6ª FEIRA da III SEMANA DA PÁSCOA
Primeira leitura: Actos 9, 1-20
Lucas narra três vezes a conversão de Paulo (9, 1-22;
22, 3-16; 26, 9-18). Esta tripla narrativa significa a importância
extraordinária do acontecimento.
A missão de
Paulo entre os gentios era um problema. Porque é que os missionários cristãos
não continuaram a evangelizar os judeus? Lucas sabe que essa mudança radical
correspondia à vontade de Cristo. Paulo não queria ser cristão e, muito menos,
queria ser missionário. Mas teve que sê-lo!
O nosso texto apresenta-nos Saulo a caminho de
Damasco, decidido a
exterminar aquilo que julgava ser uma seita. Mas é envolto em luz e ouve uma voz que o interroga…
exterminar aquilo que julgava ser uma seita. Mas é envolto em luz e ouve uma voz que o interroga…
Trata-se de uma típica narrativa de vocação. Saulo
ouve a voz d´Aquele que persegue. Cai do cavalo, fica cego e jejua três dias.
Assim morre para a sua cegueira interior e ressuscita para uma nova compreensão
da realidade.
O «mistério» de Saulo, e o alcance da sua missão, são entretanto revelados a
um tímido discípulo, chamado Ananias. Saulo é chamado a levar o nome de Jesus aos
pagãos e ao seu rei, tal como aos filhos de Israel.
Não se podia dizer melhor o conteúdo da missão e da «paixão» de Saulo. De
facto, poucos dias depois, Saulo começa a sua surpreendente missão, proclamando
«Filho de Deus» aquele Jesus cujo nome pouco antes escarnecia, perseguindo os
seus discípulos.
Evangelho: João 6, 52-59
Nesta secção, a mensagem é aprofundada e torna-se mais
sacrificial e eucarística. Jesus é o pão da vida, não só pelo que faz, mas
especialmente por causa da eucaristia. Jesus-pão é identificado com a sua
humanidade, aquela humanidade que será sacrificada na cruz para salvação dos
homens.
Jesus é pão, seja como palavra de Deus, seja como
vítima sacrificial, que se faz dom por amor ao homem. A murmuração dos judeus
denuncia a mentalidade incrédula de quem não se deixa regenerar pelo Espírito e
não tenciona aderir a Cristo.
Jesus insiste: «se não comerdes mesmo a carne do Filho
do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós» (v. 53). Mais ainda:
anuncia frutos extraordinários para aqueles que participam no banquete
eucarístico: não se perderá (v. 39), será ressuscitado no último dia (v. 54) e
viverá eternamente (v. 58).
Todos estes ensinamentos de Jesus, em Cafarnaúm, mais
do que tratar do
sacramento, referem-se à revelação gradual do mistério da pessoa e da vida de
Jesus.
sacramento, referem-se à revelação gradual do mistério da pessoa e da vida de
Jesus.
A missão é de Deus e está nas suas mãos. Por isso,
sabe procurar colaboradores onde bem entende. Por vezes, escolhe pessoas que já
gastaram muitas energias em actividades que nada tinham a ver com o Evangelho,
ou até eram contra ele.
A primeira leitura apresenta-nos o caso de Saulo. Mas
a história da Igreja apresenta-nos tantos outros, como Agostinho, Francisco de
Assis, Inácio de Loiola… Há que não se deixar perturbar pela «falta» de
vocações, ou pela qualidade
«aparente» daquelas que nos chegam.
«aparente» daquelas que nos chegam.
Façamos o que está ao nosso alcance e confiemos em
Deus, que pode, e certamente quer, continuar a surpreender-nos. Rezemos ao
Senhor da messe, para que mande trabalhadores para a sua messe, e demos
testemunho, quais modestos Ananias, para ajudarmos os novos apóstolos que o
poder de Deus quiser suscitar.
As palavras de Jesus são duras:
«se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós» (v. 53). «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!» – perguntam os seus ouvintes. Mas Jesus não atenua as suas afirmações. Poderia dizer que não se trata exactamente de comer a
«se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós» (v. 53). «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!» – perguntam os seus ouvintes. Mas Jesus não atenua as suas afirmações. Poderia dizer que não se trata exactamente de comer a
sua carne, mas de aderir, na fé, à sua pessoa. Mas o
Senhor insistiu no realismo: «se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e
não beberdes o seu sangue…». Jesus não nos liga a Ele apenas pela fé. Liga-nos
pelo seu corpo e pelo seu sangue, com toda a estrutura que forma o seu corpo,
que é a Igreja. Ele não está simplesmente presente em nós, no nosso íntimo.
Também está
fora, nos outros, na Igreja. A comunhão com os irmãos é um modo de nos unirmos
também a Ele. A fé tem uma expressão externa.
A Eucaristia é presença, no meio de nós, do corpo e do sangue de Jesus, que deve encher toda a nossa vida, dando-nos uma nova forma de existência: «Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele» (v. 56).
A Eucaristia é presença, no meio de nós, do corpo e do sangue de Jesus, que deve encher toda a nossa vida, dando-nos uma nova forma de existência: «Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele» (v. 56).
A Eucaristia é o máximo sacramento da união com Cristo
e entre nós, edifica-
nos na caridade como indivíduos e como comunidade: “Testamento do amor de Cristo que se entrega para que a Igreja se realize na unidade e assim anuncie a esperança ao mundo, a Eucaristia reflecte-se em tudo o que somos e vivemos” (Cst. 81). Cada celebração eucarística deve levar a um aumento de caridade fraterna no único amor do Coração de Jesus: “O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão” ( 1 Cor 10, 16-17). Se a Igreja faz a Eucaristia, é também verdade que a Eucaristia faz a Igreja.
nos na caridade como indivíduos e como comunidade: “Testamento do amor de Cristo que se entrega para que a Igreja se realize na unidade e assim anuncie a esperança ao mundo, a Eucaristia reflecte-se em tudo o que somos e vivemos” (Cst. 81). Cada celebração eucarística deve levar a um aumento de caridade fraterna no único amor do Coração de Jesus: “O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão” ( 1 Cor 10, 16-17). Se a Igreja faz a Eucaristia, é também verdade que a Eucaristia faz a Igreja.
Senhor, quando rezo pelas vocações, nem sempre estou
certo de que me escutas, porque tenho rezado tanto e vejo tão poucos frutos.
Rezo porque mandaste que eu rezasse. Hoje, porém, sinto-me animado pela tua
acção em Saulo e, pensando nas dificuldades actuais, atrevo-me a dizer-te
confiadamente: renova no meio de nós os teus prodígios. Mostra, mais uma vez o
teu poder, suscitando evangelizadores ardorosos com a qualidade de Saulo, de
Agostinho, de Xavier e de tantos outros que bem conheces e me enchem de
espanto. Não me deixes desiludido. Mostra o teu poder, para bem do teu povo. Dá
à tua Igreja os sacerdotes, os religiosos, os missionários que precisa, para
que o teu nome chegue aos confins da terra.
Fonte: Resumo e
adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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