31 MAIO 2018 - VISITAÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA
A Festa de Visitação começou a ser celebrada no século
XIII, pelos Franciscanos. Bonifácio IX (1389-1384) introduziu-a no calendário
universal da Igreja. Tradicionalmente celebrada a 2 de Julho, a festa foi
antecipada pelo novo calendário para o dia 31 de Maio, ficando assim entre a
Solenidade da Anunciação (25 de Março) e o Nascimento de João Batista (24 de
Junho). Depois da Anunciação, Maria foi visitar a prima Isabel, partilhando com
ela a alegria que experimentava perante as “maravilhas” n´Ela operadas pelo
Senhor. Impele-a também a essa visita a sua caridade feita disponibilidade e
discrição. Para Lucas, Maria é a verdadeira Arca da Aliança, a morada de Deus
entre os homens. Isabel reconhece esse fato e reverencia-o. Toda
a visitação de Maria é um acontecimento de Jesus.
Primeira leitura: Sofonias 3, 14-18ª
O reinado de Josias (séc. VI a. C.) foi marcado por
permanentes infidelidades de Israel a Deus. O povo, esquecendo a Aliança com
Deus, fazia alianças humanas e deixava-se levar pelas modas, cedendo ao culto
de deuses estrangeiros. Perante esta situação, Sofonias ergue a voz para
proclamar “o dia terrível de Javé” em que o pecado dos povos, também de Judá,
seria manifestado e julgado. Mas o profeta sabe que o juízo de Deus é sempre um
convite à conversão. Assim, abre uma perspectiva de luz e de esperança.
A “filha de Sião” deve alegrar-se com a perspectiva desse dia (cf. 16b), o dia
messiânico, dia de misericórdia e de um amor novo entre Deus e o seu povo. A
presença de Deus entre o seu povo será motivo de renovada esperança,
porque Deus é “poderoso salvador” (v. 17).
Evangelho: Lucas 1, 39-56
Maria e Isabel acolhem em si a acção de Deus. Maria acolhe-a de modo activo, dando o seu consenso. Isabel acolhe-a de
modo passivo. Ambas experimentam a acção poderosa do Espírito Santo. Isabel tem
no ventre o Precursor. Graças a essa presença, pode já indicar, na Mãe, o Filho
e proclamar bendita Aquela que “acreditou” (v. 45).
Maria responde ao cântico de Isabel com o Magnificat,
que revela a acção poderosa de Deus nela, aquela acção que realiza as promessas
feitas a Abraão e à sua descendência. O Magnificat é a primeira manifestação
pública de Jesus, ainda escondido, mas actuante naqueles que, como Maria, o
acolhem na fé e com amor.
Maria ensina-nos a acolher o Senhor. Acolhe-o com
louvor: “A minha alma glorifica o Senhor!” Assim fizera David que acolheu a
Arca de Deus com exultação e a colocou na sua cidade, Jerusalém, no meio do
júbilo do seu povo.
Como David e, sobretudo, como Maria, precisamos de acolher
a Deus e dar-lhe o lugar a que tem direito na nossa vida.
Somos pequenos e fracos, é certo. Mas Deus chama-nos a
acolhê-lo, a recebê-lo em nossa casa com alegria e disponibilidade. Não podemos
deixá-lo à porta. Não podemos recebê-lo continuando fechados nas nossas
preocupações, nos nossos interesses mais ou menos egoístas. Não podemos receber
a Deus como se recebe alguém que vem negociar connosco, ou como se recebe um
fornecedor, um cobrador, ou um qualquer serviçal. Há que recebê-lo com a honra
a que tem direito, com alegria, com cânticos de júbilo, com exultação.
Maria acolheu o Senhor, não para ser servida, mas para
servir. Acolheu-o cantando: “A minha alma glorifica o Senhor!”. Maria e Isabel
ensinam-nos também a acolher os outros. Para acolher alguém, precisamos de sair
de nós mesmos. Maria saiu fisicamente de sua casa e deslocou-se à montanha da
Judeia para visitar Isabel. Isabel, para acolher a Maria, saiu de si mesma e
reconheceu, na jovem mulher que a visitava, a Mãe do seu Senhor.
Maria acolhera a palavra do Anjo acerca da prima e foi
visitá-la como a alguém abençoado pelo Senhor. Acolher uma pessoa é sempre
acolher aquilo que Deus realiza nessa pessoa, acolher a sua vocação profunda.
Peçamos a Maria que saibamos contribuir para instaurar
o reino da justiça e da caridade cristã no mundo. Um sinal dos tempos é a
solidariedade com os carenciados, sejam eles da nossa família ou vivam mais
perto ou mais longe de nós.
Fonte: adaptação de
um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia”.
Sem comentários:
Enviar um comentário