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Deus continua
presente no meio do seu povo.
Quinta-feira –
XIX Semana
Primeira Leitura: Josué 3, 7-10ª.11.13-17
Desaparecido Moisés, Deus continua presente no meio do seu povo, prosseguindo a obra da
salvação, agora com um novo líder, Josué, que introduz o povo na terra da
promessa. O livro de Josué narra os acontecimentos, certamente mais lentos e
trabalhosos do que o autor sagrado deixa entender. Estes autores sagrados, mais
do que historiadores, eram teólogos, e a sua versão da conquista da terra é
teológica e profética.
A entrada de Israel na terra prometida é descrita no
livro de Josué como uma solene procissão litúrgica, em que a Arca da Aliança,
lugar da presença de Deus no meio do povo, ocupa o lugar principal. É sempre Deus fiel que precede e acompanha
o seu povo. Ele fala a Josué como antes falava a Moisés. O novo chefe
interpreta e transmite a voz de Deus.
Diante da terra prometida repete-se o que aconteceu
diante do Mar Vermelho. As águas detiveram-se, e o povo, que acompanha a Arca
da Aliança, passa o rio Jordão a pé enxuto. A intervenção miraculosa de Deus
marca os dois momentos: a saída do Egipto para a liberdade, e a saída do
deserto para a terra onde «corre leite e mel». O Salmo 113, que hoje cantamos
como salmo responsorial da liturgia da palavra, junta a memória do Mar Vermelho
e do rio Jordão: «À vista disso, o mar afastou-se e o Jordão voltou atrás… Que
tens, ó mar, para assim fugires, e tu, Jordão, para retrocederes?» Passando
Deus, também passa o seu povo.
Evangelho: Mateus 18, 21-19, 1
Depois de ter falado do modo como a comunidade há-de
tratar os irmãos pecadores, e da necessidade de os voltar a ganhar, bem como da
oração comum, trata agora do comportamento
que há-de ter quem se sentir pessoalmente ofendido pelos outros. O judaísmo
já conhecia o dever de perdoar as ofensas. Mas tinha elaborado uma espécie de
“tarifário”, que variava de escola para escola. Assim compreendemos a pergunta
de Pedro a Jesus: queria saber qual era o seu tarifário, se era exigente como a
escola que exigia o perdão até sete vezes (18, 21).
A resposta de Jesus é dada em fórmula de parábola, que
liberta o perdão de qualquer tarifa, para fazer dele o sinal da presença do
Reino na terra. A parábola apresenta a figura de um rei e do seu devedor, que
lhe devia dez mil talentos. Alguns pormenores evocam o juízo final: o rei, cair
aos pés do rei, prostrar-se, ter piedade… A desproporção entre os dez mil
talentos e os cem denários, realça as diferenças entre as concepções humanas e
divinas da dívida e da justiça. Finalmente, também a pena aplicada ao servo, que
durará até que tenha pago tudo, lembra o suplício eterno.
A chave de leitura e de compreensão está no último
versículo: «Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não
perdoar ao seu irmão do íntimo do coração» (v. 35). Deus perdoa-nos se também nós soubermos perdoar. Mas, enquanto a
nossa capacidade de misericórdia é limitada, a de Deus é infinita. Há que
aproximar da misericórdia de Deus a nossa misericórdia para com os irmãos,
porque Deus é extremamente generoso connosco.
Na narrativa da passagem do rio Jordão, o protagonista
não é Josué, nem o povo, mas a Arca da Aliança, também chamada “Arca de Deus”,
“Arca da Aliança do Senhor de toda a terra”. Graças à Arca da Aliança, o povo
consegue passar o rio Jordão, em plena cheia, no tempo das ceifas, como ainda
agora acontece. Essa Arca, levada em procissão, e que precede a entrada do povo
na terra prometida, fala-nos da presença de Deus no meio do povo e do pacto de
amor de Deus com o seu povo.
Este pacto de amor, esta aliança, é iniciativa da
superabundante caridade de Deus. Mas exige uma resposta de fidelidade da parte
do povo. Essa fidelidade passa pela observância dos mandamentos do amor a Deus
e ao próximo, com o mandamentos das tábuas da lei, encerrados na arca, que são
como que a presença da fidelidade de Deus. É diante desta presença de Deus que
se renovam os prodígios do êxodo.
O elemento decisivo, para vencermos as dificuldades da
vida, não são as nossas forças, a nossa boa vontade, mas esta presença de Deus,
e a nossa união com Ele. As crises no cumprimento da aliança, por parte de
Israel, aconteceu sobretudo pela negligência em observar, seja o amor de Deus
seja o amor do próximo. Mesmo quando o povo permanece fiel a ritos que honram a
Deus, os profetas censuram a falta de atenção ao próximo, ao órfão, à viúva,
aos pequenos. Deus não pede sacrifícios, mas misericórdia.
No Novo Testamento, as exigências de Deus tornam-se ainda maiores e mais positivas. Jesus resume a lei e os profetas no duplo mandamento: «Amarás o Senhor, teu Deus… Amarás o teu próximo» (cf. Mc 12, 30-31). Mais ainda: «amai-vos uns aos outros como eu vos amei» (Jo 15, 12).
No Novo Testamento, as exigências de Deus tornam-se ainda maiores e mais positivas. Jesus resume a lei e os profetas no duplo mandamento: «Amarás o Senhor, teu Deus… Amarás o teu próximo» (cf. Mc 12, 30-31). Mais ainda: «amai-vos uns aos outros como eu vos amei» (Jo 15, 12).
O amor é, de facto, exigente. Não se vive o amor sem
aceitar sacrifícios, sem aceitar renúncias. Há circunstâncias em que não é
fácil amar. Mas o amor é uma exigência e um dom de Deus. Jesus vem a nós para
amar. O seu Coração palpita no nosso coração. Por isso, é possível amar.
Se acolhermos o dom de Deus, não há dificuldades que o
amor não ultrapasse. Mesmo perdoar até setenta vezes sete.
Sentimos uma imensa necessidade de, cada dia,
repetirmos o pedido do Pai-nosso: «perdoai-nos as nossas ofensas, assim como
nós perdoamos a quem nos tem ofendido». Estamos feridos pelo pecado, temos o
coração endurecido por causa dele, temos dificuldade em perdoar aos nossos
irmãos. Peçamos ao Senhor que Infunda em nós a sua misericórdia, o seu Espírito
Santo, que nos cura, nos redime do pecado, nos faz criaturas novas, capazes de
perdoar, de amar e ser amados. Assim seremos profetas do amor e servidores da
reconciliação.
Fonte:
resumo e adaptação local de um texto de: <dehonianos.org/portal/liturgia>
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