quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

3 JANEIRO 2019 - QUARTA-FEIRA DO TEMPO DO NATAL

3 JANEIRO 2019 - QUARTA-FEIRA DO TEMPO DO NATAL Primeira leitura: 1 João 2, 29-3,6 Jesus é modelo para todo o cristão. Ele é o justo, Aquele que não tem pecado, o obediente por excelência ao Pai. O cristão, que vive na justiça, também é filho de Deus e não comete pecado. O fiel é um homem novo, chamado a uma vida nova: é filho de Deus (cf. vv. 1- 2), nasceu de Deus (v. 29). É chamado a, imitando a Cristo, identificar-se cada vez mais com o Pai e a viver em comunhão com Ele. O mundo que recusa Deus, aliando-se ao anticristo, despreza e não compreende Jesus, não ama os seus discípulos e actua contra a lei de Deus; pertence à esfera do Maligno e opõe-se ao reino messiânico. Quem, pelo contrário, adere ao Senhor, que se fez pecado por nós, é imune ao pecado e obtém de Cristo a força para ultrapassar o mal e vencer (v. 6). Mas só pode fazer experiência do amor de Deus aquele que não comete pecado, pratica a justiça e se mantém puro, percorrendo o caminho percorrido por Cristo: o caminho da cruz. Evangelho: João 1, 29-34 João Baptista encontra-se com Jesus e dá o seu testemunho solene, num contexto de revelação messiânica: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!» (v. 20). É o homem de Deus que reconhece, por primeiro, a identidade de Jesus: «vê» Jesus. O símbolo do cordeiro lembra vários textos: o cordeiro pascal (cf. Ex 12, 1-28; 29, 38-46), o Servo Sofredor (cf. Is 42, 1-4; 52, 13-53, 12). Jesus é o Cordeiro-Servo obediente ao Pai. É Ele que, pela sua Paixão, Morte e Ressurreição tira o pecado do mundo e lhe dá a vida. O próprio Baptista vê o Espírito descer sobre o Messias (v. 32). A imagem da pomba, no ambiente judaico antigo, indicava Israel: o Espírito que desce em forma de pomba anuncia o novo Israel de Deus, que começa com Jesus e é o fruto maduro da vinda do Espírito. Chegou a época da purificação e do verdadeiro conhecimento de Deus, por meio do Espírito. O Espírito desce sobre Jesus, permanecendo n´Ele e transformando-O no novo templo, fonte perene do Espírito no meio dos homens. É na teofania do baptismo que João reconhece o Messias, podendo agora dar testemunho de Jesus como Filho de Deus (v. 34), aquele que baptiza no Espírito (v. 33) e nos enche desse dom de salvação. O testemunho de João Baptista tem por objectivo suscitar a fé dos discípulos na pessoa de Jesus. João viu o Espírito «permanecer» sobre Jesus. Esta certeza leva-o a anunciar que Jesus é verdadeiramente o Messias, o eleito de Deus (cf. Is 42, 1). O testemunho de Jesus "Filho de Deus" torna-se eco das palavras do Pai no baptismo: «Este é o meu Filho muito amado». Se procurarmos uma ligação entre o evangelho de hoje e a primeira leitura, podemos encontrá-la: «Ele se manifestou para tirar os pecados» (v. 5), diz a primeira leitura; «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!», diz o evangelho (v. 20). É esta a mensagem da liturgia, ao começar o novo ano. E dá-nos ricos ensinamentos sobre a luta contra o pecado. No evangelho vemos que o Cordeiro de Deus tira o pecado do mundo, baptizando no Espírito Santo. O baptismo na água, de João, manifestava o desejo de purificação, mas era impotente contra o pecado. Só o baptismo no Espírito nos pode purificar e libertar do mal. E Jesus deu-nos o baptismo no Espírito por meio da sua morte e ressurreição. A diz-nos Primeira Carta de João que, tendo sido libertados do pecado, havemos de viver na pureza a realizar a justiça. Tendo sido purificados gratuitamente, havemos de viver como puros. A exigência é precedida pelo dom. Porque Deus nos amou e nos transformou, não podemos pactuar com o pecado. Mais ainda: este maravilhoso dom de Deus há-de desenvolver-se: «agora já somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos é que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é». O baptismo no Espírito inclui uma maravilhosa esperança que nos encoraja na difícil caminhada da vida. É pela esperança que nos tornamos puros, como Cristo: «Todo o que tem esta esperança em Deus, torna-se puro, para ser como Ele, que é puro» (v.3). Há duas coisas a considerar no baptismo de Nosso Senhor: a purificação, e a descida do Espírito Santo sob a forma de uma pomba. Fonte: resumo/adaptação de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia/”

2 JANEIRO 2019 - TERÇA-FEIRA DO TEMPO DO NATAL

2 JANEIRO 2019 - TERÇA-FEIRA DO TEMPO DO NATAL Primeira leitura: 1 João 2, 22-28 Em finais do século I, a Igreja viveu uma fase de grandes tribulações: os "anticristos" negavam que Jesus fosse o Messias, o Filho de Deus. A mentalidade gnóstica não podia admitir que o Verbo tivesse verdadeiramente incarnado. Mas negar essas verdades era, para João, excluir-se da comunhão com Deus e da vida. Era ser "anticristo". O verdadeiro cristão deve permanecer fiel à Palavra escutada desde o princípio, isto é, ao mistério pascal na sua totalidade (morte e ressurreição) ensinado pelos apóstolos. É essa a fé que permite estar em comunhão com o Filho e com o Pai (v. 24). Viver em comunhão com Deus é possuir a promessa da «vida eterna» feita por Cristo (v. 25). O crente recebeu a «unção» do Espírito no Baptismo (v. 27). Por isso pode resistir às falsidades dos "anticristos", viver o Evangelho e aguardar a vinda de Cristo. O Espírito dá-nos a força interior da sabedoria, torna-nos discípulos invencíveis e dá-nos confiança em relação ao dia do Senhor (v. 28). Evangelho: João 1, 19-28 João Baptista, que se encontra em Betânia, além do Jordão, dá testemunho de Jesus perante a delegação enviada pelas autoridades de Jerusalém. À pergunta: «Tu quem és?», João afasta todo e qualquer mal-entendido sobre a sua pessoa e a sua missão declarando não ser o Messias esperado. Declara também não ser Elias, nem qualquer profeta, personagens aguardadas para o tempo messiânico, provocando desorientação nos seus interlocutores. Depois apresenta-lhes a sua verdadeira identidade: «Eu sou a voz de quem grita no deserto» (v. 23) e prepara o caminho a Cristo (cf. Is 40, 3). Ele não é a luz, mas apenas uma lâmpada que arde e dá testemunho da luz verdadeira. Ele não é a Palavra incarnada, mas apenas a voz que prepara o caminho pela purificação dos pecados e a conversão do coração. Finalmente declara: «Eu baptizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis» (v. 26). O baptismo de João é apenas um rito para dispor ao acolhimento do Messias; não é ainda o baptismo dos tempos da salvação. João aproxima a sua pessoa da de Cristo para realçar a dignidade e a grandeza de Jesus, cuja vida tem dimensões de eternidade: João não é digno de lhe desatar a correia das sandálias, de lhe prestar os mais humildes serviços... João quer suscitar a fé em Jesus nos seus ouvintes, porque só Ele é o Salvador. O Baptista é apenas o precursor, aquele que vai afrente a preparar os caminhos. João convida a que permaneçamos no Filho e no Pai. A relação com o Pai e o Filho é comparada a uma «unção». A unção permeia, penetra nos tecidos, nos corpos. Assim, quem crê no Filho, possui-O e possui também o Pai, não precisando de mais nada, porque tem o Mestre interior que não mente. Para acreditar, é preciso ser humildes como João Baptista. O homem temperado na solidão do deserto esconde-se e desaparece à sombra d´Aquele que Se apresenta ao mundo. A sua missão foi exactamente dar testemunho. João não negou a Cristo; negou a si mesmo. Dificilmente negamos a Cristo directamente; mas podemos negá-Lo afirmando-nos a nós mesmos. O Cristão de hoje é chamado a ser anunciador do Evangelho e da palavra de Jesus, a voz que grita com a sua vida a verdade de Cristo, apesar da pobreza e da fraqueza que experimenta em si mesmo, nas suas palavras e métodos pastorais. O cristão é aquele que se define em função de Cristo. Dá testemunho d´Ele, prepara- Lhe a missão. Não procura centrar as atenções em si, mas em Cristo e no Evangelho. A humildade é o caminho da caridade e a condição para um testemunho apostólico abençoado por Deus. Para vir até nós, Deus percorreu o caminho da humildade (cf. Fil 2, 6-11). Não temos um caminho diferente para irmos até Ele. A humildade permite-nos permanecer em Deus. A humildade é condição para um apostolado verdadeiro, que põe Cristo no centro das atenções. Não foi sem razão que Jesus nos mandou aprender d'Ele, não a pregar ou a fazer milagres, mas a ser "mansos e humildes de coração" (Mt 11, 29). A igreja apresenta-nos o exemplo do Precursor, para nos preparar a receber o nosso Deus que vem curar o nosso orgulho e salvar-nos pela humildade do presépio. É efectivamente grande a humildade do Precursor e ela brilha nas respostas aos Fariseus. Ele conquistou os corações, para o devolver a Deus, com as suas austeras virtudes e a sua heróica penitência. A sua santidade lembra e ultrapassa a dos maiores profetas. O próprio Nosso Senhor haveria de proclamar a grandeza dos seus méritos e da sua missão que muito tinham pressagiado o seu nascimento. Apesar de tudo, deu a mais humilde resposta aos Fariseus que lhe vêm perguntar se é Elias ou um dos profetas. Ele centra as atenções no Salvador: «Sou a voz que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor» E quando insistiram, pôs-se aos pés do seu Salvador: «Aquele que deve vir depois de mim, era antes de mim e eu não sou digno de lhe desatar as correias das sandálias».

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

***FELIZ ANO NOVO 2019 ***PANORAMA DO MÊS DE JANEIRO 2019

***FELIZ ANO NOVO 2019 ***PANORAMA DO MÊS DE JANEIRO 2019 01.01.1209. Dia mundial da Paz. - 08.00H Celebração na Catedral - 11.00H. No Noviciado dos Dehonianos, Profissão Religiosa de uma Irmã da Companhia Missionária do Coração de Jesus. A Profissão, precedida pelo Retiro Espiritual de 27.12.18 a 0101.19, orientado por D. Ernesto Maguengue, Bispo Auxiliar de Nampula e realizado na sede do Noviciado dos Sacerdotes do Coração de Jesus no Gurúè. 02-08.2019 Exercícios Espirituais em Milevane (Nauela). No Centro de Espiritualidade dos Dehonianos de Milevane: Retiro Espiritual das Religiosas do Amor de Deus. Orientador: Pe. Tonito Muananoua, chanceler da Cúria Diocesana. 04.01.2019: Viajem do Bispo a Espanha, visita familiar e controlo médico. 05-12.012: Gurúè. Assembleia provincial dos Sacerdotes do Coração de Jesus, 12.01.2019. Em Moneia Na Paróquia de N. S. da Anunciação, Moneia (Gilé): Profissão Perpétua de da Ludmilla Guimarães Abreu da Comunidade Católica “Árvore da Vida”. Ao mesmo tempo, desde começos do mês está a decorrer a visita do Fundador desta comunidade, vindo do Brasil. 13.01.2019. Ordenação sacerdotal Na Paróquia de S. Carlos Lwanga de Gurúè-sede, ordenação sacerdotal do diácono Raimundo Adriano Mário, dehoniano, por D. Cláudio dalla Zuanna, Arcebispo da Beira. 18-25.01.2019: Oitavário pela Unidade dos Cristãos. 29.01.2019. Em Muliquela. Na Paróquia/Santuário de N. S. de Fátima de Muliquela, celebração do Aniversário da Fundação do Instituto das Missionárias da Consolata e celebração da Renovação dos Votos da Irmã Alicarda Wangui Kiura.

1 JANEIRO - SANTA MARIA, MÃE DE DEUS – ANO C - DIA MUNDIAL DA PAZ

1 JANEIRO - SANTA MARIA, MÃE DE DEUS – ANO C - DIA MUNDIAL DA PAZ Neste dia, a liturgia coloca-nos diante de evocações diversas, ainda que todas importantes. Celebra-se, em primeiro lugar, a Solenidade da Mãe de Deus: somos convidados a olhar a figura de Maria, aquela que, com o seu sim ao projecto de Deus, nos ofereceu a figura de Jesus, o nosso libertador. Celebra-se, em segundo lugar, o Dia Mundial da Paz: em 1968, o Papa Paulo VI quis que, neste dia, os cristãos rezassem pela paz. Celebra-se, finalmente, o primeiro dia do ano civil: é o início de uma caminhada percorrida de mãos dadas com esse Deus que nunca nos deixa, mas que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude. As leituras de hoje exploram, portanto, diversas coordenadas. Elas têm a ver com esta multiplicidade de evocações. Na primeira leitura (Num 6,22-27), sublinha-se a dimensão da presença contínua de Deus na nossa caminhada, como bênção que nos proporciona a vida em plenitude. - A generosidade do nosso Deus, que não nos abandona nunca, mas continua a criar-nos continuamente, derramando sobre nós a plenitude da vida e da felicidade. - De Deus que tudo recebemos: vida, força e aquelas mil e uma pequeninas coisas que enchem a nossa vida e que nos dão instantes plenos. Tendo consciência dessa presença contínua de Deus ao nosso lado, somos gratos por isso? No nosso diálogo com Ele, sentimos a necessidade de O louvar e de Lhe agradecer por tudo o que Ele coloca na nossa existência? Agradecemos todos os seus dons no ano que acaba de terminar? - É preciso ter consciência de que a “bênção” de Deus não cai do céu como uma chuva mágica que nos molha, quer queiramos, quer não ,mas a vida de Deus, derramada sobre nós continuamente, tem de ser acolhida no coração com amor e gratidão e, depois, transformada em gestos concretos de amor e de paz. É com o nosso “sim” que a vida de Deus nos atinge. Na segunda leitura (Gal 4,4-7) a liturgia evoca outra vez o amor de Deus, que enviou o seu “Filho” ao nosso encontro, a fim de nos libertar da escravidão da Lei e nos tornar seus “filhos”. É nessa situação privilegiada de “filhos” livres e amados que podemos dirigir-nos a Deus e chamar-Lhe “papá”. - A experiência cristã é, fundamentalmente, uma experiência de encontro com um Deus que é “abba” – isto é, que é um “papá” muito próximo, com quem nos identificamos, a quem amamos e em quem confiamos plenamente. - A nossa experiência cristã leva-nos a sentirmo-nos “filhos” amados, ou ao cumprimento de regras e de obrigações? Na Igreja, não se põe, às vezes, ênfase em cumprir determinados ritos externos, esquecendo o essencial – a experiência de “filhos” livres de Deus? - Estamos unidos a todos os outros homens – filhos de Deus como nós – por laços fraternos. É a mesma vida de Deus que circula em todos nós… O que é que esta constatação implica, em termos concretos? O que é que isto significa, no que diz respeito à relação que nos deve ligar com os outros? Faz algum sentido marginalizar alguém por causa da sua raça ou do seu estatuto social? O Evangelho (Lc 2, 16-21),mostra como a chegada do projecto libertador de Deus provoca alegria e contentamento por parte daqueles que não têm outra possibilidade de acesso à salvação: os pobres e os débeis. Convida-nos, também, a louvar a Deus pelo seu cuidado e amor e a testemunhar a libertação de Deus aos homens. Maria, a mulher que proporcionou o nosso encontro com Jesus, é o modelo do crente que é sensível ao projecto de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus na concretização do projecto divino de salvação para o mundo. - O projecto que Deus tem para a humanidade, em Jesus: apresentar-nos uma proposta libertadora, que nos leve a superar a nossa fragilidade e debilidade e a encontrar a vida plena. Temos consciência de que a verdadeira libertação está na proposta que Deus nos apresentou em Jesus e não nas ideologias, ou no poder do dinheiro, ou no brilho da nossa posição social? Quando anunciamos Jesus aos nossos irmãos, é esta a proposta que nós apresentamos – sobretudo aos mais pobres e marginalizados? ¨ Diante da boa nova da libertação, reagimos – como os pastores – com o louvor e a acção de graças? Sabemos ser gratos ao nosso Deus pelo seu empenho em nos libertar da nossa debilidade e escravidão? ¨ Os pastores, depois de terem tomado contacto com o projecto libertador de Deus, fizeram-se testemunhas desse projecto. Sentimos, também, o imperativo do “testemunho” dessa libertação que experimentamos? - Maria “conservava todas estas palavras e meditava-as no seu coração”. Quer dizer: ela era capaz de perceber os sinais do Deus libertador no acontecer da vida. Temos, como ela, a sensibilidade de estar atentos à vida e de perceber a presença – discreta, mas significativa, actuante e transformadora – de Deus, nos acontecimentos banais do nosso dia a dia? Fonte: Resumo/adaptação local de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia/”

domingo, 30 de dezembro de 2018

30 DEZEMBRO 2018 - FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA – ANO C

30 DEZEMBRO 2018 - FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA – ANO C As leituras deste domingo complementam-se ao apresentar as duas coordenadas fundamentais a partir das quais se deve construir a família cristã: o amor a Deus e o amor aos outros, sobretudo a esses que estão mais perto de nós – os pais e demais familiares. A primeira leitura (Sir 3,3-7.14-17a (gr. 2-6.12-14), apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais. É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura. Sentimo-nos gratos aos nossos pais porque eles aceitaram ser, em nosso favor, instrumentos de Deus criador? Lembramo-nos de lhes demonstrar essa gratidão? Apesar da preocupação moderna com os direitos humanos e o respeito pela dignidade das pessoas, a nossa civilização cria, com frequência, situações de abandono e de marginalização, cujas vítimas são, muitas vezes, aqueles que já não têm uma vida considerada produtiva, ou aqueles a quem a idade ou a doença trouxeram limitações. Que motivos justificam o desprezo e abandono daqueles a quem devemos “honrar”? É verdade que a vida de hoje é muito exigente a nível profissional e que nem sempre é possível a um filho estar presente ao lado de um pai que precisa de cuidados ou de acompanhamento especializado. No entanto, a situação é muito menos compreensível se o afastamento de um pai do convívio familiar resulta do egoísmo do filho, que não está para “aturar o velho”… O capital de maturidade e de sabedoria de vida que os mais idosos possuem é considerado por nós uma riqueza ou um estorvo à nossa modernidade? Face à invasão contínua de valores estranhos que, tantas vezes, põem em causa a nossa identidade cultural e religiosa, o que significam os valores que recebemos dos nossos “pais”? Avaliamos com maturidade a perenidade desses valores? A segunda leitura (Col 3,12-21), sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos de todos os que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo. Esse amor deve atingir, de forma mais especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço. Viver “em Cristo” implica fazer do amor a nossa referência fundamental e deixar que ele se manifeste em gestos concretos de bondade, de perdão, de compreensão, de respeito pelo outro, de partilha, de serviço… É este o quadro em que se desenvolvem as nossas relações com aqueles que nos rodeiam? A nossa primeira responsabilidade vai para com aqueles que connosco partilham, de forma mais chegada, a vida do dia a dia (a nossa família). Esse amor, que deve revestir-nos sempre, traduz-se numa atenção contínua àquele que está ao nosso lado, às suas necessidades e preocupações, às suas alegrias e tristezas? Traduz-se em gestos sentidos e partilhados de carinho e de ternura? Traduz-se num respeito absoluto pela liberdade e pelo espaço do outro, por um deixar o outro crescer sem o sufocar? Traduz-se na vontade de servir o outro, sem nos servirmos do outro? As mulheres não gostam de ouvir Paulo pedir-lhes a “submissão” aos maridos… No entanto, não devem ser demasiado severas com Paulo: ele é um homem do seu tempo, e não podemos exigir dele a mesma linguagem com que, nos nossos dias, falamos destas coisas. Apesar de tudo, convém lembrar que Paulo não se esquece de pedir aos maridos que amem as mulheres e não as tratem com aspereza: sugere, desta forma, que a mulher tem, em relação ao marido, igual dignidade. O Evangelho (Lc 2,41-52), sublinha, sobretudo, a dimensão do amor a Deus: o projecto de Deus tem de ser a prioridade de qualquer cristão, a exigência fundamental, a que todas as outras se devem submeter. A família cristã constrói-se no respeito absoluto pelo projecto que Deus tem para cada pessoa. Para Jesus, a prioridade fundamental a que tudo se subjuga (até a família) é o projecto de Deus, o plano que Deus tem para cada pessoa. Maria e José não fizeram cenas diante da resposta “irreverente” de Jesus. Aceitaram que o jovem Jesus não lhes pertencia exclusivamente: Ele tinha a sua identidade e a sua missão próprias. É assim que nos situamos face àqueles com quem partilhamos a experiência familiar? A nossa família potencia o nosso crescimento, abrindo-nos horizontes e levando-nos ao encontro do mundo, ou fecha-nos num espaço cómodo mas limitado, onde nos mantemos eternamente dependentes? Fonte: resumo/adaptação local de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia/