SÁBADO 5ª
SEMANA –– PÁSCOA- 5 MAIO 2018
Primeira leitura: Actos 16, 1-10
A partir do capítulo 16 do livro dos Actos, Lucas
centra a sua atenção na actividade missionária de Paulo. O texto que escutamos
hoje apresenta-nos a segunda viagem missionária do Apóstolo, já sem a companhia
de Barnabé, com quem se desentendera devido a uma diferente avaliação da pessoa
de João Marcos.
Mas Paulo não parte sozinho para a nova viagem, mais
alargada que a primeira. Vai com Timóteo, seu discípulo, que lhe permanecerá
sempre fiel. Para evitar conflitos com os judeus, fá- lo circuncidar, embora
reconhecesse que isso não era necessário.
O Espírito Santo é o guia dos missionários,
corrigindo-lhes mesmo a rota. Para Lucas, o Espírito Santo é o grande
protagonista e estratega da evangelização. Os seus planos nem sempre coincidem
com os dos homens.
É o caso em que impele Paulo a passar à Europa, em vez
de penetrar nas regiões da Ásia menor. Na acção missionária de Paulo não havia
muita organização, mas havia muita disponibilidade à acção do Espírito. Um
exemplo sempre actual!
Evangelho: João 15, 18-21
Os discípulos de Jesus terão de enfrentar o ódio do
mundo, tal como Ele o enfrentou. Esse ódio caracteriza o mundo (v. 18), tal
como o amor caracteriza a comunidade cristã. Os discípulos serão perseguidos
pelo mundo, porque ele não suporta aqueles que se opõem aos seus princípios.
Os que optaram por Cristo são considerados estranhos e
inimigos pelo mundo. A sua vida é uma acusação permanente às obras perversas do
mundo. É por isso que o homem de fé é odiado. O ódio do mundo manifesta-se na
perseguição contra a comunidade dos discípulos de Cristo. Mas estes não devem
desanimar na sua vida de fé e no cumprimento da missão de evangelizar.
A perseguição e o sofrimento hão-de ser vividos em união
com o Senhor. A sorte dos discípulos é idêntica à de Cristo: «Se me perseguiram
a mim, também vos hão-de perseguir a vós» (v. 20).
É o Espírito Santo que conduz a Igreja e a sua acção
missionária. Paulo e Timóteo atravessavam a Frigia e a Galácia, mas o Espírito
Santo proibiu-lhes pregar a palavra na Ásia (cf. v. 6). Depois tentaram
dirigir-se à Bitínia, «mas o Espírito de Jesus não lho permitiu» (v. 7
O Espírito Santo parece criar obstáculos à acção dos
apóstolos. Mas, em Tróade, irão compreender que o Espírito tinha um plano muito
mais ambicioso e vasto: «Passa à Macedónia e vem ajudar-nos!», diz-lhe um
macedónio. E, assim, Paulo entra na Europa.
A docilidade de Paulo ao Espírito Santo é uma lição
para nós, que nem sempre nos damos conta que as dificuldades ao nosso
apostolado e a nossa acção pastoral podem vir de Deus. É que os nossos
projectos podem não coincidir com os projectos de Deus, porque não fizemos um
bom discernimento, ou por causa de outros nossos limites.
Também é possível que os nossos bons projectos estejam
inquinados de ambição, de egoísmo, de vaidade. As dificuldades, postas por Deus
às nossas obras, são boa ocasião para trabalharmos com generosidade, mas também
com desinteresse, deixando-nos a alegria de servir a Deus com docilidade e
rectidão.
O evangelho lembra-nos que «o servo não é mais que o
seu senhor» (v. 20). Não devemos espantar-nos se, ao nosso lado, verificarmos
indiferença e hostilidade. É sinal de que somos fiéis a Cristo perseguido e à
sua palavra de cruz. Não devemos entrar em crise se muitos não pensam como nós,
se nos atacam por todos os meios antigos e modernos.
A fé é sempre algo fora de moda. Por isso, há-de ser
procurada e vivida na oblatividade, que consiste no apelo à cruz, ao
sacrifício, a saber amar, à justiça paga com a própria pele. A hostilidade,
mais ou menos aberta, do mundo que nos rodeia, não há-de levar-nos a abaixar o
nível das exigências da fé, ou a silenciar o que mais compromete ou é
impopular.
Fortalecidos pela presença de Cristo, e dóceis ao seu Espírito,
devemos empenhar-nos em denunciar o pecado, em trabalhar para que o mundo dos
homens, o nosso mundo actual, com as suas forças, os seus dramas, se abra ao
Reino de Deus.
A Eucaristia que celebramos, comungamos e adoramos, sugere-nos espontaneamente a ideia e a realidade da imolação da vítima, e é um tácito e insistente convite a vivermos a nossa vocação baptismal.
A Eucaristia que celebramos, comungamos e adoramos, sugere-nos espontaneamente a ideia e a realidade da imolação da vítima, e é um tácito e insistente convite a vivermos a nossa vocação baptismal.
Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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