14 DE MAIO - S. MATIAS-
S. Matias não pertencia ao grupo dos Doze escolhidos
por Jesus para seus companheiros e mensageiros (Mc 3, 14). Mas provavelmente
era um dos setenta e dois discípulos que Jesus enviou em missão (Lc 10, 1ss.).
De qualquer modo, como firma S. Pedro, estava entre aqueles que, após o batismo
de Jesus por João Batista, não tinham deixado de acompanhar os Apóstolos e
haviam sido testemunhas da Ressurreição (At 1, 22-23). Quando após a Ascensão
se tornou necessário escolher um substituto para Judas, Matias foi agregado ao
Colégio Apostólico. O seu nome encontra-se no segundo elenco do Cânon Romano.
Primeira leitura: Atos dos Apóstolos 1, 15-17, 20-26
Pedro, ao iniciar o seu ministério, preocupa-se em
recompor o número dos apóstolos, - Doze -, explicando à comunidade as
motivações de tal preocupação. Para entrar no Colégio Apostólico, o candidato
deve ter partilhado as experiências do ministério público de Jesus. Exige-o o
testemunho eficaz da Ressurreição do Senhor. Para o cristão, a fé enxerta-se na
história e a história abre-se a Deus que visita e salva. A oração dos Apóstolos
(vv. 24-25) sugere claramente que a escolha não é obra deles, mas é confiada à
vontade e à intervenção do Senhor.
Segunda leitura: João 15, 9-17
O apóstolo partilha a missão de Jesus, que o escolhe e
envia. Mas, ainda antes disso, Jesus e os seus discípulos partilham o mesmo
amor que Deus, o Pai, lhes deu. O primeiro dever do apóstolo é permanecer no
amor, no amor de Jesus para com ele, e no amor de Jesus para com o Pai. É viver
na comunhão simultaneamente horizontal e vertical, isto é, com os irmãos na fé
e com Deus, meta última do nosso amor.
O discípulo de Jesus, porque se sente amado e partilha
com Jesus o amor do Pai, sabe que tem um mandamento a observar, o mandamento do
amor. Este mandamento não inibe a nossa liberdade, mas exalta-a. O verdadeiro
discípulo de Jesus tem plena consciência de ser seu amigo, e sente-se chamado a
viver essa amizade “até ao fim”, até ao dom de si mesmo.
S. Matias foi escolhido para ser amigo de Jesus e seu
apóstolo. Como aos Onze, que restavam do Colégio Apostólico, Jesus diz: “És meu
amigo, se fizeres o que Eu te mando.” (cf. v. 14). Os temas do mandamento e o
do amor repetem-se, hoje, no evangelho: “Permanecei no meu amor. Se
guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor.” (vv. 9-10); “É este
o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei.” (v. 12). Esta
insistência no mandamento, a propósito do amor, pode causar-nos estranheza.
O amor, pensamos, só pode ser livre, uma vez que é
algo de espontâneo e se desenvolve por leis próprias. Não são precisos
mandamentos para o observar. Mas o cristão sabe que o verdadeiro amor não é
pura espontaneidade, mas dom de Deus, derramado nos nossos corações. Para Jesus
o verdadeiro amor leva a cumprir a vontade do outro: “Eu tenho guardado os
mandamentos do meu Pai, e permaneço no seu amor” cf. (v. 10). Para amar o Pai,
Jesus vive em permanente adesão à sua vontade.
O Pai, e Jesus, querem que também nós amemos. Trata-se
de uma espécie de círculo, que não é vicioso, mas de progresso no amor. A
verdadeira adesão à vontade de Deus realiza-se no amor e, para que o nosso amor
progrida, é preciso que seja adesão à vontade divina. Esta é a lei fundamental
da vida espiritual: para amar, procuramos a vontade de Jesus, a vontade do Pai;
procurando e cumprindo esta vontade, progredimos no amor.
Senhor Jesus, quero ser teu amigo. Não olhes para os
meus méritos, mas para a misericórdia do teu coração. Perdoa o meu pecado e olha-me
com predilecção. Sei que precisas de colaboradores livres e alegres. Quero ser
um deles.
Tenho muito que aprender de ti e tu tens muito para me
ensinar e entregar.
Eis-me aqui! Quero ser teu amigo, um dos teus
prediletos, um daqueles a quem confias quanto tens no coração e, como tu, fazer
em tudo a vontade do Pai.
Fonte:
Resumo e adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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