domingo, 19 de agosto de 2018

20º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B - 19 AGOSTO 2018

20º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B - 19 AGOSTO 2018. A liturgia do 20º Domingo do Tempo Comum repete o tema dos últimos domingos: Deus quer oferecer aos homens, em todos os momentos da sua caminhada pela terra, o “pão” da vida plena e definitiva. Naturalmente, os homens têm de fazer a sua escolha e de acolher esse dom. A primeira leitura– Prov 9,1-6 - oferece-nos uma parábola sobre um banquete preparado pela “senhora sabedoria” para os “simples” e para os que querem vencer a insensatez. Convida-nos à abertura aos dons de Deus e à disponibilidade para acolher a vida de Deus (o “pão de Deus que desce do céu”). O que está aqui em causa é, portanto, a questão das opções de vida. O problema das escolhas correctas é o problema que mais nos angustia e inquieta, ao longo da nossa caminhada pela vida. A Palavra de Deus que nos é proposta contém um convite inquestionável a irmos ao banquete da “senhora sabedoria”, a alimentarmo-nos dos seus dons, a abrirmos o coração às suas propostas. É esse o caminho da verdadeira realização e da verdadeira felicidade. Para nós, crentes, o encontro com a “senhora sabedoria” passa pela escuta de Deus e dos seus planos, pela entrega confiada nas mãos de Deus, pela obediência radical às propostas de vida que Deus nos faz. Não poderemos chegar à nossa realização plena ignorando Deus e as suas propostas. A segunda leitura – Ef 5,15-20 - a lembra aos cristãos a sua opção por Cristo (aquele Cristo que o Evangelho de hoje chama “o pão de Deus que desceu do céu para a vida do mundo”). Convida-os a não adormecerem, a repensarem continuamente as suas opções e os seus compromissos, a não se deixarem escorregar pelo caminho da facilidade e do comodismo, a viverem com empenho e entusiasmo o seguimento de Cristo, a empenharem-se no testemunho dos valores em que acreditam. O viver como “filhos da luz” implica ainda, na perspectiva de Paulo, a oração, o louvor, a acção de graças. Um crente que tem Deus como a coordenada fundamental da sua existência e que se sente chamado a fazer parte da família de Deus é um crente que vive em diálogo contínuo com Deus. É nesse diálogo que ele percebe os planos e os projectos de Deus para si próprio e para o mundo e encontra a coragem para percorrer o caminho da fidelidade e do compromisso. Consigo encontrar tempo e disponibilidade para falar com Deus, para escutar as propostas que Ele me apresenta? Estou consciente dos dons de Deus e respondo-Lhe com o louvor e a acção de graças? No Evangelho – Jo 6,51-58, Jesus reafirma que o objectivo final da sua missão é dar aos homens o “pão da vida”. Para receber essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projecto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus) é um momento privilegiado de encontro com essa vida que Jesus veio oferecer. A Eucaristia: uma das formas privilegiadas de Jesus continuar presente, no tempo, a “dar vida” ao mundo é através do “pão” que Ele distribui à mesa da Eucaristia. A Eucaristia que as comunidades cristãs celebram não é um rito tradicional a que “assistimos” por obrigação, para acalmar a consciência ou para cumprir as regras do “religiosamente correcto”; mas é um encontro com esse Cristo que Se faz “dom” e que vem ao nosso encontro para nos oferecer a vida plena e definitiva. Como é que eu “sinto” a Eucaristia? Que importância é que ela assume na minha vida e na minha existência cristã? Participar no encontro eucarístico, “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus é encontrar-se, hoje, com esse Cristo que veio ao encontro dos homens e que tornou presente na sua “carne” (na sua pessoa física) uma vida feita amor, partilha, entrega, até ao dom total de si mesmo na cruz (“sangue”). Participar no encontro eucarístico, “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus, é acolher, assimilar e interiorizar essa proposta de vida, aceitar que ela é um caminho para a felicidade, para a realização plena do homem, para a vida definitiva. Sentar-se à mesa da Eucaristia é também identificar-se com Jesus, viver em união com Ele. Na Eucaristia, o alimento servido é o próprio Cristo. Finalmente, o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus implica um compromisso com esse mesmo projecto que Jesus procurou concretizar em toda a sua vida, em todos os seus gestos, em todas as suas palavras. Como Jesus, o crente que celebra a Eucaristia tem de levar ao mundo e aos homens essa vida que aí recebe… Tem de lutar, como Jesus, contra a injustiça, o egoísmo, a opressão, o pecado; tem de esforçar-se, como Jesus, por eliminar tudo o que desfeia o mundo e causa sofrimento e morte; tem de construir, como Jesus, um mundo de liberdade, de amor e de paz; tem de testemunhar, como Jesus, que a vida verdadeira é aquela que se faz amor, serviço, partilha, doação até às últimas consequências. Se a Eucaristia for, de facto, uma experiência profunda e sentida de adesão a Cristo e ao seu projecto, dela resultará o imperativo de uma entrega semelhante à de Cristo em favor dos nossos irmãos e da construção de um mundo novo. Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”

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