7º Domingo do Tempo Comum A
A
liturgia do sétimo Domingo do Tempo Comum convida-nos à santidade, à
perfeição. Sugere que o “caminho cristão” é um caminho nunca acabado, que exige de cada homem ou mulher, em cada
dia, um compromisso sério e radical (feito de gestos concretos de amor e de
partilha) com a dinâmica do “Reino”. Somos, assim, convidados a percorrer o
nosso caminho de olhos postos nesse Deus santo que nos espera no final da
viagem.
A primeira leitura (Lv 19, 1-2.17-18 ), que nos é proposta apresenta um apelo veemente à santidade: viver na comunhão com o Deus santo, exige o ser santo. Na perspectiva do autor do nosso texto, a santidade passa também pelo amor ao próximo.
A primeira leitura (Lv 19, 1-2.17-18 ), que nos é proposta apresenta um apelo veemente à santidade: viver na comunhão com o Deus santo, exige o ser santo. Na perspectiva do autor do nosso texto, a santidade passa também pelo amor ao próximo.
• “Sede santos porque Eu, o vosso Deus, sou santo”.
a santidade é uma
exigência da comunhão com Deus. É o “estado normal” de quem se identifica com
Cristo, assume a sua filiação divina e pretende caminhar ao encontro da vida plena, do Homem Novo. A santidade é
algo que devo construir diariamente, minuto a minuto, com simplicidade e
naturalidade, na fidelidade aos meus compromissos como cristão.
• ser santo não significa viver de olhos
voltados para Deus esquecendo os homens; mas a santidade implica um real
compromisso com o mundo. Passa pela construção de uma vida de verdadeira
relação com os irmãos; e isso implica o banimento de qualquer tipo de
agressividade, de vingança, de rancor; implica uma preocupação real com a
felicidade e a realização do outro (“corrigirás o teu próximo”); implica amar o
outro como a si mesmo.
Na
segunda leitura (1 Cor 3, 16-23),Paulo convida os cristãos de Corinto –
e os cristãos de todos os tempos e lugares – a serem o lugar onde Deus reside e
Se revela aos homens. Para que isso aconteça, eles devem renunciar
definitivamente à “sabedoria do mundo” e devem optar pela “sabedoria de Deus”
(que é dom da vida, amor gratuito e total-
• Os cristãos são Templo de Deus, onde reside o
Espírito. Isso quer dizer, em concreto, que, animados pelo Espírito, eles têm
de ser o sinal vivo de Deus e as testemunhas da sua salvação diante dos homens
do nosso tempo. O testemunho que damos, pessoalmente, fala de um Deus cheio de
amor e de misericórdi? No nosso ambiente familiar, no nosso espaço de trabalho,
no nosso círculo de amigos, somos o rosto acolhedor e alegre de Deus, as mãos
fraternas de Deus, o coração bondoso e terno de Deus?
• A nossa comunidade paroquial é uma comunidade fraterna, solidária, e que dá
testemunho da “loucura da cruz” com gestos concretos de amor, de partilha, de
doação, de serviço, ou é uma comunidade fragmentada, dividida, cheia de
contradições, onde cada membro puxa para o seu lado, ao sabor dos interesses
pessoais?
• O que é que preside à minha vida: a
“sabedoria de Deus” que é amor e dom da vida, ou a “sabedoria do mundo”, que é
luta sem regras pelo poder, pela influência, pelo reconhecimento social, pelo
bem estar económico, pelos bens perecíveis e secundários?
No
Evangelho (Mt 5, 38-48), Jesus
continua a propor aos discípulos, de forma muito concreta, a sua Lei da
santidade . Hoje, Ele pede aos seus que aceitem inverter a lógica da violência
e do ódio, pois esse “caminho” só gera egoísmo, sofrimento e morte; e
pede-lhes, também, o amor que não marginaliza nem discrimina ninguém (nem mesmo
os inimigos). É nesse caminho de santidade que se constrói o “Reino”.
• Este Evangelho recorda-me que, ao aceitar o
desafio de viver em comunhão com Deus, eu sou chamado a dar testemunho da vida
de Deus diante de todos os meus irmãos e a ser um sinal vivo de Deus, do seu
amor, da sua perfeição, da sua santidade, no meio do mundo.
• A leitura que nos foi proposta : indica
uma atitude nova, que resulta de um compromisso interior com Deus
verdadeiramente assumido, e manifestado em atitudes concretas. Exige que Deus
encha o coração do crente e transborde em gestos de amor para com os irmãos. O
que é que define a minha atitude religiosa: o cumprimento dos ritos, a letra da
lei, ou a comunhão com Deus que enche o meu coração de vida nova e que depois
se expressa em atitudes de amor radical para com os irmãos?
• Jesus pede a superação de uma lógica de
vingança, de responder na mesma moeda, e o assumir uma atitude pacífica de não
resposta às provocações, que inverta a espiral de violência e que inaugure um
novo espírito nas relações entre os homens. Não é, no entanto, esta a lógica do
mundo, as nações em geral e as pessoas em particular recusam enveredar por uma
lógica de paz e respondem ao mal com um mal
ainda maior.
• Jesus pede, também, aos participantes do “Reino” o
amor a todos, inclusive aos inimigos, subvertendo completamente a lógica do
mundo. Como é que eu me situo face a isto? A minha atitude é a de quem não
exclui nem discrimina ninguém, mesmo aqueles de quem não gosto, mesmo aqueles
contra quem tenho razões de queixa, mesmo aqueles que não compreendo, mesmo
aqueles que assumem atitudes opostas.?Fonte: resume e adaptação de www.dehonianos.org