1. PÁSCOA. Este é o Dia em que o Senhor nos
fez! Aleluia! «Por isso, estamos exultantes de alegria» (Salmo 126,3).
2. A CRIAÇÃO. Este é o Dia em que contemplamos
e sentimos com amor as maravilhas que Deus fez por nós: percorrendo e meditando
algumas das páginas fundamentais da Bíblia desde a Criação até à Páscoa. É
assim que lemos e compreendemos que em Jesus Cristo tudo foi criado» «e sem Ele nada foi feito».
Lemos e compreendemos que Jesus Cristo,
não foi Sim e não, mas unicamente Sim total ao plano do Pai».
Mas já no jardim da Criação boa e bela encontramos o primeiro NÃO
a Deus. Criação inteira, cada um de nós, tem também de ser Sim, Sim, Sim, ao
plano de Deus e nunca não como o de Adão e Eva.
3. A LIBERTAÇÃO. Meditamos depois o Egipto
opressor e a libertação do teu Povo Senhor., fazendo-nos atravessar a pé enxuto
o mar Vermelho. Também ainda hoje, neste Dia admirável da Ressurreição, cantamos outra vez com inefável
alegria: «Minha força e meu canto é o Senhor! A Ele devo a minha liberdade!»
(Êxodo 15,2).
4. O EXILIO. Meditando os profetas Isaías
e Ezequiel, recordámos as paisagens
tristes e sombrias do nosso exílio de cada dia (tristezas, doenças, provações
de toda sorte), mas também da admirável protecção de Deus, nosso Pais. Ele
caminha connosco, não nos deixa sós. o exílio verdadeiro consiste simplesmente tornar-se
indiferente e insensível, sem causas, sem sonhos e sem esperas, gastando o
nosso dinheiro com aquilo que não alimenta, e esquecendo o convite do Senhor. Ouvi-me, ouvi-me, e comei o
que é bom». Era assim que andámos tantas vezes, perdidos longe de Deus e longe
dos irmãos e até longe de nós próprios.
Mas Deus ainda fez connosco uma Aliança nova,
e deu--nos um coração novo e um espírito novo, nova alegria.
6. A RESSURREIÇÃO. E assim chegamos à
Ressurreição de Cristo. Àquele Jesus Cristo, Crucificado, Morto e Sepultado,
segundo as Escrituras.
A pedra barrava a entrada e a saída do
sepulcro era muito grande. Quem a pode retirar? A pedra da morte é sempre
intransponível para as nossas forças. Tem, por isso, de ser trabalho de Deus. É
assim que as mulheres que vão de madrugada ao sepulcro, veem com espanto a
pedra do sepulcro para sempre retirada , e, entrando, veem,
com não menor espanto, um Anjo vestido de branco, sentado do lado
direito.
7. A pedra muito grande retirada,
representa a porta da habitação da morte para sempre aberta e revela que um tal
operar é coisa só Deus. O Anjo pergunta:
«Procurais Jesus de Nazaré, o
Crucificado? Ressuscitou; não está aqui (…). Ide dizer aos seus discípulos e a
Pedro que Ele vos precede na Galileia. Lá o vereis, como vos
disse».
Ao mandar levar a notícia aos seus
discípulos. Fica ainda claro que Ele nos precede sempre, e que,
portanto, o nosso verdadeiro lugar é sempre «atrás d’Ele», que permanece sempre
o único Senhor e caminho único da nossa vida.
8. O relato evangélico é rico e denso. O
fulgor da Luz deste mistério, simultaneamente ilumina e esconde. É por isso que
a Paixão é um relato, mas a Ressurreição, que põe fim ao relato, só nos pode
chegar como Notícia, vinda de fora, como a Aurora.
9. É por isso que esta Noite é uma fulguração
de Luz e Lume novo. Desde as brasas acesas, ao Círio Pascal aceso, ao
nosso coração aceso como o dos discípulos de Emaús. É também por isso que o Batismo começou por ser chamado
«Iluminação», sendo a Vigília Pascal também a grande Noite Batismal. E
cada batizado levará para sempre a arder dentro de si este Lume, de que não
pode fugir, e ninguém pode apagar.
10. Lume novo, aceso esta Noite na nossa Diocese, nas nossas
paróquias e comunidades, nos nossos corações. Com o testemunho da nossa vida
devemos comunicar aos nossos irmãos esta grande notícia da ressurreição: que o Senhor Vivo e Ressuscitado ilumina as trevas
da nossa vida, ilumina os nossos corações entristecidos, ilumina Igreja Santa,
e os este novos filhos que hoje nascem na fonte batismal.
Os nossos passos sejam sempre firmes,
que andemos sempre na Luz da verdade, na Luz da liberdade, na luz da Justiça,
na Luz da Fraternidade e o nosso coração seja sempre fiel. Vem, Senhor Jesus!
Aleluia!
Fonte: Resumo e adaptaçã local de um texto de D. António. Couto.