, a acolher com humildade e gratidão. Já pelo profeta Isaías, Deus avisara: «Os meus planos não são os vossos planos,os vossos caminhos não são os meus caminhos – oráculo do Senhor. Tanto quanto os céus estão acima da terra, assim os meus caminhos são mais altos que os vossos, e os meus planos, mais altos que os vossos planos» (Is 55, 8-9). Se ao jovem rico era exigido um salto de qualidade, a todos é pedido que se desembaracem da própria justiça, baseada em cálculos exactos, para usufruir da bondade infinita de Deus e da superabundância da sua graça. A imagem do pastor e do rebanho é frequente no Médio Oriente. Ainda que a criação de ovelhas não seja para benefício delas, mas dos homens, cria-se entre o pastor e o rebanho uma relação onde não falta o afecto e a dedicação. É baseando-se nessa relação que a Bíblia exorta os reis e chefes do povo a servir bem o seu rebanho. Na primeira leitura escutamos as invectivas de Ezequiel contra os pastores de Israel, «que se apascentam a si mesmos», em vez de «apascentarem o rebanho?» Pela boca do profeta, Deus repreende os pecados de egoísmo dos pastores que, em vez de cuidarem do rebanho, buscam vantagens para si, leite, isto é, vantagens materiais, e lã, isto é, honras segundo a interpretação que S. Agostinho faz deste texto. Mas Deus também censura os pecados de omissão, o desleixo e a preguiça: «não tratastes das que eram fracas, não cuidastes da que estava doente, não curastes a que estava ferida; não reconduzistes a transviada; não procurastes a que se tinha perdido» (v. 4). A irresponsabilidade dos pastores leva Deus a pronunciar um juízo severo e radical: «Aqui estou Eu contra os pastores! Vou tirar as minhas ovelhas das suas mãos, e não permitirei que apascentem mais as minhas ovelhas; e eles não se apascentarão mais a si mesmos» (v. 10). Esta profecia atingirá a sua máxima realização em Jesus, o Bom Pastor, que veio para servir e não para ser servido, que chegou ao extremo de dar a vida pelo seu rebanho. S. Pedro convida os que dirigem a Igreja, os presbíteros, a serem, como Cristo, bons pastores: «Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, governando-o não à força, mas de boa vontade, tal como Deus quer; não por um mesquinho espírito de lucro, mas com zelo; não com um poder autoritário sobre a herança do Senhor, mas como modelos do rebanho» (1 Pe 5, 2-3). O verdadeiro apóstolo deve actuar com generosidade, desinteresse e humildade. Mas todo o cristão deve evitar as atitudes denunciadas por Ezequiel e seguir o exemplo de Cristo e de Pedro. O evangelho revela-nos o coração grande do nosso Deus, que nos ama com absoluta gratuidade. É também com um coração grande que havemos de O acolher e anunciar. Senhor, dá-nos um coração grande para amar. Dá-nos um coração capaz de ver a grandeza, encontrar a beleza e saborear a bondade de tudo quanto criastes. Dá-nos um coração capaz de se admirar, de louvar e de agradecer. Dá-nos um coração onde haja espaço para as alegrias e os sofrimentos dos irmãos. Dá-nos um coração capaz de abarcar a história, e de guardar na meditação os acontecimentos, como Maria. Dá-nos um coração, onde possas habitar, Tu, nosso Deus, imenso e cheio de generosidade. Fonte: adaptação local de um texto de Fernando Fonseca em: “dehonianos.org/portal/liturgia”.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

TERÇA-FEIRA – XX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 21 AGOSTO 2018

TERÇA-FEIRA – XX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 21 AGOSTO 2018 Primeira leitura: Ezequiel 28, 1-10 Os capítulos 25 a 32 de Ezequiel reúnem vários oráculos contra as nações que manifestaram orgulho diante de Javé e foram permanente tentação para Israel se afastar do Senhor, seu Deus. Hoje escutamos o único desses oráculos que a Liturgia utiliza. É o oráculo contra o príncipe de Tiro e o seu reino. O juízo pronunciado é irónico e muito severo. O príncipe da grande potência marítima tinha-se atrevido a usurpar prerrogativas divinas, pretendendo dominar, não só a ilha, mas também o vasto mar que a rodeia. Exalta a sua inteligência, sabedoria e versatilidade diplomática. Depois vangloria-se da sua capacidade para obter riquezas. Assim, atenta contra Javé, único Deus, Criador e Senhor do universo, o único digno de louvor e de adoração. Por isso, morrerá, e o seu reino será aniquilado. Orgulho, auto-exaltação, auto-divinização, é o «pecado deitado à porta» (Gn 4, 7), desde o princípio da humanidade. Há uma clara interdependência entre esta passagem e o relato do Génesis. É a mesma história de exaltação e queda, vivência colectiva e individual de todo o género humano. Evangelho: Mateus 19, 23-30 Depois de o jovem ter ido embora triste, também Jesus, entristecido, aproveita o ensejo para se pronunciar sobre a questão das riquezas. Fá-lo com o célebre provérbio do camelo e da agulha. O homem, por si mesmo, não tem possibilidade de se salvar, tal como o camelo não pode passar pelo fundo da agulha. Só o poder de Deus e a sua obra salvadora nos dão essa possibilidade. Noutras circunstâncias, Jesus já tinha dito «não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6, 24), e tinha proclamado bem-aventurados os «pobres em espírito» (Mt 5, 3). A imagem do camelo e da agulha dá maior realce a estes ensinamentos. Os discípulos ficam compreensivelmente chocados e desorientados. Tinham percebido muito bem que, para seguir radicalmente Jesus, não bastam as forças humanas. Jesus, que se apercebeu da situação, lembra-lhes que a obra não é deles, mas de Deus, a Quem «nada é impossível» (cf. v. 26). É então que Pedro, sempre muito franco e impulsivo, se dá conta de que a situação dele e dos outros discípulos era bem diferente da do jovem rico. Receberam a força de Deus, abandonaram tudo… E agora? Jesus não é um político de promessas fáceis, ou um feirante que apregoa receitas para tudo, a bom preço. Mas conhece o coração do homem, que precisa de segurança e de coragem. Por isso, afirma: «vós, que me seguistes, haveis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna» (vv. 28-29). O prémio ultrapassará todas as expectativas. Mas, cuidado «Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros» (v. 30). A primeira leitura e o evangelho de hoje alertam-nos para o perigo das riquezas. Depois da partida do jovem rico, Jesus diz aos discípulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu. Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu» (vv. 23s.). Os Apóstolos ficam espantados com tal afirmação, e perguntam: «Então, quem pode salvar-se?» (v. 25). A riqueza é uma vantagem na vida. Quem a tem pode fazer o que quer, e até dar generosas ofertas para o culto de Deus. Como é que pode tornar-se um empecilho para entrar no Reino? Na verdade, as riquezas são insidiosas, como se vê no oráculo de Ezequiel contra o príncipe e a cidade comercial de Tiro, que, em tudo procura juntar riqueza à riqueza: «pela tua sabedoria e inteligência, adquiriste riqueza e amontoaste ouro e prata em teus tesouros. Pela tua perícia para o comércio, acrescentaste as riquezas» (vv. 4-5). Tiro teve sucesso nos seus negócios e tornou-se uma cidade poderosa. Mas o resultado espiritual foi mau: «o teu coração ensoberbeceu-se» (v. 5); «Já que te julgas deus, por isso, eis que farei vir contra ti estrangeiros, os mais bárbaros dos povos. Eles desembainharão a espada contra a tua sabedoria e macularão o teu esplendor». (vv. 6-7). Não há orgulho nem soberba maiores. Fonte: adaptação local de um texto de: “Dehonianos.org/portal/liturgia”

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

2º FEIRA – XX SEMANA –T C – ANOS PARES - 20 AGOSTO 2018

2º FEIRA – XX SEMANA –T C – ANOS PARES - 20 AGOSTO 2018 Como Oseias apresentou o seu matrimónio, e Jeremias o seu celibato, Ezequiel apresenta a morte da sua esposa como sinal eloquente de Deus para o seu povo, agora no exílio. São factos da vida que se convertem em oráculos com uma intensidade nova e desusada. Por muito que lhe doa a perda da «alegria dos seus olhos» (v. 16), Ezequiel não usa, por vontade de Deus, sinais exteriores de luto e de dor. Antes de ser esposo, é profeta. O povo estranha e interroga-se sobre o significado do seu comportamento. A resposta é contundente: o próprio Deus vai profanar o seu santuário, «as delícias dos vossos olhos e a paixão das vossas vidas» (v. 21). Os exilados hão-de meditar em silêncio a tragédia de Jerusalém. Para quê? Para saberem que «Eu sou o Senhor» (v. 24). Em última análise, pretende-se que o povo não se afaste de Deus, tal como Deus não se afasta dele. Ezequiel, mudo pela dor e pela tragédia, remete-se a um silêncio sereno, atento ao desenvolvimento dos acontecimentos, até que lhe seja comunicada a queda de Jerusalém. Só então voltará a falar, para não mais se calar. Assim termina a primeira parte do livro de Ezequiel, em que o profeta apenas pôde anunciar oráculos cominatórios, que os acontecimentos históricos vieram confirmar. Evangelho: Mateus, 19, 16-22 O encontro de Jesus com o jovem rico é referido pelos três Sinópticos. Todo o homem anseia pela vida e felicidade eterna, e todo o homem se interroga sobre o modo para as alcançar. Já os discípulos de João Baptista o interrogaram sobre essa questão (cf. Lc 3, 10). No dia do Pentecostes, os ouvintes de Pedro hão-de fazer-lhe a mesma pergunta (cf Act 2, 37). No nosso texto, é um jovem que anda à procura, que quer fazer algo para alcançar a vida eterna. Jesus fica agradado com a sua boa vontade e, pouco a pouco, procura orientá-lo. Com a pergunta: «Porque me interrogas sobre o que é bom? Bom é um só» (v. 17), Jesus insinua que, procurar a vida eterna é, ao fim e ao cabo, procurar Alguém, que tem um rosto concreto, e não algo de abstracto. Posto isto, Jesus indica-lhe o tradicional caminho da prática dos mandamentos. O jovem não fica satisfeito com essa resposta demasiado óbvia, e até estava convencido de sempre ter «cumprido tudo isso» (v. 20). Procurava, pois, algo mais. Então, Jesus lança-lhe uma proposta: «Se queres ser perfeito…» (v. 21). Jesus aprecia a boa vontade, o esforço de quem quer ir mais longe. Já tinha apontado uma meta sem limites, ao dizer: «sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste» (Mt 5, 48) . O caminho para essa meta é dar tudo aos pobres e pôr-se a seguir Jesus. É o que o «Mestre» diz ao jovem, porque os bens, quando não são partilhados com os pobres, afastam o homem do Bem supremo, que é Deus: «onde está o teu tesouro, aí está o teu coração» (Mt 6, 21). Para seguir a Cristo, é preciso ter o coração no lugar certo. Não era o caso deste jovem, que tinha muitos bens, e se foi embora triste (cf. v. 22). Ezequiel perde a sua mulher. Não sabemos o que a leva à morte, mas sabemos que, por inspiração de Deus, o profeta não manifesta a sua aflição, não põe luto. O Senhor dissera-lhe: «Suspira em silêncio, não guardes o luto habitual pelos defuntos; conserva o turbante na cabeça, calça as sandálias, não cubras o rosto e não comas pão ordinário» (v. 17). O drama familiar de Ezequiel devia servir de sinal profético. O povo interroga-o sobre um comportamento considerado estranho, e o profeta responde: «O Senhor vai profanar o seu santuário, o orgulho da vossa força, as delícias dos vossos olhos e a paixão das vossas vidas. Os vossos filhos e filhas que deixastes cairão ao fio da espada» (v. 21). E nem sequer tereis oportunidade para fazer luto: «Com o turbante na cabeça e as sandálias calçadas, não vos lamentareis e não chorareis» (v. 23). Ezequiel era sinal dessa tragédia, em que não haveria tempo para chorar: a destruição de Jerusalém e do templo, e a partida para o exílio. Os hebreus tinham uma enorme paixão pelo templo, casa de Deus, sacramento da aliança nupcial de Deus com o seu povo. Ao anunciar a sua profanação e destruição, Deus tem uma intenção positiva, anunciada no fim do nosso texto: «Então, reconhecereis que Eu sou o Senhor Deus» (v. 24). Com a catástrofe, Deus quer tornar possível a conversão. De facto, depois da destruição de Jerusalém e do templo, e da deportação para Babilónia, os hebreus recordaram as palavras de Jeremias e de Ezequiel, que tudo tinha predito, meditaram nessas profecias e alcançaram a graça da conversão. Reconheceram as suas culpas e compreenderam a intenção divina de perdoar e recomeçar tudo, numa nova relação de aliança, mais íntima e profunda. Também nós somos chamados a reler as Escrituras, especialmente em situações de provação e sofrimento. Paulo escreve: «Estas coisas aconteceram-lhes para nosso exemplo e foram escritas para nos servir de aviso, a nós que chegámos ao fim dos tempos» (1 Cor 10, 11); «A verdade é que tudo o que foi escrito no passado foi escrito para nossa instrução, a fim de que, pela paciência e pela consolação que nos dão as Escrituras, tenhamos esperança» (Rm 15, 4). A palavra de Deus, mesmo quando muito severa, é sempre causa de esperança, porque abre perspectivas positivas, depois da necessária purificação. Os hebreus exilados tiveram ocasião de ver o rosto de Deus no sofrimento. O jovem rico, pelo contrário, por sua iniciativa, e cheio de zelo, procura o caminho que leva à vida eterna, e pede conselho sobre o que é bom, e sobre o que deve fazer para a alcançar. As leituras de hoje apontam dois caminhos de «transcendência»: a).Um que parte de baixo, quando o homem, ao bater no fundo da miséria, experimenta a sua fraqueza, mas também a presença misteriosa de Deus que o sustenta e ergue; b). Outro que parte do alto, quando o homem descobre que é capaz de ir mais longe, de ir além do obrigatório, experimentando a graça de Deus, que o anima e impele a dar um salto de qualidade. A vida do homem é um cruzar de altos e baixos, de avanços e retrocessos, de êxitos e de quedas, de entusiasmos e depressões. Mas Deus está em cada momento e em cada situação, sempre pronto para o encontro que nos pode transformar e salvar. Tudo é obra de amor. Também o sofrimento, colhido na sua profundidade, é uma experiência de amor. Se for vivido com Cristo crucificado, o sofrimento é ocasião, não só de purificação dolorosa, mas de abertura à acção do Espírito, de puro abandono, de união amorosa à Vítima divina. Então, o tempo do sofrimento, em que tudo é tão frágil e caduco, torna-se uma interiorização no ser profundo da pessoa, um encontro e comunhão com uma Presença misteriosa que nos ama. Fonte: Adaptação de um texto de: “Dehonianos.org/portal/liturgia/”

domingo, 19 de agosto de 2018

20º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B - 19 AGOSTO 2018

20º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B - 19 AGOSTO 2018. A liturgia do 20º Domingo do Tempo Comum repete o tema dos últimos domingos: Deus quer oferecer aos homens, em todos os momentos da sua caminhada pela terra, o “pão” da vida plena e definitiva. Naturalmente, os homens têm de fazer a sua escolha e de acolher esse dom. A primeira leitura– Prov 9,1-6 - oferece-nos uma parábola sobre um banquete preparado pela “senhora sabedoria” para os “simples” e para os que querem vencer a insensatez. Convida-nos à abertura aos dons de Deus e à disponibilidade para acolher a vida de Deus (o “pão de Deus que desce do céu”). O que está aqui em causa é, portanto, a questão das opções de vida. O problema das escolhas correctas é o problema que mais nos angustia e inquieta, ao longo da nossa caminhada pela vida. A Palavra de Deus que nos é proposta contém um convite inquestionável a irmos ao banquete da “senhora sabedoria”, a alimentarmo-nos dos seus dons, a abrirmos o coração às suas propostas. É esse o caminho da verdadeira realização e da verdadeira felicidade. Para nós, crentes, o encontro com a “senhora sabedoria” passa pela escuta de Deus e dos seus planos, pela entrega confiada nas mãos de Deus, pela obediência radical às propostas de vida que Deus nos faz. Não poderemos chegar à nossa realização plena ignorando Deus e as suas propostas. A segunda leitura – Ef 5,15-20 - a lembra aos cristãos a sua opção por Cristo (aquele Cristo que o Evangelho de hoje chama “o pão de Deus que desceu do céu para a vida do mundo”). Convida-os a não adormecerem, a repensarem continuamente as suas opções e os seus compromissos, a não se deixarem escorregar pelo caminho da facilidade e do comodismo, a viverem com empenho e entusiasmo o seguimento de Cristo, a empenharem-se no testemunho dos valores em que acreditam. O viver como “filhos da luz” implica ainda, na perspectiva de Paulo, a oração, o louvor, a acção de graças. Um crente que tem Deus como a coordenada fundamental da sua existência e que se sente chamado a fazer parte da família de Deus é um crente que vive em diálogo contínuo com Deus. É nesse diálogo que ele percebe os planos e os projectos de Deus para si próprio e para o mundo e encontra a coragem para percorrer o caminho da fidelidade e do compromisso. Consigo encontrar tempo e disponibilidade para falar com Deus, para escutar as propostas que Ele me apresenta? Estou consciente dos dons de Deus e respondo-Lhe com o louvor e a acção de graças? No Evangelho – Jo 6,51-58, Jesus reafirma que o objectivo final da sua missão é dar aos homens o “pão da vida”. Para receber essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projecto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus) é um momento privilegiado de encontro com essa vida que Jesus veio oferecer. A Eucaristia: uma das formas privilegiadas de Jesus continuar presente, no tempo, a “dar vida” ao mundo é através do “pão” que Ele distribui à mesa da Eucaristia. A Eucaristia que as comunidades cristãs celebram não é um rito tradicional a que “assistimos” por obrigação, para acalmar a consciência ou para cumprir as regras do “religiosamente correcto”; mas é um encontro com esse Cristo que Se faz “dom” e que vem ao nosso encontro para nos oferecer a vida plena e definitiva. Como é que eu “sinto” a Eucaristia? Que importância é que ela assume na minha vida e na minha existência cristã? Participar no encontro eucarístico, “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus é encontrar-se, hoje, com esse Cristo que veio ao encontro dos homens e que tornou presente na sua “carne” (na sua pessoa física) uma vida feita amor, partilha, entrega, até ao dom total de si mesmo na cruz (“sangue”). Participar no encontro eucarístico, “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus, é acolher, assimilar e interiorizar essa proposta de vida, aceitar que ela é um caminho para a felicidade, para a realização plena do homem, para a vida definitiva. Sentar-se à mesa da Eucaristia é também identificar-se com Jesus, viver em união com Ele. Na Eucaristia, o alimento servido é o próprio Cristo. Finalmente, o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus implica um compromisso com esse mesmo projecto que Jesus procurou concretizar em toda a sua vida, em todos os seus gestos, em todas as suas palavras. Como Jesus, o crente que celebra a Eucaristia tem de levar ao mundo e aos homens essa vida que aí recebe… Tem de lutar, como Jesus, contra a injustiça, o egoísmo, a opressão, o pecado; tem de esforçar-se, como Jesus, por eliminar tudo o que desfeia o mundo e causa sofrimento e morte; tem de construir, como Jesus, um mundo de liberdade, de amor e de paz; tem de testemunhar, como Jesus, que a vida verdadeira é aquela que se faz amor, serviço, partilha, doação até às últimas consequências. Se a Eucaristia for, de facto, uma experiência profunda e sentida de adesão a Cristo e ao seu projecto, dela resultará o imperativo de uma entrega semelhante à de Cristo em favor dos nossos irmãos e da construção de um mundo novo. Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”