sábado, 11 de março de 2017

REFLEXÃO PARA O SEGUNDO DOMINGO DA QAURESMA

REFLEXÃO PARA: 2º Domingo da Quaresma Ano A

No segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projectos, da obediência total e radical aos planos do Pai.
Na primeira leitura (Gen 12,1-4), apresenta-se a figura de Abraão. Abraão é o homem de fé, que vive numa constante escuta de Deus, que sabe ler os seus sinais, que aceita os apelos de Deus e que lhes responde com a obediência total e com a entrega confiada. Nesta perspectiva, ele é o modelo do crente que percebe o projecto de Deus e o segue de todo o coração.
 Abraão é o homem que encontra Deus, que está atento aos seus sinais e sabe interpretá-los, que responde aos desafios de Deus com uma obediência total e com uma entrega confiada…

 Estou disposto a mudar, a “pôr-me a caminho” em direcção a essa terra nova da vida plena e autêntica, ou prefiro continuar prisioneiro dos meus projectos, dos meus medos, dos meus velhos hábitos, das minhas velhas formas de pensar, de agir e de julgar os outros?

 O homem, por sua vez, é convidado a participar neste projecto, por meio da fé . Estou disposto a colaborar com esse Deus que tem um plano para o mundo e para os homens e a embarcar com Ele na construção de um mundo mais feliz?

Na segunda leitura (2 Tim 1,8b-10),  há um apelo aos seguidores de Jesus, no sentido de que sejam, de forma verdadeira, empenhada e coerente, as testemunhas do projecto de Deus no mundo. Nada – muito menos o medo, o comodismo e a instalação – pode distrair o discípulo dessa responsabilidade.

 

Somos convidados a recordar que Deus tem um projecto de salvação e de vida plena para os homens, para todos os homens.

É preciso termos consciência de que nós, os crentes, somos, aqui e agora, as testemunhas vivas de Deus e do seu projecto para os homens e para o mundo. Os homens, nossos irmãos, têm de encontrar em nós – e particularmente naqueles a quem foi confiada a missão de animar e orientar a comunidade – sinais vivos de Deus, do seu amor, da sua bondade e ternura, da sua preocupação com os homens.

Não é fácil ser testemunha de Deus e do seu projecto. O mundo de hoje tende a ignorar os apelos de Deus. No entanto, as dificuldades não podem ser uma desculpa para nos demitirmos das nossas responsabilidades e de levarmos a sério a vocação a que Deus nos chama.

Evangelho (Mt 17,1-9).

 A questão fundamental expressa no episódio da transfiguração está na revelação de Jesus como o Filho amado de Deus, que vai concretizar o projecto salvador e libertador do Pai em favor dos homens através do dom da vida, da entrega total de si próprio por amor. Pela transfiguração de Jesus, Deus demonstra aos crentes de todas as épocas e lugares que uma existência feita dom não é fracassada – mesmo se termina na cruz. A vida plena e definitiva espera, no final do caminho, todos aqueles que, como Jesus, forem capazes de pôr a sua vida ao serviço dos irmãos.

• Na verdade, os homens do nosso tempo têm alguma dificuldade em perceber esta lógica… Para muitos dos nossos irmãos, a vida plena não está no amor levado até às últimas consequências (até ao dom total da vida), mas sim na preocupação egoísta com os seus interesses pessoais, com o seu orgulho, com o seu pequeno mundo privado; não está no serviço simples e humilde em favor dos irmãos

 Por vezes somos tentados pelo desânimo, porque não percebemos o alcance dos esquemas de Deus;  A transfiguração de Jesus grita-nos, do alto daquele monte: não desanimeis, pois a lógica de Deus não conduz ao fracasso, mas à ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim.

Os três discípulos, testemunhas da transfiguração, parecem não ter muita vontade de “descer à terra” e enfrentar o mundo e os problemas dos homens. Representam todos aqueles que vivem de olhos postos no céu, alheados da realidade concreta do mundo, sem vontade de intervir para o renovar e transformar. No entanto, ser seguidor de Jesus obriga a “regressar ao mundo” para testemunhar aos homens .
FONTE: Portal litúrgico:www.dehonianos.org

segunda-feira, 6 de março de 2017

OS MISSIONÁRIOS FRANSALIANOS VISITAM A DIOCESE DE GURUE

De 5 a 8 deste mês de Março, os Padres Petrus Kullus, Superior Regional, e o Pe. Paulo Domingo Camilo Gonçalves, ambos da Congregação dos Missionários de S. Francisco de Sales (MSFS), também conhecidos com o nome de "Fransalianos", visitam a Diocese de Gurúè para conhecer directamente a situação local em ordem a uma provável fundação de uma comunidade pastoral nesta Diocese.

No Domingo, 05.03.17, chegaram de Maputo, via Nampula, à Casa Diocesana de Gurúè e tiveram um encontro com D. Francisco. O Bispo lhes apresentou a proposta das Paróquias de Muliquela e de Naburi, que os Pares Petrus e Paulo iriam visitar logo a seguir.

 Na 2ª Feira, 06.03, concelebraram com o Bispo e mais um reduzido grupo de Padres diocesanos na Capela da Casa Diocesana. A seguir visitaram as várias instituições diocesanas em Gurúè e Invinha: A catedral, a Escola Paroquial, o Seminário Diocesano e a Rádio Diocesana. No fim da manhã visitaram demoradamente a sede da Paróquia de Muliquela e se encontram com o Pároco, o Pe. Pedro Esquadro e com as Irmãs Missionárias da Consolata, que trabalham na referida Paróquia.
Nesse mesmo dia continuaram a viagem rumo a Gilé onde dormiram.

O dia 06.03, é dedicado a visita à Paróquia de Naburi, no Distrito de Pebane, acompanhados pelo Pároco, o Pe. Maganisto Lenço Mutomeiua e pelo Pe. Artur Bernardo, vice-reitor do Seminário Diocesano.

No dia 7, depois de visitar as obras paroquias e religiosas dos Missionários Caretianos e das Irmãs de São João Baptista e Maria Rainha, viajarão até Nampula, para, no dia 8, regressar a Nampula.

A Congregação dos Missionários de São Francisco de Sales (Fransalianos), foi fundada pelo Servo de Deus Pierre Marie Mermier no dia 24 de Outubro de  1838.

A Congregação dos MSFS conta com mais de 1200 membros e está presente nos seguintes Países: India, Nepal, Filipinas, Brasil, Chile, França, Suiça, Alemanha, Austria, Rumania, Inglaterra, Itália, USA, Antilhas, Austrália, África do Sul, Camerões, Chad, Uganda, Kenya, Tanzânia, Namíbia e Moçambique, para pregar a Missão, a evangelização, a renovação da paróquias, Ministério da Juventude e Retiros..

domingo, 5 de março de 2017

ENCONTRO DE D. FARNCISCO COM OS SACERDOTES JOVENS DA DIOCESE


FORMAÇÃO  PERMANENTE DO CLERO ORDENADO NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

No passado dia 03 de Março do corrente ano de  2017, na Casa Diocesana do Gurúè, realizou-se o 2º Encontro de Formação Permanente dos sacerdotes diocesanos de Gurúè ordenados nos últimos 10 anos. O Encontro foi orientado pelo Bispo Diocesano D. Francisco Lerma. Participaram os seguintes Padres:

1.P. Artur Bernardo, Vice- Reitor do Seminário Propedêutico S. José de Invinha.

2.P. Diogo Muanido, Vigário Paroquial da Paróquia de S. Tiago Maior de Namarrói.

3.P.Francisco Matias, Director da Rádio Diocesana;

4.P. Manuel José Nassuruma, Pároco da Paróquia de N. S. da Conceição de Invinha.

5.P.Eustáquio Carlos César, Vigário Paroquial da Paróquia de S. Cruz de Molumbo:

6.P. Maganisto Lenço Iotomeiua, Pároco da Paróquia de S. Paulo Apóstolo de Naburi;

7.P. Gonçalves Niviremo, Pároco da Paróquia de S. Tiago Maior de Namarrói.

8.P. Santos Víctor, Vigário Paroquial da Paróquia de Cristo Rei de Mualama;

9.P. Xavier Joaquim Jaquissone, Vigário da Paróquia do Bom Pastor de Pebane;

10.P.João Ernesto Tárua, Vigário Paroquial da Paróquia de S.Paulo Apóstolo de Naburi.

 

Na primeira parte da manhã, D. Francisco orientou a reflexão sobre o tema: “A Formação Permanente e a Identidade do Sacerdote”.

Depois do intervalo que se seguiu à palestra do Bispo, o tempo foi dedicado à reflexão pessoal e ao trabalho por grupos.

Já na parte da tarde, realizou-se o Plenário durante o qual em diálogo livre e aberto foram apresentadas questões pontoais sobre a realidade da vida dos sacerdotes, nomeadamente o relacionamento entre os membros do presbitério e alguns assuntos pastorais de particular importância e actualidade.

No fim da tarde, celebrou-se a tradicional Via-Sacra na Catedral de Gurúè.

Eis o texto abreviado da reflexão orientada por D. Francisco:

FORMAÇÃO PERMANENTE E IDENTIDADE DO SACERDOTE

Introdução

A expressão “formação permanente  (CIC 1039) invoca a ideia de que o processo formativo do discípulo de Jesus (e dos chamados ao sacerdócio) jamais se interrompe.

Trata-se de um processo gradual e contínuo de configuração com Cristo no seu ser e no seu agir, que constitui um permanente desafio ao crescimento interior da pessoa.

s. JOÃO PAULO II: Carta aos Sacerdotes, 1979:

“Todos devemos convertemo-nos cada dia. Sabemos que esta e uma exigência fundamental do Evangelho dirigida a todos os homens: Mt 4,17; Mc 1,15.

Devemos considera-la muito mais dirigida a nós. A oração devemos uni-la a um continuo trabalho sobre nós mesmos.

Uma formação que deve ser:

 a) interior, com a tendência ao aprofundamento da vida espiritual do sacerdote;

b) pastoral e intelectual.”

Importa alimentar constantemente a chama que dá luz e calor ao exercício do ministério.

Os fiéis tem o direito de encontrar sacerdotes adequadamente maduros e formados: é um preciso direito dos fiéis sobre os quais recaem positivamente os efeitos da boa formação e da santidade dos sacerdotes .

A Formação permanente deve ser concreta, encarnada na realidade presbiteral. De facto, o presbítero é o principal e primeiro responsável pela própria Formação Permanente. (PASTORES DABO VOBIS 79).

O Primeiro âmbito em que se desenvolve a Formação Permanente é a fraternidade presbiteral: estabelecer relações de amizade, colaboração e partilha com os outros sacerdotes da mesma faixa etária.

NOVOS DESAFIOS QUE SE APRESENTAM DEPOIS DE ALGUNS ANOS DE MINISTÉRIO

1.A experiência da própria fraqueza. É necessário enfrentá-la com muita serenidade e autenticidade. Esta experiência poderá conduzir o sacerdote a uma maior humildade e confiança na acção da misericórdia do Senhor. (2 Cor 12,9).

O Padre não deverá isolar-se, ele deverá ter a necessidade da amizade, do amparo dos colegas e de um Director Espiritual.

2.O risco de sentir-se um “funcionário do sagrado”.

Com o passar do tempo, pode criar no sacerdote a sensação de ser como um empregado da Igreja, da Diocese, da Paróquia, das comunidades (PASTORS DABO VOBIS, 72),sem um coração de pastor.

PAPA FRANCISO, Carta aos participante…, Nov. 2014): “Não servem sacerdotes funcionários que, enquanto desempenham um papel, procuram a sua própria consolação longe do Senhor. Somente quem mantiver fixo o olhar naquilo que é verdadeiramente essencial, conseguirá renovar o seu SIM ao dom recebido na ordenação e, nas vária fases da vida, não deixará de se entregar a si mesmo; só aqueles que se deixam conformar com o Bom Pastor encontram a unidade, a paz e a força na fidelidade ao serviço ministerial.

c) O desafio da cultura contemporânea.

I inserção inadequada do Sacerdote na cultura do nosso tempo. Exige abertura, actualização por parte dos sacerdotes e sobretudo uma sólida fundamentação nas quatro dimensões da vida presbiteral: humana, espiritual, intelectual e pastoral.

d) A atracção pelo poder, pela autoridade mal compreendida e pelo apego ao dinheiro.

Consequências nefastas de falta de disponibilidade à vontade de Deus, às necessidades concretas da Igreja, da Paróquia e dos fiéis que lhe foram confiados, provocam uma regressão afectiva, levam o Padre a dar espaço indevido na sua vida e a procurar compensações, impedindo assim o exercício da paternidade sacerdotal e a caridade pastoral.

e) A dedicação total ao próprio ministério:

Com o correr do tempo, o cansaço, o natural enfraquecimento físico (doenças…) e o surgimento de novos problemas, saúde conflitos, desilusões, o peso da rotina, a fadiga da mudança e mais outros condicionamentos sócio-culturais podem vir enfraquecer o zelo apostólico e a generosidade na própria dedicação.

 

OS FUNDAMENTOS: TÓPICOS GENERAIS

 

1.      O SUJEITO DA FORMAÇÃO PERMANENTE. O PRÓPRIO SACERDOTE

 

2.      A BASE E O OBJECTIVO: A IDENTIDADE PRESBITERAL

 


3.      Devemos reflectir diariamente sobre na nossa própria identidade de sacerdotes que está radicada no dom de Deus e na nossa resposta.

 

4.      A dimensão comunitária do presbítero: nasce na comunidade e é para a comunidade.

 

5.      União e interpelação íntima entre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial

 

6.      Não ceder à tentação do clericalismo.

 

7.      Formação interior e de comunhão

 

8.      Os meios:

- humanos;

- espirituais

 

  

REFLEXÃO INDIVIDUAL e POR GRUPOS

 
 
 

DIÁLOGO COMUNITÁRIO

REFLEXÃO PARA O 1º DOMINGO DA QUARESMA

REFLEXÃO PARA
1º DOMINGO DA QUARESMA ANO A

No início da nossa caminhada quaresmal, a Palavra de Deus convida-nos à “conversão” – isto é, a recolocar Deus no centro da nossa existência, a aceitar a comunhão com Ele, a escutar as suas propostas, a concretizar no mundo – com fidelidade – os seus projectos.
A primeira leitura
(Gen 2,7-9;3,1-7), afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida plena. Quando escutamos as propostas de Deus, conhecemos a vida e a felicidade; mas, sempre que prescindimos de Deus e nos fechamos em nós próprios, inventamos esquemas de egoísmo, de orgulho e de prepotência e construímos caminhos de sofrimento e de morte.

• De onde vimos? Para onde vamos? Porque é que estamos aqui? Qual o sentido da nossa vida? São perguntas eternas, que o homem de todos os tempos coloca a si próprio. A Palavra de Deus que hoje nos é proposta responde: é Deus a nossa origem e o nosso destino último. Somos seres que Deus criou com amor, a quem Ele deu o seu próprio “sopro”, a quem animou com a sua própria vida. O fim último da nossa existência é a felicidade sem fim, a comunhão plena com Deus.

• Como é que chegamos a essa felicidade? Deus nada impõe e respeita sempre – de forma absoluta – a nossa liberdade.

• E o mal que vemos, todos os dias? A Palavra de Deus responde: o mal nunca vem de Deus; o mal resulta das nossas escolhas erradas, do nosso orgulho, do nosso egoísmo e auto-suficiência.

A segunda leitura Rom 5,12-19),  propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. Adão representa o homem que escolhe ignorar as propostas de Deus e decidir, por si só, os caminhos da salvação e da vida plena; Jesus é o homem que escolhe viver na obediência às propostas de Deus e que vive na obediência aos projectos do Pai. O esquema de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte; o esquema de Jesus gera vida plena e definitiva.

• Na nossa sociedade há quem afirma que a fonte da salvação não é Deus, mas o homem e as suas conquistas; e que as propostas de Deus são resquícios de uma época pré-científica, obscurantista, ultrapassada, e que a plenitude da vida está no corte radical inclusive com Deus.

•. Quando o homem deixa de dar ouvidos a Deus, dá ouvidos ao lucro fácil, destrói a natureza, explora os outros homens, torna-se injusto e prepotente, sacrifica em proveito próprio a vida dos seus irmãos

O Evangelho  (Mt 4,1-11), apresenta, de forma mais clara, o exemplo de Jesus. Ele recusou  uma vida vivida à margem de Deus e dos seus projectos. A Palavra de Deus garante que uma vida que ignora os projectos do Pai  é uma vida perdida e sem sentido; e que toda a tentação de ignorar Deus e as suas propostas é uma tentação diabólica e que o cristão deve, firmemente, rejeitar.

  Jesus recusou, de forma absoluta, conduzir a sua vida à margem de Deus e das suas propostas. Para Ele, só uma coisa é verdadeiramente decisiva e fundamental: a comunhão com o Pai e o cumprimento obediente do seu projecto… E nós, seguidores de Jesus?

• Quando o homem esquece Deus e as suas propostas, e se fecha no egoísmo e na auto-suficiência, facilmente cai na escravidão de outros deuses que, no entanto, estão longe de assegurar vida plena e felicidade duradoura. Quais são os deuses que estão no centro da minha própria vida ?

• Deixar-se conduzir pela tentação dos bens materiais, do acumular mais e mais, do subordinar toda a vida à lógica do “ter  é seguir o exemplo de Jesus?

• Procurar o poder a todo o custo  e exercê-lo com prepotência, com intolerância, com autoritarismo (quantas vezes humilhando e magoando os outros) é seguir o exemplo de Jesus?
FONTE: Adaptação de :<wwwdehonianos.org>