Páscoa da Ressurreição do Senhor
A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma
existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de
Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.
As leituras da
Ressurreição de Jesus apresentam o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo
fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus
ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas deste acontecimento, devem anunciar
este “caminho” a todos os homens. A
ressurreição de Jesus é a consequência de uma vida gasta a “fazer o bem e a
libertar os oprimidos”.
A Ressurreição tem significado sempre que alguém se esforça por vencer o
egoísmo, a mentira, a injustiça e por fazer triunfar o amor, está a ressuscita.
Então perguntemo-nos: Eu estou a
ressuscitar (porque caminho pelo mundo fazendo o bem e libertando os
oprimidos), ou a minha vida é um repisar
egoísmo, orgulho, violência…?
• A ressurreição de Jesus significa
também que o medo, a morte, o sofrimento, a injustiça, deixam de ter poder
sobre o homem que ama, que se dá, que partilha a vida, essa vida que os
poderes do mundo não podem destruir, atingir ou restringir. Ele pode, assim,
enfrentar o mundo com a serenidade que lhe vem da fé.
• Hoje somos nós as testemunhas da
ressurreição, pois fazemos, todos os dias, a experiência do Senhor
ressuscitado, que está vivo e que caminha ao nosso lado nos caminhos da
história. A nossa missão é testemunhar essa realidade.
A celebração da Ressurreição de Cristo, convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo baptismo, a
continuarem a sua caminhada de vida nova até à transformação plena.
• O baptismo introduz-nos numa
dinâmica de comunhão com Cristo ressuscitado.
Nesta Páscoa em que celebramos solenemente o Bapismo, perguntemo-nos:
* Tenho consciência de que o meu
baptismo significou um compromisso com Cristo?
* Pais, padrinhos, catequistas, responsáveis da comunidade e fieis: Quando,
de alguma forma, tenho um papel activo na preparação ou na celebração do
sacramento do baptismo, tenho consciência de que o sacramento não é um acto
tradicional ou social (que, por acaso, até proporciona fotografias bonitas),
mas um compromisso sério e exigente com
Cristo?
* A minha vida tem sido uma caminhada coerente com esta vida nova que começou
no dia em que fui baptizado?
* Esforço-me, realmente, por me despojar do “homem velho”, egoísta e escravo
do pecado, e por me revestir do “homem novo”, que se identifica com Cristo e
que vive no amor, no serviço, na doação aos irmãos?
Os vários textos do
Evangelhos que nos narram que nos narram a Ressurreição , colocam-nos
diante de duas atitudes face à
ressurreição: a dos que se recusam
a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida nunca
podem ser geradores de vida nova; e a dos que aceitam-na porque aceitaam Jeus e
a sua mensagem, amam ao Deus da Vida
que, por isso, entendem o seu caminho e a sua proposta.
• Na lógica humana: o amor partilhado até à morte, o serviço simples e sem
pretensões, a entrega da vida, só conduzem ao fracasso e não são um caminho
sólido e consistente para chegar ao êxito, ao triunfo, à glória.
Mais ainda nessa mesma maneira de pensar: da cruz, do amor radical, da
doação de si, não pode resultar realização, felicidade, vida plena. É verdade
que é este o pensamento dominante na
sociedade.
Também é verdade que é esta pode ser
a maneira de pensar e de agir de muitos cristãos.
• A ressurreição de Jesus prova, precisamente, que a vida plena, a vida
total, a transfiguração total da nossa realidade finita e das nossas
capacidades limitadas passa pelo amor que se dá, com radicalidade, até às
últimas consequências. Tenho consciência disso? É nessa direcção que conduzo a
caminhada da minha vida?
• Pela fé, pela esperança, pelo seguimento de Cristo, revestidos de Cristo
(lembramos o símbolo do lenço branco que
colocámos sobre os recém baptizados), somos nova criatura: estamos, portanto, a
ressuscitar, até atingirmos a plenitude, a maturação plena, a vida total.
Fonte: resumo e adaptação local de
<dehonianos@org/liturgia>