sexta-feira, 29 de março de 2019

SEXTA-FEIRA - 3ª SEMANA DA QUARESMA -


Image result for images catolicas da Quaresma
SEXTA-FEIRA - 3ª SEMANA DA QUARESMA -

29 MARÇO 2019

Primeira leitura: Oseias, 14, 2-10

Oseias convida o povo a «voltar», isto é, a converter-se a Deus, reconhecendo o seu pecado, causa das actuais desgraças. O profeta sugere uma confissão lúcida e sincera das próprias culpas, porque agrada mais a Deus uma vida purificada e unida à oferta de louvor (v. 3) do que os sacrifícios de vítimas. Há que libertar-se de compromissos humanos pecaminosos, e particularmente do recurso aos ídolos. O povo pode sentir-se pobre e desprotegido. Mas é então que Deus assume cuidar dele (v. 4).

Uma vez convertido o povo, o próprio Deus Se «converte» renunciando à sua justa ira. Mais ainda: o seu amor fiel curará Israel e perdoará as suas infidelidades. O texto detém-se a descrever os efeitos do amor divino com termos e expressões de rara beleza, lembrando o Cântico dos Cânticos. Quem caminha na rectidão compreenderá esse amor e fruirá dos seus benefícios: «Os caminhos do Senhor são rectos, os justos andarão por eles, mas os pecadores tropeçarão netes» (v. 10).

Evangelho: Marcos 12, 28-34

O texto evangélico de hoje reflecte uma discussão viva entre as escolas rabínicas do tempo de Jesus. Qual é o primeiro mandamento entre os 248 apresentados pela Lei, acrescidos de 365 proibições? Provavelmente a pergunta não era de todo inocente, mas escondia uma insídia contra o jovem rabi. Mas Jesus soube encontrar uma saída airosa, indo logo ao fundo da questão, ao citar o Deuteronómio: «Escuta, Israel/» (Dt 6, 4s), texto repetido três vezes ao dia nas orações dos piedosos israelitas. A este mandamento, Jesus acrescenta outro, tirado do Levítico: «Amarás o teu próximo como a ti mesmos (Lv 19, 18). A originalidade desta resposta de Jesus está na união destes dois mandamentos. O escriba reconheceu nela uma verdadeira síntese da Lei e do culto. Jesus elogia-o e acrescenta outra novidade: a proximidade do reino de Deus, cuja lei fundamental é o amor.

Qualquer que tenha sido a intenção do escriba ao interrogar Jesus sobre qual é o primeiro de todos os mandamentos, devemos estar-lhe gratos. De facto, deu ao Senhor a oportunidade de dar uma resposta que nos interessa, que interessa a todos quantos desejam compreender bem a vontade do Senhor, para a cumprirem fielmente.

A resposta de Jesus foi muito simples: o maior dos mandamentos é o amor. Deus é amor, e pede-nos amor: «amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças ... Amarás o teu próximo como a ti mesmo-, Amando como Ele nos ama, amando com o amor com que nos ama, participamos da sua vida. É a vocação de todo o homem. É a sua felicidade: amar o Deus-Amor como único Senhor, sabendo que jamais O amaremos como merece e tem direito, e que, por isso, havemos de progredir no amor, desenvolvendo todas as nossas capacidades de amar.

Amar o próximo com Ele e como Ele, por causa d ' Ele, com o amor com que somos amados, é uma verdadeira alegria, é a suprema realização.

Mas, quantas vezes, amámos outros deuses, adorando as obras das nossas mãos, a nossa realização pessoal, os nossos interesses mesquinhos ... O resultado foi cairmos na escravidão, ver os outros como rivais, perder a nossa liberdade, a nossa alegria, a nossa felicidade. Por isso, rezamos com o profeta:

«Perdoa todos os nossos pecados, e acolhe favoravelmente o sacrifício que oferecemos, a homenagem dos nossos lábios»'

Depois da vinda de Cristo, todo o crente pode repetir estas palavras de João:

"Nisto consiste o Seu amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele, que nos amou ... Amou-nos por primeiro ... " (1 Jo 4, 19). Porque nos amou, podemos amá-lo. Porque nos amou, podemos amar a todos os nossos irmãos, sem fazermos acepção de pessoas.

De facto, Deus ama-nos a todos. Chamou-nos à vida porque nos amou pessoalmente: "Chamei-te pelo nome ... " (Is 43, 1). É esse o fundamento da dignidade da pessoa humana. Cada um de nós é um pensamento amoroso de Deus, criado à sua imagem e semelhança: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança ... Deus criou o homem à Sua imagem, à imagem de Deus os criou, homem e mulher os criou'

(Gn 1, 26-27). Criado à imagem do Deus-Amor, todo o homem merece ser amado com o amor típico de Deus: o amor oblativo!

Fonte: Adaptação de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia”

 

quinta-feira, 28 de março de 2019

QUINTA-FEIRA - 3ª SEMANA DA QUARESMA - 28 MARÇO 2019


QUINTA-FEIRA - 3ª SEMANA DA QUARESMA - 28 MARÇO 2019
Primeira leitura: Jeremias 7,23-28
'
Ao condenar o formalismo do culto, o profeta condena, sobretudo, a surdez de Israel à voz de Deus (v. 23), escutada no momento da Aliança, no monte Sinai (cf. Ex 20, 1-21). Só na escuta o povo de Israel pode conhecer o seu Deus, diferente de todas as outras divindades. Por isso, o primeiro mandamento é: «escuta, Israel».
Os verdadeiros profetas apelam continuamente a essa escuta. Os falsos profetas fazem outros apelos. A opção por ouvir uns ou ouvir outros determina, para cada um, a vida ou a morte.
O texto está dividido em três partes. As duas primeiras têm uma estrutura idêntica: ao «ouv» (v. 23), e ao «envie» (v. 26) correspondem dois «eles não ouviram» (vv. 24.26).
Não há sinal de arrependimento, de conversão. Na terceira parte, enquanto o povo recai na idolatria e volta a ser espiritualmente escravo no Egipto, o profeta permanece fiel à sua vocação. Enquanto denuncia esta situação, partilha com Deus o sofrimento de ser recusado, de ser ele mesmo acusado de impostor pelos mentirosos.
Evangelho: Lucas 11,14-23
Jesus tinha acabado de ensinar aos seus discípulos o «Pai nosso», a oração modelo de toda a oração crista, a oração que abre o coração ao Espírito Santo (v. 13). O Reino é já uma realidade presente na terra. E acontece uma cura. O povo simples enche-se de admiração. Mas há quem pense de modo diferente (v. 14s.).
Temos assim, como na primeira leitura, duas atitudes contrastantes: uns ficam admirados porque intuem uma extraordinária presença de Deus no mundo; outros acusam Jesus de blasfémia e de aliado do diabo.
Jesus responde de modo incisivo, deixando os ouvintes concluírem que Satanás não combate contra si mesmo. Sendo assim, a conclusão só pode ser a dos simples: está aí o dedo de Deus.
Esta expressão lembra os prodígios realizados pela mão de Moisés, no tempo do êxodo. Para que não restem dúvidas, o próprio Jesus conclui: «o Reino de Deusjá chegou até vós» (v. 20). A expulsão dos demónios prova essa presença do Reino, prova o começo de uma nova época de liberdade para quem acolher a alegre notícia trazida por Jesus (v. 23).
«Ouvi a minha vo.z», diz-nos o Senhor. A Palavra do Senhor é caminho de intimidade com Ele: «Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo».
A Palavra do Senhor é caminho de felicidade:
«Segui sempre a senda que vos indicar, a fim de que sejais felizes».
Mas, desde sempre, os homens procuraram pretextos para não escutarem a Palavra de Deus:
«Eles não me ouviram, não prestaram atenção, seguiram os maus conselhos dos seus corações empedernidos».
Mesmo quando a Palavra se fez carne e habitou entre nós. Para não ouvirem Jesus, alguns deformaram a realidade e acusaram-no de expulsar demónios com o poder do demónio. O «pai da mentira» sugere pensamentos errados, insinua dúvidas e suspeitas.
Sem acolher a Palavra de Deus, o homem não dispõe da luz necessária para não se perder e seguir com segurança a senda da felicidade. Sem a Palavra de Deus, o homem não dispõe da força necessária para vencer o homem armado que guarda a porta da sua casa, seguro de o ter vencido e encaminhado definitivamente para a perdição, o demónio.
A Palavra de Deus, em última análise, é Jesus, o vencedor do demónio. Por isso, pode afirmar:
«Quem não está comigo está contra mim, e quem não junta comigo, dispersa» (v. 23).
Escutemos, pois, a Palavra do Senhor, e punhamos nela a nossa esperança, nos combates da nossa vida. Se escutarmos o Senhor, recolheremos com Ele.
Conforta-nos saber que Jesus é mais forte que o demónio, mais forte que o mundo, mais forte do que qualquer tentação. Com Ele, a vitória é certa, apesar da dureza das batalhas. Afinal: só Ele é o Senhor!
Como homens, somos criaturas frágeis, cansadas, fatigadas. Cansadas pela luta contra o mal ou porque somos vítimas do mal.
Fatigadas por causa do peso da nossa carne débil, das culpas. Cristo, que vem a nós na sua Palavra e na Eucaristia, é o homem forte, com quem podemos vencer. Na sua misericordiosa bondade, convida­nos, por fracos e pecadores que sejamos, convida todos os homens, também os que O não conhecem, os que são indiferentes, e mesmo os que O odeiam:
"Vinde a Mim, todos vó~ que vos estais cansados e oprimidos, e aliviar-vos-ei... Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração e achareis alívio para as vossas almas, pois o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve' (Mt 11, 28-30).
Vamos, pois, ao Senhor, acolhamos a sua Palavra, acolhamo-lo  a Ele, que é o mais forte!
Fonte: Adaptação de um texto de :”dehonianos.org/portal/liturgia/”

quarta-feira, 27 de março de 2019

VIAGEM DO PAPA FRANCIS CO A MOÇAMBIQUE, A MADAGASCAR E MAURICIAS,"



VIAGEM APOSTÓLICA A MOÇAMBIQUE,
A MADAGASCAR E MAURICIAS



 "Acolhendo o convite dos respectivos Chefes de Estado e Bispos, Sua Santidade o Papa Francisco efetuar uma Viagem Apostólica a Moçambique, Madagascar e Mauricio, de 4 a 10 de Setembro de 2019, visitando a cidade de Maputo em Moçambique, Antananarivo em Madagascar e Port Louis nas Maurícias.
O programa da viagem será publicado a seu tempo".

A visita hist6rica que o Papa Francisco fará a Mogambique no pr6ximo mês de Setembro, além de assinaiar as boas e est6veis relações diplorn6ticas entre Moçambique e a Santa Sé, sublinha, mais uma vez, o desejo evangélico do Romano Pontifice de chegar, com alegria e gratiddo. a todos os homens e mulheres espalhados nos quatro pontos da Terra, para que ninguém possa sentir-se excluido do anúncio de esperanga, paz e reconciliação.

O Santo Padre efectuar6 a sua Visita ao abrigo da dupla prerrogativa que o Direito Canónico e o Direito Internacional lhe concedem, na Sua qualidade de Pastor Supremo da Igreja e de Chefe de Estado.

Como Pastor supremo da Igreja Católica, o Santo Padre fará uma Visita Apost6lica aos seus irmãos Bispos e a todos os fiéis católicos de Moçambique, bem como a todo o homem e mulher de boa vontade, sem preclusões.


O Papa Francisco virá como peregrino a esta terra abençoada pela fé de tantos irmãos e irmãs que, mesmo em tempos dificeis, permaneceram fiéis ao Evangelho de Cristo.


O Papa Francisco estara presente entre nós como pai na fe, a fim de confirmar a nossa adesão a Cristo e á Igreja, reafinnando a escolha preferencial pelos últimos, pelos mais pobres, pelos doentes, por quantos se encontram perante a dúvida ou perderam a esperança.


O Papa Francisco visitará esta querida terra apresentando-se a todos como irmão universal, sem excluir ninguém, com o desejo de se encontrar com este Povo amado, propondo caminhos de esperanga, paz e reconciliação.

Como Chefe de Estado, o Santo Padre Francisco, retribuindo a visita cordial que Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi efectuou ao Vaticano no mês de Setembro do ano passado, virá para reafirmar a solidez das relações diplomáticas entre a Santa Se e a República de Moçambique estabelecidas de maneira estável pelo Acordo internacional de 201l; virá confirmar toda a sua disponibilidade para dar seguimento aos intentos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e, ern parlicular, trabalhar para o restabelecimento de uma paz efectiva, sólida e duradoira, com atenção, também a dificil situação em Cabo Delgado.


Por fim, virá para se solidarizar, mais uma vez, com a população martirizada pela catástrofe que devastou as provincias de Sofala, Manica, Zambezia e Tete neste último mês.

Em nome da Santa Sé, ao dar seguimento ao anúncio desta visita historica, não posso deixar de agradecer a S.E. Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da Repriblica de Moçarnbique e S.E,.R. Dom Lúcio Andrice Muandula, Bispo de Xai-Xai e Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique pelo trabalho árduo e unitário que está a ser feito para a preparação da Viagem Apostólica, de modo que ninguém se sinta excluido dum acontecimento tão significativo.
Fonte: Anúncio da Nunciatura Apostólica, Mons. Cristiano, encarregado de negócios a.i.

QUARTA-FEIRA - 3ª SEMANA DA QUARESMA - 27 MARÇO 2019


QUARTA-FEIRA - 3ª SEMANA DA QUARESMA - 27 MARÇO 2019

Primeira leitura: Deuteronómio 4, 1.5-9

Depois de ter evocado a história, para recordar ao povo a fidelidade de Deus (Dt 1 a 3), Moisés tira algumas consequências, nomeadamente a necessidade de corresponder com a observância fiel das leis e preceitos. Esta observância, mais do que uma condição para entrar na terra prometida (v. 1), é uma vocação a realizar (v. 5b).

Com efeito, a vida segundo as leis e preceitos do Senhor fará de Israel um povo admirado pelos outros povos, que apreciarão a sua sabedoria e a proximidade do seu Deus. Israel será, desse modo, testemunha do Deus vivo e verdadeiro, diante dos outros povos.

O cumprimento dos mandamentos será, assim, uma resposta de amor a Deus libertador. Por isso, é conveniente recordar a história da salvação e as maravilhas operadas por Deus ao longo dela. Isso ajudará o povo a crescer na gratidão para com Deus e na observância das suas leis, de geração em geração.

Evangelho: Mateus, 5, 17-19

Os ensinamentos de Jesus são uma novidade radical que desconcerta os seus ouvintes. O texto que hoje escutamos faz-nos entrever as interrogações que suscitava, e a delicada posição dos primeiros cristãos diante do judaísmo.

Mateus, que escreve para uma comunidade judeo-cristã, apresenta Jesus como um novo Moisés que promulga a nova lei, as Bem-aventuranças. Mas isso não significa que a Lei e os Profetas são abolidos. Pelo contrário, atingem, em Cristo, o pleno cumprimento. Durante séculos, ajudaram Israel a preparar-se para a comunhão com Deus. Agora, essa comunhão é oferecida, por graça e em plenitude, porque, em Jesus, Deus se faz Emanuel, Deus-connosco.

Mas os velhos preceitos permanecerão como norma perene. Nem os mais pequenos sinais da Lei serão invalidados. Pelo contrário, da sua observância ou não observância dependerá a sorte definitiva de cada um. De facto, na lógica oriental, ser considerado mínimo significa ser excluído.

O homem é o eterno peregrino da liberdade e da felicidade. Para isso foi criado. Mas pode entender mal a liberdade e a felicidade e, em vez delas, encontrar a escravidão e a infelicidade. Por isso, Jesus deu uma preciosa orientação aos seus discípulos:

«Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres» (Jo 8, 31-32).

Portanto, o ponto de partida e o caminho para a liberdade e felicidade é a escuta da Palavra e o cumprimento humilde e obediente dela. O encontro com a Palavra e a obediência à mesma levam-nos à verdade do amor, à liberdade, à felicidade. De facto, o encontro com a Palavra é encontro com Jesus, que é o Caminho, a Verdade e a Vida, a suprema Felicidade.

Não se trata, pois, de cumprir muitas leis e preceitos, mas de seguir Jesus. Com Jesus, e como Ele, aprendemos o amor oblativo, o amor que sempre procura e encontra novas formas para se dar. É esta atitude que nos revela como homens novos, em Cristo.

Jesus está connosco e, n ' Ele, encontramos a plena liberdade e felicidade, na obediência aos preceitos antigos e novos, que se resumem no amor a Deus e ao próximo, um amor que se faz dom gratuito e livre, em todas as circunstâncias.

Fonte: Adaptação local de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia/”

segunda-feira, 25 de março de 2019

ANUNCIAÇÃO DO SENHOR - 25 MARÇO 2019


See the source image
ANUNCIAÇÃO DO SENHOR - 25 MARÇO 2019

A solenidade da Anunciação do Senhor é a celebração do grande mistério cristão da Encarnação do Verbo de Deus.

A data de 25 de Março está em função do Nascimento de Jesus, que é celebração exatamente nove meses depois. A catequese sempre fez coincidir a Anunciação e a Encarnação.

Estes mistérios começaram a ser celebrados liturgicamente provavelmente depois da edificação da basílica constantiniana sobre a casa de Maria, em Nazaré, no século IV.

A celebração no Oriente e no Ocidente data do século VII. Durante séculos, esta solenidade teve sobretudo carácter mariano. Mas Paulo VI devolveu-lhe o título de "Anunciação do Senhor", repondo o seu carácter predominantemente cristológico.

Em síntese, trata-se de uma "celebração (que) era e é festa de Cristo e da Virgem: do Verbo que se torna filho de Maria e da Virgem que se torna Mãe de Deus" (Marialis cultus 6).


Primeira leitura: Isaías 7, 10-14; 8, 10

Acaz, rei de Jerusalém, vê vacilar o seu trono devido à aproximação de exércitos inimigos. A sua primeira reação é entrar numa política de alianças humanas. Isaías, pelo contrário, propõe a resolução do problema pela confiança em Deus. Convida o rei a pedir um «sinal» (v. 11) que seja confirmação da assistência divina. Acaz recusa a proposta: «não tentarei o Senhor» (v. 12). Fá-lo por hipocrisia, e não por verdadeiro sentido religioso.

Isaías insiste que, apesar da recusa do rei, Deus lhe dará um sinal: «a jovem está grávida e vai dar à luz um filho, e há-de pôr-lhe o nome de Emanuel: «Deus-connosco».

O sentido imediato destas palavras refere-se a Ezequias, filho de Acaz, que a rainha está para dar à luz. O seu nascimento, nesse momento histórico, é interpretado como sinal da presença salvadora de Deus em favor do seu povo aflito.

Mais profundamente, as palavras de Isaías são profecia de um futuro rei Salvador. A tradição cristã sempre viu neste oráculo o anúncio profético do nascimento de Jesus, filho de Maria Virgem.

Segunda leitura: Hebreus 10, 4-10

Este texto, retirado do seu contexto, procura demonstrar que o sacrifício de Cristo é superior aos sacrifícios do Antigo Testamento.

O autor da Carta aos Hebreus relê o Salmo 39 - utilizado pela liturgia desta solenidade como Salmo Responsorial - ao como se fosse uma declaração de intenções do próprio Cristo entrar no mundo, no momento da Incarnação. Esta é também a atitude obediencial do povo da antiga aliança e de todo o piedoso cantor do salmo:

«: Eis que venho, ó Deus, para fazer a tua vontade.».

 A Incarnação como atitude obediencial acontece no dia da Anunciação do Senhor a Maria. Esse dia inaugura a peregrinação messiânica que conduzirá à doação do corpo de Cristo no sacrifício salvífico, novo e inovador, único e indispensável, que se completa no sacrifício da cruz.

Evangelho: Lucas 1, 26-38

Uma possível chave de leitura deste texto é ver nele um relato biográfico feito por Lucas que terá ouvido atentamente as confidências de Maria.

No diálogo entre Deus e a menina de Nazaré - pela mediação do anjo Gabriel - revela-nos uma relação viva entre o divino e o humano, em que a proposta do alto vai sendo progressivamente esclarecida. O mensageiro respeita a condição humana de uma rapariga virgem que recebe uma proposta inesperada: ser mãe do Messias.

 Maria, a virgem prometida como esposa a José, aproxima-se progressivamente do mistério, deixando-se conscientemente envolver por ele, disponibilizando-se e adequando à proposta de Deus o seu próprio projeto. E termina pronunciando o seu «Eis-me aqui!» (cf. v. 38).


O mistério celebrado hoje é a conceição do Filho de Deus no seio da Virgem Maria. Na basílica nazaretana da Anunciação, diante do altar, há uma placa de mármore que os peregrinos beijam com emoção e onde está escrito:

 "Aqui de Maria Virgem fez-se carne o Verbo".

No texto da Carta aos Hebreus, o hagiógrafo refere ou interpreta a anunciação de Cristo; no texto de Lucas, o evangelista narra a anunciação a Maria. Cristo toma a iniciativa de declarar aquilo que Ele mesmo compreende; Maria recebe uma palavra que vem de fora de si mesma, uma palavra cheia de propostas de um Outro.

O paralelismo transforma-se em coincidência na explicitação da disponibilidade de ambos para fazerem a vontade divina; é uma disponibilidade separada por qualidade e quantidade de consciência, mas que converge na finalidade de obediência total ao projeto de Deus: Ecce venio, ecce ancilla, eis-me aqui! Eis a serva!

A atitude de obediência irá aproximar a mãe e o filho, Maria "anunciada" e Jesus Cristo "anunciado". Ambos pronunciam o seu «Eis-me aqui!». Ambos se exprimem com voz quase idêntica: «faça-se em mim segundo a tua palavra», «Eis que venho para fazer, ó Deus, a tua vontade». Ambos entram na fisionomia de «serva» e de «servo» do Senhor. Esta sintonia encoraja os discípulos à disponibilidade para servir a palavra de Deus, porque o próprio Filho de Deus é servo e porque a Mãe de Deus é serva; ambos são servos de uma palavra que salva quem a serve e que traz salvação

Fonte: Adaptação de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”

 

domingo, 24 de março de 2019

III DOMINGO DA QUARESMA 24 MARÇO 2019

Image result for III Domingo da Quaresma Imagens

III DOMINGO DA QUARESMA 24 MARÇO 2019



III DOMINGO DA QUARESMA – ANO C - 24 MARÇO 2019 -
ANO C
Nesta terceira etapa da caminhada para a Páscoa somos chamados, mais uma vez, a repensar a nossa existência. O tema fundamental da liturgia de hoje é a “conversão”. Com este tema enlaça-se o da “libertação”: o Deus libertador propõe-nos a transformação em homens novos, livres da escravidão do egoísmo e do pecado, para que em nós se manifeste a vida em plenitude, a vida de Deus.

A primeira leitura  (Ex 3,1-8a.13-15), fala-nos do Deus que não suporta as injustiças e as arbitrariedades e que está sempre presente naqueles que lutam pela libertação. É esse Deus libertador que exige de nós uma luta permanente contra tudo aquilo que nos escraviza e que impede a manifestação da vida plena.

A humanidade geme, hoje, num violento esforço de libertação política, cultural e económica: os povos lutam para se libertarem do colonialismo, do imperialismo, das ditaduras; os pobres lutam para se libertarem da miséria, da ignorância, da doença, das estruturas injustas; os marginalizados lutam pelo direito à integração plena na sociedade; os operários lutam pela defesa dos seus direitos e do seu trabalho; as mulheres lutam pela defesa da sua dignidade; os estudantes lutam por um sistema de ensino que os prepare para desempenhar um papel válido na sociedade… Convém termos consciência que, lá onde alguém está a lutar por um mundo mais justo e mais fraterno, aí está Deus – esse Deus que vive com paixão o sofrimento dos explorados e que não fica de braços cruzados diante das injustiças.

Deus age na nossa vida e na nossa história através de homens de boa vontade.

Segunda leitura  – 1 Cor 10,1-6.10-12,

A segunda leitura avisa-nos que o cumprimento de ritos externos e vazios não é importante; o que é importante é a adesão verdadeira a Deus, a vontade de aceitar a sua proposta de salvação e de viver com Ele numa comunhão íntima.
O que é essencial na nossa vivência cristã?

Os sacramentos são a manifestação dessa vida de Deus que nos é gratuitamente oferecida, que nós acolhemos como um dom, que nos transforma e que nos torna “filhos de Deus”.

É isto que procuramos transmitir quando orientamos encontros de preparação para os sacramentos?

O Evangelho (Lc 13,1-9) contém um convite a uma transformação radical da existência, a uma mudança de mentalidade, a um recentrar a vida de forma que Deus e os seus valores passem a ser a nossa prioridade fundamental.

A proposta principal que Jesus apresenta neste episódio chama-se “conversão”. Não se trata de penitência externa, ou de um simples arrependimento dos pecados; trata-se de um convite à mudança radical, à reformulação total da vida, da mentalidade, das atitudes, de forma que Deus e os seus valores passem a estar em primeiro lugar.

É este caminho a que somos chamados a percorrer neste tempo, a fim de renascermos, com Jesus, para a vida nova do Homem Novo. Concretamente, em que é que a minha mentalidade deve mudar? Quais são os valores a que eu dou prioridade e que me afastam de Deus e das suas propostas?

Fonte: Adaptação de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”