sexta-feira, 18 de agosto de 2017

A PALAVRA HOJE, PALAVRA VIVA. REFLEXÃO PARA O SÁBADO DA XIX SEMANA DO TEMPO COMUM



A PALAVRA HOJE, PALAVRA VIVA
Sábado - XIX Semana -Tempo Comum – Anos Ímpares 

Primeira Leitura: Josué 24, 14-29

A aliança de Siquém conclui-se com três momentos essenciais.
Primeiro, é o convite de Josué ao povo para que adira totalmente ao Senhor, renunciando aos ídolos. O chefe dá exemplo em nome da sua casa e da sua tribo: «eu e a minha casa serviremos o Senhor» (v. 15). O povo responde com uma grande purificação da memória e com a renúncia colectiva aos ídolos para servir o Senhor. 

Segue-se o segundo momento: Josué anuncia a realeza do Deus de Israel, Deus da Aliança, que é santo e cioso, como demonstrou em diversos momentos ao longo da caminhada pelo deserto. Não falta uma ameaça: «Quando abandonardes o Senhor para servir a deuses estranhos, Ele voltar-se-á contra vós e far-vos-á mal; há-de destruir-vos, após ter-vos feito bem» (v. 20). 

Finalmente, num terceiro momento, por duas vezes, ecoa a profissão de fé do povo, com uma promessa de aliança concreta em palavras e obras: «Nós serviremos o Senhor nosso Deus, e obedeceremos à sua voz» (v. 24). A história sucessiva mostrará que, apesar desta força na adesão ao Senhor, a fraqueza humana virá ao de cima. Mas Deus será fiel.

O discurso de Josué ao povo, na assembleia de Siquém, deixa-nos perplexos. Primeiro, ordena-lhes que temam e sirvam o Senhor: «Temei o Senhor, e servi-o… Afastai esses deuses» (v. 14). 

Depois, deixa ao povo escolher a quem quer servir: «se vos desagrada servi-lo, então escolhei hoje aquele a quem quereis servir» (v. 15).
Finalmente, quando o povo já tinha escolhido servir o Senhor, «serviremos o Senhor» (v. 18), Josué, em vez de aprovar a decisão, inicia um discurso dissuasivo: «Vós não sereis capazes de servir o Senhor» (v. 19). Será perigoso servi-l´O, porque, em caso de infidelidade, «voltar-se-á contra vós e far-vos-á mal» (v. 20).

Como se explica esta atitude de Josué? Provavelmente porque quer evitar um compromisso superficial, por parte dos Israelitas, um compromisso que não resistiria à primeira dificuldade.

Aceitar entrar em aliança com Deus não é coisa de pouca monta, não é uma simples formalidade. Tem consequências na vida que não podemos ignorar ou esquecer. É um compromisso que envolve toda a pessoa, em todas as suas actividades, em todos os seus pensamentos, em todas as suas aspirações.
 O homem é livre de optar por Deus ou por seguir outros caminhos. Deus não impõe compromissos, porque isso seria indigno do homem, e indigno do próprio Deus. Somos livres de escolher. Mas quem se compromete com Deus, deve fazê-lo seriamente. 

A dignidade da pessoa humana está precisamente na capacidade de assumir compromissos sérios. Assim foi renovada a aliança em Siquém.

Evangelho: Mateus 19, 13-15

Na época de Jesus, o rito da imposição das mãos e da bênção das crianças era frequentemente usado. Faziam-no os pais, mas também os rabinos famosos, a quem se pedia a bênção. É nesse contexto que se deve entender o episódio narrado hoje por Mateus, e que não deve ser confundido com o que ouvimos na terça-feira passada. Aí tratava-se do apelo à conversão, que exige tornar-se como crianças. Aqui fala-se de Jesus. Perante o “zelo” dos discípulos, Ele manifesta a intenção de não afastar ninguém do Reino. Quando diz «delas» (v. 14b), não se refere à idade, mas quer evidenciar «os que se assemelham a elas». 

Na antiguidade, as crianças não eram consideradas significativas na sociedade. Mas Jesus faz delas privilegiadas no reino de Deus, admite-as com agrado na comunidade cristã.

A atitude dos discípulos em querer afastar as crianças revela a sua falta de compreensão pelo ministério de Cristo. Jesus é Aquele que acolhe os pequenos para lhes oferecer o Reino. A imposição das mãos sobre as crianças e a oração é um gesto de bênção (vv. 13.15). Mas é também um sinal de que a salvação é comunicada a todos os que podem identificar com elas: os pequenos, os pobres, os humildes.

Os cristãos são chamados a renovar, cada ano, na Vigília Pascal, os próprios compromissos baptismais. São chamados a acolher a luz de Deus na própria vida, o desejo de Deus sobre a sua existência, o amor de Deus. Somos convidados a fundamentar tudo na nossa relação com Deus, que dá verdadeira liberdade interior, nos torna acolhedores, capazes de relações mais sinceras, mais cordiais com os outros.

O evangelho apresenta-nos Jesus, que, sendo completamente disponível para o amor que provem do coração do Pai, é acolhedor com todos, particularmente com as crianças.

Vivendo os nossos compromissos baptismais, vivendo como filhos de Deus, caminhamos na caridade de Cristo que nos amou e se entregou por nós.

Fonte: resumo e adaptação local de um texto de:
<dehonianos.org/portal/liturgia>

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