quinta-feira, 7 de novembro de 2013

CONFERÊNCIA EPISCOPAL DE MOÇAMBIQUE Comunicado de imprensa “Procuremos o que interessa à paz e à mútua edificação” (Rom 14,19).



Nós Bispos católicos de Moçambique reunidos em Assembleia Plenária, Matola, neste momento de dor, angústia e desesperos do povo moçambicano causado pelo regresso à guerra no País, queremos unir a nossa voz à voz do povo que clama pela paz e respeito da sua vida.

Na nossa Nota pastoral de Acosto 2012, escrevemos que o clima de intolerância e a falta de inclusão de todos os cidadãos ameaçavam a paz conquistada com tanto sacrifício há 21 anos.

Moçambique encontra-se hoje numa situação em que a paz está ser espezinhada.
Os acontecimentos das últimas semana revelam que se optou por resolver as divergências pelas armas.

Angustiados, testemunhamos que está a ser derramado sangue inocente, seja de civis seja de homens em armas, todos filhos desta nossa Pátria.
Voltamos a ver as tristes imagens de mulheres e crianças a abandonarem as suas casas e refugiar-se no mato; povo a sofrer porque vítima de abusos e desmandos ligados ao clima de insegurança e agressividade que todo conflito acarreta.

O Povo quer a Paz. Por isso:
Afirmamos que ninguém pode invocar o povo ou encontrar nele legitimidade para defender pelas armas interesses de grupos ou pessoas.

Exigimos que pare imediatamente toda forma de hostilidade, confrontos armados e que se reabra o caminho do diálogo, fazendo recurso a tudo e a todos quantos possam favorecer que o mesmo encontre espaço, seja sincero e efectivo.

Apelamos a todos os cidadãos para que não se deixem arrastar pelo clima de intolerância e violência que está a crescer no País. Sejamos todos defensores deste bem precioso que é aa paz, velando pelo respeito mútuo. Sejamos todos construtores de paz trabalhando por instituições respeitáveis e respeitadas.

Apelamos a quantos têm autoridade e tomam as decisões de ambas partes envolvidas nos confrontos para que mandem parar todo acto de violência e agressão.

Apelamos ao senhor Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças Armadas que faça tudo quanto está ao seu alcance para parar com os confrontos armados e crie condições reais para um diálogo corajoso e concludente.

Apelamos à comunidade internacional, particularmente às representações diplomáticas em Moçambique e às empresas envolvidas no desenvolvimento do País a favorecer a construção da paz sem a qual, as conquistas destes últimos anos estariam postas em perigo.

Convidamos a todos os crentes a intensificar a oração pela paz.
Como  Bispos e como cidadãos, reiteramos a nossa inteira disponibilidade em fazer tudo o que as partes directamente envolvidas no conflicto acharem legítimo e necessário solicitar-nos para que a paz prevaleça e seja consolidada.

Matola aos 7 de Novembro de 2013

Os Bispos Católicos de Moçambique
D. Lúcio Andrice Muandula, 

Bispo de Xai- Xai e Presidente da  CEM