SEGUNDA FEIRA – 4ª SEMANA DA QUARESMA - 12 MARÇO 2018
Primeira leitura: Isaías 65, 17-21
Regressado do exílio, o povo continua a resistir à voz
do Senhor, a descuidar-se na invocação do seu nome (vv. 1-7) e a cair na
idolatria, provocando a sua justa ira. O profeta intervém e lembra que será
diferente a sorte dos que praticam a justiça, reconhecendo a Deus o lugar que
Lhe pertence e prestando-Lhe o devido culto, e a dos rebeldes (vv. 8-16a).
O texto que hoje escutamos abre perspectivas de um
futuro feliz, revelando a grandeza do projecto de Deus, que não envolve apenas
cada um, mas atinge todo o universo. Os sofrimentos passados vão ser
esquecidos, porque Deus vai realizar uma nova criação.
Nos versículos
que escutamos, parece misturar-se o cântico do coração de Deus e o da
humanidade: ao júbilo divino pela sua cidade santa, pelo seu povo renovado,
corresponde a alegria do mesmo povo perante a maravilhosa re-criação operada
por Deus. Na nova Jerusalém cessará toda a tristeza, a elevada mortalidade
infantil. Será grande a longevidade. A liberdade e a estabilidade política
garantirão a prosperidade e a paz. Esta promessa realízar-se-á definitivamente
em Jesus Cristo que, pela sua obra salvífica, transformará o mundo.
Evangelho: João 4, 43-54
S. João, ao narrar a cura, à distância, do filho do
funcionário real, quer apresentar-nos Jesus como Palavra de vida. O Senhor
regressava à Galileia. A fama do que fizera em Jerusalém, durante a festa,
tinha-O precedido. Desta vez, os galileus receberam-no bem. Mas Jesus decide ir
a Caná, onde fizera o seu primeiro milagre. Surge, então, o funcionário real
que Lhe pede para descer a Cafarnaúm para curar o seu filho doente.
Jesus reprova a fé imperfeita do funcionário de
Herodes. Mas ele não desiste. Jesus cura-lhe o filho, símbolo da humanidade
doente e moribunda. Oferece-lhe uma palavra de vida. Mas exige a fé.
O sinal extraordinário, o prodígio de Jesus é a
Palavra. Quem acredita nela e lhe obedece, experimenta milagres. O funcionário
acolheu a palavra: «Vai, que o teu filho está salvo (v. 50). Acreditou,
obedeceu, partiu para sua casa. E vieram-lhe ao encontro os servos que lhe
dizem: «O teu filho está salvo. (v. 53). A fé, que caminhou na obscuridade (v.
52ss.) cresceu: «Acreditou ele e todos os da sua casa» (v. 53).
A Palavra de Jesus é o sinal extraordinário e o
prodígio que nos oferece. Quem acolhe a Palavra e acredita nela, vê rasgaram-se
horizontes inesperados, experimenta milagres. Permanecer na Palavra,
guardando-a no coração, e cumprindo-a, mesmo que seja preciso caminhar na
escuridão, apenas iluminado por ela, significa participar na obra divina da
nova criação, santificação e transfiguração do universo.
Jesus pediu ao funcionário real a fé na sua palavra:
«Vai, que o teu filho está salvo». O homem acreditou e o seu filho ficou
curado. Acreditou na palavra de Jesus. Acreditou em Jesus, porque Jesus é a
Palavra de Deus feita carne. Acreditou e partiu, obediente e confiante. E
alcançou a vida para o seu filho. Acreditar e obedecer, acolher a palavra e
pô-la em prática é uma questão de vida ou de morte. O homem aflito teve a força
de crer na palavra de Jesus, que nada fez de especial, apenas falou. Não
insistiu para que Jesus mudasse os seus planos e fizesse o que lhe pedia.
Acreditou e partiu confiando na verdade da palavra de Jesus.
Quantas vezes, também nós, nos vemos na situação de
ter que acreditar na Palavra, sem vermos ou antes de vermos qualquer sinal.
Rezamos, somos iluminados, mas tudo parece permanecer imutável. .. É o momento
de progredirmos na fé, que não é simples verificação, mas acreditar na palavra
e n ‘ Aquele que a pronuncia.
Se soubermos caminhar na fé, mesmo na noite escura do
sofrimento e da provação, a Palavra será como uma lâmpada para os nossos
passos. E, quando o Senhor quiser, encontraremos a confirmação luminosa do seu
poder que faz maravilhas. Então, a nossa fé tornar-se-é exultação e júbilo.
Será aquela fé firme e segura, que transforma a alma e a faz caminhar em
novidade de vida, em plenitude cristã.
A confiança do funcionário real na palavra de Jesus, o
seu abandono à palavra de Jesus, o seu caminhar na fé por um caminho obscuro,
tornou eficaz a sua intercessão pelo filho que estava doente em Cafarnaúm. O
jovem foi curado, foi salvo.
suprema da minha confiança e da minha entrega sem
reservas ao teu serviço e ao serviço dos irmãos. Que a tua Palavra floresça no
meu coração e dê frutos de bem para este mundo e para o reino dos céus.
E qual é então, Senhor, o caminho da paz? – É a fé
viva e confiante. Credes no meu Pai, crede também em mim. Tendes confiança no
meu Pai, tende também confiança em mim.
É a fé que pacifica, são as vistas, as esperanças
sobrenaturais, que sustêm e que consolam.
A fé faz-me ver Deus, a sua vontade, o seu amor, mesmo
naquilo que me perturba. Devo crer sem hesitar e sem raciocinar, crer com o meu
coração que Nosso Senhor me vê sofrer e penar, mas também que se compraz em me
ver ter paciência com ele e por ele. Escuta os meus suspiros, as minhas
orações; conta, recolhe as minhas lágrimas; abençoa os meus esforços, aprecia
os meus sacrifícios; prepara-me dias de graças e de consolações; prepara a
minha coroa, a minha morada, na casa da sua eternidade.
Ah! A fé prática, que fonte de graça, de paz e de
consolação! Se tivesse um pouco de fé, como um grão de mostarda! Se acreditasse
praticamente no Evangelho! Se me recordasse com fé que Nosso Senhor passou
curando todas as enfermidades; que perdoou a Madalena, à mulher adúltera, à
samaritana; que ressuscitou Lázaro; que sofreu por mim todas as dores da sua
agonia e da sua paixão; que deu a sua vida para me salvar!
Se me recordasse que é bom, como o bom samaritano,
como o bom Pastor, como o pai do filho pródigo! Se tivesse uma fé mais viva, e
mais prática na Eucaristia! Se acreditasse mais firmemente que Nosso Senhor foi
para o céu para me preparar um lugar, estaria ainda triste, angustiado e
perturbado?
Fonte:
Resumo e adaptação local de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia”
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