Caríssimos diocesanos
2018: 25 ANOS
DA CRIAÇÃO DA NOSSA DIOCESE
Caríssimos Diocesanos:
É com imensa alegria que hoje vos escrevo para comunicar-vos esta grande
notícia: durante o ano que agora começa – 2018- celebramos os 25 anos de vida
da nossa família diocesana. De facto, aos 6 de Dezembro de 1993, o Papa São
Paulo II assinou o documento com o qual criava a Diocese de Gurúè. E no ano
seguinte, nomeou o seu 1º Bispo diocesano, D. Manuel Chuanguira Machado, hoje
Bispo emérito.
Essa data foi precedida
por um longo período que abarca muitos
anos na história da evangelização não só do território que hoje compões da
Diocese de Gurúè, mas de todo o Pais e até de todo o mundo.
Esta grande percurso
histórico começa em Jerusalém, há mais de dois anos, quando Jesus Cristo enviou
os Apóstolos a anunciar a Boa Nova a todos os Povos: “Assim como o Pai me
enviou, também Eu vos envio a vós”. “Ide pelo mundo inteiro e anuncia a Boa
Nova a toda a humanidade” (Jo 20,21; Mc 16,15).
Desde então até ao dia
de hoje o mandato de Jesus foi-se concretizando pouco a pouco através das
vicissitudes históricas da multidão dos países do mundo. A Moçambique chegaram os primeiros missionários no século
XVI. Primeiro foram contactos esporádicos nos terras do litoral dos
missionários que se dirigiam à Índia e escalavam a Ilha de Moçambique. De
facto, o grande missionário de todos os tempos S. Francisco Xavier, aí esteve
alguns meses.
Mas tarde os missionários chegaram até às
terras do interior. Foi a época do Sevo de Deus D. Gonçalo de Silveira e
companheiros no Reino de Monomotapa. Mas
só a partir de 1940 é que começou a evangelização sistemática de todo o Pais,
com a criação das Dioceses de Lourenço Marque (hoje Maputo), Beira e Nampula.
Dessas Dioceses nasceram progressivamente as restantes dioceses que formam hoje
a Conferência Episcopal de Moçambique, sendo a de Gurúè a última na sucessão
histórica.
Muito temos que
agradecer olhando para o passado: Os nossos antepassados na Fé. Milhares de
pessoas, Padres, Religiosas e Religiosos, Catequista e demais leigos
comprometidos com a causa do Evangelho que deram o melhor de si, trabalhando,
física e espiritualmente. Anunciaram o Evangelho com o testemunho da própria
vida, com a transmissão da Palavra de
Deus e a celebração dos Sacramentos, com a visita às aldeias onde habitava o
povo, com a assistência sanitária, com a educação das crianças e jovens, com
obras sociais e com a agricultura.
Também construíram igrejas, grandes complexos
escolares e residências, hospitais e obras sociais; estudaram a línguas locais
e traduziram a Bíblia, livros de catequese e de liturgia; e elaboraram
subsídios para a formação dos agentes da Pastoral.
Ao mesmo tempo cuidaram
pela pastoral vocacional com os frutos que hoje conhecemos de centenas de
Padres, Religiosos e Religiosas originários destas terras que evangelizaram. E
abriram escolas de catequistas para a formação dos leigos encarregados dos
vários ministérios nas comunidades.
Este é o grande legado
que recebemos dos nossos antepassados na evangelização das terras que hoje
formam a nossa Igreja local, a Diocese de Gurúè. Toca a nós, ao olharmos para
eles, inspirar-nos no seu testemunho, não para repetir o que eles fizeram, mas
para continuar a obra iniciada, consolidá-la e torna-la viva e eficaz para os
homens do nosso tempo.
Quatro Palavras com o
seu conteúdo evangélico e humano nos
devem acompanhar neste ano de 2018 como sinais característicos deste Jubileu
Diocesano:
1º.- LOUVOR à
Santíssima Trindade, pois é no Deus Pai, Filho e Espírito Santo que tem origem
toda a obra da nossa salvação. A evangelização não é fruto de um projecto dos
homens embora seja feita por homens. Ela tem origem em Deus e Ele é o seu
protagonista. Os homens antes e gora hoje, somos apenas os enviados, isto é,
seus colaboradores.
2º AGRADECIMENTO a Deus
e aos nossos antepassados na fé, homens e mulheres que formam “uma grande
multidão de obreiros do Evangelho” por tudo o que eles fizeram apesar das
limitações de toda espécie que encontraram e que eles próprios tiveram. Deus
serviu-se deles tal como eles eram e sabiam fazer na construção desta grande
obra da evangelização dos nossos Povos da Zambézia.
3º CONVERSÃO dos que
hoje recebemos tão precioso legado. Levamos em mãos frágeis um tesouro
inestimável. Somos também nós, apóstolos deste tempo, homens e mulheres frágeis
inclinados ao mal, necessitados constantemente da graça e da misericórdia de
Deus para uma obra de tal envergadura.
4ºEVANGELIZAÇÃO renovada e actualizada para o tempo e para os
homens de hoje. Não podemos repetir o que os outros fizeram. A Igreja hoje
exige de nós uma NOVA EVANGELIZAÇÃO, no testemunho, na oração, no sacrifício,
na dedicação, nos métodos, na linguagem, na inculturação da fé e na resposta
aos desafios da hora presente. Com este objectivo, a nossa Diocese deve estar
em “estado permanente de missão” e, como repete o Papa Francisco, uma “Igreja
em saída”, isto é, não ficarmos encerrados e fechados nas questões da vida
interna das nossas comunidades e sair ao
encontro das pessoas, dos mais necessitados, dos marginalizados, dos que nunca
ouviram a Boa Nova de Jesus.
FELIZ 2018, ANO JUBILAR DIOCESANO!
Vosso Bispo
+ Francisco