SÁBADO – X
SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES
16 JUNHO 2018
Primeira leitura: 1 Reis 19, 19-21
Eliseu é chamado a ser profeta, quando se encontra a
trabalhar no campo. Deus chama profetas de todas as origens e condições
sociais. A sua vocação é sancionada por um gesto exterior, que funciona como
uma espécie de sinal sacramental. Assim foi também com Eliseu, quando Elias
lançou sobre ele o seu manto. E assim começa o chamado Ciclo de Eliseu.
Eliseu dá testemunho de uma opção radical por Deus,
quando larga os bois e o arado, o trabalho e a família, para seguir Elias.
Cristo será ainda mais exigente quando se der conta de que alguém que pretendia
segui-lo, queria despedir-se da família: «Quem olha para trás, depois de deitar
a mão ao arado, não é apto para o Reino de Deus» (Lc 9, 62). Poderá haver
alguma margem de hipérbole; mas as exigências de Jesus eram, de facto, mais
urgentes e radicais.
Evangelho: Mateus 5, 33-37
A quarta antítese refere-se ao segundo e ao oitavo
mandamento (Ex 20, 7.16; Nm 30, 3ss.; Dt 23, 22-24). Na sociedade judaica
abusava-se do juramento (Mt 23, 16-22). Porque não se podia pronunciar o nome
divino, contornava-se o obstáculo referindo-se ao céu, à terra, a Jerusalém, à
própria cabeça. Mas, mais uma vez, Jesus elimina a casuística ao afirmar: «Seja
este o vosso modo de falar: Sim, sim; não, não. Tudo o que for além disto
procede do espírito do mal» (v. 37).
Num mundo onde predomina a mentira, seria necessário
invocar Deus como testemunha do que afirmamos. Mas o cristão sabe que Deus está
sempre presente, que não é preciso chamá-lo como testemunha. «Sim, sim», «não,
não», proferidos na presença de Deus, equivalem a um juramento. A Carta de
Tiago faz eco deste ensinamento de Cristo, quando diz: «Meus irmãos, não
jureis, nem pelo Céu, nem pela Terra, nem façais qualquer outro juramento. Que
o vosso «sim» seja sim e que o vosso "não" seja não, para não
incorrerdes em condenação» (5, 12).
Eliseu realizou um gesto radical ao desfazer-se dos
bois e do arado, e ao deixar a família e a profissão. Mas Jesus será ainda mais
exigente com aqueles que chama para O seguirem. Um desses diz-lhe: «Senhor,
deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.» Mas Jesus respondeu-lhe: «Segue-me e
deixa os mortos sepultar os seus mortos» (cf. Mt 8, 21-22). «Disse-lhe ainda
outro: «Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha
família.» Jesus respondeu-lhe: «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao
arado, não é apto para o Reino de Deus.» (Lc 9, 61-62). Quais são os apegos que impedem
ou dificultam o meu seguimento de Jesus?
Jesus mostra-se contrário ao perjúrio, que é contrário
ao respeito devido a Deus. Mas também se mostra contra toda a espécie de
juramento, em que se pretende envolver Deus para sufragar uma afirmação. O
juramento é falta de respeito por Deus, que se invoca como testemunha, talvez
de palavras não verdadeiras, instrumentalizando-O aos nossos interesses
egoístas. E também é falta de respeito pelas criaturas de Deus, quando são elas
as invocadas: «Não jureis de maneira nenhuma … Seja este o vosso modo de falar:
Sim, sim; não, não» (cf. vv. 34-37).
Geralmente recorre ao juramento quem não é sincero; temendo não ser acreditado, procura apoio para as suas palavras na autoridade de Deus, que, pelo contrário, quer sinceridade e simplicidade.
Pode ser útil um bom diagnóstico às patologias da minha oralidade, uma vez que «é no falar que o homem se dá a conhecer» (Sir 27, 7). Por isso, convém perguntar: são as minhas palavras vazias, ociosas, insignificantes, mentirosas, inexpressivas, estultas, expeditas, vulgares?
Geralmente recorre ao juramento quem não é sincero; temendo não ser acreditado, procura apoio para as suas palavras na autoridade de Deus, que, pelo contrário, quer sinceridade e simplicidade.
Pode ser útil um bom diagnóstico às patologias da minha oralidade, uma vez que «é no falar que o homem se dá a conhecer» (Sir 27, 7). Por isso, convém perguntar: são as minhas palavras vazias, ociosas, insignificantes, mentirosas, inexpressivas, estultas, expeditas, vulgares?
A assimilação da Sagrada Escritura permitir-me-à
«falar com as palavras de Deus» (1 Pe 4, 11), «falar com graça» (Cl 4, 6), isto
é, falar sob a inspiração do Espírito Santo: «Não sereis vós a falar, mas o
Espírito do vosso Pai é que falará por vós» (Mt 10, 20).
Como cristãos, conhecemos e acreditamos, aderimos àquele que é a Verdade, Jesus Cristo. Por isso, há que ser verdadeiros. Na Igreja recebemos o dom da fé, que orienta a nossa vida e nos inspira a deixar tudo para seguir a Cristo.
Como cristãos, conhecemos e acreditamos, aderimos àquele que é a Verdade, Jesus Cristo. Por isso, há que ser verdadeiros. Na Igreja recebemos o dom da fé, que orienta a nossa vida e nos inspira a deixar tudo para seguir a Cristo.
Virgem Maria, Mãe de Jesus e minha mãe, ajuda-me a ser
verdadeiro. O teu «Sim», tão simples, empenhou toda a tua vida, no respeito
profundo por Deus e por todas as criaturas. Por isso, todos recorrem a Ti e te
invocam como Espelho da santidade divina, Virgem fiel, Mãe do bom conselho.
Ajuda-me, Senhora, a viver sempre na simplicidade, na sinceridade, no respeito, e ser generoso no seguimento do teu Filho Jesus.
Ajuda-me, Senhora, a viver sempre na simplicidade, na sinceridade, no respeito, e ser generoso no seguimento do teu Filho Jesus.
Fonte: Adaptação de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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