sexta-feira, 19 de maio de 2017

SUBSÍDIO PARA A REFLEXÃO E A HOMILIA DO 6º DOMINGO DA PÁSCOA



6º Domingo da Páscoa Ano A

A liturgia do 6º Domingo da Páscoa convida-nos a descobrir a presença de Deus na caminhada histórica da Igreja: “Não vos deixarei órfãos” .

A primeira leitura (Actos 8,5-8.14-179, mostra exactamente a comunidade cristã a dar testemunho da Boa Nova de Jesus e a ser uma presença libertadora e salvadora na vida dos homens. Avisa, no entanto, que o Espírito só se manifestará e só actuará quando a comunidade aceitar viver a sua fé integrada numa família universal de irmãos, reunidos à volta do Pai e de Jesus.

Uma comunidade cristã é uma comunidade onde se manifesta a comunhão com Jesus e a comunhão com todos os outros irmãos que partilham a mesma fé: fazemos parte de uma imensa família que caminha animada pela mesma fé, nela se manifesta a vida do Espírito. Cada crente precisa de desenvolver a consciência de que não é um caso isolado, independente, autónomo: afirmações como “eu cá tenho a minha fé” não fazem sentido, se traduzem a vontade de percorrer um caminho à margem da comunidade, sem aceitar confrontar-se com os irmãos.

Constitui, para nós, um tremendo desafio a acção evangelizadora de Filipe… Apesar dos riscos corridos em Jerusalém, Filipe não desistiu, não sentiu que já tinha feito o possível, não se acomodou; mas simplesmente partiu para outras paragens a dar testemunho de Jesus. É o mesmo entusiasmo que nos anima, quando temos de dar testemunho do Evangelho de Jesus?

De uma situação má (perseguição aos crentes), nasce a possibilidade de levar a Boa Nova da libertação a outras comunidades. Muitas vezes, os aparentes dramas da nossa vida fazem parte dos projectos de Deus. É necessário aprender a olhar para os acontecimentos da vida com os olhos da fé e aprender a confiar nesse Deus que, do mal, tira o bem.

A segunda leitura  (1 Pedro 3,15-18), exorta os crentes  a terem confiança, a darem um testemunho sereno da sua fé, a mostrarem o seu amor a todos os homens, mesmo aos perseguidores. Cristo, que fez da sua vida um dom de amor a todos, deve ser o modelo que os cristãos têm sempre diante dos olhos.

 Mais uma vez põe-se-nos o problema do sentido de uma vida feita dom e entrega aos outros, até à morte. Esta história de o amor ser o caminho para a felicidade e para a vida plena não será uma desculpa dos fracos? Não. Reparemos no exemplo de Cristo: Ele deu a vida pelos pecadores e pelos injustos e encontrou, no final do caminho, a ressurreição, a vida plena.

 Diante das dificuldades, das propostas contrárias aos valores cristãos, é em Cristo  que colocamos a nossa confiança e a nossa esperança? 

Diante dos ataques daqueles que não concordam com os valores de Jesus, como nos comportamos? Com a mesma agressividade com que nos tratam? Com a mesma intolerância dos nossos adversários? Como é que Jesus tratou aqueles que o condenaram e mataram?

O Evangelho
 (Jo 14, 15-21 ), apresenta-nos parte do “testamento” de Jesus, na ceia de despedida. Aos discípulos, inquietos e assustados, Jesus promete o “Paráclito”: Ele conduzirá a comunidade cristã em direcção à verdade; e levá-la-á a uma comunhão cada vez mais íntima com Jesus e com o Pai. Dessa forma, a comunidade será a “morada de Deus” no mundo e dará testemunho da salvação que Deus quer.

 A paixão de Jesus continua a acontecer, todos os dias, na vida de cada um de nós e na vida de tantos irmãos nossos. Sentimo-nos impotentes face à guerra e ao terrorismo; não conseguimos prever e evitar as catástrofes naturais; sofremos por causa da injustiça e da opressão; vemos o mundo construir-se de acordo com critérios de egoísmo e de materialismo; não podemos evitar a doença e a morte.
 Acreditamos no “Reino de Deus”, mas ele parece nunca mais chegar, e caminhamos, desanimados e frustrados, para um futuro que não sabemos aonde conduzirá a humanidade. No entanto, nós os crentes temos razões para ter esperança: Jesus garantiu-nos que não nos deixaria órfãos e que estaria sempre a nosso lado. Na minha vida o que é que prevalece: o pessimismo de quem se sente só e perdido no meio de forças de morte, ou a esperança de quem está seguro de que Jesus ressuscitado continua presente, a acompanhar a caminhada da sua comunidade pela história?

Nós acreditámos que o Espírito está presente, animando-nos, conduzindo-nos, criando vida nova, dando esperança aos crentes em caminhada. 

Fonte: Resumo/adaptação local de: <dehonianos.org/liturgiadominical>