SÁBADO – 6ª SEMANA –PÁSCOA
Primeira leitura: Actos 18, 23-28
Paulo prossegue a sua viagem missionária pela Galácia
e pela Frigia. Os seus companheiros, Priscila e Áquila, ficam em Éfeso, onde
conhecem Apolo, notável pregador, teólogo e missionário que, todavia, não tinha
uma boa formação cristã. A sua pregação sobre Jesus era incompleta. E é o casal
amigo de Paulo que lhe expõe «com mais precisão, a «Via» do Senhor» (v. 26).
É interessante esta intervenção de dois leigos, em
relação a um teólogo missionário com a envergadura de Apolo. Toda
a Igreja participa na obra da evangelização, cada um com os seus limites,
mas sempre com o apoio e as achegas dos irmãos. Apolo, uma vez «actualizado»
vai dar um contributo notável para o enraizamento da fé na Grécia.
Evangelho:
Jo 16, 23b-28
Os discípulos não estavam acostumados a rezar em nome
de Jesus (v. 24). A vinda do Espírito Santo inaugura um tempo novo no qual
poderão dirigir-se ao Pai em nome de Jesus, porque o seu Senhor, em força da
sua passagem para o Pai, se tornou verdadeiro mediador entre Deus e os homens.
Depois, Jesus lança um olhar ao passado, para dizer
que se serviu de palavras e imagens, que encerravam um significado profundo,
que nem sempre os discípulos podiam compreender.
Mas, de futuro, depois da páscoa, as suas palavras
serão compreendidas e atingirão o íntimo dos corações, graças à intervenção do
Espírito Santo.
A oração será o «lugar» onde os discípulos conhecerão
a relação profunda que existe entre Jesus e o Pai, e de Jesus e do Pai com
eles. O perfeito entendimento no amor e na fé com Jesus, fará com que a oração
dos discípulos seja feita de modo conveniente e, por isso, aceite pelo Pai.
«Pedi e recebereis… a vossa alegria será completa».
Estas palavras de Jesus mostram-nos o seu amor por nós. Ele está disposto a
dar-nos tudo o que desejamos. Só temos que apresentar os nossos pedidos ao Pai,
em seu nome. E garante-nos que Pai nos ama, porque nós amamos a Ele, Jesus, e
acreditamos que Ele saiu de Deus (cf. v. 27).
«Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e vou para o Pai», afirma Jesus (v. 28).
«Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e vou para o Pai», afirma Jesus (v. 28).
Jesus volta para o Pai, levando-nos com Ele. Assim, a
nossa oração de súplica é uma entrada no amor recíproco do Pai e do Filho. O
que pedimos ao Pai é-nos concedido em nome do Filho. E nós devemos pedir em
nome do Filho, porque Ele está junto do Pai, vivo a interceder por nós.
O Pai escuta-nos, mas também o Filho nos escuta: «O
que me pedirdes, Eu o farei». Estamos envolvidos no amor do Pai e do Filho. É
essa a nossa alegria.
Esta página de João provoca-me: porque alcanço tão
pouco? Porque sou tão pouco eficaz? Porque é que a minha alegria é tão
raramente plena? Mais: como é que o mistério da união do Filho com o Pai me
atrai tão pouco? Como é que sinto tão pouco o poder de Deus na minha acção?
Não estarão os meus olhos demasiadamente voltados para
a realidade deste mundo e pouco voltados para o mistério de Deus, para o amor
do Pai para com o Filho e do Filho para com os discípulos?
O olhar para o mundo é certamente necessário; mas não
me ajudará a salvá-lo, se não o olhar com os olhos e com o coração do Pai que
deu o Filho para salvar o mundo e quer envolver-nos nessa aventura decisiva.
O olhar de Deus levar-me-á a ver as necessidades
muitas vezes escondidas das pessoas e a encontrar, para elas, não só remédio
humano, mas também remédio divino, a alegria completa de lhes apresentar o amor
que tudo redime.
A oração perene tem a sua fonte na oração de
intimidade, que é a experiência pessoal do amor de Deus: sentir-se amados e
possuídos por Ele. É a oração contemplativa. E se o meu problema central fosse
um défice de contemplação?
A amorosa contemplação das relações intra-trinitárias,
e a contemplação do mistério de Cristo, particularmente do seu Lado aberto e do
seu Coração trespassado, é para nós um chamamento à confiança, ao abandono, à
oblação. Ao mesmo tempo, é uma poderosa fonte de força para o nosso apostolado.
Contemplando o amor oblativo de Deus, sentimo-nos estimulados a vivê-lo, não só
na relação com Deus, mas também na relação com os nossos irmãos.
Oração
- Jesus: Tu
ensinas-me a pedir em teu nome, a fazer minha a tua causa, a ver o mundo com os
teus olhos, e dar-me como Tu te deste ao Pai pelos homens.
- Como estou longe de tudo isso!
- É por essa
razão que tantas vezes me sinto desiludido na minha oração, e desanimo no meu
apostolado e no serviço aos meus irmãos.
- Olha, Jesus, com piedade, as minhas veleidades em Te servir.
- Olha, Jesus, com piedade, as minhas veleidades em Te servir.
- Vem ao
encontro das minhas ilusórias esperanças de gratificação.
- Ampara-me, purifica-me.
- Dá-me um coração semelhante ao teu.
- Dá-me o impulso desinteressado do teu amor.
- Ajuda-me a amar Contigo e como Tu.
Fonte: Resumo e
adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”