sexta-feira, 1 de outubro de 2021
quinta-feira, 30 de setembro de 2021
Faleceu Dom Alexandre José Maria dos Santos, Cardeal Arcebispo emérito da Arquidiocese de Maputo
Faleceu ontem (29 de Setembro da corrente) em Maputo, vítima de doença, Sua Eminência Dom Alexandre José Maria dos Santos, Cardeal Arcebispo emérito da Arquidiocese de Maputo.
Enquanto agradecemos a Deus pela vida, missão e dedicação de S. Eminência, queremos endereçar os nossos pêsames e sentidas condolências, assegurando as nossas fervorosas orações em sufrágio da Sua alma.
Que a Sua alma descanse em Paz !!!
segunda-feira, 27 de setembro de 2021
27 de Setembro, São Vicente de Paulo
"Amarás ao Senhor teu Deus de
todo o teu coração, de toda a tua alma e espírito e amarás ao teu próximo como
a ti mesmo” (Mt
22,37-39).
Se não foi
o lema da vida deste santo, viveu como se fosse. São Vicente de Paulo nasceu em
24 de abril de 1581, na aldeia de Pouy, nas “Landes”, França. Seu pai se
chamava João de Paulo, e sua mãe Bertranda de Moras. Tinham uma pequena
propriedade de que tiravam a subsistência para a família, composta de seis
filhos. Vicente que era o terceiro filho, trabalhava no campo com o pastoreio
dos rebanhos.
Ele se
entregou sem reserva ao sacerdócio. Por meio de suas obras, como a Congregação
da Missão, a Companhia das Filhas da Caridade, as Conferências de São Vicente
de Paulo e a todas as obras de inspiração vicentina podemos ver o quanto a
Igreja valoriza o grande trabalho apostólico e caritativo desse gigante da fé,
onde ardia a chama da caridade evangélica (cf. Lc 12,49).
Depois de
ordenado sacerdote, passou por uma escravidão em Túnis e acabou sendo vendido a
um senhor que o libertou; em seguida, foi para Paris. Tornou-se capelão da
rainha Margarida, aproximando-se da miséria humana, que era grande em Paris. De
modo especial, trabalhou no novo Hospital da Caridade.
Nesta
época, o Cardeal de Bérulle, fundador do Oratório na França, enviou-o como
pároco a Clichy-la-Garenne, na periferia de Paris. Como educador dos filhos do
General das Galeras, em seus castelos e propriedades do interior, ele pôde ver
a grande miséria material e espiritual do povo do campo. Isso mudou a sua vida.
Pediu ao Cardeal Bérulle e se tornou pároco da pobre Châtillon-des-Dombes. Ali,
ele começou sua grande obra de caridade, fazendo a “organização da caridade”. O
serviço dos pobres era sua vida, nos primeiros vinte anos de sacerdócio, sempre
guiado pelos acontecimentos e pela Providência Divina.
O resto do
seu tempo era repartido entre o confessionário, o catecismo, a oração e o
estudo. Para ampliar o trabalho pelos pobres, São Vicente começou a reunir os
sacerdotes que desejassem viver, sob a orientação dos bispos, à salvação do
pobre povo do campo, por meio da pregação, da catequese e das confissões gerais
sem retribuição nenhuma.
Os
seguidores de São Vicente se multiplicaram a ponto de o pobre “Asilo dos Bons
Meninos” não poder mais os abrigar. Pela Providência Divina, Adriano Bom, Prior
de São Lázaro, ofereceu ao santo a casa e as terras do seu priorado, conhecido
pelo nome de São Lázaro, antigo hospital de leprosos e vasta construção onde
permaneceram até o fim do século XVIII. Daqui, vem o costume de se chamarem
“Lazaristas” os padres congregados de São Vicente. Assim surgiu, em 1632,
o “Priorado de São Lázaro”, os “lazaristas”, que cresceu rapidamente,
implantando-se em cerca de quinze dioceses para missões paroquiais e fundação
de “Caridades”.
São
Vicente exigia de seus companheiros “o espírito de Nosso Senhor”, com as cinco
virtudes fundamentais: simplicidade, mansidão em relação ao próximo, humildade,
mortificação e zelo. Aos que partiam para pregar o Evangelho, ele dizia:
“trata-se não de se fazer amar, e sim de fazer amar Jesus Cristo”. A criada
Congregação da Missão chegou até a Itália, Irlanda, Polônia, Argélia e
Madagáscar.
São Vicente
soube dar dinamismo às numerosas “Caridades”, dando-lhes uma estrutura de
unidade e eficiência. Santa Luísa de Marillac, viúva de António Le Gras,
iniciada à vida espiritual por São Francisco de Sales, sob a sua
orientação, muito ajudou neste trabalho. Com ela, a 29 de novembro de 1633,
nascia a “Companhia das Filhas da Caridade”, recebendo de São Vicente um
regulamento original e exigente: “Tereis por mosteiros a sala dos doentes. Por
cela, um quarto de aluguel; como capela, a igreja paroquial; como claustro, as
ruas da cidade; como clausura, a obediência; como grade, o temor de Deus; como
véu, a santa modéstia.” “Deveis fazer o que o Filho de Deus fez na Terra; a
estes pobres doentes, deveis dar a vida do corpo e a vida da alma”.
São
Vicente não jogava os ricos contra os pobres, ao contrário, aproximava o rico
do pobre, queria trazê-los a uma estima e amizade recíprocas, mostrando que o
pobre e o rico têm igual necessidade um do outro. Para isso, criou a “Confraria
de Caridade” para aproximar os pobres dos ricos. Com a ajuda de senhoras
piedosas, angariava e dava os socorros aos pobres doentes da localidade.
São
Vicente criou muitas obras: a Capelania da Corte, para o magistério dos pobres;
a Fundação das Senhoras de Caridade, para os hospitais, asilos para os
velhos e refúgios para as mulheres decaídas. Trabalhou na reforma do clero,
promoveu retiros eclesiásticos, fundação dos seminários, missões aos
camponeses, cuidou dos leprosos, dos loucos, dos refugiados de guerra, dos
mendigos, dos condenados etc.
Ele dizia
que “quanto mais humilde for alguém tanto mais caridoso será para com o
próximo”. “Se nos livrarmos do amor próprio um quarto de hora antes de morrer,
podemos dar graças a Deus”. “O demônio não sabe se defender diante da
humildade, porque ele é soberbo”.
São
Vicente sofreu de muitas enfermidades, mas nunca reclamava. Na segunda-feira,
27 de setembro de 1660, às 4h30 da manhã, Deus o chamou a si no momento em que
seus filhos espirituais, reunidos na igreja, começavam a oração. Morreu aos 84
anos de idade e 60 de sacerdócio. Sua canonização aconteceu em 16 de junho
de 1737, pelo papa Clemente XII, e, em 12 de maio de 1885, foi declarado
Patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica, por Leão XIII.
São Vicente
de Paulo, rogai por nós!
Oração:
“São Vicente,
que tanto vos compadecestes dos pobres, eu vos peço, olhai para mim! Sou pobre.
Estou passando necessidades. O dinheiro é curto e nunca chega para comprar tudo
o que necessito. São Vicente! Sou pobre, mas tenho fé! Há gente mais pobre do
que eu: são aqueles que não têm fé; porque esses têm a alma vazia. São Vicente,
conservai minha riqueza, que é a fé; mas eu vos peço, aliviai também a minha
pobreza. Ajudai-me a adquirir ao menos o necessário para me alimentar bem, para
me vestir honestamente, comprar os remédios que preciso, as forças necessárias
para fazer bem os meus trabalhos, cumprir as minhas obrigações e, assim, poder
ser útil à minha família e a todos os que precisarem de minha ajuda. Assim
seja.”