segunda-feira, 21 de junho de 2021

INTERVENÇÃO POR OCASIÃO DOS 25 ANOS DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL DOS PADRES FRANCISCO CUNLELA E DANIEL ALEXANDRE RAUL

 

Excelência Reverendíssima Dom Inácio Lucas, Bispo da Diocese de Guruè,

(Excelentíssimo e Revmo Senhor Dom Manuel Chuanguira Machado,

Bispo Émerito da Diocese de Guruè),

Excelentíssimo Senhor Secretario Permanente do Governo do Distrito do Guruè, em representação de Sua Excelentíssima Senhora Administradora,

Excelentíssima Senhora Administradora do Distrito do Ile,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Conselho Autárquico da Cidade de Guruè,

Reverendos Padres, Religiosos e Religiosas,

Prezados familiares e amigos dos padres jubilares,

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo,

 

Como sabemos, todas as celebrações eucarísticas são por definição, ocasião ímpar de acções de graças, a celebração deste dia 20 de Junho, Décimo segundo Domingo Comum B, ficará para sempre memorável nos nossos corações, nós os padres que celebramos o jubileu, de todo o Povo de Deus que está no Guruè, dos nossos familiares, amigos e benfeitores porquanto com ela O Bom Deus mostra, parafraseando S. Paulo, que “aqueles que Ele escolheu também os sustenta no seu caminhar” em prol desta Igreja diocesana e de toda a Igreja católica espalhada em toda a face da terra.

Neste mar de emoções que nos invadem, dirigimos as nossas acções de graças, em primeiro lugar a Deus Pai, Criador, Dispensador de todos os bens, o qual em Jesus Cristo, nos chamou para o seu discipulado e nos sustentou e nos sustenta.

Dirigimos, em segundo lugar o nosso reconhecimento ao nosso Bispo, Dom Inácio Lucas que, logo que tomou posse muito nos incentivou, e até explicou em várias ocasiões a necessidade desta celebração não de forma privada mas com a presença de todo o Povo de Deus. Muito obrigado Senhor Bispo!

Agradecemos de coração os nossos familiares, amigos e benfeitores, alguns dos quais percorreram longas distâncias, para se fazerem presentes neste dia de alegria e acções de graças. Aliás têm estado, sempre connosco, nas alegrias e nas provações que a vida nos coloca a frente.

Dirigimos agora a nossa vénia aos Bispos Dom Manuel Chuanguira Machado (1994-2009) e Dom Francisco Lerma Martínez (2010-2019), os quais se entregaram de alma e coração ao serviço de Deus, no meio deste povo, selando a sua missão pastoral com a ablação das suas vidas; Os quais aliás muito trabalharam para que hoje fossemos sacerdotes desta Igreja. Recordar que Dom Manuel Chuanguira Machado foi nosso Reitor nos Seminário Bom Pastor da Beira, nos primeiros passos da nossa vocação. A nossa gratidão estende-se ao saudoso Bispo Dom Bernardo, graças ao qual tivemos a primeira centelha vocacional, quando ainda pertencíamos, como seminaristas, a Diocese de Quelimane.

Agradecemos ainda ao Sr. Dom Germano Grachane que assumiu as rédeas da nossa Diocese no interregno entre o perecimento de Lerma e a nomeação do Dom Inácio Lucas.

Agradecimento especial aos nossos confrades, padres diocesanos, religiosos e religiosas, irmãos na trincheira e “companheiros de armas”, para usarmos uma expressão paulina, muitos ainda vivos e outros, já nas mãos de Deus: citamos aqui os já falecidos: Padre Tarcísio Álvaro e Diácono Rosário Xavier Iacaca (companheiros na caminhada), P. José Verde, Domingos da Cruz Agostinho; Inácio dos Santos, Xadreque Gomes Daniel e Miguel Namacalima; Recordamos igualmente os nossos mestres na pastoral já falecidos (P. Onório Matti e José Zannetti, bem como P. Tarcisio De Giovanni (pelo testemunho da caridade pastoral).

Agradecimento aos leigos (papás, mamãs, jovens e crianças) pela oração e suporte…

Agradecimento às autoridades, colegas em diversas frentes, com os quais colaboramos no campo da multiforme promoção humana…

Agradecimentos aos irmãos anónimos…que só Deus conhece e sabe quanto rezam e se sacrificam para mantenhamos firme a luz da vocação…

Sob a Poderosa intercessão da Bem Aventurada Virgem Maria e de Santo António nosso Padroeiro, o Senhor nos conceda a graça de sermos perseverantes ao serviço do Reino e em favor da Sua Igreja.

23º Aniversário da Ordenação sacerdotal e 3º mês da Ordenação episcopal de Dom Inácio Lucas

 

Na manhã de hoje, 21 de Junho de 2021, na memória litúrgica de São Luíz Gonzaga, Dom Inácio Lucas celebrou na Capela privada do Paço episcopal, uma missa de acção de graças pelos 23 anos do seu ministério sacerdotal. A missa foi concelebrada por 5 sacerdotes e contou com a assistência de 2 Diáconos. Estiveram presentes na celebração, algumas religiosas e parentes do Reverendo Padre Daniel Raúl, que participaram na efeméride de ontem.

Logo no início, Dom Inácio disse que ia dedicar a Missa para todas as pessoas que fazem parte da história da sua vocação, mormente os seus pais que estão na glória.


Em sua homilia, Dom Inácio partindo da Palavra de Deus proposta para o dia, falou de Abraão como exemplo de Homem de fé, capaz de vencer as suas comodidades para ir à uma terra desconhecida. Papa Francisco, sublinhou o Bispo, insiste no seu pontificado sobre a necessidade de sermos uma Igreja em saída. Partindo do Evangelho, Dom Inácio vincou que a correcção fraterna é indispensável na vida de cada comunidade, porém é necessário primar por uma correcção construtivas.

Durante a homilia, Dom Inácio partilhou um pouco a sua experiência de presbítero, ao revelar aos presentes que a sua ordenação foi muito concorrida. Fez uma promessa de não chorar durante o rito da ordenação, mas logo depois, experimentou situações pastorais que o levaram a chorar. Dom Inácio terminou a sua homilia, vincando aos presentes que eles eram a sua nova família.

No fim da Missa, as Irmãs que trabalham no Paço episcopal, ofereceram um Bolo que foi cortado no Salão do Centro pastoral.





Homilia de S.E.R. Dom Inácio Lucas, na Festa dos 25 anos da Ordenação sacerdotal do Padre Daniel Alexandre Raúl e Padre Francisco Cunlela

 

Rev.do P. Francisco Cunlela e Rev.do P. Daniel Alexande Raúl

Caros sacerdotes; Irmãs e irmãos missionários

Dig.mo presidente do Municipio de Gurúè

Excelentíssimas autoridades e membros do governo do distrito de Gurúè

Caros fiéis e amigos

 

A narração da tempestade acalmada por intervenção de Jesus domina a liturgia da Palavra deste XII domingo do tempo comum. Enquanto Jesus dorme à popa, os discípulos estão com medo da tempestade. «Mestre, não te importas que pereçamos»? Os discípulos clamam e estranham a atitude de Jesus; os discípulos estão com medo de morte. O sono de Jesus é consequência de um dia de fadiga, mas também exprime a sua serena confiança ou fé em Deus. Ter Jesus na barca não significa estar certos de que tudo andará melhor, sem tempestade (aliás receber o baptismo, o matrimónio e outros sacramentos não vacina), mas significa estar convencido que tudo está andando para o melhor no meio da tempestade. Não se chega ao bom porto sem tempestade. Trata-se de perder pouco a pouco as tentações de ensinar a Deus o seu mistério ou de impô-lo modos de intervenção com os nossos esquemas. É preciso ter fé não só porque Deus «vigia», mas confiar também em Deus que «dorme».

Jesus enfrenta a força da tempestade do mar consciente da sua divina autoridade. Diz: «cala-te e está quieto». O mar é considerado como o recipiente das forças do mal, o lugar onde vivem as forças do demónio. O gesto de Jesus indica que a força de Deus é que manda o mar e expulsa as forças do inferno.

Ás vezes, as forças do mal impedem de todas as maneiras o anúncio e a difusão do evangelho. Mas, a evangelização é transportadora de uma força que, embora pareça fraca (sono de Jesus) pode ultrapassar todas as forças hostis. No fim não seja o caso em os discípulos estejam a dormir, enquanto Jesus está a vigiar e a lutar vitoriosamente.

A barca que atravessa o mar na tempestade é uma linda imagem da Igreja. A Igreja goza sempre da presença de Jesus, ainda que pareça que Ele está a dormir e, às vezes, ausente. Os discípulos sabem que Ele está com eles na barca. A Igreja no mundo está e estará sempre investida de ventos contrários, e sempre corre o perigo que as ondas do mar a encham de confusão, que as mentalidades e os costumes do mundo entrem nela para correr o mesmo perigo das ondas quer para quem está dentro como para quem esta fora (lutas e indirectas, calunias internas e externas).

Tu estás convencido de que Jesus não vê e não sente os ventos contrários à sua igreja? Te parece que não se importa da sorte da barca na qual Jesus está repousando? Jesus continua a ter confiança no Pai, que sabe e vê tudo e prove as necessidades de seus filhos com a sua força. Quando se abate a tempestade da prova, dor, mal, crise da fé, medo pelo presente ou pelo futuro, lembra-te do sono de Jesus na barca. Por favor, não acordá-lo, mas mete-te a repousar a seu lado com fé e confiança.

Concluo dando graças a Deus pelos nossos primeiros sacerdotes diocesanos, P. Daniel Alexandre Raul e P. Francisco Cunlela que completaram vinte e cinco anos de fidelidade à Igreja. Em nome dos fiéis católicos da nossa diocese e em meu nome próprio agradeço-vos todo o bem que fizestes à Igreja de Gurúè. Que Deus vos recompense hoje e sempre. Uma festa jubilar é sempre ocasião para olhar o passado, viver o presente e perspectivar o futuro. Durante os vinte e cinco anos de sacerdócio combateram o bom combate e guardaram a fé. Que esta etapa seja vivida para a renovação (interna) da nossa fraternidade sacerdotal e caridade pastoral. Que Maria, Mãe da Igreja interceda por nós, S. José seja nosso exemplo de humildade e Santo António, padroeiro na diocese, nos proteja hoje e sempre. Amén.

 

Comunicações de S.E.R. Dom Inácio no fim da celebração eucarística

ü  IV ANP – é para reflectir sobre a Igreja Católica em Moçambique: ontem, hoje e amanhã. 1ª fase na Diocese (comunidade, centro, paróquia e diocese); 2ª fase na província eclesiástica (Nampula, Pemba, Lichinga, Nacala e Gurúè); 3ª fase nacional (Nampula, assembleia nacional);

ü  Seminário de S. José de Invinha não tem padre para acompanhamento espiritual dos seminaristas. Rezei e conversei longamente com o P. Gonçalves Niviremo, até agora pároco de S. José de Lioma, para a partir de hoje assumir o serviço de director espiritual residente no Seminário.

ü  Para a paróquia de S. José de Lioma pedi obediência ao P. Agostinho Martinho Vasconcelos que, estando em Lioma irá acumular a cura da paróquia e serviços de director do secretariado de pastoral.

ü  Aos restantes padres diocesanos desejo-vos bom trabalho e peço as vossas orações. Cada um de vós há-de receber a obediência para novas responsabilidades na diocese e nas paróquias. As indiferenças são maus sinais e obstáculos que ofuscam e sujam dentro e fora a nossa diocese.

 

De vosso,

+ Inácio Lucas

Bispo de Gurúè

domingo, 20 de junho de 2021

Missa de acção de graças


 Às 09 horas do dia 20 de Junho, Sua Excelência Reverendíssima Dom Inácio Lucas, presidiu uma celebração eucarística por ocasião da celebração das Bodas de prata de ordenação sacerdotal dos dois primeiros Padres diocesanos da nossa Diocese: Pe Daniel Alexandre Raúl e Pe Francisco Cunlela.

A Missa contou com a participação de 16 padres Diocesanos, 4 Diáconos e uma boa representação de religiosos(as) da nossa Diocese.

Após a homilia, os dois festejados fizeram a renovação das promessas sacerdotais. Depois, a missa seguiu o seu curso normal.

Quase no fim houve sete intervenções, a saber: da Paroquia da Imaculada Conceição de Invinha, onde trabalham os festejados, de um membro da família dos festejados, do Clero Diocesano e da Diocese, do Governo do Distrito de Gurúè na pessoa do Secretário Permanente, do Administrador do Distrito do Ile, dos próprios festejados e por fim do Senhor Bispo.

Após a Missa, teve lugar um almoço de confraternização, oferecido na Casa Família.