sábado, 8 de setembro de 2018

NATIVIDADE DA VIRGEM SANTA MARIA - 8 SETEMBRO 2018

NATIVIDADE DA VIRGEM SANTA MARIA - 8 SETEMBRO 2018 A memória litúrgica da Natividade de Nossa Senhora remonta ao século V, quando foi edificada em Jerusalém uma igreja, num sítio que os Apócrifos indicavam como lugar da casa de Joaquim e de Ana, pais da mãe de Jesus. São desconhecidas as razões da data de 8 de Setembro. A Igreja Oriental soleniza a natividade de Maria como início do ano litúrgico; no Ocidente (a partir de Roma) as primeiras celebrações surgem no século VII. Primeira leitura: Romanos, 8, 28-30 S. Paulo manifesta neste texto uma fé assimilada e madura, com a preocupação de que todos acolham a mensagem, se convençam e se alegrem com ela. O Apóstolo apresenta tudo num quadro trinitário: o Espírito acompanha e ensina (vv. 26ss), Cristo consolida a comunhão no amor (vv. 31-39), Deus Pai mantém o projeto eterno de manifestar a sua paternidade divina dando aos homens a graça da filiação e da fraternidade com Cristo, primogénito de muitos irmãos. O núcleo da mensagem está num anúncio de fé: há um nascimento como dom do amor de Deus, um acompanhamento da vida nova, uma realização na partilha da glória. Evangelho: Mateus, 1, 1-16.18-23 Mateus começa o seu evangelho apresentando a genealogia de Jesus, uma espécie de ladainha de nascimentos. Todos os antepassados foram, de algum modo, protagonistas de uma etapa da história; no nascimento e na aventura humana de muitos foi determinante a intervenção de Deus. No final da lista, o evangelista coloca José, esposo de Maria «da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo» (v. 16). Com S. José não houve presença mas apenas vizinhança ou contiguidade no evento da Encarnação, revelado como mistério esponsal entre a Virgem e o Espírito Santo. O mistério também foi anunciado a José. Também ele amadureceu na fé a compreensão do nascimento d´Aquele que foi gerado em Maria sua esposa pelo Espírito Santo e destinado a salvar o povo dos seus pecados (v. 21). José secunda a palavra divina, obediente, silencioso, ativo. A festa da Natividade de Maria, aurora da nossa salvação, oferece-nos importantes elementos de meditação. São os evangelhos apócrifos que narram o nascimento da Mãe do Salvador, com emocionantes e inverosímeis fantasias, que podem ser vistas como simbologias e interpretações. A Bíblia não nos dá informações sobre o nascimento de Maria. Mas ele foi uma realidade importante na prossecução do projeto divino da nossa salvação. Daí que valha a pena meditar sobre esse acontecimento à luz da fé em Deus que, na sua misericórdia, quis salvar os homens com a colaboração de Maria, nova criatura, cuja entrada no mundo hoje celebramos. Para nos darmos conta da importância do nascimento de Maria, devemos ter em conta que o seu protagonista é Deus. As fantasias dos apócrifos indiciam fé nesse protagonismo. A Liturgia aponta para a presença e o protagonismo de Deus no nascimento e na vida de Maria. O oráculo de Miqueias (1ª leitura alternativa da festa) tem em vista a maternidade, isto é, a fonte de um nascimento, projetado por Deus: a citação desse oráculo em Mt 2, 6 regista uma convicção messiânica do evangelista traduzida em convicção cristológica e contextualmente mariológica. A releitura de um outro oráculo (Is 7, 14) pelo mesmo evangelista vê na Virgem que dá à luz, a mãe designada pelo próprio Deus e envolta no abismo místico da comunhão com o Espírito Santo, o «Senhor que dá a vida». A importância do nascimento da Virgem também se deduz pela verificação da sua presença entre aqueles que foram chamados por Deus conforme o seu desígnio, desde sempre conhecidos, predestinados, justificados (a singular redenção antecipada da Imaculada), glorificados. Esta festa é uma excelente ocasião para crescermos no amor e na devoção à Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa mãe. Fonte: resumo/adaptação de um texto de “Dehonianos.org/portal/liturgia”

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

SEXTA-FEIRA – XXII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES – 7 SETEMBRO

SEXTA-FEIRA – XXII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES – 7 SETEMBRO Primeira leitura: 1 Coríntios 4, 1-5 Na comunidade de Corinto, havia alguns que contestavam a autoridade de Paulo. O Apóstolo começa por afirmar: somos “servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus”; nada mais. Estas palavras lembram-nos o que Jesus disse: «Quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’» (Lc 17, 10). Fica assim realçada a identidade do Apóstolo, em relação a Cristo que o chamou. Também somos «administradores dos mistérios de Deus», isto é, ecónomos, porque responsáveis por aquela economia que vê actuar a Deus que dispensa os seus ministérios, mas também os apóstolos que são chamados a dar o que receberam. Este segundo aspecto caracteriza o ministério apostólico em relação com os fiéis, que têm direito a receber aquilo que Deus, por meio dos seus ministros, dispensa generosamente. Aos servos-administradores requerer-se que sejam fiéis ao Senhor e ao serviço que lhes é confiado. Paulo sente-se submetido ao juízo de todos; mas sente-se livre. Mas também se sente objecto do juízo de Deus a Quem se rendeu de uma vez para sempre. E, sendo assim, não se sente livre, mas obrigado a cumprir a sua missão. Evangelho: Lucas 5, 33-39 A partir de hoje, a liturgia apresenta-nos três polémicas de Jesus com os discípulos de João Baptista: uma sobre a prática do jejum e duas sobre a observância do sábado. A esmola, a oração e o jejum são três compromissos indeclináveis para os discípulos de Cristo (cf. Mt 6, 1-18). Mas o que preocupa a Jesus é o modo como os seus discípulos praticam a esmola, a oração e o jejum. Esta página realça o espírito com que deve ser praticado o jejum. A alegoria esponsal leva-nos a considerar Jesus como “o esposo”, cuja presença é motivo de alegria e cuja ausência será motivo de tristeza. A espiritualidade cristã não pode deixar de dar atenção a estas expressões muito pessoais que podem configurar uma relação, não só de filhos com o pai, mas também da esposa com o esposo. O Antigo Testamento desenvolve muito esta alegoria esponsal para iluminar as relações de Israel com o seu Senhor e a relação de cada crente com Deus. Este texto distingue também os tempos de Jesus dos tempos da Igreja. A Igreja é representada pelos convidados que participam da alegria do esposo; mas algumas vezes é apresentada na imagem da esposa, ou do amigo do esposo que lhe está próximo e a escuta (cf. Jo 25, 30). A filosofia grega procurava, sobretudo, explicar o Universo. A Bíblia, pelo contrário, ensina-nos a estar atentos às pessoas e às relações interpessoais. A filosofia grega distinguia os quatro elementos: o ar, a água, o fogo e a terra. A Bíblia, pelo contrário, ensina-nos a entrar em contacto com o Ser pessoal que criou a matéria: Deus. As leituras de hoje mostram que Jesus e, depois d´Ele, os apóstolos confirmaram e aprofundaram essa orientação. É sempre útil reflectir sobre a novidade trazida por Cristo e testemunhada pelo Evangelho. A parábola de Lucas sobre a roupa nova e o vinho novo evidencia essa novidade. Tomemos nota, em primeiro lugar, do estilo paradoxal com que Lucas narra a primeira parábola. Não fala simplesmente de um pedaço de pano a coser em roupa velha. Fala, sim, do gesto de alguém que «recorta um bocado de roupa nova para o deitar em roupa velha». É evidente que Lucas quer estigmatizar a atitude daqueles que, recusando a novidade do Evangelho, acabam por arruinar o que é novo sem realizar o que é velho. “Novo” pode entender-se em referência ao Antigo Testamento: neste caso, o verdadeiro discípulo de Jesus, desde o princípio entende da sua experiência de fé intui que apalavra de Jesus chega como cumprimento das profecias e que a adesão de fé a Jesus o põe na linha de todos quantos, antes de Jesus Cristo, se abriram à escuta da Palavra de Deus e se deixaram guiar pelos profetas. “Novo” pode entender-se em referência aos mestres alternativos que faziam prosélitos por todos os meios, no tempo de Jesus; neste caso, os apóstolos e os discípulos encontraram-se na situação de ter que fazer opções drásticas (cfr. Jo 6, 60-69) para não se deixarem hipnotizar pelos falsos mestres e por guias cegas e hipócritas (cfr. Mt 23, 15-17). “Novo”, finalmente, pode entender-se em referência a algumas atitudes que caracterizam a vida dos discípulos de Jesus antes do seu encontro com o Mestre: neste caso, o discípulo de Jesus adverte a necessidade de deixar-se agarrar, de se abandonar para receber, de perder para encontrar. Para aqueles que são chamados à vida religiosa, a profissão dos conselhos evangélicos é um sinal «que manifesta a todos os crentes os benefícios celestiais…; testemunha a vida nova e eterna…; preanuncia a futura ressurreição e a glória do Reino celeste… O estado religioso representa na Igreja a forma de vida que o Filho de Deus abraçou…; manifesta a elevação do Reino de Deus acima de todas as coisas terrestres…; demonstra… o infinito poder do Espírito Santo, admiravelmente operante na Igreja» (Cf. Lumen Gentium, 44). Fonte: Resumo/adaptação de um texto de Fernando Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”|

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

QUINTA-FEIRA – XXII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 6 SETEMBRO 2018

QUINTA-FEIRA – XXII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 6 SETEMBRO 2018 Primeira leitura: 1 Coríntios 3, 18-23 Paulo retoma a reflexão sobre o binómio «sabedoria-loucura» e adorna-o com referências ao Antigo Testamento. A sua atenção concentrara-se na loucura da pregação, na loucura da cruz, na loucura da fé. Agora o discurso alarga-se e aplica-se a toda a existência cristã: «viver em Cristo» comporta assumir a novidade de vida que Cristo pregou e que a sua cruz anuncia, ainda que isso pareça paradoxal e escandaloso ao mundo em que vivemos. Depois Paulo aperfeiçoa a escala dos valores, apresentando-a de modo eloquente: Tudo é vosso – Paulo refere-se a todos os crentes e a toda a comunidade dos crentes; mas vós sois de Cristo – todos, nós e vós, diz o Apóstolo, pertencemos a Cristo por meio da fé; ser de Cristo significa ter uma relação especial com Ele, por um chamamento recebido, pela Palavra escutada, pelo dom da graça acolhido; e Cristo é de Deus – é novamente reafirmado o primado de Deus Pai, origem e fim de tudo e de todos. Paulo esboça diante de nós um itinerário teológico persuasivo e englobante. Evangelho: Lucas 5, 1-11 Lucas realça o modo como a multidão escutava «a palavra de Deus». Deste modo, remete-nos para a comunidade eclesial que vive a sua fé colocando no centro de si mesma «a palavra de Deus» e, ao mesmo tempo, Jesus como Palavra da revelação e a pregação apostólica. Lucas também realça que Jesus, «sentando se, dali se pôs a ensinar a multidão». Também este pormenor nos leva a considerar a narração evangélica como intimamente ligada à vida da primitiva comunidade cristã, em que a passagem da evangelização à catequese era normal e permanente. «Porque Tu o dizes, lançarei as redes»: Lucas sublinha a autoridade da palavra de Jesus. Sabemos que toda a palavra que saía da boca de Jesus, para os Apóstolos ou para a multidão, estava carregada de especial autoridade: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!» (4, 36). «Depois de terem reconduzido as barcas para terra, dei¬xaram tudo e seguiram no». Esta expressão alerta para o radicalismo evangélico. Lucas quer indicar que o seguimento de Jesus implica, não só uma opção pessoal, mas também a decisão de se desapegar de tudo aquilo que, de algum modo, possa enfraquecer a adesão a Jesus. As leituras de hoje convidam-nos a ultrapassar os nossos estreitos limites humanos, para nos abrirmos à imensidade do amor de Deus. Paulo exorta os Coríntios a irem além da sabedoria humana, que, muitas vezes, se deixar guiar por simpatias e preferências, e acaba por erguer barreiras que nos separam de Deus e uns dos outros. O Apóstolo indica-lhes horizontes bem mais amplos: «Tudo é vosso. Mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus» (vv. 22b-23). O mesmo acontece no evangelho. Jesus quis que Pedro compreendesse que o apostolado não é coisa humana. A pesca milagrosa leva Pedro a ultrapassar o senso comum, a curtas vistas humanas: ao ver a pesca inesperada, o apóstolo diz: «Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador» (v. 8). Há pormenores que marcam este encontro entre Jesus e Simão Pedro. Facilmente reconhecemos neles aspectos importantes da nossa experiência de vida cristã. Por exemplo: a passagem da desilusão à confiança: um pescador experimentado como Pedro sabe que, depois de certas noites de faina, não tem muito a esperar; a experiência é sempre uma referência em que nos apoiamos para fazer opções ou tomar decisões. Geralmente, não estamos muito inclinados a arriscar em coisas em que já experimentamos o fracasso. Mas Pedro acredita na palavra de Jesus e confia na sua eficácia. Do espanto ao reconhecimento da sua condição de pecador: a consciência de Pedro ilumina-se no contacto com Jesus, e não só diante do milagre. É verdade que o milagre sacode as consciências e as interpela drasticamente, mas a referência principal e última é a pessoa de Jesus. Diante dele, Pedro reconhece a sua condição de pobre pecador, idêntica à dos outros. De pecador a pescador de homens: Pedro dá-se conta de que Jesus entrou na sua vida, não para o atrair, mas também para ganhar, por meio dele, outras pessoas para a novidade cristã. Dá-se uma transformação da sua qualidade de pescador. Do abandono de todo ao seguimento de Jesus: a vocação qualifica-se, não tanto pelo que deixa, mas por Aquele a Quem se adere. Também Pedro de deu conta da necessidade de deixar tudo para seguir a Cristo. E não hesitou! Para responder à vocação, é preciso conhecer o rosto d’Aquele que chama. Toda a resposta vocacional implica um reconhecimento de Deus na pessoa de Jesus Cristo. Aí, no amor dado e recebido, na identidade salvadora acolhida, pode-se dar um salto de confiança para os braços d’Aquele que chama porque se reconhece n’Ele a misericórdia e a salvação, a vida e a paz, a verdade e a beleza. Fonte: Resumo/adaptação de um texto de F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

QUARTA-FEIRA – XXII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES

QUARTA-FEIRA – XXII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES Primeira leitura: 1 Coríntios 3, 1-9 Para Paulo, homens carnais são pessoas que se orientam pelas suas próprias forças, por critérios meramente humanos. Pode dizer-se que essas pessoas estão espiritualmente “subdesenvolvidas”; mesmo humanamente, ainda não experimentaram a plenitude da vida. Pelo contrário, homens espirituais são aqueles que livremente e conscientemente entraram numa nova mentalidade, num estilo de vida que partilha a novidade de Cristo. Como se manifesta o ser carnais de alguns cristãos? Manifesta-se no criar facções, divisões, no semear discórdias e invejas. Em vez de contribuírem para construir a comunidade, tendem a destruí-la com os pensamentos que alimentam e, sobretudo, com as obras que praticam. O Apóstolo garante que a todos é possível comportar-se como homens espirituais, desde que compreendam bem quem é Apolo e quem é Paulo: ambos são ministros, isto é, servos, simples colaboradores de Deus. Só Deus tem a iniciativa de salvar; só a Ele pertence o mérito e a honra. Há que reconhecê-lo como verdadeiro e único protagonista da salvação. Só Ele faz crescer o que os servos plantaram e regaram. Só Ele salva aqueles que, pela pregação da Palavra, se abrem ao diálogo que leva a descobrir a verdade. Notar ainda que só Deus está sempre em primeiro lugar. Só depois vêm todos os outros. Por seu lado, Paulo está disposto a ocupar o último lugar. Evangelho: Lucas 4, 38-44 Notamos, nesta página, dois momentos distintos: a cura da sogra de Simão; as palavras sobre a consciência que Jesus tinha da sua missão evangelizadora (v. 43). O primeiro momento revela-nos que a cura habilita ao serviço. Também nos diz que as curas dos doentes se tornam ocasião de verdadeiras profissões de fé em Cristo, mesmo que elas saíam da boca dos demónios… Na segunda parte de texto, Lucas faz-se intérprete de dois eventos fundamentais: do facto de que a evangelização seja uma característica essencial do cristianismo e da consciência messiânica de Jesus que explode sobretudo na necessidade que lhe incumbe de anunciar o reino de Deus. Trata-se de uma necessidade providencial, porque está inscrita no projecto salvífico de Deus. Jesus não pode eximir-se a esse preciso dever, até porque qualifica a sua missão: «Para isso fui enviado» (4, 8; cfr. também Lc 10, 16). Fala-se muito, hoje, de evangelização e nova evangelização, de evangelização das culturas, de inculturação da fé. Cada cristão deve estar consciente do indeclinável dever de dar testemunho do Evangelho, onde quer que viva, se encontre, trabalhe. O Vaticano II fundamenta esse dever no evento sacramental do baptismo (cfr. LG 10 e AA 3). «É preciso que eu evangelize o reino de Deus». O objecto da missão não é a Igreja, mas o reino de Deus. A palavra “Reino de Deus” não deve ser entendida em sentido meramente local, como se devêssemos entrar num certo local, em recinto bem definido, mas em sentido espiritual para indicar, antes de mais, a soberania de Deus a que nos submetemos e a comunidade de salvação que caminha para o Reino. «Para isso fui enviado»: é como dizer que não há evangelização sem missão. Não é indispensável uma missão apostólica. É suficiente referir-nos ao baptismo e à vocação que abraçámos. Ele dão-nos o direito não só de sermos servidores da Palavra aqui e agora, mas também as forças espirituais necessárias para essa missão. «Evangelizar, para a Igreja, é levar a Boa Nova de Cristo a todos os sectores da Humanidade e, graças ao seu influxo, transformar a partir de dentro, tornar nova a própria humanidade» ( Paulo VI, Evangelii Nuntiandi 18). Fonte: Resumo e adaptação de um texto de F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”

terça-feira, 4 de setembro de 2018

TERÇA-FEIRA – XXII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 4 SETEMBRO 2018

TERÇA-FEIRA – XXII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 4 SETEMBRO 2018 Primeira leitura: 1 Coríntios 2, 10b-16 Paulo afirma que ninguém, pelas suas próprias forças, pode conhecer a Deus e o mistério da salvação que oferece a todos. Tudo é graça, e só pela graça podemos participar na salvação. A revelação do Pai tornou possível conhecermos a Deus e ao seu desígnio de salvação. Por Cristo, ficámos a conhecer os segredos de Deus e, com a ajuda do Espírito Santo, conseguimos balbuciar algo do que se refere à vida em Deus. Recebemos o Espírito que vem de Deus, o dom por excelência, que traz consigo o dom da sapiência. Assim, podemos entrar em sintonia com a mensagem revelada. Quem não acolher esse dom, não poderá saborear nem compreender o mistério, os segredos de Deus. E pode mesmo escandalizar-se. O que seria sabedoria, torna-se simplesmente loucura. Finalmente também temos «o pensamento do Senhor», isto é, somos iluminados pelo Evangelho acerca daquilo que agrada a Deus. Tudo isso se realizou em Cristo Jesus: na sua vida terrena e concretamente na sua morte e ressurreição. Evangelho: Lucas 4, 31-37 A distância entre Nazaré e Cafarnaúm é relativamente curta. Jesus percorre-a para a anunciar e curar. Para Lucas, são esses os modos como Jesus mostra a autoridade de que está revestido. A palavra de Jesus é eficaz: realiza o que significa. Os gestos terapêuticos de Jesus levam conforto e vida a todos os que deles precisam. Palavras e gestos são os elementos que ligam todo o Evangelho (cf. Lc 24, 19 onde se fala de «Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo»; Act 1,1: «No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei as obras e os ensinamentos de Jesus, desde o princípio»). Esta página, que se refere ao início do ministério público de Jesus, confirma-o. Jesus quer se escutado e acolhido por todos e cada um dos homens: por isso lhes fala ao coração e lhes cura o corpo. É uma intervenção libertadora que revela a eficácia da palavra de Jesus. O texto de hoje apresenta-nos um pobre doente que é libertado de um espírito maligno. Começa o choque frontal entre Jesus e o demónio. Esse choque é preciso para que Jesus se revele como salvador, isto é, como aquele que redime os que estão sob o domínio de Satanás e resgata para Deus e para o seu reino. A intervenção de Jesus tem dois efeitos colaterais: suscita espanto em alguns e faz com que a sua fama se espalhe na região. Que significa a expressão: Mas nós temos o pensamento de Cristo. Será que conhecemos o seu pensamento? À luz de Is 40, 13, ninguém pode dizer que conhece o pensamento do Senhor-Deus. Estamos aqui diante da teologia “apofática” – que prefere calar do que dizer coisas sobre Deus – cultivada pelos místicos e contemplativos. Mas a referência a Is. 64, 3, que encontramos em 2, 9, faz-nos saber que Deus preparou (isto é, revelou) coisas que jamais alguém viu ou ouviu, para aqueles que O amam. A benevolência divina tornou possível ao homem o que era impossível. Abre-se diante de nós um caminho novo de conhecimento. Os dons de Jesus, especialmente o dom do seu Espírito, rasga um novo horizonte em que podemos saber o que agrada a Deus e reconhecê-lo com alegria interior. Como filhos no Filho, como ouvintes da Palavra, como discípulos do Evangelho, podemos dizer com S. Paulo: nós temos o pensamento de Cristo. Não o descobrimos engenhosamente. Acolhemo-lo com alegria. Na linha de Is. 55, 9, podemos dizer que os pensamentos de Cristo não são os nossos pensamentos e que os nossos caminhos não são os seus caminhos. Todavia, apoiando-nos em Paulo, podemos ter certezas mais sólidas do que a rocha. Há tempos, na nossa vida, que são particularmente propícios para acolher e se deixar conduzir pelo Espírito Santo, e adquirir certezas que sejam fundamento sólido para toda a nossa vida cristã, religiosa, sacerdotal, para o nosso apostolado. Pode ser o tempo de férias, o tempo dedicado a um retiro espiritual, o tempo de formação à vida religiosa, ao sacerdócio. Para os religiosos tem particular importância o noviciado. As certezas, que todos procuramos, por vezes com angústia, não se adquirem com cálculos humanos ou garantias exteriores. Elas são fruto do Espírito que o Pai dá «àqueles que lho pedem!» (Lc 11, 13). É o Espírito de amor, o Espírito Santo, que realiza a promessa de Jesus: «Ele há-de ensinar-vos todas as coisas e há-de recordar-vos tudo aquilo que eu vos disse» (Jo 14, 26); «Há-de guiar-vos para a verdade perfeita… Ele há-de glorificar-me, porque tomará do que é Meu e vo-lo anunciará» (Jo 16, 13-14). Só o Espírito nos pode ensinar «todas as coisas», também sobre o mistério do pensamento de Cristo. Só Ele nos pode conduzir à «verdade perfeita». Só Ele nos pode «recordar», isto é, actualizar na nossa vida, tudo quanto Jesus ensinou e fez. Que mais te dizem as Leituras de hoje, no momento e na situação em que te encontras? Que luz dão à tua vida, às tuas preocupações, aos teus sonhos e projectos? Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de F. Fonseca em “Dehonianos.org/portal/liturgia”.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

COMUNICADO DO SR. BISPO ADMISSÃO AO PRESBITERADO DO DIÁCONO ADELINO EDUARDO MUALICAMO

COMUNICADO DO SR. BISPO ADMISSÃO AO PRESBITERADO DO DIÁCONO ADELINO EDUARDO MUALICAMO Caríssimos diocesanos, amigos e irmãos em Cristo: “Anunciai a minha glória aos povos” (Is. 66,19) Concluído favoravelmente o processo preliminar à ordenação sacerdotal, com a graça do Espírito Santo que conduz e guia a Igreja e invocando a protecção de Maria Santíssima, Mãe do único e verdadeira Sacerdote, Jesus Cristo, e do nosso Padroeiro, comunico a todos os fiéis que o DIÁCONO ADELINO EDUARDO MUALICAMO É ADMITIDO À ORDEM DOS PRESBÍTEROS. DEMOS GRAÇAS A DEUS! A Ordenação Presbiteral terá lugar na Igreja paroquial da Paróquia de Santa Teresa do Menino Jesus, ILE-Sede, no 14 de Outubro do corrente ano, XXVIII Domingo do Tempo Comum. Esta ordenação é mais uma graça que o Senhor nos concede neste Ano Jubilar em que celebramos os 25 anos da criação da nossa Diocese. Peço a todos os fiéis que acompanhem com a oração e o encorajamento fraterno e amigo o Diácono Adelino na preparação próxima da sua iminente ordenação. Todos somos convidados para acompanhá-lo na solene Celebração da Eucaristia e do Sacramento da Ordem no referido Domingo 14 de Outubro do corrente ano na Paróquia de Ile-Sede. Saúdo-vos em Cristo Jesus, Bom Pastor e Sumo Sacerdote da Nova Aliança. Gurúè, Casa Diocesana, aos 1 de Setembro de 2018, Ano Jubilar Diocesano. + Francisco Lerma Martínez Bispo de Gurúè

SEGUNDA-FEIRA – XXII SEMANA –T. C. – ANOS PARES - 3 SETEMBRO 2018

SEGUNDA-FEIRA – XXII SEMANA –T. C. – ANOS PARES - 3 SETEMBRO 2018 Primeira leitura: 1 Coríntios 2, 1-5 Paulo chama a atenção da comunidade de Corinto, ameaçada na sua fé por princípios da mentalidade greco-pagã, para a centralidade do mistério pascal de Cristo. O essencial para a salvação é acreditar em Cristo, morto e ressuscitado: «Julguei não dever saber outra coisa entre vós a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado». A mediação histórica para acolher a salvação é a pregação, que se caracteriza pela fraqueza humana: «Estive no meio de vós cheio de fraqueza, de receio e de grande temor». É a fé, como acolhimento da Palavra da cruz, que revela o poder de Deus que salva. Não há outro caminho. Paulo afirma-o com a força da sua autoridade, procurando reconduzir ao bom caminho os cristãos de Corinto que tinham assumido práticas contrárias ao que é próprio da fé em Cristo. Os eventos salvíficos ordenam-se do seguinte modo: Cristo crucificado, pregação apostólica, fé como adesão a Cristo e ao seu mistério pascal. Evangelho: Lucas 4, 16-30 A pregação de Jesus começa com um rito na sinagoga: levanta-se, vai ler, é-Lhe dado o rolo, abre-o… É um momento solene que Lucas sublinha. Jesus proclama a página profética e interpreta-a: «Cumpriu se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.» Jesus é o profeta prometido. O tempo presente é o Kairós – o tempo providencial – que é preciso acolher. Os ouvintes reagem manifestando espanto pelas palavras de Jesus e pelo modo como as pronuncia: palavras repletas de graça. Alguns reagem negativamente, de modo crítico e mesmo agressivo contra Jesus. A proposta da salvação provoca reacções diferentes e, por vezes, opostas. Os Coríntios tinham caído naquilo a que se chama o culto da personalidade, ou de várias personalidades, criando divisões na comunidade. Para tentar remediar a situação, Paulo recorda-lhes que a fé não se baseia nas habilidades retóricas deste ou daquele pregador, nem sobre a capacidade dialéctica de um pensador, mas na intervenção de Deus na história humana. É certo que a pregação é essencial para desencadear a caminhada da fé, que leva à salvação. Mas ela é, antes de mais, um evento de graça. Como os habitantes de Corinto, como os contemporâneos de Elias e de Eliseu, como os contemporâneos de Jesus, também nós somos postos perante um evento que não é simplesmente humano pois, apesar da sua simplicidade, ou mesmo da sua fraqueza, traz consigo uma mensagem e uma graça que vem de Deus. A pregação cristã apoia-se nas profecias do Antigo Testamento, mas assenta no presente histórico: «Cumpriu se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.» A referência ao passado é memória actualizante de algumas profecias que contêm uma promessa divina. Do mesmo modo, a referência ao presente histórico não é violência à liberdade de cada um, mas convite a não desperdiçar, por preguiça ou superficialidade, a palavra de Deus. A pregação apostólica está no começo de toda a caminha da fé. Paulo dá pistas para essa caminha nos primeiros capítulos da 1Tess. Será oportuno lê-los. De qualquer modo, aqui fica um trecho: «Damos continuamente graças a Deus, porque, tendo recebido a palavra de Deus, que nós vos anunciámos, vós a acolhestes não como palavra de homens, mas como ela é verdadeiramente, palavra de Deus, a qual também actua em vós que acreditais» (1 Tess 2, 13). A escuta-acolhimento da pregação, leva a acreditar, isto é, à fé-adesão a Cristo, o Filho de Deus: “A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e Se entregou por mim" (Gal 2, 20). Também para nós, a pregação há-de levar-nos à fé, isto é uma “adesão” que nos conduza à identificação com Cristo, à vivência da sua vida, dos seus “mistérios”, dos seus sentimentos até podermos dizer como Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20). Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia

domingo, 2 de setembro de 2018

22º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B

22º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B A liturgia deste Domingo propõe-nos uma reflexão sobre a “Lei”. Deus quer a realização e a vida plena para o homem e, nesse sentido, propõe-lhe a sua “Lei”. A “Lei” de Deus indica ao homem o caminho a seguir. Contudo, esse caminho não se esgota num mero cumprimento de ritos ou de práticas vazias de significado, mas num processo de conversão que leve o homem a comprometer-se cada vez mais com o amor a Deus e aos irmãos. A primeira leitura - Dt 4,1-2.6-8- garante-nos que as “leis” e preceitos de Deus são um caminho seguro para a felicidade e para a vida em plenitude. Por isso, o autor dessa catequese recomenda insistentemente ao seu Povo que acolha a Palavra de Deus e se deixe guiar por ela. O autor deste texto é, antes de mais, um crente com um enorme apreço pela Palavra de Deus. Ele vê nas leis e preceitos de Deus um caminho seguro para a felicidade e para a vida em plenitude. Por isso, recomenda insistentemente ao seu Povo que acolha a Palavra de Deus e se deixe guiar por ela. Que importância é que a Palavra de Deus assume na minha existência? Consigo encontrar tempo e disponibilidade para escutar, para meditar e interiorizar a Palavra de Deus, de forma a que ela informe os meus valores, os meus sentimentos e as minhas acções? A Palavra de Deus é um caminho sempre actual, que liberta o homem da escravidão do egoísmo e que o conduz ao encontro da verdadeira vida e da verdadeira liberdade. De facto, a escuta atenta e o compromisso firme com a Palavra de Deus é, para os crentes, uma experiência libertadora: salva-nos do egoísmo, do orgulho, da auto-suficiência e projecta-nos para o amor, para a partilha, para o serviço, para o dom da vida. Temos de encontrar tempo para escutar Deus, para meditar as suas propostas, para repensar as suas leis e preceitos, para descobrir o sentido da nossa acção no mundo. Sem a escuta da Palavra, a nossa acção torna-se um “fazer coisas” estéril e vazio que, mais tarde ou mais cedo, nos leva a perder o sentido do nosso testemunho e do nosso compromisso. A segunda leitura - Tg 1,17-18.21-22.27 - convida os crentes a escutarem e acolherem a Palavra de Deus; mas avisa que essa Palavra escutada e acolhida no coração tem de tornar-se um compromisso de amor, de partilha, de solidariedade com o mundo e com os homens. É preciso darmos à Palavra que Deus nos dirige um peso infinitamente superior às palavras sem nexo que todos os dias enchem os nossos ouvidos e que intoxicam a nossa mente… A Palavra de Deus é Palavra geradora de vida, de eternidade, de felicidade; por isso, deve ser por nós valorizada . A nossa leitura convida-nos, entretanto, a encontrar tempo e disponibilidade para escutar o Deus que nos fala e que, através da Palavra que nos dirige, nos apresenta as suas propostas para nós e para o mundo. ¨ A Palavra de Deus que escutamos e que acolhemos no coração deve conduzir-nos à acção. Se ficamos apenas pela escuta e pela contemplação da Palavra, ela torna-se estéril e inútil. É preciso transformar essa Palavra que escutamos em gestos concretos, que nos levem à conversão e que tragam um acréscimo de vida para o mundo. A Palavra de Deus que escutamos tem de nos levar ao compromisso – à luta pela justiça, pela paz, pela dignidade dos nossos irmãos, pelos direitos dos pobres, por um mundo mais fraterno e mais cristão. No Evangelho - Mc 7,1-8.14-15.21-23 - Jesus denuncia a atitude daqueles que fizeram do cumprimento externo e superficial da “lei” um valor absoluto, esquecendo que a “lei” é apenas um caminho para chegar a um compromisso efectivo com o projecto de Deus. Na perspectiva de Jesus, a verdadeira religião não se centra no cumprimento formal das “leis”, mas num processo de conversão que leve o homem à comunhão com Deus e a viver numa real partilha de amor com os irmãos. As “leis” têm o seu lugar numa experiência religiosa, enquanto sinais indicadores de um caminho a percorrer. No entanto, é preciso que o crente tenha o discernimento suficiente para dar à “lei” um valor justo, vendo-a apenas como um meio para chegar mais além no compromisso com Deus e com os irmãos. A finalidade da nossa experiência religiosa não é cumprir leis, mas aprofundar a nossa comunhão com Deus e com os outros homens sendo, eventualmente, ajudados nesse processo por “leis” que nos indicam o caminho a seguir. Fonte: Adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia”