2º Domingo do Advento – Ano B
A liturgia
do segundo domingo de Advento constitui um veemente apelo ao reencontro do homem com Deus, à conversão. Por sua parte,
Deus está sempre disposto a oferecer ao homem um mundo novo de liberdade, de
justiça e de paz; mas esse mundo só se tornará uma realidade quando o homem
aceitar reformar o seu coração, abrindo-o aos valores de Deus.
Na primeira leitura (Is 40,1-5.9-11) o profeta garante aos
exilados a fidelidade de Jahwéh e a sua vontade de conduzir o Povo – através de
um caminho fácil e direito – em direcção à terra da liberdade e da paz. Ao
Povo, por sua vez, é pedido que abandone os seus hábitos de comodismo, de
egoísmo e de auto-suficiência e aceite, outra vez, confrontar-se com os
desafios de Deus.
A mensagem de “consolação” anuncia ao povo amargurado, desiludido e
frustrado, que Deus não o abandonou nem esqueceu e que vai actuar no sentido de
oferecer-lhe de novo a vida e a liberdade. Esta mensagem é oferecida ao Povo de Deus de
todas as épocas e lugares… Hoje, sentimo-nos esmagados e frustrados porque a
violência e o terrorismo marcam com sangue e sofrimento a vida de tantos dos
nossos irmãos, ou porque os pobres e os fracos são esquecidos e colocados à
margem da história, da sociedade com egoísmo, com indiferença e com exclusão…
Deus não
está alheado da nossa história, que Ele continua a vir ao nosso encontro
e a oferecer-Se para nos conduzir com amor e solicitude ao encontro da
verdadeira vida e da verdadeira liberdade.
• A mensagem
do profeta é particularmente questionadora para esses exilados que já não
pensavam em regressar à sua terra nem se esforçavam minimamente por escutar os
apelos e os desafios de Deus. A mesma mensagem interpela todos os homens e
mulheres que vivem acomodados nos seus espaços seguros e protegidos ou
resignados a uma vida banal, vazia, cinzenta, insípida, e convida-os a
abrir o coração à novidade de Deus. È preciso correr riscos, aceitar despojar-se do egoísmo, do
comodismo, do materialismo, da escravidão dos bens, dos preconceitos para
percorrer, com Deus, esse caminho de regresso à vida nova da liberdade.
• Em
concreto, o que é que nos impede de
percorrer o caminho que Deus nos propõe ? O Advento é o tempo favorável
para limparmos os caminhos da nossa vida, de forma a que Deus possa nascer em
nós e, através de nós, libertar o mundo… Quais são os vales que precisam de ser
alteados, os montes que precisam de ser abatidos, os caminhos que precisam de
ser endireitados para que Deus possa vir ao nosso encontro?
A segunda leitura (2 Pedro 3,8-14), aponta para segunda vinda de Jesus. Convida-nos à vigilância
– isto é, a vivermos dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus.
• A questão
fundamental é a questão de como esperar
e preparar esse momento: é preciso é
estar vigilante. “Estar vigilante” significa viver, no dia a dia, de acordo com
os ensinamentos de Jesus.
Não são os
valores efémeros, os valores deste mundo (o dinheiro, o poder, os êxitos
humanos) que devem constituir a prioridade e que devem dominar a existência,
mas sim os valores de Deus.
Os crentes somos
homens e mulheres de esperança, abertos ao futuro – um futuro a conquistar, já nesta
terra, com fé e com amor, mas sobretudo um futuro a esperar, como dom de Deus.
No Evangelho (Mc 1,1-8) João Baptista convida a acolher o Messias libertador. Só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.
No Evangelho (Mc 1,1-8) João Baptista convida a acolher o Messias libertador. Só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.
Preparar a
vinda do Messias passa por uma transformação total do homem, por uma nova
atitude de base, por uma outra escala de valores, por uma radical mudança de
pensamento, por uma postura vital inteiramente nova, por um movimento radical
que leve o homem a reequacionar a sua vida e a colocar Deus no centro da sua
existência e dos seus interesses.
Neste tempo
de Advento, de preparação para a celebração do Natal do Senhor, trata-se de uma
proposta com sentido: preparar a vinda de Jesus exige de nós uma
transformação radical da nossa vida, dos nossos valores, da nossa
mentalidade…
E nós,
constituídos profetas desde o nosso baptismo, sentimo-nos enviados por Deus a
interpelar e a questionar o mundo e os nossos irmãos?
Estamos ou
não dispostos a dizer “sim” aos apelos de Deus? Não chega dizer “talvez” ou “sim, mas…”. Deus
espera uma resposta total, radical, decidida, inequívoca à oferta de salvação
que Ele faz. Isso significa uma renúncia decidida ao nosso comodismo, à nossa
preguiça, ao nosso egoísmo, à nossa auto-suficiência.
Fonte: resumo e adaptação local de um etxto de: "dehonianos.org/portal/liturgia".