sexta-feira, 11 de agosto de 2017

A PALAVRA HOJE, PALAVRA VIVA. SÁBADO DA XVIII SEMANA DO TEMPO COMUM



Subsídio bíblico para o Sábado – XVIII Semana –  Tempo Comum – Anos Ímpares
Primeira leitura: Deuteronómio 6, 4-11
«Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único!» (v. 4). Este é, sem dúvida, um dos textos mais sagrados e conhecidos do Antigo Testamento. Trata-se da confissão de fé que o piedoso israelita deve repetir três vezes por dia, voltado para Jerusalém.
Esta confissão de fé, que começa com a afirmação «O Senhor, nosso Deus, é único!», prossegue com uma consequência teológica, que faz todo o sentido: pôr Deus em primeiro lugar, amando-o «com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças». A força educativa e ética dos mandamentos verifica-se ainda mais nos versículos seguintes. Eles tornam-se projecto de vida para cada um, tornam-se projecto educativo. Por isso, devem ser recordados e transmitidos. Devem ser escritos «sobre as ombreiras da tua casa e nas tuas portas» (v. 9), atados no braço e usados entre os olhos (cf. v. 8).
Tudo termina com mais uma afirmação sobre dos dons da terra prometida. Deus é fiel. O povo deve também manter-se fiel, temendo a Deus, servindo-O, proclamando a aliança em seu nome, apesar de todas as dificuldades do caminho.
Israel fez da confissão de fé no Deus vivo e único um compromisso que levava ao reconhecimento da exclusividade de Deus na vida de cada crente. Jesus citou este texto para responder ao escriba que o interrogou sobre o primeiro dos mandamentos: «O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças» (Mc 12, 29-30). Ao Deus vivo e único pertencem o coração, a alma e as forças. Trata-se de uma relação totalizante e pessoal que faz da vida de cada um uma experiência de aliança e de presença, que tudo envolve. A vida de fé não é o somatório de actos religiosos, mas uma relação viva e pessoal, uma adesão perene ao projecto de Deus.
«Amarás o Senhor, teu Deus» (v. 29). Ele tornou-se verdadeiramente “meu Deus” e quer sê-lo cada vez mais, para me fazer viver plenamente na confiança, na alegria, na comunhão com Ele e com todos. «Amarás… com todo o teu coração»: só Deus pode ser amado com todo o coração, sem qualquer reserva, porque só Ele é todo bondade, bondade infinita. No mundo, todas as criaturas têm os seus limites e os seus defeitos, que tornam impossível amá-las sem reservas. Deus, pelo contrário, é digno de um amor ilimitado. Posso amá-lo com todo o meu ser porque esse ser me foi dado por Ele. De ninguém se pode dizer o mesmo. Muitas pessoas me deram muito, com todo o seu afecto. Mas ninguém me deu todo o meu ser, senão Deus.
Todas estas realidades, que tanto espantavam Israel, nos devem espantar também a nós, cristãos. Os nossos «irmãos mais velhos» vivem um monoteísmo intenso e profundo. E nisto são exemplares para nós. O primeiro lugar só a Deus pertence. Por isso, a opção por Deus é tarefa prioritária, também para nós, no meio da sociedade em que vivemos.
O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, de Moisés e dos profetas, é, para nós, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. No Filho, e na sua ressurreição, revela-se toda a força, toda a ternura, toda a paternidade do nosso Deus, e tudo quanto dele nos disse Jesus. Ele confirmou essa palavra do Antigo Testamento e viveu-a até às máximas consequências. É esta a fé que muda montanhas, a adesão total que começa com o afastamento das montanhas do coração, que se interpõem entre o nosso egoísmo e a
realidade do Deus vivo.
Amar a Deus, propriamente falando, não é tanto um mandamento quanto uma vocação, que corresponde à aspiração profunda do nosso ser. Por outro lado, amar a Deus com todo o coração é obra que exige tempo, porque pressupõe a eliminação das tais montanhas do nosso egoísmo. Mas todo o progresso nesta direcção é uma vitória, que enche de alegria o coração.
Evangelho: Mateus 17, 14-20
Mateus está agora preocupado em transmitir os ensinamentos de Jesus aos seus discípulos. Mas não deixa de contar mais um milagre, inserindo aqui a narrativa da cura de um epiléptico. É mais um sinal do poder de Jesus. Mas as dificuldades, que, por vezes, encontravam os exorcistas da Igreja nascente, também podem explicar esta inclusão.
O pedido do pai, para obter a cura do filho epiléptico, dá ocasião a Jesus para mais uns ensinamentos sobre a necessidade de acreditar n´Ele. Os discípulos não conseguem realizar o milagre porque o poder taumatúrgico não é deles. Pertence unicamente ao Mestre, que o concede àqueles que participam na sua missão (cf. 10, 1). Estes, que são os discípulos, devem aderir a Ele pela fé (cf. v. 20).
«Geração descrente e perversa!» Esta expressão de Jesus manifesta a resistência que os seus contemporâneos, duros de coração, Lhe opõem. Em união com Ele, os discípulos podem fazer maravilhas e comunicar a salvação oferecida por Deus. Mas, a falta de fé, que os separa da união com Jesus, torna-lhes impossível essa missão.
Fonte: de um texto resumido e adaptado localmente de: <dehonianos.org/portal/liturgia.

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