24 JUNHO S. JOÃO BAPTISTA.
João Batista,
além da Virgem Maria, é o único santo de quem a Liturgia celebra o nascimento
para a terra. João, como “Precursor” de Jesus teve, de fato, um papel único na
História da Salvação.
Filho de
Zacarias e de Isabel, a sua vida não desabrochou por iniciativa humana, mas por
dom de Deus a dois pais de idade avançada e, por isso, já sem possibilidade de
gerar filhos. Situado na charneira entre o Antigo e o Novo Testamento, como
Precursor, João é considerado profeta de um e outro Testamento.
O paralelismo
estabelecido por Lucas entre a infância de Jesus e de João Batista levou a
Liturgia a celebrar o nascimento de ambos: o de Jesus no solstício de Inverno e
o de João no solstício de Verão.
Primeira leitura: Isaías 49, 1-6
Como o Servo de
Javé, João Baptista foi chamado a uma especial missão, desde que foi concebido o seio de sua
mãe. Como Ele, recebeu um nome, um chamamento e uma revelação. Como
Ele, teve
que enfrentar a dureza e o sofrimento no desempenho da missão. Por
isso, o nosso texto, retirado dos “Cânticos do Servo de Javé” adequa-se a João
Baptista. O verdadeiro profeta realiza a missão, confiando unicamente n´Aquele
que o escolheu, chamou e enviou. E só d´Ele espera recompensa.
Segunda leitura: Atos 13, 22-26
O discurso de
Paulo em Antioquia, com explícita referência a João Batista, mostra a importância
que o profeta tinha na primitiva comunidade cristã. Paulo refere-se
também a David. David e João foram dois profetas que, de modo diferente, e em
tempos distintos, prepararam a vinda do Messias: David recebeu a promessa do
Messias; João preparou a vinda do mesmo, pregando um batismo de penitência.
Impressiona, nesta página, a clareza com que João identifica Jesus, e se define a si mesmo. É este o primeiro dever do verdadeiro profeta.
Evangelho: Lucas 1, 57-66.80
O paralelismo
estabelecido por Lucas, ao narrar a infância do Batista e a de Jesus é rico sob
os pontos de vista literário e teológico. O nascimento de João preanuncia o de Jesus.
João, ainda no ventre materno, anuncia um outro Menino. O nome de João é
prelúdio do de Jesus. O extraordinário evento da maternidade de Isabel prepara
outro, o da maternidade de Maria. A missão de João faz-nos pregustar a de
Jesus. Trata-se de uma única missão, em dois tempos; dois tempos de uma única
história que se desenrola em ritmos alternos mas sincronizados. Não devemos
contrapor a missão do Batista e a de Jesus.
A festa do
nascimento de João Batista leva-nos a pensar no amor preveniente de Deus e na
importância das suas preparações para o acolhermos devidamente e com fruto.
Deus prepara o nascimento de João: um anjo anuncia a Zacarias que a sua mulher,
idosa e estéril, vai ter um filho, cujo nascimento alegrará a muitos;
inesperadamente, o nome da criança não é Zacarias, mas João, cujo significado
é: “Deus faz graça”; João é enviado a preparar os caminhos do
Senhor, o “ano de graça” do Senhor, a vinda de Jesus.
Como o agricultor
prepara o terreno antes de lhe lançar a semente, assim Deus prepara os tempos e
os corações para receberem os seus dons. É por isso que havemos de viver vigilantes, de
estar atentos à acção de Deus em nós e nos outros, para a sabermos discernir no
meio dos acontecimentos humanos e nas mais variadas situações da nossa vida.
João ajuda-nos a estarmos atentos a Jesus e ao que Ele quer fazer em nós e no
nosso mundo. João acreditou e indicou Jesus aos que o seguiam: “depois
de mim, virá alguém maior do que eu… Eis o Cordeiro de Deus!”
Por todas estas razões, a festa de hoje é um dia de alegria para a Igreja. E, todavia, João foi um profeta austero, que pregou a penitência com uma linguagem pouco amável: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera que está para vir? Produzi, pois, frutos dignos de conversão e não vos iludais a vós mesmos, dizendo: ‘Temos por pai a Abraão!’” (Mt 3, 7-8). O profeta exortava a uma penitência que se torna alegria, alegria da purificação, alegria da vinda do Senhor.
Por todas estas razões, a festa de hoje é um dia de alegria para a Igreja. E, todavia, João foi um profeta austero, que pregou a penitência com uma linguagem pouco amável: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera que está para vir? Produzi, pois, frutos dignos de conversão e não vos iludais a vós mesmos, dizendo: ‘Temos por pai a Abraão!’” (Mt 3, 7-8). O profeta exortava a uma penitência que se torna alegria, alegria da purificação, alegria da vinda do Senhor.
A missão de João Batista é, de certo modo, a missão de todo o crente: preparar a vinda do Senhor, o que é mais do que simplesmente anunciar. É preciso por ao serviço de Jesus não só as nossas palavras, mas também a nossa vida toda.
Fonte: Adaptação e resumo de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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