sábado, 18 de agosto de 2018

SÁBADO - XIX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 18 AGOSTO 2018

SÁBADO - XIX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 18 AGOSTO 2018 Primeira Leitura: Ezequiel, 18, 1-10.13.30-32 O grande tema de Ez.18 é o da «responsabilidade pessoal». Ezequiel mostra-se pastor, teólogo, sacerdote e profeta. Como que recapitula as leis do culto, as leis morais, os ensinamentos e cerimónias do templo, as reflexões deuteronómicas e as proclamações proféticas. Ezequiel mostra-se filho da tradição judaica. Para compreendê-lo melhor, temos de nos situar nos anos de exílio, após a queda de Jerusalém. Não há que procurar desculpas para os pecados próprios, nem que atribuir culpas a outros, como alguns faziam, apoiando-se em textos da Escritura (Dt 5, 9; 29, 18-21; Ex 20, 5), ou em provérbios como os que o profeta cita (18, 2): cada um é responsável pelos seus actos, e receberá, por eles, a devida retribuição. Ainda que, desde o princípio se conhecesse uma responsabilidade individual (cf. Gn 18, 25), predominava o conceito da responsabilidade colectiva (Js 7). Ezequiel torna-se o teórico da responsabilidade individual, contra o fatalismo dos que diziam: de que vale converter-nos, se pagamos as culpas dos nossos antepassados? O profeta mostra como a Lei apela à responsabilidade pessoal. A salvação de cada um não depende dos seus antepassados, nem dos seus vizinhos (18, 10-18), nem do próprio passado (vv. 21-23). Quem foi mau, pode converter-se e alcançar a vida (vv. 30-32). Evangelho: Mateus 19, 13-15 Na época de Jesus, o rito da imposição das mãos e da bênção das crianças era frequentemente usado. Faziam-no os pais, mas também os rabinos famosos, a quem se pedia a bênção. É nesse contexto que se deve entender o episódio narrado hoje por Mateus, e que não deve ser confundido com o que ouvimos na terça-feira passada. Aí tratava-se do apelo à conversão, que exige tornar-se como crianças. Aqui fala-se de Jesus. Perante o “zelo” dos discípulos, Ele manifesta a intenção de não afastar ninguém do Reino. Quando diz «delas» (v. 14b), não se refere à idade, mas quer evidenciar «os que se assemelham a elas». Na antiguidade, as crianças não eram consideradas significativas na sociedade. Mas Jesus faz delas privilegiadas no reino de Deus, admite-as com agrado na comunidade cristã. A atitude dos discípulos em querer afastar as crianças revela a sua falta de compreensão pelo ministério de Cristo. Jesus é Aquele que acolhe os pequenos para lhes oferecer o Reino. A imposição das mãos sobre as crianças e a oração é um gesto de bênção (vv. 13.15). Mas é também um sinal de que a salvação é comunicada a todos os que podem identificar com elas: os pequenos, os pobres, os humildes… A Bíblia apresenta-nos uma forte solidariedade na família, na tribo, no povo. Deus declara a Moisés que o seu favor, sobre aqueles que observam os mandamentos, se estende por mil, enquanto castiga a culpa dos pais nos filhos, e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração (cf. Ex 20, 5-6; 34, 7). As nossas acções incidem sobre a vida do próximo. Mas Deus faz que prevaleça a incidência do bem sobre a do mal. Mas, esta última não deixa de impressionar. Os hebreus exprimiam-na com o provérbio citado por Ezequiel: «Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos é que ficaram embotados» (v. 2). Por isso, achavam que não valia a pena converter-se e viver na justiça, porque tinham de sofrer os castigos merecidos pelas culpas de outros. Ezequiel combate essa mentalidade, afirmando claramente o princípio da responsabilidade individual: «Eu vos julgarei a cada um – diz o Senhor – segundo a sua maneira de agir, casa de Israel – oráculo do Senhor Deus» (v. 30). E o profeta explica que o justo, aquele que observa os mandamentos, viverá: «Mas se ele gera um filho violento e sanguinário e que faz alguma destas coisas que o pai não fazia… esse filho não viverá» (vv. 10.13), apesar dos méritos do pai. De modo inverso, se um pai praticar o mal, será ele o castigado, e não o filho, se for bom. E Ezequiel conclui: «Convertei-vos e afastai-vos dos vossos pecados; que não haja mais entre vós ocasião de pecado» (v. 30). Vale a pena converter-se, porque Deus é justo, e não castiga quem não cometeu o mal. Esta certeza, porém, não nos há-de levar ao isolamento individualista. Jesus lutou contra essa atitude e ensinou-nos a solidariedade com todos, também com os pecadores. Cristo assumiu a dor, o pecado, a desolação dos homens, na solidariedade do sacerdócio universal (cf. Heb 5, 9.10.14). Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de “Dehonianos.org/portal/liturgia”.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

COMUNICADO DE DOM FRANCISCO LERMA, BISPO DE GURUE

Carissimos Diocesanos: "Anunciai a minha glória aos Povos" (Is). Acabo de receber da Nunciatura Apostólica a seguinte comunicação com motivo da nova destinação pontifícia de S. Excelência Reverendíssima Dom Edgar Peña Parra, até à data, Núncio Apostólico em Moçambique e, a partir de ontem 15 de Agosto, Substituto para os Assuntos Gerais, junto do Papa Francisco. Em consequência desta nomeação, fica alterado o programa da Visita dos Sr. Núncio à nossa Diocese nos dias 25 - 28 de Agosto do corrente ano. Ficam sem efeito todos os actos programados: - Visita à Comunidade "Pequena Família da Ressureição" ("Mosteiro do monte Rurupi") (dia 25.08.18); - Presidência da Celebração da Eucaristia do Domingo 26.08.10, em Malua; - Encontro e Almoço com os Missionários e Missionárias das Paróquias da área dos Distritos de Alto Molócue, Gilé e Pebane, programado para o Domingo 26.08.18, em Malua; - Viagem a Gurúè, no dia 26.08.18; - Encontro e almoço com os MIssionários e Missiomárias da área dos Distritos de Mulevala, Ile, Gurúè, Molumbo e Namarrói, que tnha sido programado para o dia 27.08.18, no Gurúè: - Celebração da Eucaristia na Catedral de Gurúè, programada para o mesmo dia 27.08.18. O Vosso Bispo + Francisco Lerma Martínez, IMC Eis o texto da carta que Mons. Cristiano, Secretário da Nunciatura Apostólca nos enviou nesta data: Prot. N. 2068/2018 A Sua Excel6ncia Reverendissima Dom Francisco LERMA MARTINEZ IMC Maputo, l6 de Agosto de 2018 Excel6ncia Reverendissima, como já é do conhecimento geral, Sua Exceldncia Reverendissima o Senhor Dom Edgar Peña Parra foi nomeado Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, circunstância que vem alterar o progralna de visitas do Senhor Núncio Apostolico. Assim, ja não será possivel efectuar a visita a Gurúè prevista para o final do mês de Agosto. O Senhor Nuncio encarrega-me de comunicar a sua pena por não poder efectuar esta visita, que tanto tinha desejado. Se Vossa Excelência Reverendissima julgar oportuno e durante a vacância da Nunciatura, poderei visitar a Diocese de Guúè no final do presente ano ou no inicio do proximo. Com as minhas saudações em Nosso Senhor, desejo reiterar o testemunho da minha consideragSo e amizade, Mons. Criatiano Antoniotti Secretário da Nunciatura

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

NOVA NOMEAÇÃO DO SR. O NÚNCIO APÓSTOLICO EM MOÇAMBIQUE JUNTO DO PAPA FRANCISCOEADO PELO PAPA SUBSTITUTO PARA OS ASSUNTOS GERAIS DA SECRETARIA DE ESTADO

Recebemos da Nunciatura Apostólica em Moçambique o seguinte comunicado: A Nunciatura Apostólica em Moçambique apresenta as suas cordiais saudações a Vossa Excelência Reverendíssima e, com muita alegria, comunica que Sua Santidade o Papa Francisco às 12 horas de hoje ~, 15 de Agosto 2018(hora local), Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria ao Céu, nomeou S.E.R. Dom Edgar Peña Parra, até ao presente Núncio Apostólico em Moçambique, Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, cargo que desempenhará a partir do próximo dia 15 de Outubro, no Estado da Cidade do Vaticano. Esta Nunciatura Apostólica unindo-se, em obediência e fidelidade, ao Santo Padre, deseja convidar Vossa Excelência Reverendíssima para a Solene Concelebração Eucarística de despedida, que S.E.R. Dom Edgar Peña Parra presidirá no dia 8 de Setembro, Sábado, às 16.00 horas, na Igreja de Santo António da Polana, Paróquia do mesmo nome, (Avenida Kwame Nkrumah, Maputo). Terminada a Santa Missa, S.E.R. Dom Edgar Peña Parra terá o prazer de saudar e estar com os Excelentíssimos convidados, durante a recepção, que terá lugar nos espaços adjacentes à Igreja. Peço a Vossa Excelência Reverendíssima a cortesia de levar esta notícia e convite ao conhecimento ao clero diocesano e religiosos da Diocese, bem como aos missionários, às religiosas e à inteira comunidade diocesana. Desde já ficamos muito agradecidos também a todos aqueles que, não podendo estar presentes, se unirão às nossas orações pelo Santo Padre Francisco. Aguardando poder-nos encontrar pessoalmente para vivermos este momento de comunhão e de agradecimento, reitero as minhas saudações em Nosso Senhor, pedindo para acompanhar, na oração, S.E.R. Dom Edgar Peña Parra, no início deste novo ministério confiado à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e de Paulo VI, cuja canonização se avizinha. Sac. Cristiano Antonietti Encarregado de Negócios a.i.

XIX SEMANA – QUARTA-FEIRA – TEMPO COMUM – ANOS PARES – 15 AGOSTO 2018

XIX SEMANA – QUARTA-FEIRA – TEMPO COMUM – ANOS PARES – 15 AGOSTO 2018 Primeira Leitura: Ezequiel, 9, 1-7; 10, 18-22 Ezequiel dirige-se aos exilados, pintando, com tons dramáticos, a destruição de Jerusalém e do templo, que eles julgavam salvaguardados pela presença do Senhor. Assim acaba também com as suas vãs esperanças de regresso. O profeta testemunha os desacatos e as profanações realizadas no templo e, depois, a condenação da cidade, mas também a salvação dos que permaneceram fiéis. O castigo da cidade pecadora começa com a acção dos sete seres misteriosos, que percorrem a cidade para exterminar os pecadores, a começar pelos ansiãos do templo. Segundo o princípio da retribuição pessoal (cf. c. 18), cada um é tratado pelo que é e pelo que faz. Mas não é Deus que pune! São os acontecimentos humanos que recaiem sobre quem os provoca. Deus salva quem permaneceu fiel à Lei (Torah), apesar dos sofrimentos por que passam, devidos à maldade e à violência. São assinalados pela letra “T” (Tau), a primeira de “Torah”, e preservados da desgraça. São tantos os mortos, que chegam a contaminar o interior do templo, obrigando a «glória de Deus» a afastar-se de um lugar tornado impuro, e a sair porta oriental, a mesma por onde sairam os exilados. Mas, Deus acaba por se revelar como salvador dos que escutam a sua palavra e levam impresso no corpo o sinal de a terem escutado, isto é, o “T” de “Torah”, mesmo em terra estrangeira. Evangelho: Mateus 18, 15-20 Jesus continua a tratar das relações dos discípulos com os irmãos, isto é, os pequenos, os pecadores, os colaboradores. A questão central, hoje, é a seguinte: como deve a comunidade cristã comportar-se perante o pecado e o escândalo (18, 3-11), e perante o pecador? Mateus já convidou à misericórdia, ao contar a parábola da ovelha tresmalhada. Agora, apresenta um itinerário que leva ao perdão: aproximar do pecador, a sós (v. 15); repreendê-lo diante de duas ou três testemunhas (v. 16); interpelá-lo na assembleia (v. 17). Jesus confere aos seus discípulos um poder especial, para realizar esta pedagogia (v. 18). O irmão só pode ser condenado quando teimar permanecer no mal, recusando a conversão e o perdão (vv. 15-17). Nesse caso, Deus ractifica o agir da Igreja. A correcção fraterna deve ser realizada, com extrema delicada e espírito fraterno, num ambiente de união e de oração, que garante a presença do Ressuscitado. Mais uma vez, Ezequiel contempla a «glória de Deus», como acontecera no dia do seu chamamento à vida profética (Ez 1). O cenário da teofania, desta vez, é o templo de Jerusalém. Mas a «glória de Deus» está de partida: «A glória do Deus de Israel tinha-se levantado dos querubins, sobre os quais se encontrava, e dirigiu-se para a entrada do templo» (v. 3). Quem teria pensado que Deus podia deixar o templo? Tal foi possível, diz o profeta, porque «o pecado da casa de Israel e de Judá é enorme; a terra está cheia de sangue e a cidade, de violência» (Ez 9, 9). Deus não pode mais tolerar tanta iniquidade, até para não parecer conivente com ela. Por isso, prepara-se para abandonar o templo. E vai fazê-lo pela porta que dá para o oriente, para o exílio. Vendo bem, os exilados até estão em melhor situação que os que ainda ficaram em Jerusalém e em Judá, porque têm Deus com eles. De facto, Deus é Aquele que está sempre em relação com as pessoas, onde quer que se encontrem. Não se deixa encerrar num determinado espaço, e só não pode estar com aqueles que O recusam. O evangelho mostra-nos uma importante condição para a presença de Deus, junto de nós: «onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (v. 20). Não está obrigatoriamente nos edifícios ou templos edificados em seu nome. Mas está onde estiverem dois ou três dos seus discípulos, reunidos em seu nome. A morada de Deus, no Novo Testamento, é, sobretudo, a comunidade dos crentes reunida na caridade. O edifício material é secundário. A comunidade, lugar da presença e da acção de Deus, deve viver reconciliada e em fraternidade. Se irmão ofende outro irmão, é preciso fazer tudo para restabelecer a comunhão. Jesus recomenda que se proceda com descrição, para «ganhar o irmão». Se o irmão resiste, deve-se procurar outra solução, a presença de algumas testemunhas. Se continuar a resistir, envolva-se a comunidade, para tentar encontrar juntos o remédio. Só quando o irmão culpado recusa toda a comunidade, pode ser abandonado à sua sorte. João Crisóstomo escreveu: «Sejamos muito solícitos para com os nossos irmãos. Será a maior prova da nossa fé: «Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Mt13, 35). Fonte: resumo e adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia”

terça-feira, 14 de agosto de 2018

TERÇA-FEIRA – XIX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 14 AGOSTO 2018

TERÇA-FEIRA – XIX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 14 AGOSTO 2018 Primeira Leitura: Ezequiel, 2, 8-3,4 O sacerdote Ezequiel, que caíra de rosto por terra, fulminado pela glória de Javé, ergue-se, agora, em virtude da força do Espírito que nele entrou. De pé, consciente das suas faculdades, escuta três palavras de Deus: «Filho de homem» (v. 8), «vai falar» (3, 1), «à casa de Israel» (3, 1). O apelativo «Filho de homem» está cheio de sentido da transcendência divina, que Ezequiel experimenta fortemente, na sua fragilidade. O carisma profético é um dom absolutamente gratuito de Deus. Jesus usará o mesmo apelativo, «Filho de homem», para indicar o modo de estar connosco e de estar diante de Deus. Como aconteceu com outros grandes profetas, uma acção simbólica mostra como a palavra de Deus está na boca de um homem. Enquanto os lábios de Isaías foram purificados com uma brasa (cf. Is 6, 3-7), enquanto Deus introduziu a sua linguagem na garganta de Jeremias (cf. Jr 1, 9), agora dá-a num livro a Ezequiel, que já vive na civilização da escrita. Ezequiel come essa palavra, digere-a, assimila a vontade divina. Essa vontade revela-se na palavra divina, mas também na visão que o profeta tem das realidades. Para comunicar a palavra de Deus é preciso, primeiro, alimentar-se dela (3, 3). Em Ezequiel, o profetismo dá um passo em frente: o profeta não é chamado a “repetir” a palavra de Deus, mas a “repropor” o que recebeu d´Ele, a “repensar” a “traduzir” por palavras suas, a palavra de Deus. Só assim a mensagem divina pode chegar aos homens numa linguagem que eles entendam. A mensagem divina, que Ezequiel é chamado a comunicar, é muito vasta (cf. 2, 9b) e dolorosa: «Lamentações, gemidos e choros» (v. 10). Tira todas as ilusões àqueles que pensavem que Jerusalém, apesar de enfraquecida, havia de resistir aos invasores caldeus. Mas, para além da cólera de Deus, há-de manifestar-se a sua imensa misericórdia. Evangelho: Mateus 18, 1-5.10.12-14 O c. 18 contém o quarto discurso, dos cinco à volta dos quais gira o evangelho de Mateus. É o “Discurso eclesial”, no qual Jesus traça as características fundamentais da comunidade dos discípulos. Estes revelam a mentalidade comum, a daqueles que vêem a vida em sociedade como uma permanente tentativa de subir, mesmo à custa dos outros, para ocupar os lugares cimeiros, os postos de comando. É nesse contesto que interrogam Jesus: «Quem é o maior no Reino do Céu?» (v. 1). Jesus mostra-lhes o que realmente tem mais valor diante de Deus e ensina uma nova forma de vivência em comunidade. Como os antigos profetas, faz um gesto (o de colocar no centro uma criança), cujo sentido depois revela. Jesus recolhe a ideia da inversão das sortes no reino futuro, já amadurecida no rabinismo: põe no centro, não um adulto, ou uma pessoa tida por importante, mas uma criança. A criança precisa de tudo, depende dos grandes; é a «ovelhinha tresmalhada», que o pastor procura e cuida «mais do que as noventa e nove que não se tresmalharam» (v. 13). O discípulo deve ser como a criança, isto é, converter-se mudar de mentalidade e de comportamento. Deve saber “abaixar-se” e não tentar empoleirar-se nos primeiros lugares. O discípulo deve também acolher os pequeninos e não os desprezar, porque têm a dignidade do Senhor, são seu sacramento (v. 5). Há que procurá-los, para que nenhum se perca. A primeira leitura sugere que, se queremos ser válidas testemunhas de Deus, precisamos de nos alimentar da sua Palavra. Ezequiel transmite-nos esta mensagem com uma espécie de parábola: Deus «disse-me: «… come aquilo que te é apresentado, come este manuscrito e vai falar à casa de Israel.» … Deu-me o manuscrito a comer… Comi-o…Então, disse-me: «… dirige-te à casa de Israel, e leva-lhes as minhas palavras» (cf. 3, 1-4). Para levar a mensagem divina ao coração das pessoas, não é suficiente conhecê-la só com a inteligência. Precisamos de nos alimentar com ela, de a meditar, de a rezar. Precisamos de mastigar, de ruminar, a Palavra de Deus. Precisamos que ela passe da mente e do coração à nossa vida. Só então, está plenamente assimilada. Só então podemos pregá-la, testemunhá-la com eficácia. É um privilégio, uma graça, poder meditar a palavra, saboreá-la, contemplar a sua beleza, a sua profundidade: «na minha boca, foi doce como o mel», escreve o profeta (v. 3). O Apocalipse acrescente que a Palavra, doce como o mel na boca, se torna amarga nas entranhas (10, 9), pois leva consigo exigências nem sempre fáceis de cumprir, especialmente o testemunho, que exige esforço e, muitas vezes, sofrimento. No rolo oferecido ao profeta, estavam escritos «Lamentações, gemidos e choros» (v. 10). A Palavra de Deus, doce na boca, e amarga nas entranhas, transmite a plenitude da alegria e da vida. Na comunidade, o testemunho da Palavra há-de passar, sobretudo, pelo testemunho de uma vida sem pretensões, uma vida semelhante à das crianças, que aceitam a sua pequenez, a sua impotência perante a vida, a necessidade que tem dos outros, particularmente dos pais. O melhor testemunho é o da simplicidade e o do serviço humilde. Mas ambos são fruto da alegria de sermos, e nos sentirmos, filhos de Deus (Mt 5, 3s.; 11, 25). A missão pode e deve ser realizada já pela simples presença e pelo testemunho vivo da vida cristã, isto é, de uma vida à imagem da de Cristo que sendo «o Primeiro» (Cl 1, 18), se fez o último, o servo de todos. Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de. “dehonianos.org/portal/liturgia/”

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

SEGUNDA-FEIRA – XIX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 13 AGOSTO 2018

SEGUNDA-FEIRA – XIX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 13 AGOSTO 2018 Primeira leitura: Ezequiel, 1, 2-5.24-28 2No Ezequiel aparece entre os primeiros exilados para Babilónia, por Nabucodonosor, no ano 597 a. C. Aí vive e escuta o chamamento para a missão profética. O nosso texto apresenta-nos a teofania em que Deus se revela e manifesta a sua «glória» (v. 28) ao profeta. Com imagens espectaculares, muito fora do nosso modo de pensar e de dizer, Ezequiel refere a sua experiência de Deus, junto do rio Cabar. A «glória» de Deus transfere-se do templo de Jerusalém para junto dos desterrados. Deus não é propriedade de um povo, não está eternamente ligado nem ao templo nem à terra prometida, como provavelmente pensava o povo de Israel. Deus é força, é luz… Os «seres viventes» (vv 5ss.) significam algumas prerrogativas divinas: a inteligência, a força, o poder, a rapidez. A tradição cristã medieval verá essas imagens, retomados no Apocalipse, símbolos dos quatro evangelistas. Deus manifesta-se onde está o homem, onde está o povo, mesmo no exílio. Revela-se com «com aspecto humano» (v. 26), como que a dizer que está próximo dos homens, que tem um rosto, um coração… Ezequiel convida a ver a presença e a acção de Deus nas vicissitudes da história dos homens. Onde tudo parece ruína, Ele está presente para salvar, para libertar o homem. Ao ver a glória de Deus, Ezequiel cai «com o rosto por terra» (v. 28), manifestando consciência de estar na presença de Deus. Evangelho: Mateus 17, 22-27 Na primeira parte do nosso texto, a paixão paira sobre Jesus como algo próximo e inevitável. Jesus vê agora, não com os olhos do «eu» pessoal, que tem de se inclinar perante uma vontade superior (cf Mt 16, 21-27), mas com os olhos do Filho do homem para quem nada está oculto. Um só dos verbos, utilizados nesta parte, está na voz activa: o matarão (v. 23). Todos os outros estão na voz passiva: «ser entregue» (v. 22) nas mãos dos homens (em geral), nas mãos «dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos doutores da Lei» (16, 21), isto é, das instituições religiosas hebraicas; «será ressuscitado» (talvez seja melhor traduzir assim do que «ressuscitará»- v. 23), indica a esperança de Jesus na acção do Pai. Jesus sabe para onde caminha. O seu destino está anunciado nas antigas profecias. Fala de Si como «Filho do homem», representante do povo dos santos que, depois da perseguição, há-de receber todo o poder (Dn 7): «Todo o poder me foi dado no céu e na terra», dirá o Ressuscitado (Mt 28, 18). A paixão, entrega na mão de todos os homens, torna-se entrega nas mãos do Pai, manifestação da sua glorificação. A segunda parte do texto evangélico refere um episódio relacionado com a questão do pagamento do imposto do templo. Em Mt 22, 15-22 surgirá a questão do pagamento de impostos aos dominadores pagãos, problema que continuará a afligir a comunidade cristã (cf. Rm 13, 6s.). Tem de pagar imposto para o templo quem é «maior que o templo»? (cf. Mt 12, 6), quem é «o Filho de Deus vivo»? (16, 18). Paga para não escandalizar. A hora da reedificação do novo templo ainda não chegou. Iniciamos a leitura do livro do profeta Ezequiel, um homem que teve impressionantes visões de Deus. Hoje, escutamos a primeira dessas visões, em que o profeta recebeu a vocação. Mais uma vez, verificamos que a vocação profética está ligada a uma forte experiência de Deus. Tudo acontece durante uma grandiosa teofania, junto ao rio Cabar, a sul de Babilónia. O profeta começa por ver quatro seres misteriosos e, depois, no firmamento, a «glória do Senhor» (v. 28). Tomado de um temor sagrado, cai por terra, e ouve «a palavra de Deus» (v. 3), que «tem a mão sobre ele» (v. 3). Se nos lembrarmos da narrativa da vocação de Isaías (Is 6), verificamos semelhanças e diferenças com a de Ezequiel. Isaías vê Javé sentado num trono, no interior do templo, casa de Deus, rodeado de serafins que O aclamam, dizendo: «Santo, santo, santo…» (v. 3). Deus revela-se a Isaías no templo, que é a sua casa, e em Jerusalém, que é a cidade santa. Mas, a Ezequiel, revela-se em terra pagã, mostrando que a sua presença não está condicionado a um lugar consagrado, à terra santa. Deus pode manifestar-se em qualquer lugar, onde estiver o homem, particularmente o que sofre, mesmo em terra pagã. Isto constitui uma grande novidade para a mentalidade hebraica. Mas há mais: enquanto a visão de Isaías é estática – Deus está sentado num trono, no templo – a de Ezequiel é dinâmica: «Olhando vi que do norte soprava um vento fortíssimo: uma nuvem espessa acompanhada de um clarão e uma massa de fogo resplandecente à volta; no meio dela, via-se algo semelhante ao aspecto de um metal resplandecente» (v. 4). Que há de mais dinâmico que uma trovoada? Num resplendor de fogo, Ezequiel, além dos quatro animais, vê também rodas que podem mover-se em quatro direcções, isto é, para todo o lado (cf. Ez 1, 15-20). Mas a leitura de hoje ainda fala de mais movimentos: «Eu escutava o ruído das asas como o barulho das grandes torrentes, como a voz do Omnipotente, quando eles avançavam, ou como o ruído do campo de batalha; quando paravam, as asas baixavam.» (v. 24). A experiência do exílio não trouxe só desgraças. Trouxe também graças espirituais, particularmente uma revelação mais profunda de Deus. Os hebreus passaram a ver a Deus, não apenas como divindade da Terra santa, donde não se movia, que não se podia encontrar noutro lado, mas como Deus de todos os povos. Depois do exílio o universalismo bíblico cresceu notavelmente. Nas nossas provações, também não faltam graças, que havemos de acolher com gratidão e alegria. Quando vivemos os sofrimentos da vida unidos a Cristo, crescemos na confiança em Deus, na comunhão com Ele, e tornamo-nos mais solidários com os que sofrem. Hoje, pela segunda vez, Jesus anuncia a sua paixão «O Filho do Homem tem de ser entregue nas mãos dos homens» (v. 22). Vai «ser entregue» por Judas, pelos chefes do povo, pelo Pai. Ele mesmo se entrega «nas mãos dos homens» (v. 22). Todos podem acolher o dom que Jesus faz de se Si mesmo. Jesus tem consciência do que está para acontecer, e não tenta escapar. Sabe que é o Filho isento e livre, mas aceita pagar o tributo do escravo. Sabe que, fazendo assim, nos liberta de sermos como que “estranhos” a Deus, nos faz filhos de Deus, e nos isenta de qualquer dívida a alguém, ainda que seja uma autoridade religiosa ou civil. Esta liberdade, que resulta da nova condição, de sermos filhos de Deus no Filho, não nos afasta da vida e das obrigações para com os outros. Se ainda devemos sentir-nos devedores, é da caridade e por causa da caridade, «para não os escandalizarmos» (v. 27). Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”

NOTICIÁRIO DIOCESANA. 2º DO MÊS DE AGOSTO

ACTIVIDADES DIOCESANAS: 2º INFORMAÇÃO DO MÊS DE AGOSTO I.- CURSO DE INSERÇÃO MISSIONÁRIA. Na 2ª e 3ª Feira, os participantes neste II Curso de Inserção Missionária, continuaram a reflectir sobre Ciclo Vital do Povo Lomwe, nomeadamente sobre a doença, a morte e os antepassados, orientados por uma Equipa de Mestres e s Mestras da Iniciação da Paróquia de S. António da Catedral de Gurúè. Na parte da tarde, continuaram com o estudo da Língua Lómwe, conduzidos pelo Dr. Stuart Foster, coordenador da Equipa de traduções bíblicas em Lómwe (Comissão Pública Internacional) e pelo Pe. Paulino Nicau, Pároco a Paróquia S. António, da Sé Catedral. O Dr. Jamel , da UCM de Gurúè, apresentou o tema da Economia em Moçambique Na 4ª e 5ª Feiras (08 e 09.08.19) o Pe. Paulino Nicau apresentou o tema da”Situação da Educação no Pais. Oorganização o problemática actual”. E o Pe. Tonito Muananoua, Chanceler da Cúria Diocesana introduziu os participantes nas Linhas Gerais da pastoral da Igreja em Moçambique, desde a I Assembleia Nacional e Pastoral até ao momento as nossos dias, a caminho da IV Assembleia já programada pela CEM. II.- ANO JUBILAR No passado 6 de Agosto do corrente ano, 2ª Feira, na Casa Diocesana reuniu a Comissão Diocesana para avaliar a implementação do Programa do Ano Jubilar dos 25 Anos da Criação Diocesana. Durante a reunião, foram analisadas as várias vertentes das actividades programadas a). Obras e logística: Reabilitação da Catedral, pintura interna e externa, novo altar e ambão, presbitério, renovação da instalação eléctrica, lugar do convívio, etc. b) Caminho pastoral, litúrgico e espiritual: Celebrações, peregrinações, preparação litúrgica, cerimónia da Dedicação da Catedral e bênção do novo altar (06.12.18), encontros de formação dos agentes de pastoral, peregrinação da Bíblia pelas comunidades, Jubileu dos Jovens, Jubileu da Universidade Católica e a Celebração do Encerramento (09.12.18). Oração do Jubileu. c) Hino do Jubileu: texto, música y divulgação através da Rádio Diocesana, do Coro de gravações para serem distribuídas às Paróquia. d) Convidados: envio de cartar aos diocesanos fora da Diocese, sacerdotes, religiosos, leigos, aos Bispos, CEM e Nunciatura Apostólica e às autoridades civis. e) Convívio, camisetes, capulanas f) Administração; recolha de contribuições para fazer frente às despesas.~ g) Vários III.- LEIGOS PARA O DESENVOLVIMENTO. O Movimento “Leigos para o Desenvolvimento”, de inspiração jesuítica e, e que estão a trabalhar 20 anos na vizinha Diocese de Lichinga, concretamente na cidade de Cuamba, com uma significativa presença nas áreas educativas e sociais, trouxeram-nos o dom preciosos da sua decisão de abrir uma sua presença na nossa Diocese. Na passada II Feira, 07.08. do corrente ano, os responsáveis pelo movimento os leigos Luís e André, alegraram-nos com a sua decisão de abrir uma sua comunidade na nossa Diocese. Com imensa alegria e de braços completamente abertos os rebemos desde já, esperançados que no futuro próximo esta bela noticia se concretize para o bem do desenvolvimento humano e cristão desta parcela da Igreja e de Moçambique. IV. VISITAS ILUSTRES A Irmã Alicia, Superiora Geral das Irmãs Apostólicas de cRisto Crucificado que trambalham na Paróquia de S. Tiago Maior, acompanhada pela Irmã Cristina, Secretária Geral da Congregação, estão visitando na sua Comunidade missionaria. No dia 07 de gosto último, vieram visitar o Bispo e os seus colaboradores na Casa Diocessna e se inteiraram das várias actividades diocesanas nomeadamente do plano pastoral e das Celebrações do Ano Jubilar Diocesano. . V. SEMINÁRIO S. JOSÉ Na Quarta Feira, 08.08.18passada o Bispo visitou o Seminário Diocesano Propedêutico S. José, em Invinha, para trabalhar com a Equipa Formadores e com ao Finalistas do 3º Ano do Curso Propedético. Este são actualmente 10, finalistas para passar ao Curso de Filosofia. Houve entrevistou-se pessoalmente com cada seminarista, em diálogo formativo, prevendo as decisões para a passagem à nova etapa formativa. VI. RÁDIO DIOCESANA Na passada Terça Feira, 07 do corrente mês, D. Francisco reuniu com a equipa de locutores e o director da Rádio Diocesana, para analisar a situação actual em que se encontra a nossa emissora: logística, equipamento, grelha de programas, pessoal, emissões ,fim da etapa de emissão em regime experimental, sustentamento económico, formação, equipa de redacção, e necessidades mais urgentes e novos desafios perante a nova Lei de reconhecimento oficial, taxas anuais, renovação e fontes de receitas. Ficou programada uma reunião para a renovação da Equipa de Redacção, consideração que a anterior apenas reuniu uma vez no ano antepassado. VII. CARITAS DIOCESANA Reuniu pela 2º vez a Equipa indicada para a instalação da Caritas Diocesana, depois da Assembleia Nacional da Caritas Moçambicana (Momemo – Maputo, Maio 2018), em ordem a concretizar as decisões tomadas para a criação da Caritas a nível da Diocese: orientações gerais, pessoal, logística, equipamento, transporte, orçamento inicial, tempo de atendimento, coordenação e vários.

domingo, 12 de agosto de 2018

DOMINGO 12.08.18. EM MOÇAMBIQUE; SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA (15 Agosto)

DOMINGO 12.08.18. EM MOÇAMBIQUE; SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA (15 Agosto). Bendita és tu, Maria! Hoje, Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu… Hoje, Jesus vivo, glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa de doze estrelas… Primeira leitura – Ap 11,19a;12,1-6a.10ab. Maria, imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal. As visões do Apocalipse exprimem-se numa linguagem codificada. Elas revelam que Deus arranca os seus fiéis de todas as formas de morte. Por transposição, a visão o sinal grandioso pode ser aplicada a Maria. O livro do Apocalipse foi composto no ambiente das perseguições que se abatiam sobre a jovem Igreja, ainda tão frágil. O profeta cristão evoca estes acontecimentos numa linguagem codificada, em que os animais terrificantes designam os perseguidores. A Mulher pode representar a Igreja, novo Israel, o que sugere o número doze (as estrelas). O seu nascimento é o do baptismo que deve dar à terra uma nova humanidade. O Dragão é o perseguidor, que põe tudo em acção para destruir este recém-nascido. Mas o destruidor não terá a última palavra, pois o poder de Deus está em acção para proteger o seu Filho. Proclamando esta mensagem na Assunção, reconhecemos que, no seguimento de Jesus e na pessoa de Maria, a nova humanidade já é acolhida junto de Deus. Salmo: - Salmo 44 (45)- Bendita és tu, Virgem Maria! A esposa do rei é Maria. Ela tem os favores de Deus e está associada para sempre à glória do seu Filho. Refrão 1: À vossa direita, Senhor, a Rainha do Céu, ornada do ouro mais fino. Segunda leitura: – 1 Cor 15,20-27 . Maria, nova Eva. Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens. Evangelho: Maria, Mãe dos crentes. Cheia do Espírito Santo, Maria, a primeira, encontra as palavras da fé e da esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada! A Assunção é uma forma privilegiada de Ressurreição. Tem a sua origem na Páscoa de Jesus e manifesta a emergência de uma nova humanidade, em que Cristo é a cabeça, como novo Adão. Todo o capítulo 15 desta epístola é uma longa demonstração da ressurreição. Na passagem escolhida para a festa da Assunção, o apóstolo apresenta uma espécie de genealogia da ressurreição e uma ordem de prioridade na participação neste grande mistério. O primeiro é Jesus, que é o princípio de uma nova humanidade. Eis porque o apóstolo o designa como um novo Adão, mas que se distingue absolutamente do primeiro Adão; este tinha levado a humanidade à morte, ao passo que o novo Adão conduz aqueles que o seguem para a vida. O apóstolo não evoca Maria, mas se proclamamos esta leitura na Assunção, é porque reconhecemos o lugar eminente da Mãe de Deus no grande movimento da ressurreição. Evangelho - Lc 1,39-56-.. O cântico de Maria descreve o programa que Deus tinha começado a realizar desde o começo, que ele prosseguiu em Maria e que cumpre agora na Igreja, para todos os tempos. Pela Visitação que teve lugar na Judeia, Maria levava Jesus pelos caminhos da terra. Pela Dormição e pela Assunção, é Jesus que leva a sua mãe pelos caminhos celestes, para o templo eterno, para uma Visitação definitiva. Nesta festa, com Maria, proclamamos a obra grandiosa de Deus, que chama a humanidade a se juntar a ele pelo caminho da ressurreição. Em Maria, Ele já realizou a sua obra na totalidade; com ela, nós proclamamos: “dispersou os soberbos, exaltou os humildes”. Os humildes são aqueles que crêem no cumprimento das palavras de Deus e se põem a caminho, aqueles que acolhem até ao mais íntimo do seu ser a Vida nova, Cristo, para o levar ao nosso mundo. Deus debruça-se sobre eles e cumpre neles maravilhas. Rezar por Maria. Frequentemente, ouvimos a expressão: “rezar à Virgem Maria”… Esta maneira de falar não é absolutamente exacta, porque a oração cristã dirige-se a Deus, ao Pai, ao Filho e ao Espírito: só Deus atende a oração. Os nossos irmãos protestantes que, contrariamente ao que se pretende, por vezes têm a mesma fé que os católicos e os ortodoxos na Virgem Maria Mãe de Deus, recordam-nos que Maria é e se diz ela própria a Serva do Senhor. Rezar por Maria é pedir que ela reze por nós: “Rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte!” A sua intervenção maternal em Caná resume bem a sua intercessão em nosso favor. Ela é nossa “advogada” e diz-nos: “Fazei tudo o que Ele vos disser!” Rezar com Maria. Ela está ao nosso lado para nos levar na oração, como uma mãe sustenta a palavra balbuciante do seu filho. Na glória de Deus, na qual nós a honramos hoje, ela prossegue a missão que Jesus lhe confiou sobre a Cruz: “Eis o teu Filho!” Rezar com Maria, mais que nos ajoelharmos diante dela, é ajoelhar-se ao seu lado para nos juntarmos à sua oração. Ela acompanha-nos e guia-nos na nossa caminhada junto de Deus. Rezar como Maria. Aprendemos junto de Maria os caminhos da oração. Na escola daquela que “guardava e meditava no seu coração” os acontecimentos do nascimento e da infância de Jesus, nós meditamos o Evangelho e, à luz do Espírito Santo, avançamos nos caminhos da verdade. A nossa oração torna-se acção de graças no eco ao Magnificat. Pomos os nossos passos nos passos de Maria para dizer com ela na confiança: “que tudo seja feito segundo a tua Palavra, Senhor!” Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de: “dehonianos.0rg/portal/liturgia/”.