sábado, 25 de agosto de 2018

XX SEMANA – SÁBADO – TEMPO COMUM – ANOS PARES

XX SEMANA – SÁBADO – TEMPO COMUM – ANOS PARES Primeira leitura: Ezequiel, 43, 1-7ª. A história de Israel, marcada pela infidelidade ao Senhor, com os inevitáveis castigos recebidos, terá um fim feliz. Os capítulos 40-48 terão como tema central o regresso da «Glória do Senhor» ao novo templo, na nova Jerusalém. O ponto culminante desta história encontra-se precisamente no capítulo 48 onde se lê: «Desde esse dia, o nome da cidade (de Jerusalém) será: O-Senhor-está-lá» (48, 35). Ezequiel narra uma visão. Encontra-se no átrio externo e vê chegar a «Glória do Senhor». A Glória divina, com um novo movimento fragoroso e fulgurante está de volta. Tinha-se afastado do seu santuário em direcção ao oriente, permanecendo com os cativos. Agora volta, com o mesmo fulgor com que o profeta a contemplara junto ao rio Cabar, penetrando no templo pela porta oriental, por onde saíra. No átrio interior do templo, Ezequiel vê uma nuvem luminosa encher o templo, como acontecera no êxodo (Ex 40, 32-36) e no momento da consagração do templo de Salomão (1 Rs 8, 10). Deus volta a reinar em Israel, restabeleceu no templo o seu trono. A restauração de Israel é para sempre, e a presença de Javé no meio do seu povo é «definitiva» (v. 7). Ao contrário de Ezequiel, nós sabemos que a história não acaba aqui. A presença verdadeiramente definitiva de Deus, no meio do seu povo, não será num templo, mas na carne humana de Jesus Cristo, o Emanuel, o «Deus connosco». Evangelho: Mateus, 23, 1-12 No texto, que hoje escutamos, atinge o auge a polémica entre Jesus e os escribas e fariseus, que vem crescendo desde o c. 21. Dirigindo-se directamente à multidão e aos discípulos, Jesus previne-os contra o perigo que o Evangelho sempre corre na história: a discrepância entre o dizer e o fazer, entre o ensinamento e o testemunho. Jesus não pretende esmagar pessoas, ou confundir doutrinas. Pretende apenas denunciar a hipocrisia, isto é, a interpretação e a prática aberrantes de uma doutrina, em si, correcta. Os fariseus e escribas apoderaram-se da autoridade de ensinar, legislaram para os outros, mas não cumprem o que dizem. Pelo contrário, «tudo o que fazem é com o fim de se tornarem notados pelos homens» (v. 5). Nos versículos 8-12, Jesus passa a usar o «vós» para interpelar directamente os seus discípulos, de ontem e de hoje. A verdadeira grandeza dos cristãos está em ser pequeno, e a verdadeira glória, em ser humilde. Os títulos e as honras são relativos, porque «só é o vosso Mestre» e «um só é o vosso ‘Pai». Ezequiel, que anos antes anunciara que a Glória do Senhor ia abandonar Jerusalém, proclama, agora, a alegre notícia do seu regresso. O Senhor revelou-lha numa visão que acabava de ter e era semelhante à primeira: «Esta visão recordava-me a que eu tinha tido, quando viera para destruir a cidade, e também o que eu tinha visto junto ao rio Cabar» (v. 3). Deus vai regressar a Jerusalém, habitar o novo templo, e viver no meio do seu povo. A Glória do Senhor encherá o templo. Ezequiel vê antecipadamente a realização dessa promessa: «O espírito conduziu-me e levou-me para o átrio interior. E eis que a glória do Senhor enchia o templo» (v. 5). Esta palavra corresponde à que lemos no Êxodo: «Moisés já não pôde entrar na tenda da reunião, porque a nuvem pairava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o santuário» (Ex 40, 35). O mesmo aconteceu quando da dedicação do templo de Salomão: «Logo que Salomão terminou esta prece, o fogo desceu do céu e consumiu o holocausto e as vítimas, e a glória do Senhor encheu o templo. Por isso, os sacerdotes não podiam entrar no templo do Senhor, porque a sua glória o enchia completamente» (2 Cr 7, 1-2). Deus prometeu habitar no meio de Israel para sempre: «Filho de homem, aqui é o lugar do meu trono, a minha residência definitiva entre os filhos de Israel, para sempre» (v. 7). Na verdade, o templo material, ainda não era a morada definitiva de Deus no meio dos homens. Ao mesmo tempo que Ezequiel proclamava a sua profecia, outro profeta, também no exílio, afirmava: «Eis o que diz o Senhor: «O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés. Que templo podereis construir-me, ou que lugar para Eu repousar? Tudo quanto existe é obra das minhas mãos, tudo me pertence – oráculo do Senhor» (Is 66, 1-2). O verdadeiro templo não pode ser material. O templo de que fala Ezequiel também será destruído. Ao fim e ao cabo, Deus prometia um templo mais perfeito, a humanidade de Cristo, verdadeiro santuário, onde Deus se torna presente ao homem, e o homem pode encontrar a Deus. Fonte: adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”

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