domingo, 22 de abril de 2018

04º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO B


04º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO B

O 4º Domingo da Páscoa é considerado o “Domingo do Bom Pastor”, no qual Jesus é apresentado como “Bom Pastor”. É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus põe, hoje, à nossa reflexão.

A primeira leitura afirma que Jesus é o único Salvador, já que “não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos” .
Lucas avisa-nos para não nos deixarmos iludir por outras figuras, por outros caminhos, por outras sugestões que nos apresentam propostas falsas de salvação.

Por vezes, o caminho de salvação que Jesus nos propõe, está em flagrante contradição com os caminhos de “salvação” que nos são propostos pelos líderes políticos, pelos líderes ideológicos, pelos líderes da moda e da opinião pública; e nós temos que fazer escolhas coerentes com a nossa fé e com o nosso compromisso cristão. 

Na hora de optarmos, não esqueçamos que a proposta de Jesus tem o selo de garantia de Deus; não esqueçamos que o caminho proposto por Jesus (e que, tantas vezes, à luz da lógica humana, parece um caminho de fracasso e de derrota) é o caminho que nos conduz ao encontro da vida plena e definitiva, ao encontro do Homem Novo.

Depois de dois mil anos de cristianismo, parece que nem sempre se nota a presença efectiva de Cristo nesses caminhos em que se constrói a história do mundo e dos homens.

Nós cristãos fizemos d’Ele, efectivamente, a “pedra angular” sobre a qual construímos a nossa vida e a história do nosso tempo?

Através do exemplo de Pedro, Lucas sugere que o testemunho dos discípulos deve ser desassombrado, mesmo em condições hostis e adversas.

A preocupação dos discípulos não deve ser apresentar um testemunho politicamente correcto, que não incomode os poderes instituídos e não traga perseguições à comunidade do Reino; mas deve ser um discurso corajoso e coerente, que tem como preocupação fundamental apresentar com fidelidade a proposta de salvação que Jesus veio fazer.
Os discípulos de Jesus não estão sozinhos, entregues a si próprios, nessa luta contra as forças que oprimem e escravizam os homens. 

O Espírito de Jesus ressuscitado está com eles, ajudando-os, animando-os, protegendo-os em cada instante desse caminho que Deus lhes mandou percorrer. Nos momentos de crise, de desânimo, de frustração, os discípulos devem tomar consciência da presença amorosa de Deus a seu lado e retomar a esperança.

•Os líderes judaicos são, mais uma vez, apresentados como modelos de cegueira e de fechamento face aos desafios de Deus. São “maus pastores”.. O seu exemplo mostra-nos como a auto-suficiência, os preconceitos, o comodismo, levam o homem a fechar-se aos desafios de Deus e a recusar os dons de Deus. Eles são, portanto, modelos a não seguir.

Na segunda leitura, 1 Jo 3,1-2.  o autor convida-nos a contemplar o amor de Deus pelo homem. É porque nos ama com um “amor admirável” que Deus está apostado em levar-nos a superar a nossa condição de debilidade e de fragilidade. O objectivo de Deus é integrar-nos na sua família e tornar-nos “semelhantes” a Ele.

Neste  Domingo do Bom Pastor, o autor convida-nos a contemplar a bondade, a ternura, a misericórdia, o amor de um Deus apostado em levar o homem a superar a sua condição de debilidade, a fim de chegar à vida nova e eterna, à plenitudização das suas capacidades, até se tornar “semelhante” ao próprio Deus. 

Todos os homens e mulheres caminham pela vida à procura da felicidade e da vida verdadeira… 

O autor desta carta garante-nos: para alcançar a meta da vida definitiva, é preciso escutar o chamamento de Deus, acolher o seu dom, viver de acordo com essa vida nova que Deus nos oferece. É aí – e não noutras propostas efémeras, parciais, superficiais – que está o segredo da realização plena do homem.
O autor da carta avisa os cristãos para o inevitável choque com a incompreensão do “mundo”… Viver como “filho de Deus” implica fazer opções que, muitas vezes, estão em contradição com os valores que o mundo considera prioritários; por isso, os discípulos são objecto do desprezo, da irrisão, dos ataques daqueles que não estão dispostos a conduzir a sua vida de acordo com os valores de Deus. 

O Evangelho Jo 10,11-18  apresenta Cristo como “o Pastor modelo”, que ama de forma gratuita e desinteressada as suas ovelhas, até ser capaz de dar a vida por elas. 

As ovelhas sabem que podem confiar n’Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho. O que é decisivo para pertencer ao rebanho de Jesus é a disponibilidade para “escutar” as propostas que Ele faz e segui-l’o no caminho do amor e da entrega.

É Ele que nos aponta caminhos, que nos dá segurança, que está ao nosso lado nos momentos de fragilidade, que condiciona as nossas opções, que é para nós uma espécie de modelo de vida. 

O Evangelho deste domingo diz-nos que, para o cristão, o “Pastor” por excelência é Cristo. É n’Ele que devemos confiar, é à volta d’Ele que nos devemos juntar, são as suas indicações e propostas que devemos seguir.
O nosso “Pastor” é, de facto, Cristo, ou temos outros “pastores” O que é que nos conduz e condiciona as nossas opções: Jesus Cristo? 

Reparemos na forma como Cristo desempenha a sua missão de “Pastor”: Ele não actua por interesse mas por amor; Ele não foge quando as ovelhas estão em perigo, mas defende-as, preocupa-Se com elas e até é capaz de dar a vida por elas; Ele mantém com cada uma das ovelhas uma relação única, especial, pessoal, conhece os seus sofrimentos, dramas, sonhos e esperanças.

As “qualidades” de Cristo, o Bom Pastor, aqui enumeradas, devem fazer-nos perceber que podemos confiar integral e incondicionalmente n’Ele e entregar, sem receio, a nossa vida.

No “rebanho” de Jesus, não se entra por convite especial, nem há um número restrito de vagas a partir do qual mais ninguém pode entrar… A proposta de salvação que Jesus faz destina-se a todos os homens e mulheres, sem excepção. O que é decisivo para entrar a fazer parte do rebanho de Deus é “escutar a voz” de Cristo, aceitar as suas indicações, tornar-se seu discípulo.

Nas nossas comunidades cristãs, temos pessoas que presidem e que animam. Podemos aceitar, sem problemas, que elas receberam essa missão de Cristo e da Igreja, apesar dos seus limites e imperfeições; mas convém igualmente ter presente que o nosso único “Pastor”, aquele que somos convidados a escutar e a seguir sem condições, é Cristo. 

Os outros “pastores” têm uma missão válida, se a receberam de Cristo; e a sua actuação nunca pode ser diferente do jeito de actuar de Cristo.

Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia

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