domingo, 24 de junho de 2018

SEGUNDA-FEIRA – XII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 25 JUNHO 2018


SEGUNDA-FEIRA – XII SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 25 JUNHO 2018 

Primeira leitura: 2 Reis 17, 5-8.13-15ª.18

Os reinos de Israel e de Judá, depois da morte de Eliseu (2 Rs 13, 14ss.), passaram por diversas vicissitudes, num crescendo de dificuldades que irão culminar com a deportação para Babilónia (2 Rs 12-16).

A tomada de Samaria, capital de Israel (722), pelo rei da Assíria, depois de três anos de cerco, suscita nos autores deuteronomistas uma reflexão sapiencial. Submetem a história a um exame e concluem que, sobretudo a partir da monarquia, o povo, com os reis à cabeça, se precipitava para a ruína, devido à sua infidelidade a Deus, que era cada vez maior.
O texto integral mostra bem a gravidade do cisma religioso e do sincretismo em que Israel mergulhou. À infidelidade do povo, não podia não corresponder a recusa de Deus.

Evangelho: Mateus 7, 1-5

Na base dos provérbios que o evangelho hoje nos apresente, e noutros semelhantes, está o princípio da retribuição, que se apoia numa norma de paridade: o mesmo que fizeres aos outros, te farão a ti. Desperta-nos a atenção o passivo dos verbos: «sereis julgados», «sereis medidos». Estamos perante o chamado passivo divino. O sujeito destes verbos é Deus. Na forma activa, diríamos: Deus vos julgará, vos medirá. Sendo assim, trata-se de uma verdadeira ameaça. Quem pode resistir ao julgamento ou à medida de Deus?

Se virmos bem, Jesus não nos proíbe julgar e medir os outros, mas ensina-nos como fazê-lo. A medida do juízo divino será igual à que usarmos nos nossos julgamentos humanos. Na antiguidade, a medida com que se media a cessação de um bem, era a mesma que assegurava a sua restituição. Os rabinos, por sua vez, ensinavam que Deus Se servia de um duplo critério de juízo: a justiça e a bondade.
O convite a não julgar forma como que uma espécie de refrão no Novo Testamento. O próprio Cristo Se apresenta como aquele que não vem julgar, mas salvar (Jo 3, 7; cf. Jo 8, 11; Lc 23, 34). Paulo também nos previne contra o risco de fazermos julgamentos: «ao julgares o outro, a ti próprio te condenas».

O juízo de Deus pode demorar. Mas não faltará. A catástrofe das tribos do reino do Norte é consequência do juízo de Deus, motivado pela infidelidade à Aliança, apesar dos repetidos avisos dos profetas. Há, pois, que temer o juízo de Deus.

O evangelho ensina-nos a não julgar os outros, deixando esse encargo a Deus, ou a julgá-los como gostaríamos nós mesmos de ser julgados: «Não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos» (vv. 1-2).

A nossa única preocupação em relação ao próximo há-de ser ajudá-lo. Tarefa difícil, uma vez que, muito frequentemente, temos de julgar, de discernir o que é bom e o que é mau. Mas o nosso julgamento há-de limitar-se aos actos, e não às intenções. Só Deus, que sonda os corações, pode condenar ou justificar alguém.

Quando nos pomos a julgar os outros, facilmente pecamos. É – para usar as palavras de Jesus – como se puséssemos uma trave na vista. Assim faziam os fariseus, que orgulhosamente se julgavam diferentes dos outros, e mesmo superiores. Criticavam as acções dos outros e não viam o egoísmo e a soberba que lhes enchia o coração, a pesada trave que os separava dos outros, e de Deus.

Facilmente somos tentados a julgar os outros. Mas Deus convida-nos à misericórdia e à solidariedade: «Carregai as cargas uns dos outros e assim cumprireis plenamente a lei de Cristo», escreve Paulo aos gálatas (6, 2). Quando estamos dispostos a fazer isto, que o Apóstolo recomenda, não criticamos: ajudamos.
Fonte: adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”

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