sábado, 8 de dezembro de 2018

8 DEZEMBRO - SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO – ANO C


8 DEZEMBRO - SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO – ANO C

Na Solenidade da Imaculada Conceição somos convidados a equacionar o tipo de resposta que damos aos desafios de Deus. Ao propor-nos o exemplo de Maria de Nazaré, a liturgia convida-nos a acolher, com um coração aberto e disponível, os planos de Deus para nós e para o mundo.
LEITURA I – Gen 3,9-15.20
O mal nunca vem de Deus… Deus criou-nos para a vida e para a felicidade e deu-nos todas as condições para imprimirmos à nossa existência uma dinâmica de vida, de felicidade, de realização plena.
O mal resulta das nossas escolhas erradas, do nosso orgulho, do nosso egoísmo e auto-suficiência. Quando o homem escolhe viver orgulhosamente só, ignorando as propostas de Deus e prescindindo do amor, constrói cidades de egoísmo, de injustiça, de prepotência, de sofrimento, de pecado…
Prescindir de Deus e caminhar longe dele leva o homem ao confronto e à hostilidade com os outros homens e mulheres. Nasce, então, a injustiça, a exploração, a violência. Os outros homens e mulheres deixam de ser irmãos, para passarem a ser ameaças ao próprio bem-estar, à própria segurança, aos próprios interesses.
Prescindir de Deus e dos seus caminhos significa construir uma história de inimizade com o resto da criação. A natureza deixa de ser, então, a casa comum que Deus ofereceu a todos os homens como espaço de vida e de felicidade, para se tornar algo que eu uso e exploro em meu proveito próprio, sem considerar a sua dignidade, beleza e grandeza.

LEITURA II – Ef 1,3-6.11-12
Deus tem um projecto de vida plena, verdadeira e total para cada homem e para cada mulher .Esse projecto, apresentado aos homens através de Jesus Cristo, exige de cada um de nós uma resposta decidida, total e sem subterfúgios.
Deus “elegeu-nos… para sermos santos e irrepreensíveis”. Já vimos que “ser santo” significa ser consagrado para o serviço de Deus.
O nosso texto afirma, ainda, a centralidade de Cristo nesta história de amor que Deus quis viver connosco…
EVANGELHO – Lc 1,26-38
O Evangelho apresenta a resposta de Maria ao plano de Deus. Ao contrário de Adão e Eva, Maria rejeitou o orgulho, o egoísmo e a auto-suficiência e preferiu conformar a sua vida, de forma total e radical, com os planos de Deus. Do seu “sim” total, resultou salvação e vida plena para ela e para o mundo.
É através de homens e mulheres atentos aos projectos de Deus e de coração disponível para o serviço dos irmãos, que Deus actua no mundo.
Maria era uma jovem mulher de uma aldeia obscura dessa “Galileia dos pagãos” de onde não podia “vir nada de bom”. Não consta que tivesse uma significativa preparação intelectual, extraordinários conhecimentos teológicos, ou amigos poderosos nos círculos de poder e de influência da Palestina de então… Apesar disso, foi escolhida por Deus para desempenhar um papel primordial na etapa mais significativa na história da salvação. Deus age através de homens e mulheres, independentemente das suas qualidades humanas. O que é decisivo é a disponibilidade e o amor com que se acolhem e testemunham as propostas de Deus.
Maria de Nazaré foi, certamente, uma mulher para quem Deus ocupava o primeiro lugar e era a prioridade fundamental. Maria de Nazaré foi, certamente, uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro com Deus e aprendeu a confiar totalmente n’Ele.
Fonte: “dehoniano.org/portal/liturgia”

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

SEXTA-FEIRA I SEMANA DO ADVENTO - 7 DEZEMBRO 2018


SEXTA-FEIRA I SEMANA DO ADVENTO - 7 DEZEMBRO 2018
Primeira leitura: Is. 29, 17-24
Espíritos desencaminhados compreenderão, e os que protestavam, aprenderão a lição.»
A locução «nesse di~> (v. 18) introduz o anúncio de uma mudança profunda realizada pelo Senhor no seu povo que se tinha deixado perverter, caindo numa situação de cegueira e de incompreensão. Isaías canta essa mudança, essa passagem das trevas à luz, provocada pelas maravilhas que o Senhor realiza, destruindo os projectos escondidos em que o povo incrédulo baseava a sua sabedoria (cf. Is 29, 15). A acção de Deus realiza-se na natureza (v. 17), nas enfermidades físicas (v. 18) e no campo moral e religioso, onde reina a injustiça (vv. 19-21).
A salvação provoca o júbilo dos «humíldes» (v. 19), isto ~ daqueles que confiam no Senhor e perseveram na espera da salvação que vem dele. Com a alegria dos carenciados e dos últimos, e com o desaparecimento dos violentos, dos cínicos e dos enganadores, a obra do Senhor atinge o vértice, porque nela os crentes reconhecem¬no como o redentor de Abraão e de Jacob: «livres da obscuridade e das trevas, os olhos dos cegos verão» (v. 18).
Evangelho: Mt. 9, 27-31
A narrativa da cura dos dois cegos revela a tendência de Mateus para reduzir os elementos descritivos e dar relevo ao tema da autoridade de Jesus e da fé do discípulo ou do miraculado. A fé daquele que procura a cura junto de Jesus manifesta-se, em primeiro lugar, no seguimento (v. 27) e torna-se súplica insistente, confiante.
Os dois cegos devem entrar em casa para se aproximarem de Jesus, quase a sugerir que, para chegar à luz da fé, é preciso entrar na comunidade dos crentes. Aproximar-se de Jesus é necessariamente entrar em comunhão com a sua Pessoa e escutar a sua Palavra. Jesus faz como que um exame à fé dos cegos, isto é, à confiança que têm no seu poder salvador (v. 28).
A palavra de cura que Jesus dirige aos cegos é semelhante à que dirigiu ao centurião (Mt 8, 13) e parece estabelecer uma certa proporcionalidade entre a fé e a cura. Mas oferece sobretudo um ensinamento à comunidade para que ultrapasse a necessária prova da fé na oração, reconhecendo que a ajuda concedida é resultado da escuta da súplica de um coração sincero.
Isaías anunciou para os tempos messiânicos que, «livres da obscuridade e das trevas, os olhos dos cegos verão: Jesus realiza a palavra do profeta curando vários cegos, também os dois de que nos fala o evangelho de hoje. Ao recuperaram a vista, podem contemplar o mundo criado por Deus e as suas belezas. Mas aconteceu neles algo de mais profundo, uma verdadeira transformação, realizada pelo acolhimento da Boa Nova na fé: passaram a ver toda a realidade, e a si mesmos, com olhos novos.
Antes de chegarem à fé, tinham uma visão distorcida do mundo, de si mesmos, dos outros e da história. A Boa Nova fê-los darem-se conta da sua cegueira e da necessidade que tinham de ser curados.
Quem julga ver, permanece cego, permanece no pecado, como lembra João (9, 41). O Evangelho abre-me os olhos, faz-me tomar consciência de que não vejo. Mas, se tenho a dita de me encontrar com o Senhor, se acreditar n ' Ele e invocar a sua misericórdia para a minha cegueira, recebo d ' Ele o dom da vista. É a fé que me abre os olhos, e é a misericórdia de Cristo, isto é, o movimento do seu coração em direcção aos miseráveis, que O leva a fazer o milagre. A liturgia de hoje mostra-nos a relação entre olhos e coração.
Quando chego à fé, começo a ver, inicialmente de modo algo confuso, mas, depois, cada vez mais claramente, a acção do Senhor na minha história e na dos meus irmãos e irmãs. A fé faz-se descobrir os sinais luminosos das visitas de Deus à minha vida, em todos os seus momentos, mesmo naqueles em que, à primeira vista, só vejo trevas e marcas negativas.
Como os cegos do evangelho, vejo-me envolvido na compaixão de Cristo, acolhido na sua casa, tocado pela sua mão misericordiosa. Mas o evangelho também me faz ver, de modo diferente os outros e os acontecimentos, e ensina-me a estimar aquilo que o mundo espontaneamente não aprecia: os humildes, os pobres, os oprimidos.
Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

1993 06 DEZEMBRO – 2018: 25 ANOS DA CRIAÇÃO DA DIOCESE. HOMILIA DE DOM FRANCISCO LERMA


1993 06 DEZEMBRO – 2018: 25 ANOS DA CRIAÇÃO DA DIOCESE
LOUVOR – AGRADECIMENTO - CONVERSÃO E MISSÃO
Com esta soleníssima celebração  queremos dar, a Igreja Mãe de todas as Igrejas da Diocese, a nossa Catedral, duas acções litúrgicas,  de que carece e que lhe pertencem por Direito, a norma das Leis da Igreja:  a “DEDICAÇÂO  DA IGREJA” e a “CONSAGRAÇÃO DO ALTAR”.
Dia imemorial que, a partir de hoje, deve ser festejado em toda a  Diocese, não apenas como aniversário da criação da Diocese, mas, sobretudo, como a DEDICAÇÂO  DA IGREJA, seguindo as normas litúrgicas.
Conduzidos e iluminados pela Palavra de Deus que acaba de ser proclamada nesta ASSEMBLEIA LITÚRGICA,  façamos a nossa reflecção.
Ev. Mt, 16, 13-19
A IGREJA é o povo de Deus, formado de PEDRAS VIVAS, nós os baptizados,  construídos SOBRE O ALICERCE dos Apóstolos, e que tem como PEDRA ANGULAR CRISTO.
Desde os tempos muito antigos, chamou-se também IGREJA ao lugar onde a comunidade cristã se reúne.  Neste sentido a Igreja é  o lugar onde a comunidade cristã se reúne para a celebração dos mistérios da nossa fé, os Sacramentos, as várias celebrações, a oração, e outros actos de piedade. É lugar sagrado por excelência. Em consequência, este edifício merece todo o respeito, devemos trata-lo da melhor maneira, ordem , limpeza e amor, pois é o lugar sagrado
Pelo facto de ser um edifício visível, ESTA CASA constitui um sinal todo ele especial da Igreja que peregrina na terra e uma imagem da Igreja que já habita nos céus..
Desde os tempos antigos
Este edifício, que chamamos IGREJA é IMAGEM da Igreja, Povo de Deus edificado de pedras vivas. E o ALTAR é SINAL de CRISTO.
A liturgia evidencia claramente o significado da Igreja como edifício: sinal visível da única e verdadeira IGREJA DE CRISTO: isto +e, o seu Corpo pessoal, cujos membros somos todos os baptizados e cuja cabeça é o próprio Cristo,
Na 1ª leitura (1 Reis 8,22-23.27), o Rei Salomão ae interroga coo é possível que Deus possa habitar na terra, num edifício construído pelos homens, enquanto os Céus não o podem conter pois Ele é o seu Criador? Deus escuta a nossa oração cada vez que a assembleia se reúne em seu nome.
Na 2ª leitura (1 Pe. 2,4-9) Pedro lembra as primeiras comunidades cristã, e hoje a todos nós, que Cristo é a PEDRA ANGULAR , rejeitada pelos Homens, e nós próprios, os baptizados, somos as PEDRAS VIVAS para a construção de um edifício espiritual.
Cristo ressuscitado é a grande pedra viva do novo tempo, do qual cada baptizado é chamado a formar parte:
a)    UNIDOS À PEDRA VIVA ANGULAR, (= união com Cristo);
b)   UNIDOS entre nós: junto com as outras pedras vivas: UNIDOS COM OS IRMÃOS
c)    PARA O BEM DE TODOS: Uma casa aberta a todos os homens, sem descriminação, para celebrarmos o verdadeiro culto da verdade , da justiça, da Paz, do Perdão e do amor fraterno
No Evangelho (Mt, 16, 13-19):
-  Zauqeu  procura  ver o Senhor no meio da multidão;
-O Senhor visita a sua Casa: é a casa do perdão, da generosidade, do acolhimento, é acsa de Deus e do seu Povo.
Assim devemos ser nós, Casa de Deus no meio do Povo.
Que esta Igreja que hoje “DEDICAMOS”, seja sempre imagem desta Igreja formada de Pedras vivas, alicerçada sobre os Apóstolos – a sua doutrina e o testemunho que nos deixaram,. E assim, como rezamos na Oração do nosso Jubileu, renovarmos  o compromisso de testemunhar o evangelho e anuncia-lo a todos os homens e em todos os lugares.

QUINTA-FEIRA – I SEMANA DO ADVENTO - ANOS ÍMPARES - 6 DEZEMBRO 2018


QUINTA-FEIRA – I SEMANA DO ADVENTO - ANOS ÍMPARES - 6 DEZEMBRO 2018
Primeira leitura: Is. 26, 1-6

Isaías apresenta um hino de acção de graças pela ajuda do Senhor que faz de Jerusalém uma cidade forte, em oposição a Babilónia.
O hino é entoado pelos habitantes da cidade, que precisa de ser reconstruída e de muros que lhe garantam a segurança. Mas esses muros podem tornar-se uma defesa do bem-estar próprio, uma barreira contra os humildes. Por isso, é que o profeta convida a abrir as portas da cidade, para que os seus habitantes não se fechem nas suas próprias seguranças, mas estejam abertos ao mundo. Assim, a cidade tomar-se-é refúgio para outros, chamados «povo justo. (v. 2). A expressão sugere que os habitantes da cidade não são justos, nem fiéis. Mas, abrindo-se aos outros, aos pobres, pode encontrar a salvação.
Evangelho: Mt. 7, 21.24-27
As imagens antitéticas do homem prudente e do insensato, e o diferente resultado do modo de agir de um e de outro correspondem às fórmulas da aliança de Deus com Israel que se concluem com as bênçãos e com as maldições. Tais bênçãos e maldições dependem da consistência do agir humano e do fundamento sobre que se apoiam.
É certamente mais custoso construir sobre a rocha (v. 24) do que construir sobre a areia. Mas, a casa construída sobre a rocha é sólida e resiste aos temporais e às enxurradas, enquanto a que é construída sobre a areia facilmente se desmorona e cai em ruínas. A qualidade do fundamento é, pois, decisiva. A Palavra é o fundamento imperecível para apoiar as nossas obras e a nossa vida. Não são as emoções fáceis resultantes de milagres ou de manifestações espectaculares que dão fundamento seguro à nossa vida e à nossa realização pessoal, mas a obediência filial à vontade de Deus: «Nem todo o que me diz: 'Senhor, Senhor' entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu> (v. 21).
O Advento é tempo de viver mais intensamente a esperança e de crescer na confiança, porque Deus prometeu e vem efectivamente salvar-nos. «Temos uma cidade forte ... o Senhor protege-nos, constrói para nós a paz ... é preciso pôr a nossa confiança no Senhor, porque Ele é a rocha segura ... É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar no homem ... Abri-me as portas da justiça: quero entrar e dar graças ao Senhor». Estes são alguns dos gritos de confiança, que escutamos durante o advento, que nos dão coragem e criam à nossa volta uma atmosfera de tranquilidade e de segurança.
O evangelho diz-nos qual é o verdadeiro fundamento do discipulado e da nossa confiança. Não são as coisas extraordinárias - os exorcismos, as curas, os milagres - mas na Palavra devidamente escutada e posta em prática. Não é suficiente dizer «Senhor; Senhor» para ser verdadeiro discípulo. É preciso obedecer à Palavra do Senhor encarnada na vida. Também não posso fundamentar a minha vida no excepcional. no aparente ou na vaidade das minhas realizações efémeras. Com isso só mascaro a inconsistência da minha vida, esquecendo-me de que, mesmo os mais pequenos gestos de bem, que eu possa realizar, são dom da graça, que exigem humildade e reconhecimento. E, se repentinamente me vejo confrontado com a minha fragilidade, deixo-me tomar pelo terror e pelo desespero, como quando cai uma casa, porque verifico que não tenho morada na «cidade torte-, habitada exclusivamente por «um povo justo, que cumpre com os seus compromissos» e fundamenta a sua existência no Senhor, rocha eterna.
Diferente será a minha sorte, se apoiar a minha vida na Palavra do Senhor. Ela será para mim solidez e protecção. Talvez até possa esquecer as minhas boas obras, afastando-me de qualquer forma de auto complacência. Então, hei-de experimentar o que escreve o livro do Apocalipse: «Depois, ouvi uma voz que vinha do céu e me dizia:
Descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham» (cf. Apoc 14, 13). Quem se gloria unicamente na bondade do Senhor, vê abrirem-se-lhe as portas da «cidade torte-. E poderá entrar no Reino do Filho muito amado do Pai.
O Advento é tempo de Maria. Ela é, para nós, modelo de esperança e de confiança em Deus. Ela ensina-nos a fundamentar a nossa vida na Palavra. A nossa preparação para o Natal deve acontecer em união com Maria.
Escreve João Paulo II:
"Maria apareceu cheia de Cristo no horizonte da história da salvação" (RM 3). "Na noite da espera, Maria é a estrela da manhã", é "a aurora" que anuncia o dia, o surgir do sol. Maria é espera cheia de esperança e amorosa confiança. É Ela que nos traz Jesus, a Palavra, o Verbo de Deus feito carne, sobre o Qual havemos de fundamentar a nossa vida: "Quem ouve as minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha ... " (Mt 7, 24). "Rocha", "Rochedo" são imagens típicas de Deus que exprimem solidez, segurança: "Deus é a rocha da minha defesa ... " (SI 62(61), 3): "Vós sois, meu Deus, a rocha da minha salvação ... " (SI 89(88), 27).
Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia/”