segunda-feira, 31 de julho de 2017

SUBSÍDIO PARA A REFLEXÃO NA 3ª FEIRA DA XVII SEMANA (Tempo Comum)



Terça-feira – XVII Semana Tempo Comum  

Primeira leitura: Êxodo 33, 7-11; 34, 5b-9.28

A leitura que hoje escutamos é composta por dois pequenos textos que nos referem a renovada aliança pelo Senhor, mediante um acto de renovação permanente do culto. O Senhor, apesar do pecado do povo, pela sua misericórdia e pelo seu amor, permanece junto do povo, graças a Moisés. Este, pegou «na tenda da reunião», isto é, no lugar do culto, e «foi colocá-la a certa distância do acampamento» (v. 7), como que a indicar que Deus não pode conviver harmoniosamente com homens pecadores, apesar de estar sempre disponível a perdoar-lhes. Todos os que reconheciam o seu pecado podiam dirigir-se à tenda e falar com Deus, tal como o intercessor Moisés, quando falava com o Senhor face a face, como amigo a amigo, e como Josué, que «não se afastava do interior da tenda» (v. 11). Em resumo, Deus, que se revela a Moisés como misericordioso, quer ensinar ao seu povo que o verdadeiro lugar da aliança não é o monte Sinai ou um qualquer outro lugar material, mas o reconhecer-se pecador e o estar disposto a acolher a sua misericórdia, que se manifesta nas situações concretas e por meio de homens e pessoas santas e amigas de Deus.

O texto do Êxodo, que hoje escutamos, já nos faz antever o projecto de Deus de habitar no meio do seu povo, e de ter com cada um de nós uma relação pessoal profunda. Esta intenção divina começa a concretizar-se quando Moisés ergue a tenda e a chama «tenda da reunião». A tenda é o lugar do encontro. O texto sagrado diz que Moisés «foi colocá-la a certa distância do acampamento» (v. 7). Deus não podia habitar no meio do seu povo, porque esse povo tinha pecado, tinha-se afastado dele, tinha caído na idolatria. Portanto, a tenda estava distante. Mas era acessível: «todos aqueles que desejavam consultar o Senhor iam à tenda da reunião» (v. 7). Mesmo fora do acampamento, a tenda era o lugar do encontro de Deus com os homens e dos homens com Deus. Mas esse encontro será permanente quando, como nos diz João, no seu evangelho, o Verbo se fizer carne e habitar entre nós: «O Verbo fez-se homem e veio habitar connosco» (Jo 1, 14). Na Incarnação, o Verbo de Deus, o Filho de Deus, ergueu a sua tenda no meio das nossas tendas, tornou-se nosso vizinho e companheiro. Podemos, agora, falar com Ele, não apenas como um homem fala a outro homem, mas como um amigo fala ao seu amigo: «Já não vos chamo servos, … mas chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai» (Jo 15, 15).

Na nova aliança, cada homem, cada um de nós, é chamado a esta relação pessoal, profunda com Deus, uma relação, não só face a face, mas coração a coração. É um privilégio que havemos de acolher com respeito, admiração, reconhecimento. A Eucaristia oferece-nos a inaudita possibilidade de receber Jesus, o Filho de Deus feito nosso irmão, nosso amigo, não só no meio de nós, mas dentro de nós, para falarmos com Ele, escutá-l´O, deixar que guie to da a nossa vida e a encha do seu amor.

Evangelho: Mateus 13, 36-43

O Evangelho oferece-nos várias parábolas para nos ensinar como é que Deus faz chegar a sua Palavra aos homens. A parábola do joio no campo alerta-nos para a existência de outro semeador: o semeador do mal. Onde Deus semeia, também Satanás semeia. A acção do semeador do mal caracteriza-se por acontecer durante a noite, enquanto os criados dormem. Durante o dia, não seria possível uma tal acção. A separação entre o que é bom e o que é mau só terá lugar no momento da ceifa, isto é, no dia do juízo final (cf. Mt 9, 37; Mc 4, 29; Jo 4, 35). Quando chega o tempo da ceifa – não antes, para não arrancar também o trigo – o dono dirá aos ceifeiros que cortem o trigo e o joio, e que os separem: o joio vai para queimar e o trigo é guardado no celeiro. 

Esta parábola parece querer que responder a uma questão surgida nas primeiras comunidades: porque existem bons e maus cristãos na Igreja? A resposta é: tanto Deus como Satanás semeiam a sua semente. Deus tolera essa sementeira, e o crescimento e a maturação de ambas as sementes, para dar aos maus oportunidade de conversão.

Pela Incarnação, pela Eucaristia, o Filho do homem, semeou e semeia em nós essa «boa semente». Há que impedir que o joio a sufoque. Há que deixá-la germinar, crescer, frutificar.

Fonte: resumo e adaptação local de um texto de <dehonianos.org/portal/liturgia>

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