Subsídio
bíblico para o Sábado – XVIII Semana –
Tempo Comum – Anos Ímpares
Primeira leitura: Deuteronómio 6, 4-11
«Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é
único!» (v. 4). Este é, sem dúvida, um dos textos mais sagrados e conhecidos do
Antigo Testamento. Trata-se da confissão
de fé que o piedoso israelita deve repetir três vezes por dia, voltado para
Jerusalém.
Esta confissão de fé, que começa com a afirmação «O
Senhor, nosso Deus, é único!», prossegue com uma consequência teológica, que
faz todo o sentido: pôr Deus em primeiro lugar, amando-o «com todo o teu
coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças». A força educativa e
ética dos mandamentos verifica-se ainda mais nos versículos seguintes. Eles
tornam-se projecto de vida para cada um, tornam-se projecto educativo. Por
isso, devem ser recordados e transmitidos. Devem ser escritos «sobre as ombreiras
da tua casa e nas tuas portas» (v. 9), atados no braço e usados entre os olhos
(cf. v. 8).
Tudo termina com mais uma afirmação sobre dos dons da
terra prometida. Deus é fiel. O povo deve também manter-se fiel, temendo a
Deus, servindo-O, proclamando a aliança em seu nome, apesar de todas as
dificuldades do caminho.
Israel fez da confissão de fé no Deus vivo e único um
compromisso que levava ao reconhecimento da exclusividade de Deus na vida de
cada crente. Jesus citou este texto para responder ao escriba que o interrogou
sobre o primeiro dos mandamentos: «O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso
Deus é o único Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com
toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças» (Mc 12,
29-30). Ao Deus vivo e único pertencem o coração, a alma e as forças. Trata-se
de uma relação totalizante e pessoal que faz da vida de cada um uma experiência
de aliança e de presença, que tudo envolve. A vida de fé não é o somatório de
actos religiosos, mas uma relação viva e pessoal, uma adesão perene ao projecto
de Deus.
«Amarás o Senhor, teu Deus» (v. 29). Ele tornou-se
verdadeiramente “meu Deus” e quer sê-lo cada vez mais, para me fazer viver
plenamente na confiança, na alegria, na comunhão com Ele e com todos. «Amarás…
com todo o teu coração»: só Deus pode ser amado com todo o coração, sem
qualquer reserva, porque só Ele é todo bondade, bondade infinita. No mundo,
todas as criaturas têm os seus limites e os seus defeitos, que tornam
impossível amá-las sem reservas. Deus, pelo contrário, é digno de um amor
ilimitado. Posso amá-lo com todo o meu ser porque esse ser me foi dado por Ele.
De ninguém se pode dizer o mesmo. Muitas pessoas me deram muito, com todo o seu
afecto. Mas ninguém me deu todo o meu ser, senão Deus.
Todas estas realidades, que tanto espantavam Israel,
nos devem espantar também a nós, cristãos. Os nossos «irmãos mais velhos» vivem
um monoteísmo intenso e profundo. E nisto são exemplares para nós. O primeiro
lugar só a Deus pertence. Por isso, a opção por Deus é tarefa prioritária,
também para nós, no meio da sociedade em que vivemos.
O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, de Moisés e dos
profetas, é, para nós, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. No Filho, e na sua
ressurreição, revela-se toda a força, toda a ternura, toda a paternidade do
nosso Deus, e tudo quanto dele nos disse Jesus. Ele confirmou essa palavra do
Antigo Testamento e viveu-a até às máximas consequências. É esta a fé que muda
montanhas, a adesão total que começa com o afastamento das montanhas do
coração, que se interpõem entre o nosso egoísmo e a
realidade do Deus vivo.
realidade do Deus vivo.
Amar a Deus, propriamente falando, não é tanto um
mandamento quanto uma vocação, que corresponde à aspiração profunda do nosso
ser. Por outro lado, amar a Deus com todo o coração é obra que exige tempo,
porque pressupõe a eliminação das tais montanhas do nosso egoísmo. Mas todo o
progresso nesta direcção é uma vitória, que enche de alegria o coração.
Evangelho: Mateus 17, 14-20
Mateus está agora preocupado em transmitir os
ensinamentos de Jesus aos seus discípulos. Mas não deixa de contar mais um
milagre, inserindo aqui a narrativa da cura de um epiléptico. É mais um sinal
do poder de Jesus. Mas as dificuldades, que, por vezes, encontravam os
exorcistas da Igreja nascente, também podem explicar esta inclusão.
O pedido do pai, para obter a cura do filho
epiléptico, dá ocasião a Jesus para mais uns ensinamentos sobre a necessidade de acreditar n´Ele. Os
discípulos não conseguem realizar o milagre porque o poder taumatúrgico não é
deles. Pertence unicamente ao Mestre, que o concede àqueles que participam na
sua missão (cf. 10, 1). Estes, que são os discípulos, devem aderir a Ele pela
fé (cf. v. 20).
«Geração descrente e perversa!» Esta expressão de Jesus manifesta a resistência que os seus contemporâneos, duros de coração, Lhe opõem. Em união com Ele, os discípulos podem fazer maravilhas e comunicar a salvação oferecida por Deus. Mas, a falta de fé, que os separa da união com Jesus, torna-lhes impossível essa missão.
«Geração descrente e perversa!» Esta expressão de Jesus manifesta a resistência que os seus contemporâneos, duros de coração, Lhe opõem. Em união com Ele, os discípulos podem fazer maravilhas e comunicar a salvação oferecida por Deus. Mas, a falta de fé, que os separa da união com Jesus, torna-lhes impossível essa missão.
Fonte: de um texto resumido e adaptado localmente de:
<dehonianos.org/portal/liturgia.
Sem comentários:
Enviar um comentário