terça-feira, 21 de agosto de 2018

TERÇA-FEIRA – XX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 21 AGOSTO 2018

TERÇA-FEIRA – XX SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 21 AGOSTO 2018 Primeira leitura: Ezequiel 28, 1-10 Os capítulos 25 a 32 de Ezequiel reúnem vários oráculos contra as nações que manifestaram orgulho diante de Javé e foram permanente tentação para Israel se afastar do Senhor, seu Deus. Hoje escutamos o único desses oráculos que a Liturgia utiliza. É o oráculo contra o príncipe de Tiro e o seu reino. O juízo pronunciado é irónico e muito severo. O príncipe da grande potência marítima tinha-se atrevido a usurpar prerrogativas divinas, pretendendo dominar, não só a ilha, mas também o vasto mar que a rodeia. Exalta a sua inteligência, sabedoria e versatilidade diplomática. Depois vangloria-se da sua capacidade para obter riquezas. Assim, atenta contra Javé, único Deus, Criador e Senhor do universo, o único digno de louvor e de adoração. Por isso, morrerá, e o seu reino será aniquilado. Orgulho, auto-exaltação, auto-divinização, é o «pecado deitado à porta» (Gn 4, 7), desde o princípio da humanidade. Há uma clara interdependência entre esta passagem e o relato do Génesis. É a mesma história de exaltação e queda, vivência colectiva e individual de todo o género humano. Evangelho: Mateus 19, 23-30 Depois de o jovem ter ido embora triste, também Jesus, entristecido, aproveita o ensejo para se pronunciar sobre a questão das riquezas. Fá-lo com o célebre provérbio do camelo e da agulha. O homem, por si mesmo, não tem possibilidade de se salvar, tal como o camelo não pode passar pelo fundo da agulha. Só o poder de Deus e a sua obra salvadora nos dão essa possibilidade. Noutras circunstâncias, Jesus já tinha dito «não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6, 24), e tinha proclamado bem-aventurados os «pobres em espírito» (Mt 5, 3). A imagem do camelo e da agulha dá maior realce a estes ensinamentos. Os discípulos ficam compreensivelmente chocados e desorientados. Tinham percebido muito bem que, para seguir radicalmente Jesus, não bastam as forças humanas. Jesus, que se apercebeu da situação, lembra-lhes que a obra não é deles, mas de Deus, a Quem «nada é impossível» (cf. v. 26). É então que Pedro, sempre muito franco e impulsivo, se dá conta de que a situação dele e dos outros discípulos era bem diferente da do jovem rico. Receberam a força de Deus, abandonaram tudo… E agora? Jesus não é um político de promessas fáceis, ou um feirante que apregoa receitas para tudo, a bom preço. Mas conhece o coração do homem, que precisa de segurança e de coragem. Por isso, afirma: «vós, que me seguistes, haveis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna» (vv. 28-29). O prémio ultrapassará todas as expectativas. Mas, cuidado «Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros» (v. 30). A primeira leitura e o evangelho de hoje alertam-nos para o perigo das riquezas. Depois da partida do jovem rico, Jesus diz aos discípulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu. Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu» (vv. 23s.). Os Apóstolos ficam espantados com tal afirmação, e perguntam: «Então, quem pode salvar-se?» (v. 25). A riqueza é uma vantagem na vida. Quem a tem pode fazer o que quer, e até dar generosas ofertas para o culto de Deus. Como é que pode tornar-se um empecilho para entrar no Reino? Na verdade, as riquezas são insidiosas, como se vê no oráculo de Ezequiel contra o príncipe e a cidade comercial de Tiro, que, em tudo procura juntar riqueza à riqueza: «pela tua sabedoria e inteligência, adquiriste riqueza e amontoaste ouro e prata em teus tesouros. Pela tua perícia para o comércio, acrescentaste as riquezas» (vv. 4-5). Tiro teve sucesso nos seus negócios e tornou-se uma cidade poderosa. Mas o resultado espiritual foi mau: «o teu coração ensoberbeceu-se» (v. 5); «Já que te julgas deus, por isso, eis que farei vir contra ti estrangeiros, os mais bárbaros dos povos. Eles desembainharão a espada contra a tua sabedoria e macularão o teu esplendor». (vv. 6-7). Não há orgulho nem soberba maiores. Fonte: adaptação local de um texto de: “Dehonianos.org/portal/liturgia”

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