terça-feira, 29 de agosto de 2017

A PALAVRA HOJE, PALAVRA VIVA. SUBSÍDIO PARA A IV FEIRA DA XXI SEMANA DO TEMPO COMUM



Quarta-feira – XXI Semana –
Tempo Comum – Anos Ímpares 

Primeira leitura: 1 Tessalonicenses 2, 9-13

A pregação do Evangelho entre os Tessalonicenses tornou-se uma experiência comum de vida, uma espécie de “livro aberto” capaz de falar aos crentes a linguagem de Deus. O Apóstolo não precisa de recorrer a argumentações rebuscadas, como fazem os filósofos. Basta-lhe lembrar quanto sofreu e se cansou para anunciar a Boa-Nova aos irmãos da comunidade de Tessalónica, o desinteresse e a dedicação com que o fez, procurando não ser pesado a ninguém, trabalhando para subsistir.
Tal como a vida e os milagres de Jesus foram “sinais” para as multidões, assim a vida e a acção de Paulo eram sinal para os Tessalonicenses.
A gratidão e o louvor que brotam do coração de Paulo garantem a autenticidade da sua missão. O Apóstolo contempla a realização da obra divina nos trabalhos e sofrimentos com que procura restituir os homens à dignidade de filhos de Deus. Esta contemplação é a recompensa de que anuncia o Evangelho.

 Paulo mostra-nos que a vida cristã deve ser conduzida na justiça e na santidade, diante de Deus: «Deus é testemunha de como nos comportámos de modo recto, justo e irrepreensível para convosco, os que acreditastes» (v. 10). Paulo procura corresponder plena e profundamente às exigências de Deus. Mas esta correspondência, sabe-o bem o Apóstolo, é dom divino. Por isso, prolonga por toda a carta o hino de acção de graças com que a iniciou.

Também no texto de hoje encontramos a expressão do amor paterno de Paulo pelos Tessalonicenses e por todos quantos evangelizou: «Como um pai trata cada um dos seus filhos, também a cada um de vós exortámos, encorajámos e advertimos a caminhar de maneira digna de Deus, que vos chama ao seu reino e à sua glória» (vv. 11-12). É interessante ver como, na mesma carta, Paulo exprime, antes, um amor materno, oblativo, pronto a sacrificar a própria vida pelo bem dos filhos e, depois, um amor paterno, que se caracteriza pela ambição paterna. O amor materno é oblativo; o amor paterno é ambicioso, isto é, quer que os filhos se tornem pessoas maduras, com grandes qualidades e com grandes realizações. Como cada filho é importante para um pai, ainda que tenha muitos filhos, assim também Paulo, tendo uma grande geração, se preocupa com cada um pessoalmente: «a cada um de vós exortámos, encorajámos e advertimos». 

O que o Apóstolo deseja é que, cada um, se comporte «de maneira digna de Deus», que a todos «chama ao seu reino e à sua glória». É interessante dar atenção a este chamamento de Deus: Deus é ambicioso, não nos chama para uma qualquer coisa, mas «ao seu reino e à sua glória». É por isso que Paulo não poupa esforços para que todos correspondam ao chamamento de Deus. Também para ele se trata de uma ambição paterna muito forte, que revela a força da caridade divina.

Evangelho: Mateus 23, 27-32

Chegamos aos últimos dos sete «Ai de vós» dirigidos aos escribas e fariseus hipócritas. A crítica de Jesus ao legalismo não tem por alvo a lei, mas aqueles que, a coberto da lei, pretendem iludir as suas exigências profundas. A antítese exterior/interior está eloquentemente expressa na imagem dos «sepulcros caiados» (v. 27). São aqueles que cuidam do exterior, para que seja agradável à vista, enquanto no seu interior reina a decomposição e a morte. Jesus já pôs de sobreaviso os discípulos, quando lhes mandou disse «Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por ele» (Mt 6, 1). O que conta é aquilo que cada um é diante de Deus, e não o que aparece diante dos outros.

O último «ai de vós» é contra aqueles que são falsos, não só diante de Deus e dos outros, mas também diante da história (vv. 29-32). Edificam sepulcros aos profetas e justos, dizendo que, se tivessem vivido no tempo dos que os mataram, não teriam sido coniventes com tais crimes. Sentem-se inocentes por acusarem os seus pais! Mas não se dão conta de que, se não escutarem os profetas, continuam a matá-los. E a sua falta será mais grave do que a dos seus pais.

As recomendações de Paulo (na 1ª leitura) vão na linha da verdade, da autenticidade de vida que Jesus lamenta não encontrar nos doutores e fariseus (Evangelho). Mas não esqueçamos que todos estes avisos de Paulo e de Cristo são também para nós, cristãos do século XXI. Estamos efectivamente sujeitos às mesmas tentações dos doutores e dos escribas de que nos fala o evangelho, dos cristãos de Tessalónica, e de tantos outros ao longo dos séculos. Facilmente procuramos satisfações, estima dos outros, honras. Somos sempre tentados de superficialidade no que fazemos pelo Senhor, de nos contentarmos com as aparências de bondade, de santidade.

O Apóstolo Paulo, ensina-nos a sermos coerentes com a fé, com o evangelho que professamos, a vivermos de modo digno de Deus, para poder participar no seu reino e na sua glória. 

Acolhamos com disponibilidade a Palavra, que opera nos crentes e nos transformar de acordo com o projecto de Deus Pai. 

Tenhamos zelo ardente para proclamar essa Palavra, que tem em si a força de realizar maravilhas, para que todos os homens possam também chegar ao reino e à glória do Pai. 

Fonte: Resumo e adaptação local de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia”

Sem comentários:

Enviar um comentário