sábado, 10 de junho de 2017

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE



SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

A Solenidade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.

Na primeira leitura (Ex 34,4b-6.8-9),  o Deus da comunhão e da aliança, apostado em estabelecer laços familiares com o homem, auto-apresenta-Se: Ele é clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia.
Na segunda leitura, Paulo expressa – através da fórmula litúrgica “a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco” – a realidade de um Deus que é comunhão, que é família e que pretende atrair os homens para essa dinâmica de amor.

• Deus é sempre, para o homem, o mistério que a “nuvem” esconde e revela: detectamos a sua presença, mas s
em O ver; percebemos a sua proximidade, sem conseguirmos definir os contornos do seu rosto. A ânsia do homem em penetrar o mistério de Deus leva-o, com frequência, a inventar rostos de Deus; mas, muitas vezes, esses rostos são apenas a projecção dos sonhos, dos anseios, das necessidades e até dos defeitos dos homens e têm pouco a ver com a realidade de Deus. Para entrarmos no mistério de Deus, é preciso estabelecermos com Ele uma relação de proximidade, de comunhão, de intimidade que nos leve ao encontro da sua voz, dos seus valores, dos seus desafios (“subir ao monte”). Procuro, dia a dia, “subir ao monte” da “aliança” e estabelecer comunhão com Deus através do diálogo com Ele (oração) e da escuta da sua Palavra?
• No nosso texto, Deus apresenta-Se. Fundamentalmente, Ele define-Se como o Deus da relação e da comunhão. Deixa claro que é um Deus “com coração” – e com um coração cheio de amor, de bondade, de ternura, de misericórdia, de fidelidade. Apesar de o seu Povo ter violado os compromissos que assumiu, Deus não só perdoa o pecado do Povo, mas propõe o refazer da “aliança”: é que, acima de tudo, este Deus do amor preza a comunhão com o homem: o seu objectivo é integrar os homens na família de Deus. É este Deus em que eu acredito? É deste Deus que eu dou testemunho?

• Deus, da sua parte, faz tudo para viver em comunhão com o homem. No entanto, respeita, de forma absoluta, a liberdade do homem. Eu sou livre de aceitar, ou não, a proposta de “aliança” que Deus me faz. Como é que eu respondo ao Deus da “aliança”? Eu aceito esta vontade que Ele manifesta de viver em relação de comunhão comigo? O que é que eu faço para responder a este desafio?

• A comunidade cristã é convidada a descobrir que Deus é amor. A fórmula “Pai, Filho e Espírito Santo” expressa essa realidade de Deus como amor, como família, como comunidade.

• Os membros da comunidade cristã, que pelo baptismo aderiram ao projecto de salvação que Deus apresentou aos homens em Jesus e cuja caminhada é animada pelo Espírito, são convidados a integrarem esta comunidade de amor. O fim último da nossa caminhada é a pertença à família trinitária.
• Esta “vocação” deve expressar-se na nossa vida comunitária. A nossa relação com os irmãos deve reflectir o amor, a ternura, a misericórdia, a bondade, o perdão, o serviço, que são as consequências práticas do nosso compromisso com a comunidade trinitária. É isso que acontece? As nossas relações comunitárias reflectem esse amor que é a marca da “família de Deus”?

No Evangelho (Jo 3,16-18) João convida-nos a contemplar um Deus cujo amor pelos homens é tão grande, a ponto de enviar ao mundo o seu Filho único; e Jesus, o Filho, cumprindo o plano do Pai, fez da sua vida um dom total, até à morte na cruz, a fim de oferecer aos homens a vida definitiva. Nesta fantástica história de amor (que vai até ao dom da vida do Filho único e amado), plasma-se a grandeza do coração de Deus.
• João é o evangelista abismado na contemplação do amor de um Deus que não hesitou em enviar ao mundo o seu Filho, o seu único Filho, para apresentar aos homens uma proposta de felicidade plena, de vida definitiva; e Jesus, o Filho, cumprindo o mandato do Pai, fez da sua vida um dom, até à morte na cruz, para mostrar aos homens o “caminho” da vida eterna… No dia em que celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade, somos convidados a conte
mplar, com João, esta incrível história de amor e a espantar-nos com o peso que nós – seres limitados e finitos, pequenos grãos de pó na imensidão das galáxias – adquirimos nos esquemas, nos projectos e no coração de Deus.
• O amor de Deus traduz-se na oferta ao homem de vida plena e definitiva. É uma oferta gratuita, incondicional, absoluta, válida para sempre; mas Deus respeita absolutamente a nossa liberdade e aceita que recusemos a sua oferta de vida. No entanto, rejeitar a oferta de Deus e preferir o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, é um caminho de infelicidade, que gera sofrimento, morte, “inferno”. Quais são as manifestações desta recusa da vida plena que eu observo, na vida das pessoas, nos acontecimentos do mundo, e até na vida da Igreja?
• Nós, crentes, devíamos ser as testemunhas desse Deus que é amor; e as nossas comunidades cristãs ou religiosas deviam ser a expressão viva do amor trinitário. É isso que acontece? Que contributo posso eu dar para que a minha comunidade – cristã ou religiosa – seja sinal vivo do amor de Deus no meio dos homens?
• A celebração da Solenidade da Trindade não pode ser a tentativa de compreender e decifrar essa estranha charada de “um em três”. Mas deve ser, sobretudo, a contemplação de um Deus que é amor e que é, portanto, comunidade. Dizer que há três pessoas em Deus, como há três pessoas numa família – pai, mãe e filho – é afirmar três deuses e é negar a fé; inversamente, dizer que o Pai, o Filho e o Espírito são três formas diferentes de apresentar o mesmo Deus, como três fotografias do mesmo rosto, é negar a distinção das três pessoas e é, também, negar a fé. A natureza divina de um Deus amor, de um Deus família, de um Deus comunidade, expressa-se na nossa linguagem imperfeita das três pessoas. O Deus família torna-se trindade de pessoas distintas, porém unidas. Chegados aqui, temos de parar, porque a nossa linguagem finita e humana não consegue “dizer” o indizível, não consegue definir o mistério de Deus.
Fonte: <dehonianos.com/org.>

sexta-feira, 9 de junho de 2017

CARTA DO BISPO PARA ETXHEKO/FAMÍLIA. JUNHO 2017



CARTA DO BISPO PARA ETXHEKO/FAMÍLIA -Junho 2017


Caríssimos Diocesanos,


A Alegria da Páscoa ainda soa forte nos nossos corações. Jesus Cristo está vivo! Ele ressuscitou como tinha anunciado! Ele precede-nos no caminho junto Pai. Ele é a cabeça desta grande família dos filhos de Deus, da qual todos nós, baptizados formamos um só corpo. Todos nós somos membros vivos desse corpo vivo de Cristo.


A Família é o tema central do nosso Plano Diocesano de Pastoral para este triénio. E para este ano de 2017, acrescentamos “A FAMILIA E A COMUNIDADE. Cada família uma Bíblia!. Falemos pois da relação Família – comunidade.


A família e a comunidade são a base e o percurso de toda a caminhada humana e cristã. Não há comunidade sem famílias, pois ninguém pode viver sozinho, ninguém nasce sozinho como se fosse um cogumelo sem pais nem mãe; ninguém cresce sozinho e ninguém se torna adulto sozinho.


A dimensão comunitária, social, é essencial para todo ser humano. A primeira comunidade humana é a família, espaço humano e cultural onde a pessoa ao nascer é acolhida, recebida, encontra um lar formado por pessoas muito concretas, os pais, os irmãos e demais parentes. Com eles  damos os primeiros passos, aprendemos a falar, a caminhar, a rir e a chorar, a comer e a dormir, a nos relacionamo-nos, a ajudar-nos. Tudo o que é humano e nos caracteriza como pessoas tem o seu início e o seu desenvolvimento no seio de uma família. Dai a  importância da família para a sociedade.


Do mesmo modo acontece na nossa vida como crentes e cristãos. Com o Baptismo nascemos no seio de uma família de crentes, a comunidade cristã que nos acolhe. Na comunidade cristã encontramos os nosso pais, mães e irmãos na fé. Os membros desta nova família não são parentes entre eles unidos pelos laços da carne e do sangue. Não. A família cristã alarga os espaços da família natural. Diz Jesus: “Quem é mina mãe…aquele que escuta a Palavra de Deus e a põe em prática”. 


Trata-se da família dos filhos de Deus, nascidos do seio da Igreja, e nela crescemos até à idade adulta através do ensino da Catequese, da recepção dos Sacramentos e da vivência dos Mandamentos , seguindo o caminho de Jesus.


>Meus caríssimos irmãos e filhos na fé. Também o Bispo, como pai no meio da comunidade cristã, a Igreja local, isto é a Diocese, ele conta com todos os filhos e irmãos desta família em Cristo. O Bispo não está sozinho, pois ele, enquanto baptizado é cristão como todos vós, irmão entre os irmãos, condiscípulo convosco na escola de Jesus. E enquanto Bispo, ele é o pai e pastor da família diocesana. É pai e pastor para o bem e em benefício de cada membro desta família e de todas as comunidades. Para isso é que foi enviado no nosso meio como Bispo. E assim como nas nossas família tudo se faz em união e em comunhão com os pais, assim também na família diocesana tudo se faça em união e em comunhão com o Bispo.


No sua tarefa de evangelizar por meio da catequese especialmente; na tarefa de santificar por meio da celebração dos Sacramentos; a na tarefa de governar e pastorear por meio do cuidado das ovelhas, o Bispo não está nem age sozinho. Ele conta com o empenho e o trabalho de cada membro da família diocesana: os Padres, as Religiosas e Religiosos, os Animadores leigos, e cada baptizado,. Ninguém é excluído na sua família e cada um tem o seu próprio lugar na comunidade cristã.

Todos somos família de Deus, unida, comprometida, responsável e alegre.

 Vosso Bispo
+ Francisco Lerma

segunda-feira, 5 de junho de 2017

VISITA PASTORAL Á PARÓQUIA DE S. CARLOS LWANGA EM GURÚÈ-SEDE



VISITA PASTORAL À PARÓQUIA DE S. CARLOS LWANGA EM GURÚÈ-SEDE

De 01 a 5 de Junho de 2017, D. Francisco Lerma acompanhado pelo Pe. Agostinho Vasconcelos, Director do Secretariado Diocesano de Pastoral e Coordenador da Cúria, realizou a Visita Pastoral à Paróquia de S. Carlos Lwanga, na Sede do Distrito de Gurúè.
Desde a sua criação em 2015, a Paróquia de S. Carlos Lwanga está sob os cuidados pastorais dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos). O Pároco actual é o Pe. Francesco Bellini, scj, com a colaboração dos Padres da Comunidade local dos Dehonianos, e das Irmãs Filhas  de N. S. da Visitação (Irmãs Diocesanas de Quelimane).

A Paróquia é composta por cinco Zonas Pastorais e 23 camunidades:

1.     ZONA PASTORAL S. CARLOS LWANGA: 
     Comunidade da sede com 12 Núcleos; 
     e comunidade de S. Marcos, com dois Núcleos.

2.    ZONA PASTORAL DE LUSSA: 
    Comunidades: N. S. de Fátima de Lussa-sede; S. Tiago de Mpicha; N. S. de Fátima de Nakwakwe; S. Paulo de Namaría; S. Tiago Menor de Namakuku; S. Catarina de  Malamula; e S. Miguel de Namuka.

3.    ZONA PASTORAL DE NANSÚA:
    Comunidade de S. Catarina de Nansúa-sede; N. S. da Conceição de Mole; S. Agostinho de Nakutxa; S. Carlos Lwanga de Palakani; e S. Pedro de Noalume.

4.    ZONA PASTORAL DE MURIMO. 
    Comunidade deN. S. da Conceição de Murimo-sede; S. Paulo de Walaka; S. Pedro e S. Paulo de Mualantxemo; S. Miguel  Arcanjo de Namiruku; S. Estêvão de Txotxokoani.

5.    ZONA PASTORAL DE KOVELA.
    Comunidade de S. Francisco de Assis de Kovela-sede; S. Carlos Lwanga de Niwalo; S. Tiago Maior de Namarike; e N. S. de Fátima de Nakuka.

ACTIVIDADES

Para além das orações e celebrações que são feitas em circunstâncias graves e em momentos solenes, pratica-se a caridade/esperança que envolve a reabilitação de abrigos para os necessitados, visitas aos doentes, visitas aos encarcerados, limpeza dos cemitérios, cerimónias fúnebres e a limpeza do meio ambiente onde vivemos.
Implementação de ajuda às crianças com a criação de escolinhas para a diminuição do analfabetismo, criação de Núcleos de Oração para a catequese e a posta em prática de Formações dos animadores dos Ministérios.

CONSTRANGIMENTOS E DIFICULDADES

- Má fé de algumas pessoas que origina agressões físicas e até a morte, caso ocorrido de uma jovem no dia 07.04.17 da comunidade de Impitxa, na Zona de Lussa.

- Pouca capacidade financeira para levar avante os Projectos da Paróquia e das comunidades, como é o caso dda construção da Secretaria da Paróquia, cobertura das capelas de Namiruku na Zona de Murrimo, sede da Zona de Nanzua, Nakuakue na Zona de Lussa.

- Algumas dificuldades criadas por grandes companhias, como é o fecho de vias de acesso as comunidades de Malamulo, Mole, Noalume, Palakani originado pela Empresa Murrimo-Macadamia como é do conhecimento geral.

- Pouca aderência dos jovens no ministério dos vocacionados.

PREVISÕES/PROPOSTAS

- Criação de mais escolinhas pelo menos nos Centros das Zonas;
- Criação de novos Núcleos de oração e de catequese;
- Incentivados os jovens para aderirem nos grupos vocacionados e seja eleito um  membro para este ministério.