VI-FEIRA – 6ª SEMANA –PÁSCOA – 11 DE MAIO 2018
Primeira leitura: Act 18, 9-18
Galião foi procônsul, isto é, governador da província
da Acaia, a partir de Maio do ano 51. Paulo esteve em Corinto até ao Verão de
51. O episódio narrado por Lucas situa-se nesse breve espaço de tempo.
Os judeus querem captar a benevolência do governador,
acusando Paulo. Mas Galião actua de modo inteligente e diplomático, recusando
intrometer-se em questões internas ao judaísmo.
Lucas quer, mais uma vez, mostrar a neutralidade do
Império em relação aos cristãos. Inicialmente não há hostilidade das
autoridades romanas, e Paulo é mesmo salvo por elas, algumas vezes. Estava
ainda longe o tempo das perseguições.
Paulo continua a ter uma vida difícil, mas o Senhor
confirma-o na missão que lhe confiou entre os pagãos. Discretamente, o
Apóstolo, acompanhado pelo casal de Priscila e Áquila, que lhe dera trabalho,
embarca para a Síria, rumo a Jerusalém e a Antioquia. Permanecera 18 meses em
Corinto, onde teve algum sucesso, entre os judeus e entre os pagãos. O Senhor
afirmou ter lá «um povo numeroso» (v. 9). Mas Paulo não tinha feitio para se
demorar muito tempo no mesmo lugar.
Evangelho: Jo 16, 20-23a
A alegria dos discípulos vem da liberdade que o
afastamento do mundo lhes dá (cf. Jo 8, 32). O encontro «espiritual» com Cristo
ressuscitado produz a liberdade e a alegria nos crentes. E nada nem ninguém
lhas podem tirar. Essa liberdade e essa alegria, que vem da reconciliação do
homem com Deus, realizada por Cristo, e expressa sobretudo na oração
comunitária, vêem-se ilustradas nos capítulos 20-21 de João.
Tal como acontece à mulher, que deu à luz, está feliz
porque terminaram os seus sofrimentos, e deu ao mundo uma nova criatura, também
o cristão está contente porque a sua alegria, fundada na dor, desabrochou na
nova vida que é a páscoa do Senhor.
A morte infame de Jesus transformou-se em alegria
retumbante, alegria que ninguém pode tirar aos discípulos, porque se fundamenta
na fé n´Aquele que vive glorioso à direita de Deus. A partir da ressurreição, a
comunidade cristã, iluminada pelo Espírito, terá uma visão nova da vida e das
coisas, e o mesmo Espírito lhe fará compreender tudo quanto precisar.
Paulo experimenta a presença de Jesus. Experimenta-a
na forma inaugurada com o Pentecostes. Experimenta-a em si mesmo, pela força
que sente no anúncio do Evangelho, mesmo quando as circunstâncias são difíceis.
Sente-a nas comunidades que estão vivas e crescem: «Nada temas, continua a
falar e não te cales, porque Eu estou contigo e ninguém porá as mãos em ti para
te fazer mal, pois tenho um povo numeroso nesta cidade» (v. 10).
O sofrimento do missionário é condição necessária e
lugar privilegiado da alegria eclesial. Paulo será mestre e protagonista dessa
alegria: «Estou cheio de consolação e transbordo de alegria no meio de todas as
nossas tribulações» (2 Cor 7, 4). A seu exemplo, os convertidos acolhem «a
Palavra em plena tribulação, com a alegria do Espírito Santo» (1 Ts 1, 6).
Os ministros da Palavra são tidos «por tristes, nós
que estamos sempre alegres; por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada
tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10).
Jesus, ao subir ao Céu, não se afastou dos discípulos, mas inaugurou uma forma de presença mais profunda no meio deles. A Ascensão libertou-O dos limites da condição terrena e possibilitou-Lhe um contacto pessoal e íntimo com cada um de nós, possibilitou-Lhe estar connosco, com todos, todos os dias: «Eu estou contigo».
«Hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» (v. 22). É a alegria da intimidade com o Senhor, da vida com o Senhor: amar com Ele, actuar com Ele, estar sempre com Ele.
Oração
- Obrigado, Senhor, pela tua presença, de tantos
modos, no meio de nós.
- Posso encontrar-te na Palavra, na Eucaristia, na
comunidade fraterna, na hierarquia da Igreja, no necessitado, e também na tua
presença cósmica, que agora enche universo.
- Posso viver na alegria da liberdade porque estou
repleto da tua presença. Posso dar testemunho corajoso de Ti, porque o teu
Espírito é a minha força.
- Perdoa-me, porque nem sempre vivo e actuo consciente
desta realidade.
- Perdoa-me porque não Te dou suficientes graças por
ela.
- Perdoa-me porque não me empenho suficientemente na
missão, temendo o fracasso.
- Dá-me um coração atento às necessidades dos meus
irmãos, especialmente à necessidade de Ti.
- Ajuda-me a levar a todos a tua alegria e a tua paz,
para que esses dons da tua Ressurreição também possam crescer em mim.
Fonte: Resumo e
adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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