SÁBADO – SEMANA SANTA
31 Março
2018
Sábado –
Semana Santa
O LUTO DE
MARIA E DOS APÓSTOLOS E A PROVAÇÃO DE MADALENA
E viu dois
anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde jazera
o corpo de Jesus. Disseram-lhe eles: Mulher, porque choras? Porque levaram o
meu Senhor, respondeu, e não sei onde O puseram (Jo 20, 12-13).
A Santíssima
Virgem exprime a sua dor com calma em casa de S. João. Madalena, mais agitada,
corre a comprar perfumes e vai ao sepulcro.
O luto,
compaixão e amor, tais são as disposições de que devo penetrar-me hoje para
cumprir a minha missão de discípulo.
1º.- Luto de Maria, de S. João e de
Madalena.
Durante o
grande luto do sábado, Maria, os discípulos e as santas mulheres permaneceram
em casa, por causa do Sabbat (Lc 23, 56).
Para Maria,
havia um outro motivo: Era costume entre os Judeus que a pessoa mais
estreitamente unida ao defunto, a sua mãe, a sua esposa, a irmã permanecesse em
casa durante o grande luto, enquanto que os outros membros da família iam
visitar o sepulcro.
A casa para
Maria, era em casa de João. Tinha-a tomado consigo por ordem de Nosso Senhor. Pedro
também estava lá, não deixava João naqueles dias.
Nós podemos
facilmente pensar que Madalena permaneceu também junto de Maria. Unidas ao pé
da cruz, estavam unidas no luto. A presença de Maria adoçava o luto de
Madalena. A presença de Madalena, que tinha sido toda regada pelo sangue de
Jesus, era para Maria como um resto de Jesus mesmo.
Maria
abandona-se menos à dor do que Madalena. A sua fé não lhe deixa perder de vista
os ensinamentos da Escritura.
Ela sabe que
a alma santa de Jesus não será abandonada nos infernos e que Deus não permitirá
que o corpo do Santo conheça a corrupção: Ela espera a sua próxima visita.
Medita sobre a grandeza do sacrifício e do amor de Jesus e sobre os felizes
frutos que a sua Paixão há-de produzir.
2º.- Amor e fidelidade.
Madalena ela
também nos dá um grande exemplo de fidelidade e de perseverança no amor de
Nosso Senhor. Ela não tem repouso, não pode viver longe do seu Bem-Amado.
Faz-lhe falta o seu Deus, procurá-lo-á. O seu tesouro está no sepulcro, lá
também está o seu coração. As provações não extinguiram as chamas do seu amor.
o seu amor
foi purificado no cadinho dos sofrimentos. É preciso que a sua fidelidade
reduplique: o seu Bem-Amado foi tão cruelmente traído, abandonado! É preciso
que a sua dedicação seja verdadeiramente reparadora.
Logo que a
lei de Deus o permite, sai com as outras duas Maria para comprar perfumes (Mc
16, 1). Por modéstia, não sai sozinha, consulta Pedro, João e Maria, como lhes
irá prestar contas quando tiver encontrado o túmulo vazio. A obediência à
Igreja e a união a Maria são as marcas do verdadeiro espírito de Deus. Depois
da compra dos perfumes, Madalena faz uma visita ao sepulcro com uma só companhia.
Toma o
caminho do Calvário, ainda é escuro, revê em espírito todas as cenas da
sexta-feira. Tem medo de pisar aos pés o precioso sangue. A cruz está ainda lá,
é terrível no meio das sombras da noite. O sepulcro está solitário, os guardas
dormitam. Madalena senta-se e chora. A hora da consolação não chegou. Nosso
Senhor deixa-a nas suas angústias e, todavia, fortifica a sua coragem. Volta
para a casa de dor, não encontrou o seu Bem-Amado. Quando tivermos perdido a
presença de Nosso Senhor, procuremo-lo assiduamente como Madalena.
3º.- Ardor de Madalena e as suas
provações. – O coração
amante de Madalena não conhece nem atraso nem desânimo. Logo que isto é
possível: Valde mane, valde diluculo, cum adhuc tenebrae essent (Mc, Lc, Jo),
Madalena sai com as outras duas Marias para voltar ao Calvário. Ela adianta-se,
corre.
Durante esta
noite, ela dizia com o Salmista: «A minha alma suspira por vós, ó meu Deus,
como o veado sedento pela água das fontes. Quando vos tornarei a ver, Ó meu
Deus? Quando hei-de comparecer diante da vossa face? Enquanto derramo lágrimas
inextinguíveis, os meus inimigos riem-se e dizem-me: Onde está o teu Deus? … Ó
minha alma, espera mesmo assim, porque ainda o hás-de louvar, o teu Senhor e o
teu Deus» (SI 41).
Mas Nosso
Senhor quer provar ainda mais a sua fidelidade e a sua constância.
Chegando ao
Calvário, Madalena vê que a pedra foi retirada e que o sepulcro está vazio. Não
pensava na ressurreição, procurava o corpo magoado e dilacerado do seu Salvador
para lhe prestar o piedoso dever de uma sepultura digna dele. Mesmo esta
esperança é desenganada. Não lhe resta mais nada senão chorar pelo seu Jesus! É
como se fosse fulminada. Todavia, ela não sucumbe à sua dor, adora, humilha-se,
recorda-se dos seus pecados que justificam esta privação do seu Jesus, do seu
Salvador bem-amado.
Maria, João,
Madalena e as santas mulheres são os nossos modelos nesta jornada de compaixão
e de reparação. São os únicos amigos fiéis de Jesus. Unir-me-ei a eles hoje e todos os
dias. Procurarei o meu Jesus como Madalena, todas as vezes que tiver perdido a
sua presença sensível. Não desanimarei nunca na minha fé, na minha confiança e
no meu amor.
Fonte: resumo e adaptação local de
um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia”
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