24 Agosto 2017 : S. Bartolomeu, Apóstolo.
Subsídio litúrgico
S. Bartolomeu é um dos Doze escolhidos por Jesus (cf.
Mt 1, 11ss.; Lc 6, 12) para andarem com Ele e serem enviados em missão.
Identificado com Natanael, amigo de Filipe (cf. Jo 1, 43-51; 22, 2), era
natural de Canaã. Pouco sabemos sobre Bartolomeu e sobre a sua missão. De
acordo com Jo 1, 43ss., era um homem simples e recto, aberto à esperança de
Israel. Diversas tradições colocam-no em diferentes regiões do mundo, o que
pode indicar um raio de acção muito vasto. Segundo uma dessas tradições, foi
esfolado vivo na Pérsia, coroando a sua laboriosa vida missionária com a glória
do martírio.
Primeira leitura: Apocalipse 21, 9b-14
A Igreja, no Apocalipse, é a cidade santa, que recolhe
as doze tribos de Israel, isto é, o novo Israel de Deus. Os seus muros apoiam-se
sobre doze colunas, que são os doze apóstolos. No nosso texto, a Igreja é
também chamada “noiva”, “a noiva, a esposa do Cordeiro” (v. 9), para evidenciar
o vínculo de amor com que Deus Se ligou à humanidade, e Cristo se uniu à
Igreja. Cada um dos apóstolos participa e testemunha este amor no seu
ministério e, finalmente, no martírio. Por isso, os Doze são também chamados
“Apóstolos do Cordeiro” (v. 14). De fato, não só exercem o ministério que Jesus
lhes confiou, mas também, e principalmente, participam no seu mistério pascal,
bebendo com Ele o cálice (cf. Mt 20, 22).
Evangelho: João 1, 45-51
Jesus dirige a Natanael um elogio que o deixa
surpreendido: “Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.” (v.
47). Com efeito, as palavras de Jesus incluíam a verificação que nos deixa
entrever um pouco mais o espírito de Natanael: o seu amor pela verdade. O
apóstolo era um homem que procurava a verdade. A sua inteligência abre-se ao
mistério que se revela. É o que também se verificará quando da primeira
aparição de Jesus ressuscitado. Da procura passa à fé. Por isso, este apóstolo
é um ícone do verdadeiro crente que, iluminado pela Palavra, agudiza a sua
capacidade visiva interior e que, pela fé, reconhece em Jesus o Salvador
esperado.
Jesus conhece o coração do homem. Por isso, pode
chamar, com autoridade, aqueles que quer mais perto de si. O Senhor chama para
pôr os homens em relação com o céu, para revelar o seu ser, que está em
completa relação com o Pai e connosco, ponto de convergência do movimento de
Deus rumo aos homens e do anseio dos homens por Deus: Filho do homem e Filho de
Deus. Na verdade, quem se aproxima de Jesus vê o céu aberto e os anjos de Deus
subir e descer sobre o Filho do homem.
Os Doze estão com Jesus porque devem ver o Pai agir e
permanecer no Filho do homem, numa união que se manifestará plenamente na
paixão de Jesus, quando for erguido na cruz e novamente introduzido na glória do
Pai. Então se realizará p sonho de Jacob.
Todos somos chamados a esta profunda revelação. Na Eucaristia revivemos o mistério da morte e da glorificação de Jesus, sacerdote e vítima da nova aliança entre o Pai e os homens. E, com Ele, queremos ser também sacerdotes e vítimas fazendo a oblação de nós mesmos, para glória e alegria de Deus e para salvação da humanidade. O Senhor revela-se a nós como aos Apóstolos, os doze alicerces, sobre os quais se apoia a muralha da cidade, “a noiva, a esposa do Cordeiro” (v. 9).
Senhor, reacende a nossa fé na contemplação dos
mistérios que nos revelas, na festa do apóstolo Bartolomeu. Nós te agradecemos
por nos teres reunido na Igreja. Nós te agradecemos por todos aqueles e aquelas
que, de coração sincero, continuam a difundir no mundo inteiro, apoiados pelo
teu Espírito Santo, a fé e o amor dos Apóstolos.
Deus compraz-se naqueles que caminham diante dele na
simplicidade do seu coração (Prov. 11). Deus detesta os corações duplos e
hipócritas. Aqueles que usam a dissimulação e a astúcia provocam a sua cólera
(Job 36). O Espírito Santo retira-se daqueles que são duplos e dissimulados
(Sab 1, 5). Natanael ganhou o coração de Nosso Senhor pela simplicidade e rectidão
do seu coração (Jo 1, 47). Deus não desprezará nunca a simplicidade, diz Job.
Não rejeitará aqueles que se aproximam dele com simplicidade (Job 8,10). O
Espírito Santo assegura-nos que os cumulará com os seus dons e as suas bênçãos
(Prov. 28,10). O simples é bem sucedido nos seus desígnios e Deus abençoa-O.
Segue os caminhos de Deus; pode caminhar com confiança (Prov. 10,9 e 29). Deus
frustrará os que são dúplices e dará as suas graças aos humildes (Prov. 3,34).
Os simples são acarinhados, estimados por Jesus, como aquelas crianças do Evangelho
que Jesus atraía apesar dos seus apóstolos. «É imitando esta inocência e esta
candura de crianças, dizia Jesus, que vos haveis de tornar agradáveis ao meu
coração» (Mt 18). Como é que havemos de hesitar em amar e em praticar a
simplicidade?(Leão Dehon, OSP 3, p. 48s.).
Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de:
<dehonianos.org/portal/liturgia>
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