SEXTA-FEIRA - 5ª SEMANA –– PÁSCOA - 4 MAIO 2018
Primeira leitura: Actos 15, 22-31
Do Concílio
de Jerusalém saiu uma resolução oficial sobre a questão da obrigatoriedade da
Lei para os pagãos que se convertiam à fé, e foi escolhida uma delegação que,
com Paulo e Barnabé, fosse comunicá-la, pessoalmente e por escrito, à igreja de
Antioquia. O documento escrito repete os pontos essenciais do acordo obtido.
Além de ser enviado a Antioquia, é também remetido às igrejas vizinhas que, de
algum modo, tinham sido envolvidas na polémica dos judaizantes.
A decisão de
aceitar o princípio da liberdade do Evangelho diante da Lei foi
tomada pelo Espírito Santo e pela comunidade cristã através dos seus representantes. A Igreja, desde o princípio, experimentou a presença do Espírito e transmitiu-a ao longo dos séculos. O Espírito falou de modo particular por meio de Tiago, que centrou a sua intervenção na Sagrada Escritura. Mas também falou pelas moções que suscitou na comunidade. O Espírito actua na Igreja, particularmente nos momentos difíceis, quando se devem tomar decisões graves.
tomada pelo Espírito Santo e pela comunidade cristã através dos seus representantes. A Igreja, desde o princípio, experimentou a presença do Espírito e transmitiu-a ao longo dos séculos. O Espírito falou de modo particular por meio de Tiago, que centrou a sua intervenção na Sagrada Escritura. Mas também falou pelas moções que suscitou na comunidade. O Espírito actua na Igreja, particularmente nos momentos difíceis, quando se devem tomar decisões graves.
O comunicado
oficial causou grande alegria, pois se ficou a saber claramente
que as profecias do Antigo Testamento se tinham cumprido nos acontecimentos que os afectavam directamente. Notem-se também as palavras de apreço por Paulo e Barnabé, «homens que expuseram as suas vidas pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo» (v. 26).
que as profecias do Antigo Testamento se tinham cumprido nos acontecimentos que os afectavam directamente. Notem-se também as palavras de apreço por Paulo e Barnabé, «homens que expuseram as suas vidas pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo» (v. 26).
Evangelho: João 15, 12-17
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12É este o meu mandamento: que vos
ameis uns aos outros como Eu vos amei. 13Ninguém tem mais amor do que quem dá a
vida pelos seus amigos. 14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos
mando. 15Já
não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu
senhor; mas a vós chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi
ao meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós e
vos destinei a ir e a dar fruto, e fruto que permaneça; e assim, tudo o que
pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo concederá. 17É isto o que vos mando: que
vos ameis uns aos outros.»
«Amai-vos
uns aos outros como Eu vos amei» (v. 12). Nesta perícopa, a relação entre Jesus
e os discípulos assume particular intensidade, quando o Senhor fala do
mandamento do amor fraterno. Os mandamentos da comunidade messiânica resumem-se
ao amor fraterno. A vivência do amor fraterno glorifica o Pai, revela os
verdadeiros discípulos e produz muitos frutos. O amor fraterno tem o seu modelo
no amor oblativo de Jesus por nós, que O leva a dar a vida pelos seus amigos
(v. 13). A resposta que Jesus pede aos seus é um amor oblativo e sem reservas,
para com Ele e para com os irmãos, um amor total, de grande qualidade.
Este amor, que pode levar ao dom da própria vida, tem outras características: é um amor de intimidade e gratuito. A revelação dos segredos mais íntimos é sinal de verdadeira e profunda amizade. Jesus partilha connosco os segredos do seu coração, ajudando-nos a crescer no amor e na intimidade com Ele. Esse amor e essa intimidade, que são dom, têm por objectivo a nossa salvação, e permitem-nos alcançar do Pai tudo quanto Lhe pedirmos, em nome de Jesus.
Este amor, que pode levar ao dom da própria vida, tem outras características: é um amor de intimidade e gratuito. A revelação dos segredos mais íntimos é sinal de verdadeira e profunda amizade. Jesus partilha connosco os segredos do seu coração, ajudando-nos a crescer no amor e na intimidade com Ele. Esse amor e essa intimidade, que são dom, têm por objectivo a nossa salvação, e permitem-nos alcançar do Pai tudo quanto Lhe pedirmos, em nome de Jesus.
O mandamento
do amor fraterno enche o texto evangélico que hoje escutamos: «Amai-vos uns aos
outros como Eu vos amei» (v. 12). Jesus já tinha afirmado que há dois
mandamentos: o mandamento de amar a Deus com todo o coração e o mandamento de
amar o próximo como a nós mesmos. Repetia o Antigo Testamento (cf. Dt 6, 5; Lv
19, 18). Aqui, Jesus vai mais longe: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei»
(v. 12). «Como eu vos amei». Amar o próximo como a nós mesmos é já muito. Mas,
amar o próximo como Jesus nos ama, é muito mais. É o amor cristão. Como é que
Jesus nos ama? Ama-nos com delicadeza e com força. Chama-nos amigos, porque nos
faz entrar na sua intimidade. Não nos trata como servos, mas como amigos.
Conta-nos segredos da sua família: «Dei-vos a conhecer tudo o que ouvi ao meu
Pai» (v. 15).
Este amor delicado é também muito forte: «Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15, 13). O modelo do amor cristão é um homem-Deus crucificado e ressuscitado, que nos amou até ao sacrifício de Si mesmo. É também assim que havemos de amar os nossos irmãos. Ser discípulo de Cristo consiste em amar o irmão até dar a vida por ele, tal como fez Jesus, o Filho que desceu do Céu para dar a vida por nós. Dar a vida não significa necessariamente sofrer o martírio. Essa pode ser uma graça especial, concedida a alguns. Dar a vida é gastar-se na atenção e no serviço àqueles que estão ao nosso lado, que precisam de nós. Significa também interrogar-se, cada manhã, sobre o modo como não se tornar um peso para os outros. Significa ainda suportar os silêncios, os amuos e os limites de carácter de quem vive ao nosso lado. Significa não escandalizar-nos com as suas contradições e pecados. Significa aceitar cada um como é e não como gostaríamos que fosse.
Uma das finalidades da vida religiosa é unir as pessoas. As nossas Constituições dizem: «Deixamo-nos penetrar pelo amor de Cristo e escutamos a sua prece do "
;Sint unum…»(cf. n. 63). Mas – perguntam – «como consegui-lo, a não ser aprofundando no Senhor as nossas relações, mesmo as mais normais, com cada um dos nossos irmãos?» (n. 64). Por vezes, corre-se o risco de viver separados, isolados… Devemos então
Este amor delicado é também muito forte: «Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15, 13). O modelo do amor cristão é um homem-Deus crucificado e ressuscitado, que nos amou até ao sacrifício de Si mesmo. É também assim que havemos de amar os nossos irmãos. Ser discípulo de Cristo consiste em amar o irmão até dar a vida por ele, tal como fez Jesus, o Filho que desceu do Céu para dar a vida por nós. Dar a vida não significa necessariamente sofrer o martírio. Essa pode ser uma graça especial, concedida a alguns. Dar a vida é gastar-se na atenção e no serviço àqueles que estão ao nosso lado, que precisam de nós. Significa também interrogar-se, cada manhã, sobre o modo como não se tornar um peso para os outros. Significa ainda suportar os silêncios, os amuos e os limites de carácter de quem vive ao nosso lado. Significa não escandalizar-nos com as suas contradições e pecados. Significa aceitar cada um como é e não como gostaríamos que fosse.
Uma das finalidades da vida religiosa é unir as pessoas. As nossas Constituições dizem: «Deixamo-nos penetrar pelo amor de Cristo e escutamos a sua prece do "
;Sint unum…»(cf. n. 63). Mas – perguntam – «como consegui-lo, a não ser aprofundando no Senhor as nossas relações, mesmo as mais normais, com cada um dos nossos irmãos?» (n. 64). Por vezes, corre-se o risco de viver separados, isolados… Devemos então
recordar o
mandamento do Senhor: «Quem ama a Deus, ame também o seu irmão» (1
Jo 4, 21); quem procura a intimidade com Deus, também procura a intimidade com o irmão, cultiva a amizade com um ou outro, multiplica as ocasiões de encontros familiares: como pode alguém dizer que ama a Deus que não vê, se não ama o irmão que vê? (cf. 1 Jo 4, 20).
Temos que examinar a nossa consciência, para ver se alimentamos o fogo ou se o deixamos apagar, isto é, se alimentamos o amor real, o calor humano, necessários para o verdadeiro espírito de família e para fazer germinar a verdadeira amizade. Os irmãos e, mais ainda, os amigos são dons do Pai celeste; por meio dos irmãos e, sobretudo, por meio dos amigos, Ele fala-nos e enriquece-nos: «Toda a boa dádiva e todo o bem perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes» (Tgo 1, 17); «Um amigo fiel é uma poderosa protecção; quem o encontra, encontra um tesouro» (Sir 6, 14; cf. Sir 6, 5-17).
Se queremos ser amados, amemos e, como Deus, tomemos a iniciativa de amar (cf. 1 Jo 4, 19). Como o amor é dom e fruto do Espírito (cf. Rom 5, 5), assim também a verdadeira amizade provém certamente do Espírito e é sustentada por Ele.
Jo 4, 21); quem procura a intimidade com Deus, também procura a intimidade com o irmão, cultiva a amizade com um ou outro, multiplica as ocasiões de encontros familiares: como pode alguém dizer que ama a Deus que não vê, se não ama o irmão que vê? (cf. 1 Jo 4, 20).
Temos que examinar a nossa consciência, para ver se alimentamos o fogo ou se o deixamos apagar, isto é, se alimentamos o amor real, o calor humano, necessários para o verdadeiro espírito de família e para fazer germinar a verdadeira amizade. Os irmãos e, mais ainda, os amigos são dons do Pai celeste; por meio dos irmãos e, sobretudo, por meio dos amigos, Ele fala-nos e enriquece-nos: «Toda a boa dádiva e todo o bem perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes» (Tgo 1, 17); «Um amigo fiel é uma poderosa protecção; quem o encontra, encontra um tesouro» (Sir 6, 14; cf. Sir 6, 5-17).
Se queremos ser amados, amemos e, como Deus, tomemos a iniciativa de amar (cf. 1 Jo 4, 19). Como o amor é dom e fruto do Espírito (cf. Rom 5, 5), assim também a verdadeira amizade provém certamente do Espírito e é sustentada por Ele.
Senhor, mais
uma vez, quero rezar-te com as palavras do teu servo Leão Dehon: «Senhor, tu
queres ser meu amigo; mas a amizade é uma troca de ternura e de benevolência.
Gostaria de competir Contigo nesta amizade, embora seja incapaz de fazer por Ti
o que fazes por mim. Serei assíduo junto de Ti. Manter-me-ei unido a Ti pelas
minhas obras de cada dia. Consumir-me-ei por Ti no trabalho e no zelo». Amen.
«Amai-vos
uns aos outros». Jesus recomenda-nos de novo o seu mandamento preferido. Quer
que a caridade mútua caracterize os seus discípulos. «O meu mandamento, diz, é
que vos ameis uns aos outros como eu vos amei». Estas palavras dizem muito, e
Nosso Senhor explica-as acrescentando: «Ninguém pode ter maior amor do que dar
a vida pelos seus amigos». É o que ia fazer dentro de algumas horas. Mas já
desde a sua incarnação, não tinha feito outra coisa do que consumir-se por nós.
S. Paulo resumiu bem a sua vida: «Amou-me e entregou-se por mim». Amou-me até
assumir a natureza humana para se fazer meu irmão, minha caução, meu Redentor.
Amou-me até se fazer meu preceptor pelos seus exemplos, pelos seus discursos,
pelas suas parábolas. Amou-me até se fazer minha caução e a vitima da minha
salvação na sua paixão e na sua morte.
E eu, devo por minha vez amar o meu próximo e dedicar-me aos seus interesses espirituais e temporais. Devo manifestar esta caridade pelas suas virtudes de doçura e de paciência e pela prática de todas as obras de misericórdia. Que hei- de fazer hoje para isso?
«Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando». – «Vós me chamais vosso Mestre, não quero mais este título; o amor eleva-vos de algum modo até mim: Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor, não é chamado aos conselhos do seu senhor, obedece sem ter nenhuma intimidade com o seu mestre. Não deve ser assim entre vós, acrescenta Nosso Senhor: chamo-vos meus amigos e trato-vos como tais. Tudo o que ouvi de meu Pai, vo-lo dei a conhecer; revelei-vos os mistérios do reino de Deus, dei-vos a conhecer os desígnios de meu Pai para a redenção do mundo, na qual deveis cooperar».
E eu, devo por minha vez amar o meu próximo e dedicar-me aos seus interesses espirituais e temporais. Devo manifestar esta caridade pelas suas virtudes de doçura e de paciência e pela prática de todas as obras de misericórdia. Que hei- de fazer hoje para isso?
«Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando». – «Vós me chamais vosso Mestre, não quero mais este título; o amor eleva-vos de algum modo até mim: Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor, não é chamado aos conselhos do seu senhor, obedece sem ter nenhuma intimidade com o seu mestre. Não deve ser assim entre vós, acrescenta Nosso Senhor: chamo-vos meus amigos e trato-vos como tais. Tudo o que ouvi de meu Pai, vo-lo dei a conhecer; revelei-vos os mistérios do reino de Deus, dei-vos a conhecer os desígnios de meu Pai para a redenção do mundo, na qual deveis cooperar».
Entre nós e
Nosso Senhor, há, portanto, um regime de amizade, de cooperação e de comunhão
de bens, análoga à união de Nosso Senhor com o seu Pai. Tudo é comum entre nós
e ele: «Mea omnia tua sunt, et tua mea sunt»: «Tudo o que é meu é teu e o que é
teu é meu» (Jo 17,10). – Regime de amor, de santa liberdade e de familiaridade:
«Pedireis tudo o que quiserdes, e ser-vos-á concedido» (Jo 15, 16).
Amou-me até se dar, se entregar, se trair. É tudo por mim nas suas condutas providenciais: «É tudo para os eleitos, tudo concorre para o bem daqueles que amam Deus». É bom mesmo quando me pune, é para o meu bem. Jesus revela-me esta amizade para me cumular de alegria: «Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa».
Que é que fiz até agora para responder a uma tão admirável amizade? Tive para com o Salvador a confiança e a dedicação de um amigo?
Amou-me até se dar, se entregar, se trair. É tudo por mim nas suas condutas providenciais: «É tudo para os eleitos, tudo concorre para o bem daqueles que amam Deus». É bom mesmo quando me pune, é para o meu bem. Jesus revela-me esta amizade para me cumular de alegria: «Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa».
Que é que fiz até agora para responder a uma tão admirável amizade? Tive para com o Salvador a confiança e a dedicação de um amigo?
Fonte: Resumo e
adaptação local de um texto de “dehonianos/portal/liturgia/”
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