06º Domingo do Tempo Comum – Ano B
11 Fevereiro 2018
A liturgia do
6º Domingo do Tempo Comum apresenta-nos um Deus cheio de amor, de bondade e de ternura,
que convida todos os homens e todas as mulheres a integrar a comunidade dos
filhos amados de Deus. Ele não exclui ninguém nem aceita que, em seu nome, se
inventem sistemas de discriminação ou de marginalização dos irmãos.
A primeira leitura (Lev 13, 1-2.44-46 prepara-nos para entender a
novidade de Jesus, essa novidade que o Evangelho de hoje nos apresenta. Jesus
virá demonstrar que Deus não marginaliza
nem exclui ninguém e que todos os homens são chamados a integrar a família dos
filhos de Deus.
O texto
denuncia uma lógica humana, injusta, prepotente, criadora de exclusão e de
marginalização.
O texto
convida-nos a repensar as nossas atitudes e comportamentos face aos nossos
irmãos. Não será possível que os nossos preconceitos estejam a criar
marginalização e exclusão para os nossos irmãos?
A segunda leitura (1 Cor 10, 31-11,1),convida os cristãos a
terem como prioridade a glória de Deus e o serviço dos irmãos. O exemplo
supremo deve ser o de Cristo, que viveu na obediência incondicional aos
projectos do Pai e fez da sua vida um dom de amor, ao serviço da libertação dos
homens.
Paulo deixa
claro que, para o cristão, o valor absoluto e ao qual tudo o resto se deve
subordinar é o amor.
Paulo refere o
exemplo de Cristo, a quem todo o cristão deve imitar. Cada cristão deve ser capaz de
prescindir dos seus interesses e esquemas pessoais, a fim de dar prioridade aos
projectos de Deus; cada cristão deve ser capaz de ultrapassar o egoísmo e o
comodismo, a fim de fazer da sua própria vida um serviço e um dom de amor aos
irmãos.
O Evangelho (Mc 1 ,40-45), diz-nos que,
em Jesus, Deus desce ao encontro dos seus filhos vítimas da rejeição e da
exclusão, compadece-Se da sua miséria, estende-lhes a mão com amor, liberta-os
dos seus sofrimentos, convida-os a integrar a comunidade do “Reino”. Deus não pactua com a discriminação e
denuncia como contrários aos seus projectos todos os mecanismos de opressão dos
irmãos.
O texto termina
com a indicação de que o leproso purificado “começou a apregoar e a divulgar o
que acontecera”, apesar do silêncio que Jesus lhe impusera. Marcos quer,
provavelmente, sugerir que quem experimenta o poder integrador e
salvador de Jesus converte-se necessariamente em profeta e em testemunha
do amor e da bondade de Deus.
Deus não exclui ninguém e não aceita que, em seu nome, se inventem
sistemas de discriminação ou de marginalização dos irmãos. Às vezes há pessoas que inventam mecanismos de exclusão, de segregação, de
sofrimento.
A atitude de Jesus em relação ao
leproso é uma atitude de proximidade, de
solidariedade, de aceitação. Jesus não
está preocupado com o que é política ou religiosamente correcto, ou com a
indignidade da pessoa, ou com o perigo que ela representa para uma certa ordem
social… Ele apenas vê em cada pessoa um irmão que Deus ama e a quem é preciso
estender a mão e amar, também. Como é que lidamos com os excluídos da
sociedade ou da Igreja? Procuramos integrar e acolher (os estrangeiros,
os marginais, os pecadores, os “diferentes”) ou ajudamos a perpetuar os
mecanismos de exclusão e de discriminação?
O gesto de
Jesus de estender a mão e tocar o leproso é um gesto provocador, que denuncia
uma Lei iníqua, geradora de discriminação, de exclusão e de sofrimento. Hoje
temos leis que são geradoras de
marginalização e de sofrimento. Como Jesus, não podemos conformarmo-nos com
essas leis e muito menos pautar por elas os nossos comportamentos para com os
nossos irmãos.
O leproso,
apesar da proibição de Jesus, “começou a apregoar e a divulgar o que
acontecera”. Marcos sugere, desta forma, que o encontro com Jesus transforma
de tal forma a vida do homem que ele não pode calar a alegria pela novidade que
Cristo introduziu na sua vida e tem de dar testemunho. Somos capazes de
testemunhar, no meio dos nossos irmãos, a libertação que Cristo nos trouxe.
Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de "dehonianos.org/pprtal/liturgia"
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