terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Crónicas

23.12.2021: Dom Inácio Lucas, celebrou o Natal com os doentes do Hospital Rural de Gurúè, com uma Missa no Hospital Distrital. Estiveram presentes para além dos próprios pacientes e acompanhantes, médicos, paramédicos, movimentos Apostólicos e pessoas de boa vontade. No fim houve distribuição de uma refeição para os doentes e acompanhantes.

24.12.2021: Dom Inácio celebrou a Vigília do Natal na Sé Catedral às 18 horas

25.12.2021: Dom Inácio celebrou na Sé Catedral a Missa das 09 horas e baptizou 03 crianças.

28.12.2021: O Bispo celebrou o Natal com os reclusos na penitenciária Distrital de Gurúè

domingo, 19 de dezembro de 2021

Empossado novo Pároco de S. José de Lioma

 Na manhã do dia 19 de Dezembro, IV Domingo do Advento, Dom Inácio Lucas conferiu posse ao reverendo Padre Agostinho Martinho Vasconcelos, como novo Pároco da paróquia de São José de Lioma, Posto Administrativo de Lioma sede.




O rito da tomada de Posse compreendeu os seguintes momentos: leitura da provisão que nomeia o novo Pároco, Profissão de fé do novo pároco, Juramento e fidelidade do novo Pároco e entrega das chaves da Igreja e do sacrário.

Pe Agostinho Vasconcelos à direita do Bispo,
novo Pároco de S. José de Lioma


De recordar que desde a sua erreção, o Padre Agostinho é o 5º Padre diocesano nos destinos da Paróquia de S. José, sucedendo ao Padre Gonçalves Niviremo, nomeado Diretor Espiritual do Seminário Propedêutico São José de Invinha.

Ordenados três novos sacerdotes

 A Igreja diocesana de Gurúè, viveu momentos de muita alegria e emoção, ao receber no Sábado (18.12.2021), três novos sacerdotes, ordenados por SER Dom Inácio Lucas. 



Trata-se dos Reverendos Padres Timóteo Henriques Cristino de 33 anos da Paróquia de São Carlos Luwanga, Chaurito Maurício de 31 anos de Idade da Paróquia de São Bernardo e Suaze Lacerda José Macaula de 30 anos de idade da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima de Alto Molócue.

Observado as exigências do protocolo sanitário, acorreram ao ato da Ordenação muitos fiéis e autoridades civis, entre eles destaque vai para a Sua Excelentíssima Senhora Administradora Elsa Da Barca e o edil de Gurúè, o Engenheiro José Aniceto.


Em sua homilia, Dom Inácio começou por agradecer a coragem de entrega que estes três jovens fizeram e a generosidade das suas famílias. Mais adiante, Dom Inácio apresentou cinco principais tarefas de um sacerdote a saber: assistência aos pacientes, a pregação do Evangelho, fazer encontros, diálogos, reuniões e conversa, a oração e dedicação do tempo aos amigos.


No fim da celebração, teve lugar na casa família, um copo de água.

Desde a nossa página, agradecemos a Deus pelo dom dos 3 novos Presbíteros para a Igreja e formulamos votos de um dedicado ministério sacerdotal para eles.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Retiro do Clero Diocesano

 Está a decorrer na Casa Diocesana, desde a noite do dia 12 de Dezembro, o retiro anual do clero Diocesano da nossa Diocese.


O retiro está a ser orientado pelo Frei Eusébio Pedro, dos Frades Menores Capuchinhos, actualmente Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Milange e Administrador do Instituto Agrário de Milange.


O retiro termina na noite da Quinta feira e na Sexta feira, 17.12.2021, está agendado um encontro com o SER Dom Inácio Lucas com o clero.

Desde a nossa página, votos de um fecundo retiro.



sábado, 27 de novembro de 2021

VISITA PASTORAL À PARÓQUIA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE NAUELA

 

De 23 a 26 de Novembro corrente, Dom Inácio Lucas, efectuou uma visita pastoral à Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Nauela, em Milevane . Trata-se da primeira visita pastoral que Dom Inácio efectua após a sua ordenação episcopal no pretérito 21 de Março do corrente.

Dom Inácio chegou a Milevane às 08 horas do dia 23 do corrente e foi acolhido na entrada para Milevane, junto do cemitério onde jazem muitos missionários Dehonianos, que desde 1947 trabalham nesta terra.

Logo a seguir, após a saudação e acolhimento, Dom Inácio celebrou a Eucaristia com crismas debaixo das árvores que ofereciam uma refrescante sombra.


Na manhã do dia seguinte, 24 de Novembro, Dom Inácio foi celebrar a Eucaristia e conferir crismas em Inago , onde estiveram concentradas muitas zonas pastorais todas as áreas.

No dia 25 de Novembro, debaixo de uma chuva miúda não muito simpática para as estradas em terra-batida, Dom Inácio deslocou-se para Conane, onde celebrou a Eucaristia e conferiu o sacramento do Crisma.


No dia 26 de Novembro - Sexta feira, foi o último da visita de Dom Inácio com a concentração em Mugema . A chuva que caia naquela manhã, impediu a realização de uma missa campal. Em Mugema, onde estiveram concentradas muitas zonas, Dom Inácio conferiu também o Sacramento do Crisma.

Em todas as concentrações, Dom Inácio logo após à chegada na Comunidade, depois da saudação e acolhimento, juntava-se ao Padres para atender aos fiés que se preparavam através do Sacramento da Reconciliação.

Nestes quatro dias, cerca de 1.122 fiéis receberam o crisma e tiveram a possibilidade de conhecer e receber as instruções do seu Pastor. Também é de reconhecer a grande generosidade dos fiéis da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, que manifestou a sua alegria, partilhando com o seu Bispo, os frutos da terra e do suor do seu trabalho, um gesto que o Bispo agradeceu imensamente. 

Actualmente, colaboram na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus o Pe Raimundo Adriano Mário (Pároco), o Pe Renato Comastri, o Pe Egas Mário e o minorista Tarcísio Pereira (Diocesano).

Na tarde do dia 26 de Novembro, Dom Inácio regressou à sede da Diocese.


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Profissão perpétua da Irmã Janete Luís Faria

 


Aos vinte e um dias do mês de Novembro do corrente ano, Solenidade de Cristo Rei do Universo, na Paróquia do Bom Pastor de Pebane, emitiu os votos perpétuos na Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, a Irmã Janete Faria, de 33 anos de idade, natural de Nanjoca, Distrito de Pebane.

A Missa na qual a Irmã emitiu os votos foi presidida por Dom Inácio Lucas, Bispo do Gurúè, concelebrada por oito sacerdotes diocesanos, com a participação de autoridades do Governo do Distrito e líderes religiosos.


Em sua homilia, Dom Inácio explicou o significado da Solenidade e, evidenciou a realidade do serviço, falando do gesto da Irmã Janete com a Profissão perpétua.

No fim da celebração, teve lugar um momento de confraternização, seguido da parte recreativa.

Desde a nossa página, queremos manifestar a nossa proximidade à Irmã Janete com a nossa oração, pelo seu sim generoso a Deus e aos Irmãos na Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

II Sessão Plenária da CEM

Está a decorrer em Maputo (Mumemo), desde dia 09 de Novembro, a II Sessão Plenária dos Bispos Católicos em Moçambique.

Desde a nossa página, em comunhão com as comunidades cristãs da nossa Diocese, queremos elevar as nossas fervorosas preces para um fecundo trabalho dos nossos Bispos.

Bem Hajam

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Jubilados da Diocese de Lichinga, visitam a nossa Diocese

 Os Reverendos Padres Lourenço Miqueias e Rafael Baciano Sapato, que celebraram as suas bodas de prata sacerdotais no passado dia 24 de Outubro, visitaram a nossa Diocese na tarde de ontem (03 de Novembro), a caminho de Quelimane.

Os dois sacerdotes, foram acolhidos no Paço episcopal por S. E.R. Dom Inácio Lucas que após a saudação, seguiu-se um momento de confraternização.


Para acolher os Padres, estiveram no Paço episcopal os Reverendos Padres: Daniel Alexandre Raúl (jubilado da nossa Diocese), Agostinho Martinho Vasconcelos, Santos Víctor e Tonito Muananoua. Também, estiveram presentes as Irmãs das Filhas de Nossa Senhora da Visitação que colaboram na Casa Diocesana.


Desde a nossa página, queremos agradecer a cortesia que nos concederam os Reverendos Padres Lourenço e Rafael e expressarmos os nossos votos de um fecundo ministério sacerdotal.

Parabéns.







quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Cronicas do mês de Outubro/Novembro

 18.10.2021: Dom Inácio Lucas regressou da Europa e chegou a sede da Diocese, desembarcado do Aeroporto  de Nampula na tarde do dia 17 de Outubro.

20.10.2021: Dom Inácio Lucas, encontrou-se com os antigos membros do Colégio dos Consultores e alguns convidados

23.10.2021: A caminho de Gilé, Dom Inácio encontrou-se com alguns membros do Conselho paroquial da Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes de Mulevala.

24.10.2021: Na Paróquia de Santa Josefina Bakhita do Gilé-Sede, Dom Inácio Lucas conferiu o Sacramento da Ordem a dois Diáconos: Egas Mário Francisco, dos Sacerdotes do Coração de Jesus e Eliseu Martinho Caetano, dos Missionários Claretianos.

25-26.10.2021: Dom Inácio visitou a equipa Missionária da Paróquia do Bom Pastor de Pebane, para se inteirar dos preparativos para a Profissão Religiosa a ter lugar no próximo dia 21 de Novembro.

30.10.2021: Na Casa Diocesana de Gurúè, teve lugar um encontro de preparação e distribuição dos Textos para o Sínodo dos Bispos. O Texto foi apresentado pelo Reverendo Padre Daniel Alexandre Raúl, do clero diocesano. No fim da apresentação do Documento preparatório, Sua Excelência Reverendíssima Dom Inácio, presidiu a Eucaristia dentro da qual foi entregue o texto às Paróquias para o  respectivo estudo.

31.10.2021: Às 09.00 horas, Dom Inácio Lucas presidiu a Eucaristia na Santinha, com um grupo de Legionárias para o encerramento do mês mariano.

01.11.2021: às 16.00 horas, Dom Inácio recebeu na sua residência, o Superior Geral dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, Padre Luís, em visita canónica à Província moçambicana dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus.

02.11.2021: Dia da Comemoração dos Fiéis Defuntos. Dom Inácio presidiu a Eucaristia na Sé Catedral às 17.30 horas, precedida de uma oração, deposição de flores e bênção na campa de Dom Francisco Lerma Martinez, II Bispo da Diocese de Gurúè.

 



Participantes do encontro de preparação do Sinodo dos Bispos


Missa do dia 02 na Sé Catedral


Dom Inácio com Legionários na Santinha


Celebração eucaristica na Santinha



quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Necrologia

 Faleceu na Itália, na noite do dia 06 de Outubro, a Missionária IRENE RATTI, do Instituto secular da Companhia Missionária do Coração de Jesus. A missa exequial está programada para o próximo Sábado, 09 de Outubro, às 13.30 horas, na Paróquia de São José Esposo de Maria (Bologna), antecedida pela reza do Terço no dia 08 de Outubro às 18 horas.

À Companhia Missionária do Coração de Jesus, presente na nossa Diocese em Invinha, endereçamos os nossos pêsames e as nossas sentidas condolências, com a promessa da nossa prece pelo eterno descanso da Irene.

Paz à sua alma!!!

Irene Ratti - Descanse em Paz


quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Paróquia da Puríssima Conceição de El Palmar acolheu Dom Inácio Lucas

 Ainda no périplo da sua visita a Espanha, Dom Inácio Lucas foi acolhido na paróquia de origem de Dom Francisco Lerma Martínez: a Paróquia da Puríssima Conceição de El Palmar. De seguida, uma mini galeria dos momentos mais marcantes da visita do nosso Bispo àquela Paróquia:

 


Dom Inácio com o Pe Anton, amigo 
de Dom Lerma





Dom Inácio Lucas, no Seminário Diocesano de Múrcia

 Ao longo da sua estadia na Espanha (29/09-03/10), uma das escalas do nosso Bispo, foi o Seminário Diocesano de Múrcia, um Seminário muito significativo para a nossa Diocese: o nosso saudoso Bispo Dom Francisco Lerma Martínez, passou pelo Seminário acima.

Apresentamos a seguir uma mini galeria fotográfica dos momentos mais marcantes da visita do nosso Bispo ao Seminário de Múrcia:



Celebração eucarística

Com os Seminaristas de Múrcia





Dom Inácio assina o livro de honra de visitas do Seminário de Múrcia


terça-feira, 5 de outubro de 2021

Dom Inácio Lucas recebido na Espanha

 De 29 de Setembro a 03 de Outubro, de Portugal onde se encontra desde o passado dia 22 de Setembro, Dom Inácio visitou as Irmãs Apostólicas de Cristo Crucificado na Espanha. Na mesma ocasião, Dom Inácio encontrou-se com os parentes de Dom Francisco Lerma Martínez, II Bispo da nossa Diocese falecido a 24 de Abril de 2019. Mais ainda, Dom Inácio foi acolhido na Universidade Católica de Múrcia, onde o falecido Bispo Dom Francisco Lerma foi condecorado com o Diploma Honoris Causa.

Dom Inácio com a Madre Geral das Irmãs
Apostólicas de Cristo Crucificado, Irmã Conceição


Na manhã do dia 03 de Outubro, do Aeroporto de Alicante na Espanha, Dom Inácio regressou para Lisboa.

Telegrama do Santo Padre enviado ao Arcebispo de Maputo

 

EXCMO E REVMO DOM FRANCISCO CHIMOIO OFMCap

ARCEBISPO DE MAPUTO

               RECEBIDA COM PESAR NOTÍCIA DA MORTE DO IRMÃO CARDEAL ALEXANDRE JOSÉ MARIA DOS SANTOS, QUERO TESTEMUNHAR A MINHA SOLIDARIEDADE AOS FAMILIARES EM LUTO E A QUANTOS, SOBRETUDO NESSA ARQUIDIOCESE DE MAPUTO, BENEFICIARAM DO SERVIÇO DESTE PASTOR. AO SENHOR QUE O GUIOU EM TODA A SUA EXISTÊNCIA, CONFIO ESTE INCANSÁVEL SERVIDOR DO EVANGELHO E DA IGREJA PEDINDO QUE O ACOLHA NA JERUSALÉM DO CÉU, PARA ONDE CONVIDO A ERGUER SEUS CORAÇÕES OS PARTICIPANTES NA LITURGIA EXEQUIAL POR DOM ALEXANDRE, À QUAL ME ASSOCIO EM ESPÍRITO CONCEDENDO AOS PRESENTES E A QUANTOS CHORAM PELA SUA MORTE O CONFORTO DA BÊNÇÃO APOSTÓLICA.

FRANCISCUS PP.

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Faleceu Dom Alexandre José Maria dos Santos, Cardeal Arcebispo emérito da Arquidiocese de Maputo

 

Faleceu ontem (29 de Setembro da corrente) em Maputo, vítima de doença, Sua Eminência Dom Alexandre José Maria dos Santos, Cardeal Arcebispo emérito da Arquidiocese de Maputo.

Enquanto agradecemos a Deus pela vida, missão e dedicação de S. Eminência, queremos endereçar os nossos pêsames e sentidas condolências, assegurando as nossas fervorosas orações em sufrágio da Sua alma.

Que a Sua alma descanse em Paz !!!

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

27 de Setembro, São Vicente de Paulo

 

"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e espírito e amarás ao teu próximo como a ti mesmo (Mt 22,37-39).


Se não foi o lema da vida deste santo, viveu como se fosse. São Vicente de Paulo nasceu em 24 de abril de 1581, na aldeia de Pouy, nas “Landes”, França. Seu pai se chamava João de Paulo, e sua mãe Bertranda de Moras. Tinham uma pequena propriedade de que tiravam a subsistência para a família, composta de seis filhos. Vicente que era o terceiro filho, trabalhava no campo com o pastoreio dos rebanhos.

Ele se entregou sem reserva ao sacerdócio. Por meio de suas obras, como a Congregação da Missão, a Companhia das Filhas da Caridade, as Conferências de São Vicente de Paulo e a todas as obras de inspiração vicentina podemos ver o quanto a Igreja valoriza o grande trabalho apostólico e caritativo desse gigante da fé, onde ardia a chama da caridade evangélica (cf. Lc 12,49).

Depois de ordenado sacerdote, passou por uma escravidão em Túnis e acabou sendo vendido a um senhor que o libertou; em seguida, foi para Paris. Tornou-se capelão da rainha Margarida, aproximando-se da miséria humana, que era grande em Paris. De modo especial, trabalhou no novo Hospital da Caridade.

Nesta época, o Cardeal de Bérulle, fundador do Oratório na França, enviou-o como pároco a Clichy-la-Garenne, na periferia de Paris. Como educador dos filhos do General das Galeras, em seus castelos e propriedades do interior, ele pôde ver a grande miséria material e espiritual do povo do campo. Isso mudou a sua vida. Pediu ao Cardeal Bérulle e se tornou pároco da pobre Châtillon-des-Dombes. Ali, ele começou sua grande obra de caridade, fazendo a “organização da caridade”. O serviço dos pobres era sua vida, nos primeiros vinte anos de sacerdócio, sempre guiado pelos acontecimentos e pela Providência Divina.

O resto do seu tempo era repartido entre o confessionário, o catecismo, a oração e o estudo. Para ampliar o trabalho pelos pobres, São Vicente começou a reunir os sacerdotes que desejassem viver, sob a orientação dos bispos, à salvação do pobre povo do campo, por meio da pregação, da catequese e das confissões gerais sem retribuição nenhuma.

Os seguidores de São Vicente se multiplicaram a ponto de o pobre “Asilo dos Bons Meninos” não poder mais os abrigar. Pela Providência Divina, Adriano Bom, Prior de São Lázaro, ofereceu ao santo a casa e as terras do seu priorado, conhecido pelo nome de São Lázaro, antigo hospital de leprosos e vasta construção onde permaneceram até o fim do século XVIII. Daqui, vem o costume de se chamarem “Lazaristas” os padres congregados de São Vicente. Assim surgiu, em 1632, o “Priorado de São Lázaro”, os “lazaristas”, que cresceu rapidamente, implantando-se em cerca de quinze dioceses para missões paroquiais e fundação de “Caridades”.

São Vicente exigia de seus companheiros “o espírito de Nosso Senhor”, com as cinco virtudes fundamentais: simplicidade, mansidão em relação ao próximo, humildade, mortificação e zelo. Aos que partiam para pregar o Evangelho, ele dizia: “trata-se não de se fazer amar, e sim de fazer amar Jesus Cristo”. A criada Congregação da Missão chegou até a Itália, Irlanda, Polônia, Argélia e Madagáscar.

São Vicente soube dar dinamismo às numerosas “Caridades”, dando-lhes uma estrutura de unidade e eficiência. Santa Luísa de Marillac, viúva de António Le Gras, iniciada à vida espiritual por São Francisco de Sales,  sob a sua orientação, muito ajudou neste trabalho. Com ela, a 29 de novembro de 1633, nascia a “Companhia das Filhas da Caridade”, recebendo de São Vicente um regulamento original e exigente: “Tereis por mosteiros a sala dos doentes. Por cela, um quarto de aluguel; como capela, a igreja paroquial; como claustro, as ruas da cidade; como clausura, a obediência; como grade, o temor de Deus; como véu, a santa modéstia.” “Deveis fazer o que o Filho de Deus fez na Terra; a estes pobres doentes, deveis dar a vida do corpo e a vida da alma”.

São Vicente não jogava os ricos contra os pobres, ao contrário, aproximava o rico do pobre, queria trazê-los a uma estima e amizade recíprocas, mostrando que o pobre e o rico têm igual necessidade um do outro. Para isso, criou a “Confraria de Caridade” para aproximar os pobres dos ricos. Com a ajuda de senhoras piedosas, angariava e dava os socorros aos pobres doentes da localidade.

São Vicente criou muitas obras: a Capelania da Corte, para o magistério dos pobres; a Fundação das Senhoras de Caridade, para os  hospitais, asilos para os velhos e refúgios para as mulheres decaídas. Trabalhou na reforma do clero, promoveu retiros eclesiásticos, fundação dos seminários, missões aos camponeses, cuidou dos leprosos, dos loucos, dos refugiados de guerra, dos mendigos, dos condenados etc.

Ele dizia que “quanto mais humilde for alguém tanto mais caridoso será para com o próximo”. “Se nos livrarmos do amor próprio um quarto de hora antes de morrer, podemos dar graças a Deus”. “O demônio não sabe se defender diante da humildade, porque ele é soberbo”.

São Vicente sofreu de muitas enfermidades, mas nunca reclamava. Na segunda-feira, 27 de setembro de 1660, às 4h30 da manhã, Deus o chamou a si no momento em que seus filhos espirituais, reunidos na igreja, começavam a oração. Morreu aos 84 anos de idade e 60 de sacerdócio. Sua canonização aconteceu em 16 de junho de 1737, pelo papa Clemente XII, e, em 12 de maio de 1885, foi declarado Patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica, por Leão XIII.

São Vicente de Paulo, rogai por nós! 

Oração:

“São Vicente, que tanto vos compadecestes dos pobres, eu vos peço, olhai para mim! Sou pobre. Estou passando necessidades. O dinheiro é curto e nunca chega para comprar tudo o que necessito. São Vicente! Sou pobre, mas tenho fé! Há gente mais pobre do que eu: são aqueles que não têm fé; porque esses têm a alma vazia. São Vicente, conservai minha riqueza, que é a fé; mas eu vos peço, aliviai também a minha pobreza. Ajudai-me a adquirir ao menos o necessário para me alimentar bem, para me vestir honestamente, comprar os remédios que preciso, as forças necessárias para fazer bem os meus trabalhos, cumprir as minhas obrigações e, assim, poder ser útil à minha família e a todos os que precisarem de minha ajuda. Assim seja.”

terça-feira, 21 de setembro de 2021

52º aniversário natalício e 6º mês de Ordenação episcopal de Dom Inácio Lucas

 Na Festa litúrgica de São Mateus Apóstolo e Evangelista (21 de Setembro), a Igreja diocesana de Gurúè, revive com júbilo e gratidão ao Senhor o 52º aniversário natalício e o sexto mês da Ordenação episcopal do seu Bispo, Dom Inácio Lucas.

O primeiro aniversário que celebra enquanto Bispo, Dom Inácio revive esta significativa data em Maputo, onde está a fazer diligências para a obtenção do Visto de entrada para Portugal.

Imagem do arquivo diocesano

Desde a nossa página do Blogger, como família diocesana, queremos endereçar ao nosso Bispo os melhores votos de um feliz aniversário natalício, suplicando de Deus Pai e sob a intercessão da Beata Virgem Sempre Maria, abundantes graças no ministério episcopal.

Bem haja Dom Inácio Lucas!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO A BUDAPESTE POR OCASIÃO DA SANTA MISSA CONCLUSIVA DO 52° CONGRESSO EUCARÍSTICO INTERNACIONAL E À ESLOVÁQUIA (12-15 DE SETEMBRO DE 2021) ENCONTRO COM OS BISPOS, SACERDOTES, RELIGIOSOS E RELIGIOSAS, SEMINARISTA E CATEQUISTAS

 

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO

Catedral de São Martinho, Bratislava
Segunda-feira, 13 de Setembro de 2021

Amados Irmãos Bispos,
Caros sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas,
Queridos catequistas, irmãs e irmãos, bom dia!

Saúdo-vos com alegria e agradeço a D. Stanislav Zvolenský as palavras que me dirigiu. Obrigado pelo convite a sentir-me em casa: venho como vosso irmão e, por isso, sinto-me um de vós. Estou aqui para partilhar o vosso caminho – é isto que deve fazer o bispo, o Papa –, partilhar os vossos interrogativos, partilhar as expetativas e esperanças desta Igreja e deste país. A propósito do país, acabei de dizer à Senhora Presidente que a Eslováquia é uma poesia! Partilhar era o estilo da primeira Comunidade cristã: mostravam-se assíduos e concordes, caminhavam juntos (cf. At 1, 12-14). Também litigavam, mas caminhavam juntos.

Tal é a primeira coisa de que necessitamos: uma Igreja que caminhe em conjunto, percorrendo as estradas da vida com a chama do Evangelho acesa. A Igreja não é uma fortaleza, não é um potentado, um castelo situado no alto que olha, distante e auto-suficiente, para o mundo. Aqui, em Bratislava, o castelo já existe; e é muito lindo! Mas a Igreja é a comunidade que deseja atrair para Cristo mediante a alegria do Evangelho, não o castelo! A Igreja é o fermento que faz levedar, no seio da massa do mundo, o Reino do amor e da paz. Por favor, não cedamos à tentação da magnificência, da grandeza mundana. A Igreja deve ser humilde como era Jesus, que Se despojou de tudo, fazendo-Se pobre para nos enriquecer (cf. 2 Cor 8, 9): foi assim que veio habitar entre nós e curar a nossa humanidade ferida.

Olhai! É bela uma Igreja humilde que não se separa do mundo nem olha a vida com indiferença, mas habita dentro dela. Habitar dentro – não o esqueçamos – é partilhar, caminhar juntos, acolher os interrogativos e as expectativas do povo. Isto ajuda-nos a sair da auto-referencialidade: o centro da Igreja… Quem é o centro da Igreja? Não é a Igreja. E quando a Igreja se fixa em si mesma, acaba como a mulher do Evangelho: curvada sobre si mesma, olhando o umbigo (cf. Lc 13, 10-13). O centro da Igreja não é ela própria. Abandonemos a preocupação excessiva connosco mesmos, com as nossas estruturas, com o modo como a sociedade nos olha. No fim, isso levar-nos-á a uma «teologia da maquilhagem»… Ver como nos maquilhamos melhor! Em vez disso, mergulhemos na vida real – a vida real – das pessoas e perguntemo-nos: Quais são as necessidades e os anseios espirituais do nosso povo? O que é que se espera da Igreja? Parece-me importante tentar responder a essas perguntas e acodem-me à mente três palavras.

A primeira é liberdade. Sem liberdade não há verdadeira humanidade, porque o ser humano foi criado livre e para permanecer livre. Os dramáticos períodos da história do vosso país são uma grande lição: quando a liberdade foi ferida, violada e suprimida, a humanidade degradou-se e sobrevieram as tempestades da violência, coerção e privação de direitos.

Entretanto a liberdade não é uma conquista automática, que permanece igual duma vez por todas. Não o é! A liberdade é sempre um caminho, por vezes cansativo, que se deve retomar continuamente, lutar diariamente por ela. Para ser verdadeiramente livre, não basta sê-lo exteriormente ou nas estruturas da sociedade. A liberdade chama cada um a ser responsável pelas próprias opções, a discernir, a levar por diante os processos da vida. Isto é cansativo, isto assusta-nos. Às vezes, é mais cómodo não se deixar envolver pelas situações concretas e continuar a repetir o passado, sem se empenhar de coração, sem correr o risco da decisão: é melhor arrastar a vida fazendo aquilo que outros – talvez a maioria ou a opinião pública, as coisas que nos impingem os mass-media – decidam por nós. É errado! Hoje tantas vezes fazemos as coisas que os mass-media decidem por nós. E perde-se a liberdade. Recordemos a história do povo de Israel: sofria sob a tirania do Faraó, era escravo; depois é libertado pelo Senhor, mas para se tornar verdadeiramente livre, e não apenas liberto dos inimigos, tem de atravessar o deserto, um caminho cansativo. E vinha-lhe ao pensamento: «Quase era melhor antes; pelo menos tínhamos um pouco de cebolas para comer...». Uma grande tentação: considerar melhor um pouco de cebolas que a fadiga e o risco da liberdade. Esta é uma das tentações. Ontem, ao dirigir-me ao grupo ecuménico, lembrava «O grande inquisidor» de Dostoievskij. Cristo volta secretamente à terra e o inquisidor repreende-O por ter dado a liberdade aos homens. Um pouco de pão e qualquer outra coisinha bastam; um pouco de pão e algo mais é o suficiente. Sempre a mesma tentação: a tentação das cebolas. Melhor um pouco de cebolas e pão do que a fadiga e o risco da liberdade. Deixo isto à vossa reflexão.

Também na Igreja, pode às vezes insidiar-nos esta ideia: ter todas as coisas predefinidas, as leis a observar, a segurança e a uniformidade, é melhor do que ser cristão responsável e adulto, que pensa, interpela a própria consciência e se deixa questionar. É o princípio da casuística: tudo regulado… Na vida espiritual e eclesial, há a tentação de procurar uma falsa paz que nos deixa tranquilos, em vez do fogo do Evangelho que nos desinquieta, que nos transforma. A segurança das cebolas do Egito é mais confortável que as incógnitas do deserto. Mas uma Igreja que não deixa espaço para a aventura da liberdade, mesmo na vida espiritual, corre o risco de se tornar um lugar rígido e fechado. Talvez alguns se habituaram a isto; mas muitos outros, sobretudo nas novas gerações, não são atraídos por uma proposta de fé que não lhes deixa liberdade interior, não são atraídos por uma Igreja onde é preciso pensarem todos da mesma maneira e obedecerem cegamente.

Caríssimos, não tenhais medo de formar as pessoas para uma relação madura e livre com Deus. É importante esta relação. Talvez isto nos dê a impressão de não poder controlar tudo, de perder força e autoridade; mas a Igreja de Cristo não quer dominar as consciências e ocupar os espaços, quer ser uma «fonte» de esperança na vida das pessoas. É um risco, é um desafio. Digo-o sobretudo aos Pastores: vós exerceis o ministério num país onde muitas coisas mudaram rapidamente e tiveram início muitos processos democráticos, mas a liberdade ainda é frágil. É-o sobretudo no coração e na mente das pessoas. Por isso encorajo-vos a fazê-las crescer livres duma religiosidade rígida. Que saiam disto e cresçam livres! Que ninguém se sinta oprimido. Possa cada um descobrir a liberdade do Evangelho, entrando gradualmente na relação com Deus, com a confiança de quem sabe que Lhe pode apresentar a sua própria história e as suas feridas sem medo nem fingimento, sem se preocupar em defender a própria imagem. Poder dizer: «sou pecador», mas dizê-lo com sinceridade. Não bater no peito e, depois, continuar a crer-se justo. A liberdade. Que o anúncio do Evangelho seja libertador, nunca opressivo; e a Igreja, sinal de liberdade e acolhimento.

Tenho a certeza que nunca se saberá donde veio isto que vos digo. Foi uma coisa que aconteceu há tempos: a carta dum bispo, falando dum Núncio. Dizia: «Bem! Estivemos 400 anos sob o domínio dos turcos, e sofremos. Depois, 50 sob o comunismo, e sofremos. Mas os sete anos com este Núncio foram piores que as outras duas coisas!» Às vezes pergunto-me: Quantas pessoas podem dizer o mesmo do bispo que têm ou do pároco? Quantos? Não; sem liberdade, sem paternidade, as coisas não funcionam.

Segunda palavra (a primeira era liberdade): criatividade. Sois filhos duma grande tradição. A vossa experiência religiosa encontra a sua nascente na pregação e ministério das luminosas figuras dos Santos Cirilo e Metódio. Eles ensinam-nos que a evangelização não é jamais uma simples repetição do passado. A alegria do Evangelho é sempre Cristo, mas os caminhos para que esta boa nova progrida no tempo e na história são diversos. Os caminhos são todos diversos. Cirilo e Metódio percorreram juntos esta parte do continente europeu e, ardendo de paixão pela proclamação do Evangelho, chegaram a inventar um novo alfabeto para a tradução da Bíblia, dos textos litúrgicos e da doutrina cristã. Foi assim que se tornaram apóstolos da inculturação da fé entre vós. Foram inventores de novas linguagens para transmitir o Evangelho, foram criativos na tradução da mensagem cristã, estiveram tão próximos da história dos povos que chegaram ao ponto de falar a sua língua e assimilar a sua cultura. Por acaso não precisa disto, também hoje, a Eslováquia? – pergunto-me. Porventura não será esta a tarefa mais urgente da Igreja entre os povos da Europa: encontrar novos «alfabetos» para anunciar a fé? Como pano de fundo temos uma rica tradição cristã, mas hoje, na vida de muitas pessoas, permanece a lembrança dum passado que já não lhes fala deixando de orientar as opções da sua existência. À vista da perda do sentido de Deus e da alegria da fé, não adianta lamentar-se, entrincheirar-se num catolicismo defensivo, julgar e acusar o mundo de ser mau. Não ajuda! O que ajuda é a criatividade do Evangelho. Atenção! O Evangelho não foi encerrado ainda; permanece aberto! É vigoroso, está cheio de vigor, continua. Recordemos como fizeram aqueles homens que queriam levar a Jesus um paralítico e não conseguiam passar pela porta da frente. Abriram um buraco no teto, e baixaram-no do alto (cf. Mc 2, 1-5). Foram criativos… À vista da dificuldade – «e como fazemos? Ah! Fazemos assim…» À vista talvez duma geração que não acredita, que perdeu o sentido da fé, ou que reduziu a fé a um hábito ou a uma cultura mais ou menos aceitável, procuremos abrir um buraco… Sejamos criativos! Liberdade, criatividade... Como é belo quando sabemos encontrar novos caminhos, modos e linguagens para anunciar o Evangelho! E podemos ajudar com a criatividade humana: esta possibilidade existe também em cada um de nós, mas o grande criativo é o Espírito Santo! É Ele que nos impele a ser criativos! Se com a nossa pregação e a nossa pastoral já não conseguimos entrar pelo caminho ordinário, procuremos abrir espaços diversos, experimentemos outros caminhos.

E aqui abro um parêntese. A pregação. Alguém me disse que, na Evangelii gaudium, me detive demasiado na homilia. Fi-lo, porque é um dos problemas deste tempo. É verdade que a homilia não é um sacramento, como pretendiam alguns protestantes, mas é um sacramental! Não é um sermão de Quaresma; é uma coisa diferente. Está no coração da Eucaristia. E pensemos nos fiéis, que têm de ouvir homilias de 40 minutos, 50 minutos, sobre temas que não compreendem, que não os tocam… Por favor, padres e bispos, pensai bem como preparar a homilia, como fazê-la, para que haja um contacto com as pessoas e sejam inspiradas pelo texto bíblico. Uma homilia, habitualmente, não deve ultrapassar os dez minutos, porque as pessoas, depois de oito minutos, perdem a atenção, a não ser que seja muito interessante. Mas o tempo deveria ser de 10 a 15 minutos; não mais. Tive um professor de homilética que dizia que uma homilia deve possuir coerência interna: uma ideia, uma imagem e um afeto; que as pessoas saiam com uma ideia, uma imagem e algo que tocou no seu coração. Assim, simples, é o anúncio do Evangelho! Assim pregava Jesus, que tomava como exemplo os pássaros, os campos… coisas concretas, mas que as pessoas entendiam. Desculpai por ter voltado a este tema, mas preocupa-me... [aplausos] Permiti-me uma observação maliciosa: os aplausos começaram pelas irmãs, que são vítimas das nossas homilias!

Cirilo e Metódio deram início a esta criatividade nova, praticaram-na, ensinando-nos que o Evangelho não pode crescer, se não estiver enraizado na cultura dum povo, isto é, nos seus símbolos, interrogativos, palavras, modos de ser. Como sabeis, os dois irmãos foram obstaculizados e muito perseguidos. Foram acusados de heresia, porque ousaram traduzir a língua da fé. Entra aqui a ideologia que surge da tentação de uniformizar. Por detrás de nos querer uniformizados, há uma ideologia. Mas a evangelização é um processo de inculturação: é semente fecunda de novidade, é a novidade do Espírito que renova todas as coisas. O lavrador semeia – diz Jesus –, depois vai para casa e dorme. Não se levanta para ver se cresce, se germina... É Deus que dá o crescimento. Neste sentido, não controlemos demasiado a vida: deixemos que a vida cresça, como fizeram Cirilo e Metódio. Cabe a nós semear bem e guardar como pais, sim. O lavrador guarda, mas não vai lá ver todos os dias como cresce. Se fizer isto, mata a planta.

Liberdade, criatividade e, por fim, o diálogo. Uma Igreja que forma para a liberdade interior e responsável, que sabe ser criativa mergulhando na história e na cultura, é também uma Igreja que sabe dialogar com o mundo, com quem confessa Cristo sem ser «dos nossos», com quem vive a fadiga duma busca religiosa, e até mesmo com quem não crê. Não é seletiva, de um grupo pequeno! Dialoga com todos: com os crentes, com os que vivem a santidade, com os tíbios e com os não crentes. Fala com todos. É uma Igreja que, a exemplo de Cirilo e Metódio, une e mantém juntos o Oriente e o Ocidente, diferentes tradições e sensibilidades. Uma Comunidade que, anunciando o Evangelho do amor, faz brotar a comunhão, a amizade e o diálogo entre os crentes, entre as diferentes Confissões cristãs e entre os povos.

A unidade, a comunhão e o diálogo são sempre frágeis, especialmente quando à retaguarda existe uma história de sofrimento, que deixou cicatrizes. A recordação das feridas pode fazer-nos cair no ressentimento, na desconfiança e até no desprezo, levando-nos a erguer barreiras contra quem é diferente de nós. Mas as feridas podem também ser passagem, abertura que, imitando as chagas do Senhor, fazem passar a misericórdia de Deus, a sua graça que muda a vida e nos transforma em obreiros de paz e reconciliação. Sei que tendes este provérbio: «A quem te atira uma pedra, tu dá-lhe um pão». Isto serve-nos de inspiração. É muito evangélico! É o convite de Jesus a romper o círculo vicioso e destruidor da violência, apresentando a outra face a quem nos bate, para vencer o mal com o bem (cf. Rm 12, 21). Impressiona-me um detalhe da história do Cardeal Korec. Era um cardeal jesuíta, perseguido pelo regime, encarcerado, forçado a trabalhar duramente até que adoeceu. Quando foi a Roma no Jubileu do ano 2000, deslocou-se às catacumbas e acendeu uma vela pelos seus perseguidores, implorando para eles misericórdia. Isto é Evangelho! Isto é Evangelho! Cresce na vida e na história através do amor humilde, através do amor paciente.

Caríssimas e caríssimos, agradeço a Deus por estar entre vós, e de coração vos agradeço pelo que fazeis e sois, e por aquilo que fareis inspirando-vos nesta homilia, que é também uma semente que estou a semear… Vejamos se crescem as plantas! Faço votos de que continueis o vosso caminho na liberdade do Evangelho, na criatividade da fé e no diálogo que brota da misericórdia de Deus, que nos fez irmãos e irmãs e nos chama a ser artífices de paz e concórdia. De coração vos abençoo. E, por favor, rezai por mim. Obrigado!