XII SEMANA –
QUARTA-FEIRA – TEMPO COMUM – ANOS PARES - 27 JUNHO 2018
Primeira leitura: 2 Reis 22, 8-13; 23, 1-3
Ezequias, que Isaías curou milagrosamente (2 Rs 1, 11;
cf. Is 36-38), sucedeu a Manassés (687-642), em cujo reinado se chegou ao ponto
de perder o Livro da aliança (2 Rs 23, 2.21), em que se reivindicava um só Deus
e um só templo. A apostasia generalizou-se. A crueldade do «ímpio Manassés»
levou-o a mandar serrar em dois o profeta Isaías.
Sucedeu-lhe Josias (640-609), bisneto de Ezequias.
Durante o seu reinado foi reencontrado o Livro da Lei. A descoberta desse livro
ecoava como denúncia da infidelidade do povo. E a profetisa Hulda anunciava o
consequente castigo (2 Rs 22, 14-20).
Então o rei mandou ler o Livro e renovar a aliança,
como já acontecera no Sinai (Ex 24, 7s.) e em Siquém (Js 24, 25-27), e convocar
uma solene celebração da páscoa. Uma menor pressão da Assíria permitiu a Josias
prosseguir a reforma (2 Rs 23, 4-30).
Evangelho: Mateus 7, 15-20
Jesus não impôs a selecção dos seus seguidores. O
convite é para todos. Por isso, a Igreja, a comunidade dos discípulos de Jesus,
compõe-se de «bons e de maus». Naturalmente, não tardaram a surgir dificuldades
na comunidade, e impôs-se o discernimento ou distinção dos espíritos.
Na Igreja, povo de Deus, surgiram profetas que gozaram
de grande estima, mas também falsos profetas. Havia que saber distingui-los. O
critério para essa distinção era o fruto que produziam.
A imagem da árvore encontra-se noutros textos
bíblicos, por exemplo, em Is 61, 3, Jr 2, 21, Mt 15, 3, Jo 15, 1-8. A árvore
boa dá bons frutos; a árvore má dá maus frutos.
Ao ouvir a leitura do Livro do Deuteronómio, Josias
verificou que, ele e o seu povo, estavam a ser infiéis a Deus. E prometeu
solenemente aderir de alma e coração às palavras da Aliança:
«Pondo-se de pé sobre o estrado, o rei renovou a aliança
na presença do Senhor, comprometendo-se a seguir o Senhor, a observar os seus
mandamentos, as suas instruções e os seus preceitos, com todo o seu coração e
com toda a sua alma, e a cumprir todas as palavras da aliança contidas neste
livro. (2 Rs 23, 3). O povo seguiu o exemplo do rei: «Todo o povo concordou com
esta aliança» (2 Rs 23, 3).
No Salmo responsorial, que hoje rezamos, manifesta-se
o desejo de ser guiados no caminho do Senhor:
«Ensinai-me, Senhor, o caminho dos vossos decretos
para ser fiel até ao fim. Dai-me entendimento para guardar a vossa lei e para a
cumprir de todo o coração» (Sl 118 (119), 33-34).
Quando se ama alguém, procura-se conhecer a sua
vontade e cumpri-la. A busca da vontade de Deus, e o seu cumprimento, são o
caminho para a verdadeira felicidade do homem. Foi esse o caminho seguido por
Jesus:
«faço sempre aquilo que lhe agrada» (Jo 8, 29;
«O meu alimento é fazer a vontade daquele que me
enviou» (Jo 9, 4).
S. Agostinho compreendeu a importância de fazer a
vontade de Deus, de seguir o caminho que Ele nos traça. Por isso, rezava:
«Afasta os meus olhos das coisas vãs, faz-me viver no
teu caminho».
As «coisas vãs» não são sempre más. Podem mesmo ser
boas. Mas não o são, se nos afastam do caminho do Senhor, do cumprimento da sua
vontade.
No evangelho, Jesus recomenda-nos que não nos fixemos
nas aparências das pessoas e das suas acções. Oferece-nos até um critério de
discernimento:
«Pelos seus frutos, os conhecereis» (v. 16).
Há, pois, que avaliá-las pelos «frutos» que produzem.
Paulo indica alguns desses frutos: «o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, auto-domínio» (Gl 5,
22-23); «o Reino de Deus não é uma questão de comer e beber, mas de justiça,
paz e alegria no Espírito Santo» .
Fonte:
Adaptação local de u texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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