De 8 a 21 de Junho do corrente ano, está a decorrer a Visita Pastoral às Paróquias de N. S. Rainha dos Martires de Muthala e de N. S. Raianha da Paz da Pista Velha do Alto Molócue.
08.06.2018. Em Milevane - Nauela- Celebração Diocesana do Jubileu dos Pioneiros da Evangelização, no Cimetério dos Padres Dehonianos
À tarde chegada ap Centro Jovenil Leos Dehon, na Pista Velha, Slto Molócue.
PARÓQUIA N. S. RAINHA DOS MÁRTIRES DE MUTHALA
09 a 12.06: Muthala - Hapya - Konko - Uelela -Narilo - Naphalavi
13.06 .Naihava, Nimuene - Uahitoko - Akuieavukula -
14.06: - Nakuita -Inthepa - Naphalage -
PARÓQUIA N. S. RAINHA DA PAZ
15.06. Murepuetela
16.06. Conselho Paroquial e Encontro com os jovens.
17.06. Pista Velha. Crismas e Ordenação Diaconal
18.06: Nakuaka - Namalue
19.06. Muataliua - Kakumue
20.06. Muharra - Limiha
21.06. Nipaia - Inravane
sábado, 9 de junho de 2018
sexta-feira, 8 de junho de 2018
SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – ANO B - 8 de Junho 2018
SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
– ANO B - 8 de Junho 2018 -
1ª Leitura:
Oseias 11, 1. 3-4. 8c-9
2ª Leitura:
Efésios 3, 8-12. 4-19
Evangelho:
João 19, 31-37
Quem é esse Deus em quem
acreditamos? Qual é a sua essência? Como é que o podemos definir? A liturgia
deste dia diz-nos que “Deus é amor”. Convida-nos a contemplar a bondade, a ternura e a
misericórdia de Deus, a deixarmo-nos envolver por essa dinâmica de amor, a
viver “no amor” a nossa relação com Deus e com os irmãos.
É uma catequese sobre essa história de amor
que une Jahwéh a Israel. Ensina que foi o amor – amor gratuito, incondicional,
eterno – que levou Deus a eleger Israel, a libertá-lo da opressão, a fazer com
ele uma Aliança, a derramar sobre ele a sua misericórdia em tantos momentos
concretos da história… Diante da intensidade do amor de Deus, Israel não pode
ficar de braços cruzados: o Povo é convidado a comprometer-se com Jahwéh e a
viver de acordo com os seus mandamentos.
A essência de Deus: “Deus é amor”. Esse “amor” manifesta-se, de forma concreta, clara e inequívoca em Jesus Cristo, o Filho de Deus que Se tornou um de nós para nos manifestar – até à morte na cruz – o amor do Pai. Quem quiser “conhecer” Deus, permanecer em Deus ou viver em comunhão com Deus, tem de acolher a proposta de Jesus, despir-se do egoísmo, do orgulho e da arrogância e amar Deus e os irmãos.
Esse Deus que é amor tem um projecto de salvação e de vida eterna para oferecer a todos os homens. A proposta de Deus dirige-se especialmente aos pequenos, aos humildes, aos oprimidos, aos excluídos, aos que jazem em situações intoleráveis de miséria e de sofrimento: esses são não só os mais necessitados, mas também os mais disponíveis para acolher os dons de Deus. Só quem acolhe essa proposta e segue Jesus poderá viver como filho de Deus, em comunhão com Ele.
A essência de Deus: “Deus é amor”. Esse “amor” manifesta-se, de forma concreta, clara e inequívoca em Jesus Cristo, o Filho de Deus que Se tornou um de nós para nos manifestar – até à morte na cruz – o amor do Pai. Quem quiser “conhecer” Deus, permanecer em Deus ou viver em comunhão com Deus, tem de acolher a proposta de Jesus, despir-se do egoísmo, do orgulho e da arrogância e amar Deus e os irmãos.
Esse Deus que é amor tem um projecto de salvação e de vida eterna para oferecer a todos os homens. A proposta de Deus dirige-se especialmente aos pequenos, aos humildes, aos oprimidos, aos excluídos, aos que jazem em situações intoleráveis de miséria e de sofrimento: esses são não só os mais necessitados, mas também os mais disponíveis para acolher os dons de Deus. Só quem acolhe essa proposta e segue Jesus poderá viver como filho de Deus, em comunhão com Ele.
A liturgia hoje põe em relevo, antes de mais,
o amor de Deus pelo seu Povo: esse amor gratuito, incondicional, inexplicável.
O nosso Deus – esse Deus que nos escolheu e que nos chamou à comunhão com Ele –
tem um coração que ama e que derrama incondicionalmente a sua bondade e a sua
ternura sobre cada um de nós. Não interessam os nossos merecimentos, as nossas
qualidades ou defeitos, o nosso peso na comunidade internacional: só interessa
o amor de Deus”. Neste dia do Coração de Jesus, somos convidados a redescobrir
este amor e a espantar-nos com a sua gratuidade e eternidade.
O amor de
Deus pelos seus filhos é uma realidade com que topamos em cada passo do caminho da vida. Manifesta-se
concretamente naqueles mil e um gestos de ternura, de amizade, de solidariedade, de serviço que todos os
dias testemunhamos e que acendem uma luzinha de esperança no coração dos
sofredores, dos pobres, dos abandonados, dos excluídos… Por um lado, somos convidados a
detectar a presença do amor de Deus na nossa vida através dos irmãos
que nos rodeiam e que são os instrumentos de que Deus se serve para nos
oferecer a sua bondade, a sua ternura, o seu afecto; por outro lado, somos convidados
a ser, nós próprios, testemunhas vivas do amor de Deus e a manifestar,
em gestos concretos de bondade, de partilha, de solidariedade, a solicitude de
Deus pela humanidade.
A liturgia
hoje convida os a responder com amor ao amor de Deus. Como é que o homem
traduz, em termos concretos, o seu amor a Deus?
Em primeiro
lugar, é preciso que Deus ocupe na vida do homem o lugar que merece. Deus não pode ser uma figura de
segundo plano: tem de ser o centro de referência, à volta do qual se estrutura
toda a vida do homem.
Em segundo
lugar, é preciso que o homem observe “os mandamentos, as leis e os preceitos” que
Deus propôs ao homem. Viver na lógica dos valores de Deus é reconhecer
a preocupação e o amor de Deus pelos homens, e é acolher a proposta de Deus
como a única proposta válida de realização, de felicidade, de salvação.
Quem é Deus?
Como é que Ele se relaciona com o homem? Ele preocupa-Se connosco, ou vive totalmente alheado
desses homens e mulheres que criou?
“Deus é
amor”. O que é que isso significa?
Significa
que ao relacionar-Se com os homens, Deus não pode deixar de tocá-los com a sua
ternura, a sua bondade, a sua misericórdia. Esse amor manifesta-se de forma
concreta, real, histórica, em Jesus Cristo – o Deus que desceu até nós,
que vestiu a nossa humanidade, que partilhou os nossos sentimentos, que lutou
contra as injustiças que magoavam os homens e que morreu na cruz pedindo ao Pai
perdão para os seus assassinos.
“Se Deus nos
amou, também nós devemos amar-nos uns aos outros”
“Ser
profetas do amor e servidores da reconciliação dos homens e do mundo em Cristo” (Constituições dos Sacerdotes do
Coração de Jesus).
Ser objecto
do amor de Deus nos insere numa dinâmica de amor que exige o testemunho, a
vivência, a partilha do amor com aqueles que a todo o momento se cruzam connosco
nos caminhos do mundo.
A
consciência do amor de Deus dá-nos a coragem de enfrentar o mundo e de, no
seguimento de Jesus, fazer da vida um dom de amor. O
cristão não teme o confronto com a injustiça, com a perseguição, com a morte:
tudo isso é secundário, perante o Deus que nos ama e que nos desafia a amar sem
medida. Enfrente quem enfrentar, o que importa ao crente é ser, no mundo, um
sinal vivo do amor de Deus.
Deus ama os homens com um amor sem
limites (Evangelho)
e quer que eles cheguem à vida eterna, à felicidade sem fim; por isso, enviou
ao mundo o próprio Filho que, com o sacrifício da sua própria vida, anunciou o
Reino e indicou aos homens um caminho de liberdade e de vida plena.
Para concretizar esse projecto do Pai, Jesus lutou contra tudo aquilo que
provocava opressão e escravidão e anunciou a todos os homens – com palavras e
com gestos – o amor, a misericórdia, a bondade de Deus.
Esse
projecto de amor toca especialmente os pequenos, os pobres, os excluídos, os
desprezados, os que sofrem, pois são eles que mais necessitam de salvação.
Aqueles que
centram a sua vida na espiritualidade do Coração de Jesus devem ser, em razão
da sua vocação e carisma, testemunhas privilegiadas desse amor de Deus,
materializado em Jesus e no mistério do seu Coração trespassado.
O amor de
Deus dirige-se, de forma especial, aos pequenos, aos marginalizados, aos
necessitados de salvação. Os pobres e débeis que encontramos nas ruas das
nossas cidades ou à porta das igrejas das nossas paróquias encontram em nós –
profetas do amor – a solicitude maternal e paternal de Deus?
Apesar do
imenso trabalho, do cansaço, do “stress”, dos problemas que nos incomodam,
somos capazes de “perder” tempo com os pequenos, de ter disponibilidade para
acolher e escutar, de “gastar” um sorriso com esses excluídos, oprimidos,
sofredores, que encontramos todos os dias e para os quais temos a
responsabilidade de tornar real o amor de Deus?
Tornar o amor
de Deus uma realidade viva no mundo significa lutar objectivamente contra tudo
o que gera ódio, injustiça, opressão, mentira, sofrimento.
Fonte: adaptação de um
texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
quinta-feira, 7 de junho de 2018
QUINTA-FEIRA - IX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 7 JUNHO
QUINTA-FEIRA - IX SEMANA –
TEMPO COMUM – ANOS PARES - 7 JUNHO 2018
Primeira leitura: 2 Timóteo 2, 8-15
A Segunda Carta a Timóteo, leva-nos
comunidades cristãs da Ásia Menor, na última quarta parte do século I. Aí começavam
a surgir controvérsias teológicas baseadas em diferentes interpretações da fé
cristã. E cada uma tinha a pretensão de provir directamente da primeiríssima
tradição e de assim obter o monopólio da interpretação da fé.
Neste contexto, Timóteo lembra os
conselhos do seu mestre, Paulo. Antes de discutir qualquer doutrina, há que ir
ao único fundamento da fé, que é Jesus Cristo. Ser cristão é, fundamentalmente,
acreditar em Jesus Cristo, naquele homem histórico concreto, conhecido de
todos, e que continua misteriosamente presente na comunidade, depois da sua
ressurreição.
A vida do cristão é a vida de Cristo
nele; é participação sempre renovada na morte e na vida gloriosa do Senhor, que
misteriosamente sofre e ressuscita naquele que acredita nele. É o que se
verifica em Paulo, preso «como um malfeitor» (v. 9), mas também convencido de
«reinar com ele» (v. 12).
Daqui, seguem duas consequências. Em
primeiro lugar, os sofrimentos do cristão participam do valor redentor dos
sofrimentos de Cristo e são, de facto, instrumento de salvação, na medida em
que o cristão sofre, como Paulo, «por Cristo» e «morre com ele» (v. 11).
Desde que o Filho de Deus morreu na
cruz, nenhum sofrimento terreno é inútil, e nenhum crente pode sentir-se não
responsável pela salvação dos outros. É a comunhão na cruz que dá a cada um a
força para «tudo suportar» pelos irmãos, «para que também eles alcancem a
salvação em Cristo Jesus e a glória eterna» (v. 10).
E então – é a segunda consequência – a
vida do cristão torna-se uma existência pascal, na memória da ressurreição de
Jesus (v.8) e na profecia da sua própria ressurreição (v.11). Com estas
perpectivas, o cristão não se perde em «em litígios de palavras» (v. 14), nem
se envergonha da Palavra, mas proclama-a, ainda que, para isso, tenha de
sofrer: «a palavra de Deus não pode ser acorrentada»(v. 9) .
Segunda leitura: Marcos 12, 28b-34
Depois dos fariseus, herodianos e
saduceus, aparece um escriba de boa vontade, que faz uma pergunta simplesmente
teórica, sem armadilhas mais ou menos camufladas. Era uma questão clássica e
frequentemente debatida. A resposta de Jesus também não era completamente nova.
Na verdade trata-se de uma questão central para Jesus e para todos os crentes.
A resposta mais completa será dada com
toda a sua vida.
Jesus oferece ao escriba honesto uma resposta rigorosamente bíblica: remete-o para Dt 6, 4s. e para Lv 19, 18. Mas a compreensão plena da resposta só se obtém à luz da revelação, segundo a qual o nosso amor a Deus e ao próximo supõe um facto precedente e fundante: o amor de Deus para connosco.
Jesus oferece ao escriba honesto uma resposta rigorosamente bíblica: remete-o para Dt 6, 4s. e para Lv 19, 18. Mas a compreensão plena da resposta só se obtém à luz da revelação, segundo a qual o nosso amor a Deus e ao próximo supõe um facto precedente e fundante: o amor de Deus para connosco.
O amor de Deus é a medida com que se
deve confrontar todo o amor humano. Se este nascer daquele, estender-se-á a
toda a humanidade, a todo o homem sem distinções, e será um amor com toda a
humanidade de que dispomos: o coração, a mente e a vontade. Este amor supera
todo e qualquer acto de culto, sobretudo aquele que está separado do amor ao
próximo. Notemos também a afirmação clara e incisiva do monoteísmo (vv. 29.32),
em polémica com o ambiente pagão em que vivia a comunidade para quem Marcos
escrevia o seu evangelho.
Para o escriba, a questão posta a Jesus
era simplesmente intelectual. Mas, para Jesus, tratava-se de uma questão vital.
O Senhor começa por apresentar o
essencial da vontade de Deus, que consiste em amar a Deus e amar ao próximo:
«Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com
todo o teu entendimento e com todas as tuas forças.
O segundo é este: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo». Jesus unifica o primeiro e o segundo mandamento: «Não há
outro mandamento maior que estes» (vv. 30-31). Só Jesus viveu este único
mandamento de modo perfeito. O seu amor pelo Pai e por nós levou-o a morrer na
cruz, dando a sua vida até às últimas gotas de sangue, que jorraram do seu
Coração trespassado.
O nosso coração foi criado por Deus, à
imagem e semelhança do seu, isto é, capaz de amar, e de amar à maneira divina.
É o maior sinal do amor de Deus pelo homem. O Criador não guardou ciosamente
para Si o poder de amar, mas partilhou-o com a criatura. É por isso que, amar a
Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos é o maior de todos os
mandamentos. É o maior porque, antes de ser um mandamento, é um dom. E, se é
maior que todos os holocaustos e todos os sacrifícios, quer dizer que o homem
realiza a maior experiência do amor divino quando ama à maneira de Deus, porque
só então se pode dar conta de quando foi amado pelo Eterno, a ponto de poder
amar como Ele ama.
É nesta linha que Paulo convida Timóteo,
e todos nós, a sofrer e a morrer por Cristo, para que os irmãos sejam salvos.
Esta comunhão no amor redentor da cruz, revela-nos o surpreendente mistério da
comunhão de Deus com o homem, do amor
divino com o amor humano. Graças a esta comunhão, o amor de Deus já está
presente e visível na terra. Mais ainda: o próprio Deus amou com um rosto
humano, e um coração de carne bate desde já, com ritmos eternos, no meio dos
homens.
Fonte: Adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
quarta-feira, 6 de junho de 2018
QUARTA-FEIRA - IX SEMANA –– TEMPO COMUM – ANOS PARES -6 JUNHO 2018
QUARTA-FEIRA - IX SEMANA –– TEMPO COMUM –
ANOS PARES -6 JUNHO 2018
Primeira leitura: 2 Timóteo 1, 1-3.6-12
Quando escreve esta carta, Paulo encontra-se preso em
Roma, e já antevê a sua morte próxima. Ela tem, pois, o sabor de um testamento
espiritual.
Depois de endereçar a carta ao seu discípulo
predilecto, o Apóstolo exorta-o a lutar e a sofrer pelo Evangelho, que é «promessa
de vida em Cristo Jesus» (v. 1), «que destruiu a morte e irradiou vida e
imortalidade» (v. 10).
Paulo é um homem escolhido por Deus para levar ao
mundo este Evangelho da vida, não com um Espírito «de timidez, mas de
fortaleza, de amor e de bom senso» (v. 7). O mundo não lhe perdoará, e irá
privá-lo da liberdade.
Mas Paulo não se envergonha das suas cadeias, e incita
Timóteo à mesma atitude. É o preço do testemunho da fé, da vocação santa, da
graça oferecida em Cristo Jesus e agora revelada no mistério da sua incarnação.
As cadeias são sinal da liberdade nova que nasce da fé em Cristo e da confiança
na sua fidelidade até ao último dia, quando a vida vencer a morte.
Provavelmente, a comunidade de Timóteo estava ameaçada
por perseguições. Mas os cristãos, e em particular aquele que foi ordenado,
hão-de ser lutadores e dirigentes corajosos, evitando a prudência segundo a
carne.
Segunda leitura: Marcos 12, 18-27
Os saduceus, frios e calculistas, querem desfazer-se
de Jesus, que consideram um homem perigoso, mas não perdem a calma. Limitam-se
a procurar meter Jesus a ridículo diante do povo, levando até ao absurdo as
suas ideias sobre a ressurreição. Jesus aproveita para apresentar correctamente
o sentido da vida para além da morte.
No tempo de Jesus, eram várias as posições diante do
tema da ressurreição: os saduceus negavam-na; os rabinos fariseus afirmavam-na,
mas com uma certa liberdade interpretativa: ressuscitariam só os justos, ou só
os Judeus, ou todos os homens, os ressuscitados voltariam à sua corporalidade
original, incluindo as enfermidades; os helenistas pagãos, influentes quando
Marcos escreve o seu evangelho, preferiam falar da imortalidade do espírito,
capaz de sobreviver por si mesmo ao corpo, e de se libertar da prisão.
Jesus responde a todos, pondo no centro a verdade do
amor de Deus: se Deus ama o homem, não pode abandoná-lo ao poder da morte, mas
há-de uni-lo a Si, fonte de vida, tornando-o imortal.
Como será a vida além-túmulo? Para Jesus, será uma
vida que escapa aos esquemas do mundo presente: será divina, eterna, comparável
à dos anjos, de tal modo que o matrimónio e a reprodução serão supérfluos. Não
será um prolongamento desta vida, mas uma existência nova, resultante de uma
misteriosa transformação, fruto da fidelidade do Eterno, que envolverá o homem
todo, e não só o espírito.
Hoje, começamos por escutar a exortação de Paulo a
Timóteo: «Recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela
imposição das minhas mãos, pois Deus não nos concedeu um espírito de timidez,
mas de fortaleza, de amor e de bom senso» (vv. 6-7).
Esta exortação é também para nós. Há que ter ideias
grandes sobre Deus, que é magnânimo, que fará grandes coisas por nós, tal como
as fez por Paulo, prisioneiro em Roma, e por Timóteo. Se o «dom», que Paulo
recomenda reavivar a Timóteo, é um carisma sacerdotal, todos nós recebemos a
graça da vocação cristã, os dons de Cristo, que não devemos pensar de modo
humano, como os fariseus pensavam na ressurreição. São dons no Espírito que
havemos de não deformar, mas renovar com o auxílio do Espírito.
Por isso, é que convém varrer da nossa mente todas as
ideias mesquinhas sobre a vida em Cristo, e conformar os nossos pensamentos à
magnanimidade, ao amor, ao poder glorioso de Deus, com humildade e com
esperança.
O cristianismo é o evangelho da vida. A vida é a boa
nova que o cristão anuncia a um mundo cada vez mais mergulhado numa cultura de
morte. Só quem acredita em Cristo pode falar de uma vida que venceu a morte, e
acreditar na imortalidade. E tem de fazê-lo, sem medo nem timidez, graças ao
Espírito de força e de amor que lhe foi dado, como Paulo o fez em Roma, pouco
antes da sua morte violenta.
O cristão não é dispensado do drama do sofrimento nem
da derrota da morte. Mas, é mesmo nessa experiência, das profundezas do abismo,
que anuncia a esperança da vida que não morre.
Lembremos as palavras de Bento XVI na encíclica “Spe
salvi” sobre o modo como Santa Josefina Bakhita, raptada aos nove anos pelos
traficantes de escravos, espancada barbaramente e vendida cinco vezes nos
mercados do Sudão, e finalmente comprada, em 1882, por um comerciante italiano
para o cônsul Callisto Legnani, chegou à esperança cristã.
Em casa do cônsul, Bakhita acabou por conhecer um «patrão»
totalmente diferente dos anteriores, isto é o Deus vivo, o Deus de Jesus
Cristo. Soube que esse Senhor também a conhecia, a tinha criado e a amava.
Mais ainda, soube que esse Patrão tinha enfrentado
pessoalmente o destino de ser flagelado e agora estava à espera dela «à direita
de Deus Pai». E assim nasceu nela a «esperança», a grande esperança, que vinha
de ser definitivamente amada e esperada por esse Amor. E, então, deixou de se
sentir escrava, passando a sentir-se livre filha de Deus (cf. “Spe salvi” 3).
Nesta santa como que se tocam dois abismos: o da
fragilidade humana e o do poder divino, como aconteceu em Jesus crucificado.
Por isso, tal como Deus Pai ressuscitou o Filho, também há libertar das cadeias
da morte todo aquele que não se envergonhar do Evangelho da Vida. De facto, não
é um «Deus de mortos, mas de vivos» (v. 27).
Senhor, Tu és o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob.
Tu é o Deus que ama a vida. Tudo existe e subsiste em Ti. Sem Ti, eu seria
nada. Mas como és, e estás comigo, vibra em mim um frémito de eternidade.
Eu Te bendigo, porque venho de Ti, vivo por Ti, e vou
para Ti. Que eu saiba proclamar sempre a tua glória, e jamais me envergonhe do
Evangelho ou tenha medo das incompreensões e recusas que a sua proclamação me
pode acarretar.
Dá-me a coragem de Paulo, que, mesmo agrilhoado,
proclama o Evangelho da vida. Reaviva em mim o teu dom para que, também eu,
seja um livre prisioneiro de Cristo, deixando-me amarrar eternamente pelas
cadeias daquele amor divino que venceu a morte.
Fonte: Adaptação local
de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
terça-feira, 5 de junho de 2018
TERÇA-FEIRA – IX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 5 JUNHO 2018
TERÇA-FEIRA – IX SEMANA –TEMPO COMUM –
ANOS PARES - 5 JUNHO 2018
Primeira leitura: 2 Pedro 3, 12-15ª.17-18
A secção anterior a este texto terminou com a
afirmação de que a vinda do Senhor pode ser «apressada», para que apareçam os
novos céus e a nova terra onde reine a justiça.
O texto que lemos hoje é uma reflexão sobre o estado
do cristão que espera «a chegada do dia de Deus» (v. 12). O autor desta carta
explica que, o que se espera, são «uns novos céus e uma nova terra» (v. 13; cf.
Is 65, 17; 66, 22), nos quais se manifestará Cristo e se realizará, na
«justiça», o projecto de Deus.
Mas, a manifestação do Senhor não se deve aguardar
passivamente. Uma vida na piedade e na santidade pode «apressar» o dia do
Senhor, pois torna já presente na história a justiça típica do esperado dia do
Senhor.
Há pois que viver «imaculados e irrepreensíveis e em
paz» (v. 14), tal como há-de acontecer no dia sem ocaso da vida futura. Mais
importante do que procurar saber quando será o dia do Senhor, é viver na
justiça e na santidade.
O que realmente conta é a magnanimidade do Senhor, que
organiza os tempos e a história na amorosa perspectiva da salvação. Os ímpios
não conhecem esse desígnio de Deus. Mas os crentes vão-no conhecendo
progressivamente.
Segunda leitura: Marcos 12, 13-17
Alguns fariseus e partidários de Herodes, que se
consideravam nacionalistas, mas colaboravam com os romanos, fingindo
sinceridade, fazem a Jesus uma pergunta armadilhada. Queriam embaraçá-lo,
tornando-O malvisto pelas autoridades romanas ou pela multidão.
Jesus evita a armadilha, e aproveita a ocasião para
oferecer um importante critério para a vida cristã: «Dai a César o que é de
César, e a Deus o que é de Deus» (v. 17).
Deus e César não se opõem, nem se colocam ao mesmo
nível. O primado de Deus não retira ao Estado os seus direitos. O cristão deve
obedecer a Deus, mas também aos homens. Em qualquer caso, obedece por causa de
Deus e não por causa dos homens, porque toda a autoridade humana tem as suas
raízes no Eterno. Este princípio está na origem da liberdade de consciência,
afasta da idolatria do poder, leva a acolher a soberania da Igreja, mas também
a do Estado.
Esta mensagem de liberdade surpreende os adversários de Jesus: «Ficaram admirados com Ele» (v. 17b). A opção a fazer não é entre Deus e César, mas entre Deus e todo o movimento humano, ainda que chamado libertador, ainda que seja o dos zelotas. Os movimentos libertadores, mais tarde ou mais cedo, pretendem tornar-se absolutos. É por isso que o profeta mantém a devida distância, em relação a eles.
O cristão espera, – e até pode apressar -, a vinda do
Senhor, para que apareçam os novos céus e a nova terra. Em vez de se pôr a
calcular o tempo divino, que se rege por uma escala diferente da nossa, há que
pensar na finalidade do tempo que Deus nos concede: dar a todos a oportunidade
de se converterem, aproveitando a graça, que o seu amor nos oferece (cf. 1 Tm
2, 4). É à luz desta intenção divina que devemos avaliar a duração do tempo.
A Segunda Carta de Pedro acentua o carácter repentino
e imprevisível da parusia. O cristão deve estar sempre preparado para a segunda
vinda de Cristo, vivendo na confiança e na entrega a Deus. Um comportamento
digno, em conformidade com a sua condição de cristão, segundo a mentalidade
judaica, podia até antecipar esse dia. Deus não destrói por destruir. Se
destrói o mundo velho, ou envelhecido, é para criar um mundo novo, onde reine a
justiça (cf. Mt 19, 28; Ap 20, 11; 21, 1).
As duas imagens – esperar e apressar o dia do Senhor, dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus – descrevem a vida do cristão.
Em primeiro lugar, ela é espera de um acontecimento,
anúncio de que o Esposo ainda não veio, saudade de um amor maior do que
qualquer afecto humano, como um desejo ainda não satisfeito…
Ao mesmo tempo, indica misteriosamente presente nele o
Esposo, manifesta a alegria do encontro com Ele, do desejo satisfeito. Mas,
como quando uma expectativa se realiza, o desejo satisfeito se torna desejo de
algo mais, assim o encontro com o Senhor acende o desejo de maior intimidade,
e, de algum modo, acelera a vinda do Senhor.
É por isso que o cristão não foge do mundo nem da
história, mas permanece aí, para indicar quanto neles há «de Deus», e a Deus
há-de voltar, quanto no coração humano pertence ao Altíssimo e só nele encontra
paz. Ao mesmo tempo, também revela quanto há de corruptível no homem, e deve
ser abandonado.
Não se trata de desprezar o que é humano, mas de dar a
cada coisa o justo valor e de manter viva a esperança do «dia do Senhor», em
que todo o fragmento terreno se há-de fundir no fogo do amor eterno. E
acontecerão os «novos céus e a nova terra».
Entretanto, o cristão é chamado a «dar a César o que é
de César, e a dar a Deus o que é de Deus». É a inesperada reposta de Jesus à pergunta
hipócrita dos fariseus e dos herodianos. Jesus reconhece que o Estado tem
direito a receber o que lhe pertence, mas clarifica que nenhum poder político
pode arrogar-se os direitos de Deus.
A Igreja não é deste mundo, mas vive nele, com muitas relações humanas, nas quais deve aplicar esta palavras de Jesus. O equilíbrio não é fácil. Há que rezar muito pelos pastores da Igreja, que têm essa grave responsabilidade.
Com os nossos Pastores, e com todos os nossos irmãos
na fé, também nós seguimos a Cristo e nos abrimos ao Espírito, e aos Seus dons,
queremos irradiar os seus frutos e praticar as bem-aventuranças, convencidos de
que, colaborando com o Espírito, «os novos céus» e a «nova terra», em que
«habita a justiça» (2 Pe 3, 13; Cf. Is. 65, 17; 66, 22; Apoc 21, 1.27), não são
apenas uma expectativa futura, escatológica, mas podem tornar-se uma realidade
actual.
Obrigado, Senhor, pela nossa história e pelo nosso
tempo. Eles são teus e estão cheios de Ti. Vêm de Ti, e a Ti devem voltar, tal
como eu, e cada um dos meus irmãos, com toda a nossa humanidade, com a nossa
vontade de viver e de amar.
Quando tal acontecer, quando testemunharmos que és a
origem e o termo de quanto somos e temos, o nosso tempo entra na tua
eternidade, e a nossa história torna-se história de salvação. A nossa vida
celebra a tua soberania; a nossa morte será um regresso às origens.
Perdoa que, tantas vezes, tenhamos tentado
apoderar-nos do nosso tempo, e não tenhamos sabido esperar a novidade do teu
dia.
Perdoa que, tantas vezes, não tenhamos reconhecido a
tua imagem nas coisas, e tenhamos tentado apoderar-nos delas, em vez de as
reconduzirmos a Ti.
Perdoa que, em vez de esperarmos os novos céus e a
nova terra, tenhamos preferido apegar-nos a ilusões imediatas destes céus e
desta terra.
Ensina-nos a esperar o Dia do Senhor e, enquanto o
esperamos, a sabermos «dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».
Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”.
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