quinta-feira, 3 de agosto de 2017

SUBSÍDIO PARA A REFLEXÃO NA VI FEIRA DA XVII SEMANA. TEMPO COMUM. ANO IMPAR



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Tempo Comum – Anos Ímpares 

Primeira leitura: Levítico 23, 1.4-11.15-16.34b-37

O texto refere-se ao ciclo litúrgico das diversas festas anuais, ligado ao ambiente de Jerusalém e enquadrado na «Lei de santidade». As festas hebraicas são vistas como assembleia do povo no lugar santo, na presença do Deus três vezes santo, e lembram a sua sequência no ciclo anual. A digna celebração das festas deve levar os indivíduos a sair da sua auto-suficiência, inserindo-os numa vida com dimensão comunitária. Cada homem pertence ao povo e é sua expressão e, por meio dele, pertence a Deus.
Os elementos fundamentais das festas de Israel são especialmente dois: 

a). O primeiro -a convocação da santa assembleia do povo- cadência a vida do povo e faz-lhe reviver, particularmente na celebração litúrgica, as maravilhas operadas por Deus na sua história; 

b).o segundo - o repouso do trabalho-  afasta o povo das coisas materiais e quotidianas para o introduzir no tempo forte de Deus, onde toma conta do passar da vida e do seu significado de salvação. 

A páscoa ocupa um lugar especial entre as festas: o Senhor, que, todos os anos, oferece os frutos da terra e os animais, é o mesmo que manifestou o seu poder salvador para libertar Israel. A festa da páscoa funde-se com a dos ázimos para recordar a libertação da escravidão e a posse da terra fértil. 

A festa das semanas ou do Pentecostes celebra a colheita do trigo e o dom da Lei. 

A festa dos tabernáculos recorda a vindima e ao mesmo tempo a passagem de Israel pelo deserto. 

As festas cristãs inspiram-se nas festas hebraicas, mas enriquecidas com o novo conteúdo cristão.

A primeira leitura insiste em falar das «festas do Senhor». Fazer festa é importante para nós. Não fomos feitos para viver sempre de modo banal, rotineiro. Fomos feitos para gozar da alegria do Senhor. Também não fomos criados para ser escravos, mas livres. Mas devemos reconhecer que o trabalho, com frequência, assume um aspecto servil, isto é, de escravidão. Noutros tempos, havia escravos e homens livres. Infelizmente, ainda hoje, em alguns lugares e situações, continua a haver escravos e pessoas livres. Muitas «festas do Senhor» continuam subordinadas a certas necessidades escravizantes do nosso mundo contemporâneo. A muitos cristãos não é reconhecido o direito de praticar publicamente a sua religião, de celebrar as «festas do Senhor».

Mas Deus quer que os seus filhos possam viver, em alegria e liberdade, dias de festa ao longo do ano. Já Moisés, a convite de Deus, ordenou ao povo que não fizesse qualquer trabalho servil nas solenidades do Senhor, para, na alegria, se encontrar com Ele e com os outros. No dia da festa do Senhor, da «santa assembleia», é possível acolher-nos reciprocamente, em relações abençoadas pelo Senhor e orientadas para a comunhão com Ele. Estas relações, que orientam para o Senhor, são profundas, sinceras, verdadeiras, e permitem amar-nos generosamente uns aos outros no Senhor.

As festas tornam-nos livres para darmos tempo ao Senhor, para estarmos mais unidos a Ele na oração, no louvor, na exultação, e fazem-nos mais disponíveis para com os outros, mais atentos a todos, mais prontos a escutá-los, a partilhar na alegria, na liberdade e no amor.

A Igreja assumiu este desejo de Deus, e instituiu muitas festas, para nos ajudar a criar um clima de alegria na novidade de vida que Cristo nos deu com a sua morte e ressurreição. Todas as solenidades da Igreja estão ligadas ao Mistério Pascal, para evidenciar que Cristo é centro, princípio e fim de toda a realidade.

Evangelho: Mateus 13, 54-58.

Acabado o discurso das parábolas, Mateus introduz, no seu evangelho, outro material narrativo que marca a progressiva separação entre Jesus e Israel, e evidencia a formação específica dada ao grupo dos discípulos (cf. Mt 13, 54-17,27). 

O episódio de hoje refere-se à rejeição de Jesus pelos seus conterrâneos. A apresentação “oficial” de Jesus na sinagoga da sua terra redunda em completo fracasso. Após o assombro inicial, os seus conterrâneos interrogam-se sobre a identidade de Jesus. A frase mais significativa de toda a perícopa é: «estavam escandalizados por causa dele» (v. 57). O evangelho introduz-nos, deste modo, no mistério de Jesus. 

A atitude dos nazarenos é significativa de todos aqueles que procuram compreender Jesus, partindo unicamente do que pode saber-se sobre Ele: é da nossa terra, filho do carpinteiro, conhecemos a sua família, estudou na nossa sinagoga… 

Jesus foi incompreendido e desprezado, tal como o foram os profetas… O mesmo sucederá com os seus discípulos. Paulo falará do escândalo da cruz (Mc 14, 27.29; 1 Cor 1, 23). A sorte dos profetas, de Jesus, dos discípulos é sempre a mesma: ser recusados, ser objecto de troça, de desprezo, de perseguição e, muitas vezes, de morte violenta.
Fonte: resumo e adaptação local de um texto de: <dehonianos.org/portal/liturgia>

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